O que é o prêmio Camões, entregue com atraso a Chico Buarque após recusabaixar o blazeBolsonaro :baixar o blaze

Segundo Buarque, "quatro anosbaixar o blazegoverno funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempobaixar o blazeque o tempo parecia andar para trás. Aquele governo foi derrotado nas urnas, mas não podemos nos distrair, a ameaça fascista persiste", acrescentou.

"Recebo este prêmio menos como honraria pessoal, mas mais como desagravo pelos artistas brasileiros ofendidos por esse anosbaixar o blazeestupidez e obscurantismo", finalizou.

Falando antesbaixar o blazeBuarque, Lula disse que o prêmio corrigia "um dos maiores absurdos da cultura brasileira dos últimos tempos".

"O ataque a culturabaixar o blazetodas as suas formas foi uma dimensão do projeto que a extrema direita tentou implementar no Brasil. Se hoje estamos aqui para fazer essa espéciebaixar o blazecelebração e reparação da obra do Chico é porque finalmente a democracia venceu no Brasil", disse.

"Não podemos esquecer que obscurantismo e a negação das artes também foi uma marca das ditaduras. Esse prêmio é uma resposta do talento contra a censura, do engenho contra a força bruta", acrescentou Lula.

Chico Buarque estreou como escritorbaixar o blazeficçãobaixar o blaze1974, com a novela Fazenda Modelo. Em 1979, publicou o livro infantil Chapeuzinho Amarelo. Seu primeiro romance, Estorvo, foi lançadobaixar o blaze1991. Quatro anos depois, publicou o segundo, Benjamin. Em 2003, lançou Budapeste;baixar o blaze2009, Leite Derramado ebaixar o blaze2014, Irmão Alemão. Ele escreveu as peçasbaixar o blazeteatro Roda Viva (1968); Calabar (1972, juntamente com Ruy Guerra); Gota D’Água (1974, com Paulo Pontes), e Ópera do Malandro (1978).

O prêmio Camões foi criadobaixar o blaze1988 "com o objetivobaixar o blazeconsagrar um autorbaixar o blazelíngua portuguesa que, pelo conjuntobaixar o blazesua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural do idioma", segundo o Ministério da Cultura (Minc).

É considerado a mais importante premiação da língua portuguesa e contempla anualmente autores da Comunidade dos Paísesbaixar o blazeLíngua Portuguesa (CPLP). Seu nome homenageia o poeta português Luísbaixar o blazeCamões (1524-1580), uma das maiores figuras da literatura lusófona.

O ganhador do prêmio recebe 100 mil euros (R$ 555 mil), sendo metade desse valor subsidiado pela Fundação Biblioteca Nacional, entidade vinculada ao Ministério da Cultura. A outra metade é paga pelo governo português.

O diploma entregue aos laureados contém o nomebaixar o blazetodos os países lusófonos e é assinado pelos chefesbaixar o blazeEstadobaixar o blazePortugal e do Brasil.

A escolha é feita por um júribaixar o blazeseis membros, dois do Brasil, doisbaixar o blazePortugal e dois escolhidosbaixar o blazecomum acordo por outros países lusófonos (Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

O primeiro a receber o prêmio,baixar o blaze1989, foi o poeta e escritor português Miguel Torga.

Desde então, outros 33 escritores foram agraciados. Foram 14 do Brasil, 14baixar o blazePortugal, trêsbaixar o blazeMoçambique, doisbaixar o blazeAngola e doisbaixar o blazeCabo Verde (José Luandino Vieira, vencedorbaixar o blaze2006, é luso-angolano; ele recusou o prêmio).

Entre os brasileiros laureados, estão Raduan Nassar (2016), Ferreira Goulart (2010), Lygia Fagundes Telles (2005), e Jorge Amado (1994).

Devido à recusabaixar o blazeBolsonarobaixar o blazeconceder o prêmio a Buarque, os seguintes escritores ainda não puderam recebê-lo: o português Vitor Manuelbaixar o blazeAguiar e Silva (2020), a moçambicana Paulina Chiziane (2021) e o brasileiro Silviano Santiago (2022).

Primeira mulher a publicar um romancebaixar o blazeMoçambique, Chiziane é a primeira africana e a primeira negra a vencer a premiação. Niketche: Uma Históriabaixar o blazePoligamia é umbaixar o blazeseus romances mais famosos.

'Viramos uma página'

Em declaração no sábado (22/4)baixar o blazeLisboa por ocasião da abertura da 13ª Cúpula Brasil-Portugal, que já não acontecia havia sete anos, o primeiro-ministro português, António Costa, fez alusão ao prêmio Camões.

Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Costa usou a recusabaixar o blazeBolsonarobaixar o blazeentregar a premiação como um exemplo do esfriamento das relações entre Brasil e Portugal nos últimos anos. Segundo ele, no entanto, é momentobaixar o blaze"virar a página".

"Queria sublinhar a importância do diabaixar o blazehoje,baixar o blazeque depoisbaixar o blazesete anosbaixar o blazeinterrupção retomamos as cimeiras (cúpulas) anuais entre Portugal e o Brasil. Retomamos estas cimeiras na segunda visita quebaixar o blazepoucos meses o presidente Lula faz a Portugal e na primeira visita que o presidente Lula faz à Europa", disse.

Costa falou da "interrupçãobaixar o blazecontatos" entre os dois países. Embaixar o blazevisão, a consequência mais clara disso foi o fatobaixar o blaze"só na próxima segunda-feira (24/4) ser entregue a Chico Buarquebaixar o blazeHolanda o Prêmio Camões, que ganhou há quatro anos,baixar o blaze2019".

"Viramos, por isso, uma página", disse.

Lula estábaixar o blazeviagem oficialbaixar o blazePortugal, aonde chegou na última sexta-feira (21/4). Ele fica no país até terça-feira (25/4), quando segue para a Espanha. Seu retorno ao Brasil está previsto para a noitebaixar o blazequarta-feira (26/4).