Por que vou mandar cinzas do meu filho para a Lua:www globoesporte

Liam, um adolescente cheiowww globoesporteenergia e que sempre parecia estar com pressa, segundo seus familiares, sonhavawww globoesporteparticiparwww globoesporteuma missão a Marte quando fosse mais velho, ouwww globoesportese envolverwww globoesporteum negóciowww globoesportemineraçãowww globoesporteasteroides.

Numa tarde, anos após a morte do jovem, Nadine se lembrou do amor dele pelo espaço, começou a fazer pesquisas na internet e deparou-se com o novo serviço funerário lunar.

Agora, uma parte das cinzaswww globoesporteLiam estará a bordo da sonda lunar Peregrine quando ela pousar no próximo ano.

Nadine afirma que fazer com que seu filho fizesse parte da missão ajudou no processowww globoesportecura da família, e este localwww globoesportedescanso único lhes dará uma maneira permanentewww globoesportese lembrar dele.

"Ele queria ir para o espaço. Assimwww globoesportefamília, amigos, quem sente falta dele ou quer celebrá-lo, pode simplesmente olhar para cima e dizer oi", diz a mãe do adolescente.

"É como se nós o honrássemos."

Sonhowww globoesporteinfância

Para Charles Chafer, diretor-executivo da empresa que oferece o serviço, o lado humano do negócio é tão importante quanto a ciência dos foguetes.

"Quando fundei a empresa, pensei que seríamos uma companhia aeroespacial", disse ele. "Mas aprendi muito cedo que somos uma empresawww globoesporteaconselhamentowww globoesporteluto."

Depoiswww globoesportecrescer assistindo às missões Apollo quando era estudante, ele começou uma carreira na indústria espacial comercial, inclusive ajudando a lançar o primeiro foguete comercial com financiamento privado.

Em 1995, fundou a Celestis, que já havia lançadowww globoesporteórbita amostraswww globoesportecinzas ou DNAwww globoesportepessoas. Para a missão lunar, a empresa comprou espaço na sonda Peregrine, cuja principal missão é pousar experimentos científicos na Lua.

O novo serviço, disse Chafer, custa aproximadamente "o valorwww globoesporteum funeral tradicional nos EUA", cercawww globoesporteUS$ 13 mil (R$ 63 mil).

"Os custos do foguete são uma parcela surpreendentemente pequena", acrescentou. "A maior parte é que é um negócio intensamente orientado para serviços."

Seu amor pela ciência o levou para a indústria, mas agora ele gostawww globoesporteajudar famílias a lidar com tragédias e acha especialmente gratificante que o serviço possa levar alegria para pessoas com doenças terminais.

Ele diz que sempre se emociona com quem diz: "Papai não sorriu muito nos últimos dias, mas quando lhe contamos o que faríamos por ele, ele sorriu pelo resto da vida."

"Não há muitos empregos onde você receba esse tipowww globoesporteretorno."

100 mil anos

Michael Clive lembra-se do momentowww globoesporteque disse ao pai, Alan – então gravemente doente com câncer –, que estava planejando enviar partewww globoesportesuas cinzas para a Lua.

"Apesarwww globoesportetoda a medicação, conseguimos falar isso para ele", conta.

"Quando eu disse ao meu pai que enviaríamos as cinzas dele para a Lua, ele sorriu e disse: 'Bem, isso parece legal.'"

Ler ficção científica quando menino na décadawww globoesporte1950 deu a Alan um amor eterno e Michael se lembra da família assistindo Jornada nas Estrelas: A Nova Geração juntos, com ele e a irmã descrevendo os eventos na tela para Alan, que era cego.

O pai dele também esteve envolvidowww globoesportegruposwww globoesporteeducação espacial, incluindo a Sociedade Planetária e o Centro Challenger, e através deles Clive e Alan conheceram Eugene Shoemaker.

No momento, o famoso astrônomo e geólogo, falecidowww globoesporte1997, é a única pessoa que tem suas cinzas na Lua.

Partewww globoesporteseus restos mortais estavawww globoesporteuma sonda da Nasa que caiu deliberadamente na Lua para que o impacto pudesse ser estudado pelos cientistas.

Michael está feliz que as cinzaswww globoesporteseu pai cheguemwww globoesporteum pouso mais suave e convencional, e a superfície estéril e livrewww globoesporteintempéries da Lua significa que elas podem permanecer ali sem serem perturbadas por milênios.

"Em mil anos, ele ainda estará lá, ewww globoesporte10 mil anos provavelmente ainda estará lá, e talvez atéwww globoesporte100 mil anos."

"Não há muita coisa que possa realmente durar tanto Terra."

Ele espera que, quando seus filhos crescerem, um dia possam voar até a Lua para visitar o avô, se novas tecnologias tornarem as viagens espaciais mais rotineiras.

Num futuro menos distante, Nadine está ansiosa para assistir ao lançamento da sonda Peregrine com seu marido Sanjiv e os quatro irmãoswww globoesporteLiam.

"Se Liam pudesse ver o que estamos fazendo por ele, ele ficaria feliz", diz ela.

"Ele ficaria lisonjeado porque gostawww globoesporteum poucowww globoesporteatenção, mas não muito."

“O lançamento fará parte do nosso processowww globoesportecura ewww globoesporteluto", acrescentou ela.

“Será um momento feliz. Sei que haverá lágrimas com certeza, mas serão lágrimaswww globoesportefelicidade."