Os relatoscopa são paulo futebol júniorquem ficou obcecado por pornografia: 'Não conseguia pararcopa são paulo futebol júniorassistir':copa são paulo futebol júnior

"Percebi que havia um problema quando não tinha energia para fazer nada", diz ele, que compartilhoucopa são paulo futebol júniorhistóriacopa são paulo futebol júnioruma nova série da BBC, chamada Sex After, disponívelcopa são paulo futebol júnioringlês.

"Eu não queria jogar futebol, só queria estar dentrocopa são paulo futebol júniorcasa", diz. "Mas havia a culpa e a vergonha que vieram com isso, e não importa o que eu tentasse fazer, não conseguia pararcopa são paulo futebol júniorassistir. Foi quando eu soube que havia algo acontecendo."

Embora nem todo mundo que assiste pornografia desenvolva um relacionamento prejudicial com ela, Shaun não está sozinhocopa são paulo futebol júniorseus hábitos.

No Reino Unido, onde ele vive, 29% dos adultos acessaram pornografia onlinecopa são paulo futebol júniormaiocopa são paulo futebol júnior2024, segundo o relatório Online Nation 2024 do Ofcom, o órgão regulador dos serviçoscopa são paulo futebol júniorcomunicação.

Além disso, uma nova pesquisa do centrocopa são paulo futebol júniortratamentocopa são paulo futebol júniordependência UKAT sugere que milhõescopa são paulo futebol júniorbritânicos veem pornografia regularmente - com 1,8 milhão assistindo diariamente, alguns várias vezes ao dia.

De acordo com instituições que oferecem tratamento, mais pessoas estão procurando ajuda para o uso problemáticocopa são paulo futebol júniorpornografia.

Paula Hall, psicoterapeuta sexual ecopa são paulo futebol júniorrelacionamento que atuacopa são paulo futebol júniorLondres, é especializadacopa são paulo futebol júniorajudar pessoas afetadas pelo víciocopa são paulo futebol júniorsexo e pornografia.

"O númerocopa são paulo futebol júniorclientes que procuram ajuda com problemascopa são paulo futebol júniorpornografia no The Laurel Center duplicou nos últimos anos, assim como os nossos pedidoscopa são paulo futebol júniorformação adicional por parte dos profissionaiscopa são paulo futebol júniorsaúde", disse ela à BBC.

Hall explica que eles também têm visto um número crescentecopa são paulo futebol júniorpessoas mais jovens procurando ajuda.

"Há dez anos, a maioria dos nossos clientes eram homens casados, na faixa dos 40 e 50 anos, que procuravam ajuda porque a pessoa parceira descobriu que eles recorrem a profissionais do sexo", diz ela.

"Mas cada vez mais, nossos clientes estão na faixa dos 20 e 30 anos, muitos dos quais são solteiros, e reconhecem o impacto crescente do usocopa são paulo futebol júniorpornografiacopa são paulo futebol júniorsuas vidas e emcopa são paulo futebol júniorcapacidadecopa são paulo futebol júniorobter ou manter um relacionamento".

No Brasil, um estudo conduzido pelo Institutocopa são paulo futebol júniorPsiquiatria da Faculdadecopa são paulo futebol júniorMedicina da Universidadecopa são paulo futebol júniorSão Paulo apontou que,copa são paulo futebol júniormédia, os brasileiros começam a consumir pornografia aos 12 anos, segundo reportagem do portal UOL.

A pesquisa, que teve a participaçãocopa são paulo futebol júnior3.650 brasileiros com idade médiacopa são paulo futebol júnior45 anos, apontou ainda que os entrevistados viram pornografia,copa são paulo futebol júniormédia,copa são paulo futebol júnior2 a 3 vezes por semana nos últimos 12 meses.

'Depois que você começa, é muito difícil parar'

Lee Fernandes, terapeuta-chefe do Grupo UKAT, também diz que o númerocopa são paulo futebol júniorpessoas que tratam por uso problemáticocopa são paulo futebol júniorpornografia aumentou "significativamente" nos últimos anos.

Eles agora recebem vários pedidoscopa são paulo futebol júniorajudacopa são paulo futebol júniorpessoas que lutam contra o usocopa são paulo futebol júniorpornografia todos os dias. Antescopa são paulo futebol júnior2020, eram uma ou duas consultas por semana.

Fernandes explica que os avanços na tecnologia e a consequente facilidadecopa são paulo futebol júnioracesso à pornografia estão facilitando o acessocopa são paulo futebol júniorpessoascopa são paulo futebol júniortodas as idades a conteúdo sexual online. Ele acredita que isso está contribuindo para o aumentocopa são paulo futebol júniorpessoas que procuram ajuda.

"Não é muito difícil para alguém pegar o telefone, entrarcopa são paulo futebol júniorum site e ver pornografia, seja com 12 ou 60 anos", diz ele. "É bastante preocupante."

Segundo Fernandes, outros motivos para as pessoas assistirem pornografia online incluem curiosidade, tédio, alívio do estresse e faltacopa são paulo futebol júniorsatisfação sexual.

Embora o usocopa são paulo futebol júniorpornografia possa começar por esses motivos, Fernandes o descreve como "muito viciante".

"Ele aciona o sistemacopa são paulo futebol júniorrecompensa da dopamina”, explica ele. "Depois que você começa, é muito difícil parar."

'A pornografia não está mais confinada a sites adultos dedicados ao tema'

No entanto, embora o uso problemáticocopa são paulo futebol júniorpornografia tenha característicascopa são paulo futebol júniorum vício, ele não é reconhecido como talcopa são paulo futebol júniortermoscopa são paulo futebol júniordiagnóstico. Em vez disso, é categorizado como uso prejudicialcopa são paulo futebol júniorpornografia online ou comportamento compulsivo.

Para as pessoas que desenvolvem essa relação com a pornografia, os efeitos podem ser negativos.

E para os mais jovens, que crescem com conteúdo gratuito e forte ao seu alcance, o impacto da grande exposição precoce pode sercopa são paulo futebol júniorgrande alcance.

Uma pesquisa recente do Comissário das Crianças para a Inglaterra descobriu que,copa são paulo futebol júnior2023, 10% das crianças tinham visto pornografia aos nove anoscopa são paulo futebol júnioridade e 27% tinham visto pornografia aos 11 anos.

"Os jovens nos dizem a nós que acopa são paulo futebol júniorexposição à pornografia é generalizada e normalizada – sendo a idade médiacopa são paulo futebol júniorque as crianças veem pornografia pela primeira vez aos 13 anos", disse Rachelcopa são paulo futebol júniorSouza, atual Comissária da Criança, à BBC.

"A pornografia já não está confinada a sites dedicados a adultos – as crianças dizem-me que podem ver conteúdo violento, retratando atos sexuais coercivos, degradantes ou indutorescopa são paulo futebol júniordor nas redes sociais.

"As implicaçõescopa são paulo futebol júniorver este tipocopa são paulo futebol júniormaterial são vastas – a minha pesquisa descobriu que os usuários frequentescopa são paulo futebol júniorpornografia têm maior probabilidadecopa são paulo futebol júniorse envolveremcopa são paulo futebol júnioratos sexuais fisicamente agressivos".

Souza acrescenta que é “vital” que o relacionamentocopa são paulo futebol júnioralta qualidade e a educação sexual tenham paridadecopa são paulo futebol júniorimportância com outras disciplinas para ajudar os jovens a compreender que a pornografia não é realista.

Silva Neves, psicoterapeuta especializado no tratamentocopa são paulo futebol júniorcomportamentos sexuais compulsivos, concorda que ver pornografiacopa são paulo futebol júnioridade jovem pode ter um impacto negativo.

No entanto, sublinha que a faltacopa são paulo futebol júnioreducação sexualcopa são paulo futebol júniorqualidade para os jovens leva-os a procurar informação noutros lugares.

"Eles então verão vulvas sem pelos e pêniscopa são paulo futebol júnior20cm", diz. "Eles verão relações sexuais duras que duram 30 minutos e engasgos, e todas essas coisas, e vão pensar, ‘ok, então isso é sexo’. Mas é muito mais fácil apontar o dedo para a pornografia e dizer que a pornografia é o problema."

Courtney Daniella Boateng,copa são paulo futebol júnior26 anos, começou a assistir pornografia quando estava na escola primária.

Para ela, isso foi motivado,copa são paulo futebol júniorparte, pela faltacopa são paulo futebol júnioreducação sexual adequada à disposição dela.

Ela explica que suas aulas na escola eram focadas na biologia da reprodução, e não na experiência do sexo.

Diz, ainda, que o tabu que parecia existircopa são paulo futebol júniortorno do tema tornava ainda mais fascinante tentar entender o assunto.

“Acabei procurando vídeoscopa são paulo futebol júniorsexo”, explica ela. "Era uma porta muito larga que acabavacopa são paulo futebol júniorse abrir para um mundo totalmente novo."

Expectativas irreais

Courtney começou assistindo esporadicamente, às vezes nos finaiscopa são paulo futebol júniorsemana ou ocasionalmente antes da escola. Mas depois, ela diz, isso passou a acontecer quase todos os dias.

"Foi quando comecei a perceber que isso estava tendo um efeito negativo sobre mim, por fazer com muita frequência."

Courtney perdeu a virgindade quando tinha 18 anos – um momento que ela descreve como "terrível".

"Nunca pareceu que a vida real correspondesse ao hype de quando assistia pornografia ou me masturbava", diz ela.

Courtney finalmente percebeu que tinha uma dependência prejudicialcopa são paulo futebol júniorrelação à pornografia.

"Eu sempre me pegava lutando para saber se realmente conseguiria parar e isso literalmente me deixaria com uma sensaçãocopa são paulo futebol júniorimpotência", disse ela.

Ela paroucopa são paulo futebol júniorassistir pornografia aos 20 anos e decidiu se tornar celibatária. Junto com o noivo, eles se comprometeram com a abstinência até o casamento.

Para Shaun, seu hábito excessivocopa são paulo futebol júniorconsumocopa são paulo futebol júniorpornografia o levou a ficar “exausto”copa são paulo futebol júniorse masturbar.

“Acho que o papel que [a pornografia] teve que desempenhar foi distorcer meu sensocopa são paulo futebol júnioridentidade e me causar uma dismorfiacopa são paulo futebol júniorrelação ao sexo, ou ao meu corpo, ou ao meu pênis”, diz ele.

No entanto, os especialistas afirmam que é importante reconhecer que, para muitas pessoas, é possível ter uma relação saudável com a pornografia.

Para alguns, pode até haver benefícios.

Por exemplo, uma pesquisa conduzida pelo British Board of Film Classification (BBFC) sugere que a pornografia proporciona uma formacopa são paulo futebol júnioros jovens que não têm certeza dacopa são paulo futebol júniorsexualidade se compreenderem melhor.

"Devemos lembrar que uma relação pouco saudável com a pornografia só ocorre quando o indivíduo perde o podercopa são paulo futebol júniorescolha, não consegue viver normalmente no dia a dia sem assistir pornografia", conclui Fernandes.

"Pedimos a qualquer pessoa que pense que se enquadra nesta categoria que procure ajuda profissional."

Courtney diz que a situação vivida por ela deixou muitos desafios.

"Tive que aprender o que era sexo realista. Tive que aprender a amar meu corpo e não compará-lo com o corpocopa são paulo futebol júnioroutras mulheres. Tive que aprender a amar e a não objetificar as pessoas, homens e mulheres. E não apenas vê-los como objetos sexuais, mas realmente vê-los como pessoas. Se eu pudesse retroceder o relógio, não teria iniciado."

Para Shaun, deixarcopa são paulo futebol júniorconsumir pornografia foi uma das "melhores decisões" que já tomou.

"O vício me fez perder conexões e agora estou tentando me conectar com pessoas que amo e com quem realmente me importo", diz ele.

Reportagem adicionalcopa são paulo futebol júniorMichelle Barratt e Fiona Paus.