Gisèle Pelicot: as 5 perguntas sem respostas após o julgamento:zahrada k pronajmu zebetin
1. O que Gisèle Pelicot fará agora?
Quando ela subiu os degraus do tribunalzahrada k pronajmu zebetinAvignon pela primeira vezzahrada k pronajmu zebetinsetembro, ninguém sabia o nomezahrada k pronajmu zebetinGisèle Pelicot.
Ao longo das 15 semanas seguintes, a fama dela como uma vítimazahrada k pronajmu zebetinestupro que se recusou a ter vergonha cresceu vertiginosamente.
Quando ela deixou o tribunal na quinta-feira (19/12), uma multidãozahrada k pronajmu zebetinpessoas gritava seu nome ezahrada k pronajmu zebetinfoto estava nas primeiras páginaszahrada k pronajmu zebetinjornais do mundo inteiro.
Uma toneladazahrada k pronajmu zebetincocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
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Ela é agora talvez uma das mulheres mais conhecidas da França. Isso significa que, embora tenha paradozahrada k pronajmu zebetinusar o sobrenome do marido, será impossível para ela retornar ao anonimato que a serviu tão bem enquanto tentava reconstruir uma vida após a revelação dos crimes cometidos pelo companheiro.
Gisèle não é a primeira pessoa cujo sofrimento inimaginável a transformouzahrada k pronajmu zebetinum ícone.
Com grande custo pessoal, ela se tornou o símbolozahrada k pronajmu zebetinuma luta que nunca escolheu.
Parece improvável, então, que ela queira se tornar uma ativista declarada contra a violênciazahrada k pronajmu zebetingênero ou uma figura feminista proeminente.
Em vez disso, ela pode voltar ao que sempre a deu consolo: música, longas caminhadas, chocolate e os sete netos.
"No início do julgamento, ela disse: 'Se eu durar duas semanas, será muito.' No final, ela conseguiu aguentar três meses e meio", relatou Stephane Babonneau, advogado que representou Gisèle.
"Agora, ela estázahrada k pronajmu zebetinpaz e aliviada que tudo acabou", acrescentou ele.
2. O que realmente aconteceu com Caroline?
Dias depois que os crimeszahrada k pronajmu zebetinDominique Pelicot vieram à tona,zahrada k pronajmu zebetinfilha Caroline Darian foi à delegacia e teve acesso a fotoszahrada k pronajmu zebetinuma mulher aparentemente inconsciente vestida com uma lingerie desconhecida.
Mais tarde, ela disse quezahrada k pronajmu zebetinvida "parou" quando percebeu que olhava para fotoszahrada k pronajmu zebetinsi mesma.
O pai sempre negou ter tocado nela, mas Caroline — cuja angústia e devastação eram aparenteszahrada k pronajmu zebetinmuitas sessões judiciais — disse que nunca acreditaria nele e o acusouzahrada k pronajmu zebetinolhar para ela "com olhos incestuosos".
Mas a faltazahrada k pronajmu zebetinprovas do abuso que Caroline está convencida ter sofrido a levou a dizer que ela é "a vítima esquecida" do julgamento.
Esse pontozahrada k pronajmu zebetinvista visivelmente se infiltrou no relacionamento que ela tem com a mãe.
Em suas memórias — publicadas após a prisãozahrada k pronajmu zebetinseu pai — Carolina acusou Gisèlezahrada k pronajmu zebetinnão mostrar apoio suficiente e implicitamente ficar do lado do ex-marido estuprador.
Embora Gisèle e os filhos sempre tenham se sentado lado a lado no tribunal, muitas vezes aos sussurros, houve sinais do preço que o julgamento teve no relacionamento familiar.
Na sexta-feira (20/12), o irmãozahrada k pronajmu zebetinCaroline, David, destacou — como já havia feito antes — que o julgamento não foi apenas sobre Gisèle, mas sobre toda a "família aniquilada".
"Nós, os filhos, nos sentimos esquecidos", disse ele.
"Honestamente, sinto que, embora nossos advogados tenham feito um trabalho notável na defesazahrada k pronajmu zebetinnossa mãe, fomos pouco levadoszahrada k pronajmu zebetinconsideração."
Em suas memórias, Caroline lamentou a "negaçãozahrada k pronajmu zebetinGisèle como um mecanismozahrada k pronajmu zebetinenfrentamento".
"Por causa do meu pai", ela escreveu, "agora estou perdendo a minha mãe."
3. Quantos réus vão entrar com recursos?
Alémzahrada k pronajmu zebetinDominique, todas as penaszahrada k pronajmu zebetinprisão impostas aos réus foram menores do que os promotores haviam exigido no início do processo.
Vários advogadoszahrada k pronajmu zebetindefesa estavam visivelmente satisfeitos, o que significa que é improvável que eles incentivem seus clientes a apelar contra as sentenças.
Um homem chamado Jean-Pierre Maréchal pegou 12 anoszahrada k pronajmu zebetinprisão — cinco a menos do que os promotores haviam defendido — e seu advogado Patrick Gontard disse à BBC que estava "forazahrada k pronajmu zebetinquestão" uma apelação futura.
Os meses ou anos que os homens passaramzahrada k pronajmu zebetinprisão preventiva contarão para o total da sentença, o que significa que alguns podem ser libertadoszahrada k pronajmu zebetinbreve se tiverem cumprido a pena mínima.
Um homem que enfrentaria 17 anoszahrada k pronajmu zebetindetenção acabou condenado a oito anos — e seu advogado Roland Marmillot disse à BBC que, como ele já havia passado vários anos no sistema prisional, é provável que seja libertadozahrada k pronajmu zebetinbreve.
Ainda assim, na manhã após o encerramento do julgamento, dois homens presos por oito anos já haviam apresentado recursos contra a decisão da corte.
Espera-se que mais pedidos do tipo acontençam nos próximos dez dias — o períodozahrada k pronajmu zebetinque esses recursos podem ser apresentados pela defesa.
4. Do que mais Dominique Pelicot poderia ser culpado?
Dominique Pelicot admitiu ter agredido e tentado estuprar uma corretora imobiliáriazahrada k pronajmu zebetin23 anos, conhecida pelo pseudônimo Marion, nos subúrbioszahrada k pronajmu zebetinPariszahrada k pronajmu zebetin1999.
Um pano impregnado com éter foi colocado sobre a boca da vítima, mas ela conseguiu lutar contra o agressor e fugir.
Foi somentezahrada k pronajmu zebetin2021, depois que Dominique foi preso pelos crimes que infligiu à esposa Gisèle, que o DNA dele foi cruzado com uma partículazahrada k pronajmu zebetinsangue encontrada no sapatozahrada k pronajmu zebetinMarion — e ele admitiu a culpa nesse outro caso também.
No entanto, Dominique negou qualquer responsabilidadezahrada k pronajmu zebetinoutro caso arquivado — o estupro e o assassinatozahrada k pronajmu zebetinuma jovem corretora imobiliária, Sophie Narme,zahrada k pronajmu zebetin1991, para o qual não há registroszahrada k pronajmu zebetinDNA.
Os investigadores argumentaram que os dois casos apresentam muitas semelhanças para serem meras coincidências.
Outros casos arquivados com modus operandi semelhantes também estão sendo analisados novamente pelos investigadores franceses.
5. O julgamento representará um pontozahrada k pronajmu zebetinvirada?
"Haverá um 'antes' e um 'depois' do julgamentozahrada k pronajmu zebetinPelicot", declarou um homem parisiense à BBC nos primeiros dias das sessões na corte.
Para muitos, esse sentimento só cresceu nos últimos meses, durante os quais a intensa cobertura da mídia sobre o julgamentozahrada k pronajmu zebetinPelicot gerou inúmeras conversas sobre estupro, consentimento sexual e violênciazahrada k pronajmu zebetingênero.
"O que precisamos fazer é ter sentenças muito, muito mais duras", disseram Nicolas e Mehdi, dois moradoreszahrada k pronajmu zebetinMazan — a vila onde os Pelicots viviam — à BBC.
Eles disseram que ficaram "enojados" quando descobriram que um dos réus era um homem com quem jogaram futebol.
"Com sentenças mais longas, eles pelo menos pensarão duas vezes anteszahrada k pronajmu zebetinfazer coisas assim", disseram os entrevistados, acrescentando que era "loucamente injusto" que alguns dos homens pudessem sair da prisão nos próximos meses.
Vale a pena notar, no entanto, que o riscozahrada k pronajmu zebetinser condenado à prisão durante 20 anos por estupro agravado (como prevê a lei francesa atual) não impediu Dominique Pelicotzahrada k pronajmu zebetinoferecer a esposa inconsciente para ser estuprada por estranhos que ele conheceu na internet.
Nos últimos meses, foram feitos diversos apelos para reformar a legislação francesa sobre estupro com o objetivozahrada k pronajmu zebetinincluir conceitoszahrada k pronajmu zebetinconsentimento sexual.
No entanto, o debate estagnou e exigirá um trabalho considerável no atual parlamento francês, que está bastante dividido.
Alguns argumentaram que as escolas têm a responsabilidadezahrada k pronajmu zebetinensinar melhor as novas gerações sobre sexo, amor e consentimento.
Béatrice Zavarro, advogadazahrada k pronajmu zebetinDominique Pelicot, declarou acreditar que "a mudança não virá do Ministério da Justiça, mas do Ministério da Educação".
Françoise, que mora no mesmo bairrozahrada k pronajmu zebetinGisèle e Dominique Pelicot, disse à BBC que acha que é preciso encontrar uma maneirazahrada k pronajmu zebetindiminuir a distância entre o que as crianças aprendem nas escolas e o tipozahrada k pronajmu zebetinmaterial ao qual elas têm acesso no mundo virtual.
"Os jovens são muito expostos ao sexo na internet e, ao mesmo tempo, as escolas são muito pudicas", disse ela.
"As escolas deveriam ser muito mais abertas e francas para corresponder e explicar o que as crianças veem."
Todos esses debates revelam que, embora possa levar tempo até qualquer mudança tangível, uma conversa mais ampla já começou a acontecer. E ela continuará até que não existam mais perguntas sem respostas.