O polêmico conflito entre indios e fazendeiros que explodiu após 'ato final'caça niquel funny bugsDilma:caça niquel funny bugs
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Em resposta ao que apontam como cobertura da Polícia Militar ao ataque, os índios dominaram uma equipe da PM que foi até o local após o confronto, incendiaram um carro, agrediram policiais e tomaram suas armas.
Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio) e ONGscaça niquel funny bugsdefesa da causa indígena, o confronto causou a morte do agentecaça niquel funny bugssaúde Clodiode Aquileu Rodriguescaça niquel funny bugsSouza,caça niquel funny bugs26 anos, e ferimentoscaça niquel funny bugsoutros cinco índios adultos e uma criança.
Ruralistascaça niquel funny bugsCaarapó confirmam que produtores participaram da ação contra os índios, mas negaram o usocaça niquel funny bugsarmascaça niquel funny bugsfogo.
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"Esse indígena não morreu durante o conflito, e não houve tiros. Acreditamos que ele tenha morrido dentro da própria aldeia", disse à BBC Brasil Sílvia Ferraro, diretora do Sindicato Ruralcaça niquel funny bugsCaarapó.
Estopim do conflito
A fazenda Ivu é uma das propriedades que formam a chamada Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá I, áreacaça niquel funny bugs55,6 mil hectares (cercacaça niquel funny bugsum terço da cidadecaça niquel funny bugsSão Paulo) no sulcaça niquel funny bugsMato Grosso do Sul.
A terra indígena é uma das que tiveram o processocaça niquel funny bugshomologação acelerado pela presidente afastada Dilma Rousseff nas últimas semanas antes da votação do impeachment na Câmara - setores da imprensa interpretaram a medida como gestocaça niquel funny bugsbuscacaça niquel funny bugsapoiocaça niquel funny bugsmovimentos sociais.
Fica também localizada no entorno da aldeia Caarapó-Te'ýikue, áreacaça niquel funny bugs3,5 mil hectarescaça niquel funny bugsque os guarani-kaiowá foram realocados pelo extinto SPI (Serviçocaça niquel funny bugsProteção ao Índio) no início do século 20.
Ocupantes históricos da região, os índios passaram a ser expulsos no século 19, com o avanço da colonização. Após a Constituiçãocaça niquel funny bugs1988, que reconheceu os direitos dos índios sobre terras tradicionalmente ocupadas por eles, reforçaram a mobilização pela demarcação.
Para produtores rurais da região, a medidacaça niquel funny bugsDilma acirrou os ânimoscaça niquel funny bugsuma área já conturbada. "É um climacaça niquel funny bugsdesespero e total insegurança. são terras escrituradas", disse Ferraro.
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A antropóloga Tatiane Klein, do ISA (Instituto Socioambiental), acompanha o conflito na região e diz que o governo não pode ser responsabilizado por cumprir seu papelcaça niquel funny bugsdar sequência a processoscaça niquel funny bugsdemarcaçãocaça niquel funny bugsterras indígenas.
"E a estratégia dos guarani-kaiowácaça niquel funny bugsrealizar retomadas é histórica, porque simplesmente não aguentam mais esperar", afirmou Klein.
No caso da Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá I, o despacho do presidente da Funai publicado um dia após o afastamentocaça niquel funny bugsDilma seria ainda parte da primeira fase do processocaça niquel funny bugshomologação, formado por identificação, declaração e homologação propriamente dita.
Cenáriocaça niquel funny bugsguerra
"O casocaça niquel funny bugsCaarapó representa,caça niquel funny bugsescala dramática, conflitos idênticos que ocorremcaça niquel funny bugsoutras formas na região", disse a antropóloga do ISA.
Em agosto do ano passado, por exemplo, um índio guarani-kaiowácaça niquel funny bugs24 anos foi morto no momentocaça niquel funny bugsque proprietários rurais tentavam retomar uma fazenda na cidadecaça niquel funny bugsAntônio João.
Em 2013, o corpocaça niquel funny bugsum adolescente guaranicaça niquel funny bugs15 anos foi localizadocaça niquel funny bugsuma estrada no entorno da aldeia Caarapó - um fazendeiro confessou o crime, segundo a Polícia Civil do Estado.
No confronto recente, a tensão se agravou porque os índios dominaram e agrediram uma equipe da Polícia Militar que chegou ao lugar após o conflito.
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Segundo a Secretaria da Segurança do Estado, três PMs foram rendidos, agredidos e tiveram três pistolas calibre .40, uma escopeta calibre 12 e três coletes roubados.
A secretaria nega que a PM tenha dado cobertura à ação dos fazendeiros. Diante do agravamento da situação, o governo do Mato Grosso pediu apoio da Força Nacionalcaça niquel funny bugsSegurança.
A Polícia Federal está na área conflagrada nesta quarta-feira e tenta negociar com os índios a devolução das armas.
"Os índios estão com uma arma que pode derrubar até helicóptero e querem que a morte no conflito seja investigada, mas a PF quer as armas, por isso está tudo muito tenso", afirmou à BBC o guarani-kaiowá Eliel Benites, que vive na aldeia Caarapó e é professor na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).
A ONG Survival International disse ver o ataque desta semana como partecaça niquel funny bugsuma "escaladacaça niquel funny bugstentativascaça niquel funny bugspoderosos interesses do agronegócio local - fortemente ligados ao recém-estabelecido governo (federal) interino - para expulsar ilegalmente os guaranicaça niquel funny bugssua terra ancestral e intimidá-los com violência genocida e racismo".
"O governo tem que fazer mais para acabar com essa ondacaça niquel funny bugsviolência. Está levando a assassinatos", disse,caça niquel funny bugsnota, o diretor da ONG, Stephen Corry.
A reportagem entroucaça niquel funny bugscontato com a Funai e questionou, por exemplo, se houve algum tipocaça niquel funny bugstentativacaça niquel funny bugsmediação entre indígenas e fazendeiros antes da publicação do relatóriocaça niquel funny bugsidentificação da área.
Pediu ainda a avaliação da fundação sobre a açãocaça niquel funny bugsocupação dos índios e sobre as criticascaça niquel funny bugsruralistas que associam o acirramento da situação ao andamento do processo na "reta final" do governo Dilma.
Em nota, a fundação informou que o episódio no Mato Grosso do Sul não foi confronto, mas um "ataque armado" que constituiu "reação violenta e desproporcional" contra os índios.
A Funai diz que não pode ser responsabilizada pela situação, por não ter ingerência sobre a decisão dos guarani-kaiowácaça niquel funny bugsiniciar a "retomadacaça niquel funny bugsseus territórioscaça niquel funny bugsocupação tradicional antes da homologação das áreas".
"Além disso, os procedimentoscaça niquel funny bugsregularização fundiáriacaça niquel funny bugsterritórioscaça niquel funny bugsocupação tradicional que sofreram, ao longo dos anos, esbulhos possessórios, geralmente representam situaçãocaça niquel funny bugsconflito, não cabendo à autarquia, no cumprimentocaça niquel funny bugssua missão institucionalcaça niquel funny bugsdemarcar terras indígenas, a responsabilidade pela utilizaçãocaça niquel funny bugsviolência injustificada por uma das partes", informou.
