Sem ministras, Brasil perde 22 posiçõesbonus 100 1xbetrankingbonus 100 1xbetigualdadebonus 100 1xbetgênero:bonus 100 1xbet

  • Marina Wentzel
  • De Basileia (Suíça) para a BBC Brasil
Temer e ministros

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Temer escolheu apenas homens para os ministérios

A ausênciabonus 100 1xbetmulheres no comandobonus 100 1xbetministérios do governo do presidente interino Michel Temer pode levar o Brasil a despencar 22 posições no rankingbonus 100 1xbetigualdadebonus 100 1xbetgênero do Forum Econômico Mundial.

O ranking, conhecido como Índice Globalbonus 100 1xbetDesigualdadebonus 100 1xbetGênero, é publicado anualmente - a próxima edição deve ser divulgada no segundo semestre deste ano.

A pedido da BBC Brasil, a organização calculou o impacto imediatobonus 100 1xbetum gabinete composto somente por homens na posição do Brasil na lista, e constatou que este cairia da 85ª posição para a 107ª no cômputo geral.

Se todos os outros parâmetros se mantivessem estáveis, "somente a mudança no gabinete faria a posição do Brasil despencarbonus 100 1xbet85 para 107 dentre os 145 países, e no nosso sub-índicebonus 100 1xbetEmpoderamento Políticobonus 100 1xbet89 para 139" afirmou Saadia Zahidi, chefe para Iniciativasbonus 100 1xbetGênero e Emprego do Fórum.

A queda relativamente brusca se deve ao fatobonus 100 1xbetser raro, atualmente, um país não possuir pelo menos uma mulher dirigindo um ministério. "Observamos todos os países do nosso estudo e há apenas quatro onde existem mais mulheres do que homensbonus 100 1xbetposições ministeriais, por outro lado, há também apenas cinco onde o númerobonus 100 1xbetmulheres ministras é zero".

Tomando-se por base os dados citados por Zahidi, o Brasil entraria para o seleto clube dos países sem ministras ao ladobonus 100 1xbetBrunei, Hungria, Arábia Saudita, Paquistão e Eslováquia.

Estudo

O Índice Globalbonus 100 1xbetDesigualdade utiliza dadosbonus 100 1xbetpesquisasbonus 100 1xbetpercepção ebonus 100 1xbetanálises cedidos por várias organizações internacionais (como a Organização Internacional do Trabalho, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Organização Mundial da Saúde) para avaliar a situação das mulheres na sociedade, subdividindo-sebonus 100 1xbetcategorias como Participação Econômica e Oportunidade; Conquista Educacional; Saúde e Sobrevivência; e Empoderamento Político.

É nesse último quesitobonus 100 1xbetque a ausênciabonus 100 1xbetmulheres no gabinetebonus 100 1xbetgoverno tem maior impacto - fazendo o Brasil cair 50 posições. O cálculo levabonus 100 1xbetconta números atualizados e fornecidos pela União Interparlamentar, organização que agrega dadosbonus 100 1xbetgovernos do mundo todo.

Protesto

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Protestobonus 100 1xbetmulheres contra o governo Michel Temer

A fórmula que avalia o nívelbonus 100 1xbetEmpoderamento Político baseia-se na quantidadebonus 100 1xbetmulheres para homensbonus 100 1xbetposições ministeriais e no Parlamento. Também é levadobonus 100 1xbetconsideração o tempo que o cargo mais alto do país (presidência ou primeiro ministro) permaneceu ocupado por mulheres nos últimos 50 anos.

No relatório do ano passado -bonus 100 1xbetque aparece na 85ª colocação geral - o Brasil teve bom desempenho nos quesitos Conquista Educacional e Saúde e Sobrevivência atingindo a pontuação máximabonus 100 1xbetigualdade. Decepcionou, porém, nos outros dois quesitos, Participação Econômica e Oportunidades e Empoderamento Político.

"O Brasil regrediu levemente, caindo 14 posições desde 2014. Isso se dá possivelmente porque houve queda no númerobonus 100 1xbetmulheresbonus 100 1xbetposiçõesbonus 100 1xbetministérios (de 26% para 15%)", afirma o documento.

Entre 1990 e 2015, o Brasil teve 34 ministras. Dessas, 18 estiveram à frentebonus 100 1xbetpastas durante o períodobonus 100 1xbetque Dilma Rousseff foi presidente (2011-2016),bonus 100 1xbetacordo com dados publicados pela estatalbonus 100 1xbetcomunicações EBC.

Mulheres no poder

Para Zahidi, a ausênciabonus 100 1xbetmulheres no poder é sintoma da faltabonus 100 1xbetpolíticas que estimulem oportunidades iguais - e não da faltabonus 100 1xbetcapital humano.

"Já faz muito tempo que a América Latina superou a discrepância educacional entre homens e mulheres. Há 20, 30 anos,bonus 100 1xbetalguns países elas já eram a maioria a se formarbonus 100 1xbetuniversidades (…) Essa forçabonus 100 1xbettrabalho extremamente hábil são mulheresbonus 100 1xbet40 e 50 anos, que não ocupam posiçõesbonus 100 1xbetliderança."

"Então, alguma coisa deu errado no meio do caminho. Elas não foram integradasbonus 100 1xbetposiçõesbonus 100 1xbetliderança como deveriam ter sido, considerando o potencial que representam".

"As mudanças que precisavam acontecer nas estruturas institucionais simplesmente não aconteceram. O ambientebonus 100 1xbetpolíticas necessárias não aconteceu", lamenta.

Dividendos da diversidade

Zahidi aponta para pesquisas que revelaram que "a desigualdade (entre gêneros) é menorbonus 100 1xbetpaíses onde mais mulheres estão engajadasbonus 100 1xbettomadasbonus 100 1xbetdecisões políticas".

"Além disso, estudos mostraram que mulheres tendem a defender investimentosbonus 100 1xbetáreas diferentes do que homens, produzindo resultados mais democráticos na distribuiçãobonus 100 1xbetrecursos", afirma.

"Isso é semelhante ao chamado 'dividendo da diversidade'bonus 100 1xbetnegócios, quando equipes tomam decisões melhores por meiobonus 100 1xbetuma variedadebonus 100 1xbetperspectivas", explica Zahidi.

Um estudo da empresabonus 100 1xbetconsultoria McKinsey divulgadobonus 100 1xbetjaneirobonus 100 1xbet2015 revelou que empresas com uma forçabonus 100 1xbettrabalho mista, compostabonus 100 1xbethomens e mulheresbonus 100 1xbetdiferentes raças, registram lucros 35% superiores às empresas onde não há o "dividendo da diversidade".

"Nas nossas pesquisas notamos a correlação entre a representação políticabonus 100 1xbetmulheres fortes e o aumento na participaçãobonus 100 1xbetmulheres na forçabonus 100 1xbettrabalho, por vezes devido a um efeitobonus 100 1xbet'modelo', que inspira meninas e mulheres a se tornarem engajadasbonus 100 1xbetambas atividades políticas e econômicas", concluiu Zahidi.

Foto: Enamat

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Flavia Piovesan assumirá secretaria que ficará sob guarda-chuva do Ministério da Justiça

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Fim do Podcast

Assim que anunciou seu gabinete, Temer foi criticado pela ausênciabonus 100 1xbetmulheres.

Diversas personalidades do mundo artístico foram sondadas para a pasta da Cultura - "rebaixada" para Secretaria - e teriam se recusado a ocupar a posição.

Ela acabou sendo assumida por Marcelo Calero, depoisbonus 100 1xbetrecuperar o statusbonus 100 1xbetMinistério.

Entre as poucas mulheres que acabaram com cargos importantes no governo estão a executiva Maria Silvia Bastos, ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, designada para a chefia do Banco Nacionalbonus 100 1xbetDesenvolvimento Econômico e Social, BNDES; a Chefe do Gabinete Presidencial, Narabonus 100 1xbetDeus, e Secretáriabonus 100 1xbetDireitos Humanos, Flávia Piovesan.

Em entrevista à BBC Brasil Piovesan ressaltou que "nunca houve antes uma mulher no BNDES", e que isso seria um meio "muito importante para o exercício do poder". Mas reconheceu que era pouco apenas a presençabonus 100 1xbetambas no governo. "Claro. Tem que avançar e espero que avancemos".