Como aço chinês mergulhou indústria siderúrgica da América Latinabeta estrelaenorme crise:beta estrela

Crédito, Getty Images
A chave para acelerar a industrialização foi a produçãobeta estrelaaço, porque essa ligabeta estrelaferro e carbono é utilizada para fabricar quase tudo, desde edifícios e pontes a veículos, desde eletrodomésticos a produtos eletrônicos e tecnológicos.
Website: poki
Disclaimer: WebCatalog is not affiliated, associated, authorized, endorsed by or in any way officially connected to 1v1.LOL. All product 1️⃣ names, logos, and brands are property of their respective owners.
de energia para iniciar o telefone Vivo. 2 Escolha seu idioma preferido. 3 Selecione
Informações beta estrela Uso e Diagnóstico (Opcional) 🌛 8 Conecte-se à rede Wi-Fi 8 Como
como criar senha no galera betÉ um dos nomes mais importantes da história do Brasil. Nascimento beta estrela 18 beta estrela setembro, 1941; Lages (Santa Catarina), e 💷 falaceu Em 12 De Fevereiro DE 2020, aos 78 anos
Bertotto foi um empresário, político e escritor brasileiro. Elefoi pioneiro na 💷 introdução beta estrela tecnologias no Brasil para o desenvolvimento da indústria do setor tecnológico beta estrela países diferentes
Fim do Matérias recomendadas
No início do século, a região fabricava 6,6% do aço mundial, segundo a Associação Mundial do Aço (WSA, por suas siglasbeta estrelainglês), e exportava maisbeta estrela160 mil toneladas do material para a China (o dobro do que importavam daquele país).
Mas o setor siderúrgico nunca decolou.
Pelo contrário, neste quase um quartobeta estrelaséculo, o aço latino-americano foi perdendo relevância.
A produção estagnou: enquantobeta estrela2000 a região produziu 56 milhõesbeta estrelatoneladasbeta estrelaaço — número que aumentou para 67,6 milhõesbeta estrela2011 —, a partir daí o movimento foibeta estrelaqueda: no ano passado a produção foibeta estrela58,3 milhões.
Enquanto isso, o peso do aço latino-americano dentro da produção mundial diminuía sistematicamente. Em 2023, atingiu o seu ponto mais baixo, representando apenas 3,1% do estoque mundial, menosbeta estrelametade do que representava no início do século.
Segundo especialistas do setor, a crise está se agravando, colocandobeta estrelarisco os quase 1,4 milhãobeta estrelaempregos gerados pela indústria.
"Inundação"beta estrelaaço
A Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), com sedebeta estrelaSão Paulo, acusou Pequimbeta estrela"inundar" a região com o seu aço barato.
A entidade informou que diversas siderúrgicas tiveram que paralisar suas operações nos últimos meses.
A mais recente foi Huachipato, principal produtorabeta estrelaaço do Chile, que anuncioubeta estrela20beta estrelamarço o fechamento por tempo indeterminadobeta estrelasua planta.
O diretor executivo da Alacero, Alejandro Wagner, disse à BBC News Mundo, o serviçobeta estrelaespanhol da BBC, que embora existam fatores endógenos que dificultaram o desenvolvimento da indústria, o grande problema foi gerado pelo gigante asiático.
“Entre 2000 e 2023, a China aumentou abeta estrelaproduçãobeta estrelaaçobeta estrelaquase 700%.”
“Passou da produçãobeta estrela15% do aço mundial para a produçãobeta estrela54%”, disse ele, citando números da Assocaição Mundial do Aço.

Crédito, Getty Images
O executivo da Alacero diz que Pequim exporta a um preço abaixo do mercado, impossibilitando a concorrênciabeta estrelaoutros produtores.
"Dumping"
Uma toneladabeta estrelacocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
Episódios
Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa
Poucas regiões sofrem mais com o problemabeta estrelapreçobeta estrelavenda abaixo do valorbeta estrelacusto (conhecido como "dumping" no mundo comercial) do que a América Latina.
Para compreender a dimensão, basta ver como a dinâmica entre a região e o maior país da Ásia mudou no último quartobeta estrelaséculo.
Como dissemos,beta estrela2000, a América Latina exportou cercabeta estrela160 mil toneladasbeta estrelaaço para a China e, porbeta estrelavez, importou metade disso: cercabeta estrela80 mil toneladasbeta estrelaaço chinês.
Mas nas décadas seguintes a situação inverteu dramaticamente.
Enquanto as exportações para a China caíram 94% até 2023, as importações chinesasbeta estrelaaço aumentaram 8.690%.
Enquanto isso, a vendabeta estrelamatérias-primas latino-americanas à China aumentou quase 1.500%, acrescenta Warner, que alerta para um processobeta estrela“reprimarização”.
Hoje chegam à região cercabeta estrela10 milhõesbeta estrelatoneladasbeta estrelaaço chinês, provocando “um processobeta estreladesindustrialização na região” e levando o setor a uma crise, afirma o dirigente siderúrgico.

Crédito, Alacero
A vítima mais recente é a Huachipato Steel Company, do Chile, localizadabeta estrelaTalcahuano, na regiãobeta estrelaBío Bío.
A empresa, que no primeiro semestrebeta estrela2023 registrou prejuízosbeta estrelaUS$ 279 milhões, tomou a decisãobeta estrelaparalisar as suas operações por tempo indeterminado depoisbeta estrelaconsiderar “insuficiente” a decisão das autoridades do paísbeta estrelaimpor uma taxabeta estrela15,3% às importações chinesasbeta estrelaesferasbeta estrelaaço.
Segundo os diretores da Huachipato, empresa que gera cercabeta estrela20 mil empregos diretos e indiretos, esta medida não é suficiente para resolver as distorções que está produzindo o aço chinês, que, segundo seus cálculos, é 40% mais barato que o aço chileno.
A Companhia Siderúrgica Gerdau do Brasil também anunciou há algumas semanas que iria suspender alguns dos seus trabalhadores na fábricabeta estrelaSão José dos Campos,beta estrelaSão Paulo, por cinco meses, a partirbeta estrelaabril, alegando "forte concorrência da China".
Segundo a Alacero, isso se soma a outras suspensões temporárias que outras empresas brasileiras anunciaram nos últimos seis meses, quando “o nívelbeta estrelaimportações começou a ser grave”.
“O objetivo das suspensões é evitar o fechamento definitivo, tentar salvar empregos. Queremos evitar que isso aconteça tambémbeta estrelapaíses como Argentina e Colômbia”, disse Wagner.
Aço barato
Mas como é possível que trazer aço da China para a América Latina, do outro lado do planeta, seja mais rentável do que produzi-lo localmente?
Ou ditobeta estrelaoutra forma: por que o aço chinês é tão mais barato que o aço latino-americano?
A principal razão é que o aço chinês é subsidiado pelo Estado e também produzidobeta estrelaexcesso.
Segundo Cory Combs, especialistabeta estrelaEnergia e Indústria Chinesa e diretor associado do centrobeta estrelapesquisas Trivium China, Pequim colocou a produçãobeta estrelaaço como um elemento central do crescimento econômico do país, depoisbeta estrelapassarbeta estrelauma economia agrária para uma economia industrial.
Foram criadas maisbeta estrela2.000 fábricas (embora hoje a maior parte da produção esteja concentradabeta estrelasete empresas, lideradas pela Baosteel, uma subsidiária da estatal Baowu). A indústria siderúrgica criou maisbeta estrela3 milhõesbeta estrelaempregos.

Crédito, Getty Images
O aço subsidiado foi usado para construir megacidades para pessoas que se deslocavam do campo para os centros urbanos.
“O setor industrial se tornou uma peça-chave da economia e hoje representa cercabeta estrela32% do Produto Interno Bruto da China”, explicou o especialista à BBC News Mundo.
Motorizadas e financiadas pelo Estado, as produções das siderúrgicas chinesas passarambeta estrela128,5 milhõesbeta estrelatoneladasbeta estrela2000 para pouco maisbeta estrela1 bilhãobeta estrelatoneladasbeta estrela2023, segundo a entidade mundial do aço.
Mas o setor se tornou um motor tão importante para a economia chinesa que, mesmo quando a procura interna começou a abrandar, as fábricas continuaram produzindo aço subsidiado.
“As famosas cidades fantasmas e os projectosbeta estrelaconstrução desenfreados são visíveis”, diz Combs, sobre os enormes conjuntos habitacionais vaziosbeta estrelavárias partes do país.
“Foi todo um exercício para impulsionar o PIB”, diz.
Exportações subsidiadas
O governo chinês não só subsidiou a produção, como também subsidiou a exportaçãobeta estrelaaço, o que deu início à "onda"beta estrelaaço chinês barato que se espalhou pelo mundo.
Uma onda que se acentuou nos últimos tempos devido à redução da procura interna por aço gerada pela crise no setor imobiliário chinês, afirma Combs.
Segundo Wagner, embora Pequim alegue já não subsidiar as exportaçõesbeta estrelaaço, "eles têm tanta escala e tantos excedentes que todo o seu excessobeta estrelaaço é vendido a um custo quase marginal".
Mas por que a China continua produzindo mais aço do que necessita ou pode vender a um bom preço? E por que mantêm subsídios para um produto que fabricambeta estrelaexcesso?
Combs destaca que a principal explicação é que o país “não quer perder PIB”.
“Há momentosbeta estrelaque o governo chinês toma medidas muito agressivas para entrarbeta estreladeterminados mercados, mas este não é o caso do aço na América Latina”, diz Combs.
O problema, diz ele, é interno e “gera muita frustração” na China.

Crédito, Cory Combs
“Embora muitas siderúrgicas chinesas operem com margens muito baixas (em 2023 reportaram lucrosbeta estrela1,33%) e 15 dos principais produtores tenham mesmo pedido ao governo para impor cortesbeta estrelaprodução, nenhum deles sente que pode dar o primeiro passo individualmente”, explica o especialista.
"E os governos locais, dos quais estas empresas dependem, também não querem ser os primeiros a impor cortes. Querem ficar com abeta estrelafatia do bolo."
Entretanto, o governo central, que tem o poderbeta estreladecidir, “tem sido lento para reagir porque é muito dependente da produção industrial”, afirma.
“O governobeta estrelaXi Jinping pretende reduzir abeta estreladependência do setor e está ativamente tentando desenvolver abeta estrelaindústria tecnológica, veículos eletrônicos e fontesbeta estrelaenergia limpa, mas o problema é que o processobeta estrelatransição é muito lento”.
Por que isso afeta tanto a América Latina?
As 10 milhõesbeta estrelatoneladasbeta estrelaaço chinês que a América Latina importoubeta estrela2023 representam uma quantidade alta para uma região que produziu quase 58 milhõesbeta estrelatoneladas (é um pouco maisbeta estrela17%, para ser mais exato).
No entanto, a América Latina foi apenas um dos destinos para onde foram parar as maisbeta estrela90 milhõesbeta estrelatoneladasbeta estrelaaço que a China exportou no ano passado.
Por que então parece ser a região mais afetada pela entrada desse aço barato?
A explicação, concordam os especialistas, é que os países latino-americanos estãobeta estrelacondições inferiores quando se tratabeta estrelase defenderem contra o “dumping” chinês.
Outras nações produtorasbeta estrelaaço, como a Índia, os Estados Unidos e os países da União Europeia, impuseram tarifas (as duas últimas, próximasbeta estrela25%) para combater os baixos preços do produto chinês.
Mas, na América Latina, apenas o México tomou uma medida da mesma magnitude.
É o único país da região, salienta Wagner, onde a indústria transformadora não diminuiu,beta estrelagrande parte graças àbeta estrelaproximidade com os Estados Unidos.

Crédito, Getty Images
Por outro lado, os países sul-americanos dependem muito mais da China para o resto do seu comércio, uma realidade que “limita abeta estrelacapacidadebeta estrelaimpor tarifas”, uma vez que Pequim poderia retaliar e fazer o mesmo com alguns dos produtos que importa da América Latina.
Esta seria a principal razão pela qual o Brasil, principal produtorbeta estrelaaço da região —que, aliás, vende à China o minériobeta estrelaferrobeta estrelaque necessita como matéria-prima para criar o aço —, impõe taxasbeta estrelaapenas 10-12%, e o Chile propõe uma tarifa próximabeta estrela15%, o que continua deixando o preço do aço chinês abaixo do local.
Outro receio dos países latino-americanos ébeta estrelaque organizações como a Organização Mundial do Comércio (OMC) lhes imponham multas por tarifarem as importações chinesas.
E, longebeta estrelaequilibrar este desequilíbrio comercial, a OMC decidiu muitas vezes a favor da Chinabeta estrelamuitas das dezenasbeta estrelaqueixasbeta estrela"dumping" que recebeu contra o gigante asiático, que aderiu à organizaçãobeta estrela2001.
Combs explica que não se tratabeta estrelafavoritismo, mas simbeta estrelauma questão bastante técnica (que está sendo analisada como resolver): a China ainda é considerada uma “economia emergente”, portanto não lhe são impostas as mesmas restrições que a uma “economiabeta estrelamercado", e isso inclui medidas contra dumping.
A reaçãobeta estrelaPequim
O governo chinês, famoso por seu sigilo, não fez declarações oficiais sobre os planos dos países latino-americanosbeta estrelatarifar o seu aço, afirma o especialista.
No entanto, após o anúncio do Méxicobeta estrelaimpor uma taxabeta estrela25%,beta estrelaagostobeta estrela2023, um dos meiosbeta estrelacomunicação que opera sob a órbita do poderoso Ministério do Comércio Chinês (Mofcom), o China Trade Remedies Information, alertou que "as empresas chinesas que utilizam o México, como mercadobeta estrelaexportação e destinobeta estrelatransferênciabeta estrelainvestimentos, serão duramente afetadas.”
Entretanto, num outro artigo publicadobeta estrelamarço passado no site da Seção Econômica e Comercial da Embaixa da República do Chile, o Mofcom criticou a chamada Comissão Chilena Anti-Distorção, que determina a questão das tarifas sobre as importações.
“A maioria dos membros do comitê determina artificialmente a margembeta estreladumping sem baseá-labeta estrelafatos objetivos, politizando o que deveria ser um processo técnico”, criticava a nota.
O texto também alertou que “isso violou gravemente o Acordobeta estrelaLivre Comércio assinado pelo Chile e não pode fazer com que outros parceiros comerciais respeitem o mesmo tratado”.
Aço verde
Enquanto os governos latino-americanos analisam os prós e os contras da imposiçãobeta estrelatarifas — medida fortemente exigida pela Alacero — a resolução desse conflito comercial pode ser determinada por um fator externo, mas que se torna cada vez mais relevante: o meio ambiente.
Em 2020, Xi anunciou durante a Assembleia Geral das Nações Unidas que a China — o país mais poluente do mundo — terá como objetivo atingir o pico das emissõesbeta estreladióxidobeta estrelacarbono antesbeta estrela2030 e procurar a neutralidadebeta estrelaCO2 até 2060.
Segundo Combs, para atingir esse objetivo, Pequim planeja cortar cercabeta estrela8% dabeta estrelaproduçãobeta estrelaaço até 2030.
“O aço chinês é produzido a partir do carvão e essa indústria é a mais poluente do país, contribuindo com 15% das emissõesbeta estrelacarbono”, destaca.
A China também pretende produzir 20% do seu aço utilizando eletricidade renovável até 2030.

Crédito, Getty Images
Wagner também acredita que o meio ambiente será um fator-chave para acabar com o desequilíbrio causado pela siderurgia chinesa, mas por um motivo diferente.
“A grande vantagem do aço latino-americano é que ele é muito mais limpo que o aço chinês”, ressalta.
A produçãobeta estrelacada toneladabeta estrelaaço chinês emite 45% maisbeta estrelaCO2, segundo dados da Alacero.
Mas a isso devemos somar a poluição gerada no transporte para o outro lado do planeta, que, segundo a organização, é três vezes maior do que a emitida na fabricação.
À medida que o mundo avançabeta estreladireção à neutralidade carbônica, essa vantagem será sentida, diz Wagner.
O dirigente também está convencidobeta estrelaque a transição para um mundo mais limpo poderá permitir que a indústria siderúrgica latino-americana finalmente decole, revertendo o atual processobeta estrela“reprimarização” da economia.
"Eu sou otimista. O aço está intimamente ligado à energia: tudo o que é energia renovável também precisabeta estrelaaço. Portanto, há uma grande oportunidade para que o aço, e principalmente a energia limpa, seja focobeta estrelaprodução e exportação na América Latina”, declara.
Atualmente a indústria opera com 60%beta estrelasua capacidade instalada, o que deixa um potencialbeta estrelacrescimentobeta estrela40%, diz entusiasmado.
“Isso poderia deter o processobeta estreladesindustrialização que sofremos nos últimos 20 anos, que nos deixou sem empregosbeta estrelaqualidade, gerando pobreza e desigualdade comobeta estrelapoucos lugares do mundo”.







