Ataque a escolas: os boatos no WhatsApp que criam pânico entre pais e alunos:limite de saque realsbet

No entanto, muitas das ameaças compartilhadaslimite de saque realsbetmensagenslimite de saque realsbet"alerta" são falsas, dizem as secretariaslimite de saque realsbetsegurançalimite de saque realsbetSão Paulo e Espírito Santo, Estados onde ataqueslimite de saque realsbetescolas nos últimos anos deixaram vítimas fatais.

E o compartilhamento desse conteúdo amplia o riscolimite de saque realsbetque agressões reais aconteçam.

Muitos usuários espalham os boatos com a intençãolimite de saque realsbetalertar amigos, colegas e parentes - algo que tanto pesquisadores dedicados ao tema quanto a polícia indicam que não deve ser feito.

A Secretarialimite de saque realsbetSegurançalimite de saque realsbetSão Paulo (SSP-SP) afirma que todos os casoslimite de saque realsbetameaça são investigados e que as diretorias das unidadeslimite de saque realsbetensino estãolimite de saque realsbetalerta elimite de saque realsbetcontato com a Polícia Militar. A secretaria pede ainda que o público pense duas vezes anteslimite de saque realsbetcompartilhar boatos não confirmados.

“É importante salientar que o consenso entre especialistas é que a divulgaçãolimite de saque realsbetimagens ou informaçõeslimite de saque realsbetum atentado serve para fomentar novos casos, no que é conhecido como ‘efeito contágio’”, diz a SSP-SP.

“Da mesma forma, percebe-se que a divulgaçãolimite de saque realsbetameaças (muitas das quais não passamlimite de saque realsbetboatos) tem seguido o mesmo comportamento. Quanto mais se noticia, mais casos surgem.”

Ou seja, espalhar boatos sobre ameaçaslimite de saque realsbetataques que não são reais pode ter o efeito indesejadolimite de saque realsbetincentivar uma agressão verdadeira.

A advogada Ana Paula Siqueira, especialistalimite de saque realsbetdireito digital, ressalta que as pessoas que espalham um conteúdo duvidoso também têm responsabilidade por ele.

“Quem compartilha uma notícia falsa comete o mesmo crimelimite de saque realsbetquem criou aquele conteúdo”, diz ela.

“Se tem um vídeo com uma mentira, por exemplo,limite de saque realsbetque tem uma bombalimite de saque realsbetum estádiolimite de saque realsbetfutebol, e isso gerar pânico, pessoas forem pisoteadas... Quem compartilha a notícia falsa também pode ser responsabilizado por esse dano.”

Consultado pela BBC News Brasil, o WhatsApp diz as mensagens são criptografadas e por isso a plataforma não acessa o conteúdo trocado pelos usuários e nem faz moderaçãolimite de saque realsbetconteúdo.

No entanto, a empresa afirma que usuários devem reportar condutas inapropriadas por meio da opção “Denunciar”, disponível no menu do aplicativo (Menu > Mais > Denunciar), ou enviando um email para support@whatsapp.com.

A plataforma diz ainda que "conteúdos ilícitos também devem ser denunciados para as autoridades policiais competentes" e que coopera ativamente com as autoridades "fornecendo dados disponíveislimite de saque realsbetresposta às solicitaçõeslimite de saque realsbetautoridades públicas elimite de saque realsbetconformidade com a legislação aplicável."

O que está sendo compartilhado?

Embora a idolatria a atiradores aconteçalimite de saque realsbetfatolimite de saque realsbetcomunidadeslimite de saque realsbetadolescentes radicalizados, pesquisadores notaram neste mês, após os ataques recentes, um aumento expressivolimite de saque realsbetnovas contas e publicações que demonstram um comportamento diferente do que vinha sendo observadolimite de saque realsbetanoslimite de saque realsbetmonitoramento daquelas comunidades.

Isso leva à conclusãolimite de saque realsbetque não são esses adolescentes que estão por trás do novo conteúdo.

“A gente viu um aumentolimite de saque realsbetposts com um perfil totalmente diferente do postado pelos adolescentes (radicalizados), posts que fogem muito da dinâmica que encontramos nesses grupos”, afirma Letícia Oliveira, editora do site El Coyote, que monitora gruposlimite de saque realsbetadolescentes admiradoreslimite de saque realsbetautoreslimite de saque realsbetataques a escolas há 11 anos.

Oliveira é coautora do relatório sobre violência nas escolas entregue ao governolimite de saque realsbettransição no ano passado.

Para Oliveira, os adolescentes que participamlimite de saque realsbetcomunidadeslimite de saque realsbetadmiradoreslimite de saque realsbetagressores não estão por tráslimite de saque realsbetgrande parte das supostas ameaças circulandolimite de saque realsbetboatos nesta semana.

A pesquisadora aponta que muitas das supostas ameaças que estão sendo divulgadaslimite de saque realsbetpostagens alarmistas reutilizam as mesmas fotos, diversas delas retiradaslimite de saque realsbetsites como Pinterest ou do buscador Google Imagens. Uma imagem muito compartilhada mostra um facão e outras armas brancas, outra exibe uma fotolimite de saque realsbetum revólver.

“Quando os adolescentes (radicalizados) postam imagens que não são dos atiradores e agressores, normalmente são fanarts (desenhos feitos por fãs) feitas por eles mesmos ou fotoslimite de saque realsbetsi mesmos, não fotos do Pinterest", afirma Oliveira.

O conteúdo que surgiu com esse aumento repentinolimite de saque realsbetatividade online sobre ataques nas escolas também emprega uma linguagem muito diferente da usada pelos adolescentes, com gírias e formaslimite de saque realsbetfalar que lembram muito mais as usadas por facções criminosas.

“Normalmente, a linguagem usada nesses grupos (de adolescentes) é muito mais próxima dalimite de saque realsbetum fandom (grupolimite de saque realsbetfãs) adolescentelimite de saque realsbetartistas”, afirma Oliveira.

“Os perfislimite de saque realsbetadolescentes que monitoramos pararamlimite de saque realsbetusar certas hashtags a partir do momentolimite de saque realsbetque elas se tornaram conhecidaslimite de saque realsbetum público mais amplo.”

Pesquisadores apontam que o prestígio dos agressoreslimite de saque realsbetseus grupos sociais aumenta quanto maior a divulgação obtida e o númerolimite de saque realsbetvítimas, mas isso não significa que eles atuemlimite de saque realsbetforma conjunta ou participemlimite de saque realsbetuma “competição” - como dão a entender os boatos que estão sendo compartilhados agora.

“Esses adolescentes não atuam assimlimite de saque realsbetforma coordenada. Se articulam nessas comunidades, mas agem individualmente ou duplas”, afirma Oliveira.

O que dizem as autoridades?

Em uma entrevista coletiva na segunda-feira (10/4), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), falou quelimite de saque realsbetpasta está trabalhando para evitar qualquer ocorrência nas dataslimite de saque realsbetsupostos ataques citadas nos boatos.

“Até la muitas pessoas vão ser presas, muitas pessoas vão ser responsabilizadas”, afirmou o ministro.

“Muitos perfis serão derrubados, e tenho certezalimite de saque realsbetque Estados e municípios também estarão mobilizados. E as famílias dos estudantes também."

Na segunda-feira, o ministro se encontrou com representanteslimite de saque realsbetredes sociais para discutir o combate a comunidades online que incentivam ataques às escolas.

A respostalimite de saque realsbetum representante do Twitter foilimite de saque realsbetque o compartilhamentolimite de saque realsbetfotos dos agressores não violalimite de saque realsbetpolíticalimite de saque realsbetuso. A BBC News Brasil questionou a plataforma e, pela segunda vez, recebeu uma resposta automática com um emojilimite de saque realsbetfezes - como o Twitter tem feitolimite de saque realsbettodas as solicitações da imprensa.

O ministério divulgou depois que está preparando medidas para obrigar as plataformas a combater esse conteúdos que façam apologia à violência, mas não informou se o combate ao pânico gerado por boatos foi discutido na reunião com as redes sociais. Dino também afirmou que a pasta tem múltiplas iniciativas contra possíveis ameaças.

Em nota à reportagem, o TikTok afirma que está trabalhando "agressivamente para identificar e remover conteúdo que possa causar pânico ou validar farsas, incluindo a restriçãolimite de saque realsbethashtags relacionadas."

"Onde encontramos ameaças iminenteslimite de saque realsbetviolência, trabalhamos com as autoridades policiais,limite de saque realsbetacordo com nossas políticaslimite de saque realsbetrelacionamento com as autoridades locais", pontua a plataforma.

Aindalimite de saque realsbetnota, o TikTok diz que o "conteúdo que estimula o pânico" sobre ameaças potenciaislimite de saque realsbetviolências nas escolas "não tem absolutamente nenhum lugarlimite de saque realsbetnossa plataforma".

A Secretarialimite de saque realsbetSegurança Pública do Espírito Santo, um Estado onde houve um grave ataque no último ano, afirmou que acredita que as notícias que se propagaram nas redes sobre possíveis ataqueslimite de saque realsbetescolas locais são falsas e têm o objetivolimite de saque realsbetcausar pânico.

No entanto, a pasta informou que monitora os casos e usa os setoreslimite de saque realsbetinteligência para tentar identificar a origem dos boatos.

“Não há objetivamente nenhuma ameaça ou alerta concreto no momento”, disse um porta-voz da secretaria à BBC News Brasil. “No momentolimite de saque realsbetque houver, quem irá comunicar somos nós.”

O órgão enfatizou também a importância da atuação das redes sociais neste momento.

“Não há nenhuma razão para pânico. O que há é uma necessidadelimite de saque realsbetfortalecimento das ações do governo federal e dos estaduais. Neste momento, é decisivo o comportamento das plataformaslimite de saque realsbettecnologia”, afirmou a pasta.

A Secretarialimite de saque realsbetSegurança Públicalimite de saque realsbetSanta Catarina, onde ocorreu o ataque a uma crechelimite de saque realsbetBlumenau, disse estar preparando um material especial sobre os cuidados e a atenção que os pais devem ter. O documento será divulgadolimite de saque realsbetbreve.

Os boatos que circulamlimite de saque realsbetgrupos falam também sobre supostas ameaças feitas a universidades. Em um dos casos, a mesma foto com uma ameaçalimite de saque realsbetconteúdo neonazista foi compartilhadalimite de saque realsbetdiversos grupos como sendo uma imagem do campus de quatro universidades diferentes.

Às vezes, episódios reaislimite de saque realsbetviolência podem ser divulgadoslimite de saque realsbetgrupos como tendo sido atentados, sem que haja confirmação disso. Na segunda-feira, por exemplo, uma estudante da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) foi ameaçada por uma mulher com uma faca.

Alunos disseram ao jornal Tribuna Online que o episódio causou pânico entre alunos e professores. No entanto, segundo a Ufes, o caso foi um episódio isolado que não teve a ver com a universidade oulimite de saque realsbetcomunidade.

Um dos boatos dizia que a Universidade Estaduallimite de saque realsbetCampinas (Unicamp) teria cancelado as aulas, o que não é verdade. A Unicamp informou à BBC News Brasil que apura possíveis ameaças à universidade, mas diz que não houve nenhum caso concreto. Em razão disso, não suspendeu nenhuma das suas atividades.