Controvérsiaempresa bet365Lula com Israel ameaça ofuscar plano do Brasil para o G20?:empresa bet365

 Antony Blinken e Lula

Crédito, Adriano Machado/Reuters

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Lula se encontrou na quarta-feira com o secretárioempresa bet365Estado americano, Antony Blinken, emempresa bet365primeira visita ao Brasil

Essas reações ganharam destaque na imprensa internacional,empresa bet365um dos momentos mais estratégicos deste ano para o governo brasileiro.

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Esta é a primeira vez que o Brasil ocupa a presidência rotativa do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

O encontro desta quarta e quinta-feira (21/2 e 22/2), na Marina da Glória, reúne os chefes da diplomacia do grupo, entre eles o Secretárioempresa bet365Estado americano, Antony Blinken, emempresa bet365primeira visita ao Brasil, e o ministroempresa bet365Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.

Os ministros vão discutir os pontos que estarão na agenda oficial da Cúpulaempresa bet365Líderes do G20, marcada para 18 e 19empresa bet365novembro, também no Rioempresa bet365Janeiro.

Com a presença dos chefesempresa bet365governo e Estado, a reunião da cúpula é considerada o principal evento diplomático do Brasilempresa bet3652024.

"O fatoempresa bet365o Brasil sediar não só a cúpula,empresa bet365novembro, mas as reuniões preparatórias ao longo do ano, é uma oportunidade excelente para o presidente Lula relançar o Brasil como um paísempresa bet365liderança global,empresa bet365destaque internacional", diz à BBC News Brasil o cientista político Maurício Santoro, colaborador do Centroempresa bet365Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil.

"Depoisempresa bet365alguns anosempresa bet365ostracismo, dos conflitos do governo Bolsonaro, o Brasil estariaempresa bet365volta agora a um papel mais ativo na agenda internacional", ressalta Santoro.

Presidente Lula

Crédito, Reuters

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Discursoempresa bet365Lula na África causou mal-estar com governoempresa bet365Israel

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No entanto, a controvérsia com Israel pode roubar a atenção das prioridades da presidência brasileira do G20, que incluem reformas na governança internacional, a inclusãoempresa bet365países africanos no grupo, o combate à fome e às mudanças climáticas e o "protecionismo verde", termo que descreve o uso da agenda da sustentabilidade por certos países para promover interesses protecionistas.

"Já afetou negativamente outras agendas globais do governo", avalia Santoro.

"As declarações foram dadas durante a viagem do presidente à África, uma viagem importante também para esse relançamento da política externa africana do Brasil,empresa bet365trazer a União Africana para o G20."

"Esses deveriam ter sido os grandes temasempresa bet365discussão", afirma Santoro. "Mas o presidente cometeu um erro ao transformar essa viagem no centroempresa bet365uma controvérsia sobre Israel, Gaza e o Holocausto", opina.

O analista Carlos Gustavo Poggio, especialistaempresa bet365relações Brasil-EUA e professorempresa bet365Relações Internacionais do Berea College, no Estado americano do Kentucky, ressalta que a presidência do G20 tem uma importância simbólica e representa um palco relevante para o Brasil.

"No longo prazo, não creio que (a presidência) deve ter muita repercussão. Mas certamente é um momento importante, inclusive para trazer dividendos doméstico para Lula, para se apresentar como líder", diz Poggio à BBC News Brasil.

Gaza

As guerras entre Israel e Hamas e entre a Rússia e a Ucrânia devem ser discutidas pelos ministros no encontro desta semana.

Esses conflitos também estiveram na agenda da reuniãoempresa bet365Lula com o secretárioempresa bet365Estado americano, nesta quarta-feira,empresa bet365Brasília.

Em nota divulgada após o encontro, o Palácio do Planalto afirmou que "o secretário agradeceu a atuação do Brasil pelo diálogo entre Venezuela e a Guiana. O presidente Lula reafirmou seu desejo pela paz e fim dos conflitos na Ucrânia e na Faixaempresa bet365Gaza. Ambos concordaram com a necessidadeempresa bet365criaçãoempresa bet365um Estado Palestino".

Segundo Poggio, as declaraçõesempresa bet365Lula "têm uma repercussão doméstica bastante forte, e uma repercussão internacional importante".

No entanto, o analista lembra que, mesmo entre os países do G20, "a condenação ao que Lula disse não é unânime".

"Há países (no G20) que têm adotado postura bastante antagônica com Israel, como a África do Sul", salienta Poggio.

Israel não faz parte do G20, mas membros do grupo estão entre seus aliados, como Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha. Até o momento, porém, não houve reação oficialempresa bet365outros governos, alémempresa bet365Israel, às declaraçõesempresa bet365Lula.

O conflitoempresa bet365Gaza foi iniciado depois que o Hamas atacou Israelempresa bet3657empresa bet365outubro do ano passado. Segundo o governoempresa bet365Israel, o ataque deixou maisempresa bet3651,2 mil israelenses mortos, e cercaempresa bet365240 foram levados como reféns.

A retaliação israelense já deixou maisempresa bet36529 mil palestinos mortos, e maisempresa bet3651 milhãoempresa bet365pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, segundo as autoridadesempresa bet365Gaza.

Lula condenou o ataque do Hamas a Israel. Também buscou cessar-fogo, mas as propostas foram vetadas pelos Estados Unidos no Conselhoempresa bet365Segurança da ONU.

À medida que a violência aumentou, porém, o presidente brasileiro endureceu suas críticas à retaliação israelense. No mês passado, o Brasil se uniu a uma iniciativa da África do Sul para denunciar Israel por genocídio junto à Corte Internacionalempresa bet365Justiça.

No encontro na Etiópia, Lula manifestou preocupação com a crise humanitária e disse que países ricos deveriam aumentar a ajuda a Gaza.

"O que está acontecendo na Faixa Gaza e com o povo palestino não existeempresa bet365nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus", disse o presidente,empresa bet365entrevista a jornalistas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que, com a comparação, Lula "desrespeitou a memóriaempresa bet3656 milhõesempresa bet365judeus mortos pelos nazistas" e agiu como "antissemita".

Para Santoro, a atual controvérsia reflete um "lado mais estrutural dos problemas que o presidente Lula tem enfrentado no seu novo mandato". Santoro afirma que há uma divisão grande na política global entre países desenvolvidos eempresa bet365desenvolvimento.

Homem abraça criançaempresa bet365meio a ataques na Faixaempresa bet365Gaza

Crédito, Getty Images

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A guerra entre Israel e Hamas deve ser discutida pelos ministros no encontro desta semana

"E as duas grandes linhasempresa bet365fissura são exatamente a guerra na Ucrânia e a Guerraempresa bet365Gaza", observa.

"O Brasil optou por posições muito alinhadas ao Sul Global,empresa bet365defender uma agenda muito voltada para os paísesempresa bet365desenvolvimento e muitas vezes entrandoempresa bet365conflitos com Estados Unidos, União Europeia, Japão."

Santoro considera esses conflitos muitas vezes "gratuitos". "Não envolvem efetivamente algum grande interesse nacional brasileiro", diz.

Ele cita como exemplo falasempresa bet365Lula dizendo que o presidente russo, Vladimir Putin, seria bem-vindo no Brasil apesarempresa bet365haver uma ordemempresa bet365prisão internacional contra ele.

"Há um ruído entre o que são as posições trabalhadas pelos diplomatas profissionais do Brasil, pelo que são, por exemplo, os votos brasileiros na ONU, e o que são as declarações individuais do presidente Lula", afirma.

Santoro salienta que o Brasil vem tendo posições muito consistentes, ao criticar tanto o governoempresa bet365Israel quanto condenar os atentados do Hamas, ainda que tenha optado por não classificar o Hamas como um grupo terrorista, seguindo a faltaempresa bet365consenso na ONU sobre o tema.

"São posições muito mais moderadas, muito mais cuidadosas, do que aquelas que o presidente Lula tem expressadoempresa bet365suas declarações maisempresa bet365improviso."