As mulheres que se rebelam contra vendadicas de roletameninas para casamentos no México:dicas de roleta

Crédito, Marcos González / BBC
“Do contrário, a família dela teria discriminado ele, e perguntado por que não pagava, se ele era pobre... Esse é o costume aqui”, revela.
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Pode-se pensar que a vendadicas de roletameninas e adolescentes para casamentos são casos isolados — e só acontecemdicas de roletapaíses distantes. Mas o “aqui” a que Claudia se refere é La Montañadicas de roletaGuerrero, uma região no sul do México, onde povos indígenas realizam há muitos anos esta prática, com basedicas de roletaseus hábitos e costumes.
La Montaña sobrevive como podedicas de roletameio à pobreza extrema e à faltadicas de roletaoportunidades sufocante. Claudia, na verdade, teve que pedir dinheiro emprestado e viajar com parte da família para o norte do México para trabalhar no campo durante vários meses para pagar a quantia que os sogros do filho pediram.
Estas vendas para casamento afetam principalmente jovens adolescentes, mas foram registrados casos, inclusive,dicas de roletameninasdicas de roleta9 e 10 anos.
Em algumas comunidades, no entanto, a situação está começando a mudar, e as mulheres estão começando a poder decidir sobre o seu próprio futuro.
Até R$ 91 mil
Chegar a Itia Zuti, comunidade do municípiodicas de roletaMetlatónoc, onde Claudia mora, não é uma tarefa fácil.
São cercadicas de roletasete horasdicas de roletacarrodicas de roletaChilpancingo, capitaldicas de roletaGuerrero, por uma estrada repletadicas de roletacurvas que cortam as montanhas da região — e na qual você percorre dezenasdicas de roletaquilômetros sem ver uma viva alma.
Para um estrangeiro, entrar na comunidade também não é simples, sem antes consultar as autoridades locais. E muito menos para falar sobre um tema — a vendadicas de roletameninas e adolescentes —, que é complexo e incômodo para muitos moradores, que se comunicam principalmente na língua mixteca.
Benito Mendoza sabe bem disso. Ele é facilitador das oficinas e palestras sobre os direitos das mulheres que a ONG Yo Quiero, Yo Puedo (eu quero, eu posso,dicas de roletaespanhol) realiza na região desde 2015, com o objetivo, entre outros,dicas de roletaerradicar esta prática e o casamento infantil forçado.
“Estávamos dando uma palestradicas de roletauma escola, e quando um adulto ouviu uma menina dizer que tinha o direitodicas de roletaescolher livremente com quem se casar, eles ficaram alvoroçados e 'nos convidaram a sair' da comunidade”, ele recorda, destacando que muitos moradores chegam a estas oficinas sem ter consciênciadicas de roletaque esta prática viola os direitos das mulheres.
Tradicionalmente, muitas meninas eram vendidas a homens mais velhos — às vezes, até estranhos —, para os quais acabavam realizando tarefas domésticasdicas de roletatrocadicas de roletauma quantia paradicas de roletafamília, que podia variar entre R$ 6 mil e R$ 91 mil.
Quanto mais jovem for a menina, maior costuma ser o pagamento. E, quando são vendidas, elas geralmente vão parardicas de roletauma casa onde não vão ter qualquer independência econômica, por não poder estudar nem trabalhar.

Crédito, Marcos González / BBC
Hoje, alguns jovens se conhecem previamente —dicas de roletamuitos casos, por meio da internet fraca e cara que chega à comunidade —, e concordamdicas de roletase casar, mas os pais continuam a negociar,dicas de roletageral, um acordo financeiro.
“Com a chegada do crime organizado, até pessoasdicas de roletafora da comunidade passaram a comprar meninas. Elas saem então do seu entorno, e você as perdedicas de roletavista, o que pode fazer com que acabem sendo vítimasdicas de roletaoutros fenômenos, como o tráficodicas de roletamulheres, a exploração infantil, a violência física e sexual…” alerta a psicóloga Karina Estrada, assistente social da Yo Quiero, Yo Puedo.
A venda é vista como salvação econômica para muitas famílias que vivemdicas de roletasituaçãodicas de roletapobreza e sobrevivem do cultivodicas de roletamilho, feijão ou banana para consumo próprio. Não são poucos os que optam por migrar para o norte do México e para os Estados Unidos devido à total ausênciadicas de roletaoportunidadesdicas de roletatrabalho na cidade.
O municípiodicas de roletaMetlatónoc foi, na verdade, durante anos o mais pobre do México. Hoje, 97,7% dadicas de roletapopulação vive na pobreza (e 67,8% na pobreza extrema) no estadodicas de roletaGuerrero, que também é um dos mais pobres do país e que, durante décadas, foi uma das principais áreasdicas de roletacultivodicas de roletapapoula, utilizada para produzir heroína.
Nos últimos anos, no entanto, o preço desta flor despencou após a chegada do fentanil, um opioide sintético, ao mercadodicas de roletadrogas americano. As comunidades que sobreviviam do cultivo da papoula viram desaparecerdicas de roletaprincipal — e praticamente única — fontedicas de roletarenda.
Mas, além da faltadicas de roletarecursos econômicos, outro fator que perpetua esta prática na região é a questão dos estereótiposdicas de roletagênerodicas de roletarelação às mulheres.
“Não se concebe que as mulheres possam fazer algo alémdicas de roletareproduzir ou cuidar da casa. Quando se decide quem vai à escola, os pais mandam acimadicas de roletatudo os filhos homens”, explica Georgina García, psicóloga da ONG Yo Quiero, Yo Puedo.
Devido a estas crenças arraigadas, as próprias jovens chegam a normalizardicas de roletavenda, atribuindo seu valor à quantia que é paga por elas. Foram registrados, inclusive, casosdicas de roletamulheres que deram seus filhos homens, pois não conseguem obter benefícios econômicos a partir da venda deles.
García lembra que uma mulher disse a ela que “se eliminassem a venda, tirariam o seu valor e tudo seria tirado dela, porque é a única razão pela qual existem na comunidade”.

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As mulheres da mudança
Mas algumas mulheres da comunidade não pensam da mesma forma — e lideram um movimentodicas de roletamudança, lenta mas constante, graças ao apoio imprescindíveldicas de roletasuas famílias.
Norma* faz parte da primeira geraçãodicas de roletamulheres dadicas de roletafamília que não foi vendida.
“Quando me juntei com meu marido, meu pai disse que não me venderia, porque quando você faz isso, eles podem te maltratar ou prejudicar. Ele fez muito bem”, ela explica com um sorriso.
Ela garante que o não pagamento facilitaria, se fosse necessário, abandonar o lar conjugal para voltar à casa da família sem maiores problemas.
“Mas uma vez que eles pagam por você, você não consegue escapar do seu marido, e eles te forçam a ficar”, diz ela.
As supostas vantagens e desvantagens desta prática são certamente contraditórias porque, ao mesmo tempo, Norma afirma que "o pressuposto é que os homens que pagam devem respeitar as esposas; mas quando não se paga, dizem que isso dá a eles o direitodicas de roletasair com outras pessoas ou não dar atenção à esposa".
Dado o quão profundamente arraigada esta prática está, erradicá-la na comunidade não vai ser fácil. Na verdade, sódicas de roletafalar sobre isso já é complicado — e Norma pede para não ser fotografada.
“Quem cobra pelas meninas pode retaliar”, responde a mãe dela, presente na entrevista.

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Soyla, uma jovem sorridentedicas de roleta21 anos que acabadicas de roletaanunciar que vai se casar com um rapaz que conheceu na comunidade, conta que está igualmente satisfeita por seus pais não cobrarem por ela.
“Estou feliz e orgulhosa porque pensaramdicas de roletamim, que posso conseguir tudo o que quiser com o meu parceiro. Porque alguns casamentos pagos têm problemas, você não sabe como pode acabar, o homem começa a repreender (a mulher)... e então eles se divorciam", afirma.
Ela sabe que se casar nadicas de roletaidade é uma raridade no povoado, mas reitera que foidicas de roletadecisão esperar. Assim como quando ela terminou o ensino médio aos 15 anos, e decidiu não continuar estudando, embora seus pais sempre terem dito que iriam apoiá-la.
No futuro, ela se vê se dedicando ao lar e à tecelagem artesanal, enquanto o marido trabalha no campo. Ela conta que quer ter filhos, e vai dar a eles a mesma oportunidade que seus pais deram a eladicas de roletaescolher quando e com quem se casar.
A mãe dela, Cecilia, que acabadicas de roletapreparar uma canjadicas de roletagalinha e umas tortilhas enormes, explicadicas de roletadecisão.
“Muitos vendem as filhas, mas as consequências são para elas. Alguns dizem: 'Levanta cedo, faz comida, lava minha roupa, foi para isso que te comprei'... Isso reforçou minha decisãodicas de roletanão vender Soyla.”

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Jaime, o pai da jovem, lembra que ela pediu a ele que a deixasse crescer — e não tivesse a responsabilidadedicas de roletacuidar do lar conjugal tão nova.
“E fiz isso, também porque tinha a capacidadedicas de roletacontinuar sustentando ela. Muitos não conseguem, e é aí que mandam (as filhas)dicas de roletabuscadicas de roletamarido”, diz ele.
“Esse negóciodicas de roletavender me parece errado, porque quando meus outros dois filhos homens se casarem, eles podem virar para mim e pedir dinheiro para as noivas. Mas pelo menos não vão jogar na minha cara que vendi minha filha por tanto, por que não quero pagar agora ou que estou pechinchando”, enfatiza.
Algumas das consequências destas vendas e casamentosdicas de roletamenoresdicas de roletaidade — o México é o oitavo país com a maior taxadicas de roletacasamento infantil no mundo, segundo a ONU — são o abandono escolar por partedicas de roletamuitas jovens, e as elevadas taxasdicas de roletagravidez entre adolescentes.
“A educação sexual aqui é um tabu total. Há quem entenda a questão da gravidez na adolescência e, quando os filhos se casam, os trazem aqui para que planejem. Mas são uma minoria. Vemos muitos casosdicas de roletagestaçãodicas de roletameninas entre 14 e 16 anos”, diz Celia Ortiz, enfermeira do pequeno centrodicas de roletasaúde comunitário, que não conta com um médico.
“São elas que geralmente planejam. Até que o sogro intervém, porque como elas são compradas, quem manda é a família dele”, ela acrescenta, antesdicas de roletacontinuar caminhando pelas ruas da comunidade sob um Sol escaldante para vacinar os cães contra raivadicas de roletaalgumas moradias.
“Tem que ser assim, as pessoas não vão ao centro médico.”

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Opiniões divididas
Emboradicas de roletacomunidades como esta se saiba que a vendadicas de roletameninas é muito comum, é impossível quantificar o númerodicas de roletacasos que acontecem no México.
Um dado a levardicas de roletaconsideração seria o do Censo Demográficodicas de roleta2020, que concluiu que 4% dos adolescentes entre 12 e 17 anos no México estavam ou estiveramdicas de roletaalgum tipodicas de roletaunião conjugal, principalmente nos estadosdicas de roletaChiapas, Oaxaca, Guerrero e Yucatán.
No entanto, dado que o Código Civil do país proíbe desde 2019 o casamento entre menoresdicas de roleta18 anos, e prevê desde o ano passado penas entre oito e 15 anosdicas de roletaprisão como punição, as organizações consideram que as uniões informaisdicas de roletaadolescentes aumentaram desde então, o que contribui para a subnotificação — e para que a realidade não seja refletida nas estatísticas.
Sentado na porta da delegacia municipal para enfrentar o calor sufocante, o comissário (líder comunitário)dicas de roletaItia Zuti, Félix Hernández, olha para a quadradicas de roletaesportes completamente vazia, bemdicas de roletafrente à igreja do povoado.
É um homemdicas de roleta65 anos, embora pareça mais velho. Ele tem problemasdicas de roletaaudição, não sabe ler nem escrever, e diz que não falar espanhol dificulta a negociaçãodicas de roletamelhorias para a cidade, como a instalaçãodicas de roletaum sistemadicas de roletadrenagem, reformar as estradas ou construir um mercado e um centrodicas de roletasaúde bem equipado.

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Quando visitamos o povoado, a comunidade estava sem eletricidade há três dias. Ele reconhece que aceitou o cargo — pelo qual não ganha um peso sequer — porque os poucos moradores que têm escolaridade acabam saindo da comunidade.
Ele admite que a vendadicas de roletameninas é uma questão “complicada”, que divide opiniões.
“Para mim é errado, mas quando você questiona as famílias das jovens, elas dizem que as sustentaram, e que só elas têm capacidadedicas de roletadecidir por suas filhas”.
Reconhece também que se uma jovem recorresse a ele com um problema no contextodicas de roletaum casamento forçado, o seu papel, junto ao resto das autoridades locais, seria odicas de roletaaconselhar e, apenas no casodicas de roletanão haver solução para o conflito do casal, defender que a menina volte para a casa da família — e que os pais devolvam o dinheiro da venda.
Na verdade, embora tenha sido assinado um acordo nadicas de roletacomunidade para proibir a vendadicas de roletameninas, um mês antesdicas de roletaele assumir o cargo, o comissário admite que não sabia da existência deste documento.

Crédito, Marcos González / BBC
“As leis existem, mas é importante fundamentá-las e harmonizá-las com a realidade das nossas comunidades. Sem levardicas de roletaconta o contexto na horadicas de roletaaplicar as regras, encheríamos as prisõesdicas de roletapessoas indígenas”, pondera Martha Ramírez, chefe do Centro Coordenador do Instituto Nacional dos Povos Indígenas (INPI) da cidadedicas de roletaTlapadicas de roletaComonfort,dicas de roletaGuerrero.
Além disso, ela destaca, é importante não responsabilizar apenas as comunidades por esta prática.
“O Estado tem que garantir os direitos fundamentais das mulheres para terem uma vida livre e sem violência. Não se pode falardicas de roletaerradicar o casamento forçadodicas de roletaum lugar onde as meninas não têm nem certidãodicas de roletanascimento, nem educação…”
Enquanto as coisas vão mudando pouco a pouco, Claudia, a mulher que acabou vendendo a filha na esperançadicas de roletaque isso melhoria o relacionamento dela com o marido, reconhece que nada mudou — e que não descarta trazê-ladicas de roletavolta para casa, se os abusos contra a jovem, agora grávidadicas de roletadois meses, continuarem.
“O que eu tenho é uma tristeza muito grande porque ela mora longe da nossa comunidade. E estou preocupada que a irmã dela, que está completando 15 anos, também possa ir embora, mas ela me disse que quer ir para os Estados Unidos trabalhar e construir uma casa para mim. Que não quer se casar por enquanto."
*Os nomes foram alterados a pedido das entrevistadas.










