Como Bukele virou 'fantasma'slot v casino no deposit bonusencontroslot v casino no deposit bonusLula e Petro:slot v casino no deposit bonus

Oficialmente, os dois presidentes vão conversar sobre possíveis acordos na área comercial, cultural eslot v casino no deposit bonussegurança. A situação política na Venezuela também deverá ser discutida por ambos.

Mas o encontro entre Lula e Petro acontece num momentoslot v casino no deposit bonusque a região assiste ao avançoslot v casino no deposit bonusum fenômeno que vem sendo chamadoslot v casino no deposit bonus"bukelização" da política regional, tema que estará "no radar" das conversas entre os dois presidentes, segundo uma fonte diplomática brasileira que acompanhará o encontro.

O termo é uma referência ao presidenteslot v casino no deposit bonusEl Salvador, Nayeb Bukele, um políticoslot v casino no deposit bonusdireita eleito pela primeira vezslot v casino no deposit bonus2019 e reeleitoslot v casino no deposit bonus2024 com um discursoslot v casino no deposit bonuscombate à violência.

A redução drástica (e controversa) nos índicesslot v casino no deposit bonushomicídios no país transformou Bukeleslot v casino no deposit bonusum político popularslot v casino no deposit bonusdiversos países da América Latina, entre eles a Colômbia, Equador e Argentina. Os dois últimos governados por presidentesslot v casino no deposit bonusdireita.

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontaram que o avanço da "bukelização" na América Latina é uma preocupação da esquerda na região, na medidaslot v casino no deposit bonusque ela parece oferecer uma solução "rápida" para uma das maiores preocupações para as populações dos países da região: a insegurança.

Segundo eles, o encontro entre Lula e Petro pode ser visto como uma tentativa desses líderesslot v casino no deposit bonusmostrar que há algum tiposlot v casino no deposit bonusunião das esquerdas como uma contrapartida ao crescimento da direita e da direita radical na região.

'Bukelização'slot v casino no deposit bonuscurso

A "bukelização" da América Latina é como vem sendo chamado por analistas e cientistas políticos o processoslot v casino no deposit bonusaumento da popularidade do presidente salvadorenho eslot v casino no deposit bonusfiguras que ecoam os seu discursoslot v casino no deposit bonuspaíses da região.

Na Colômbia, por exemplo, um levantamento feito pela empresaslot v casino no deposit bonuspesquisas Datexcoslot v casino no deposit bonusmaioslot v casino no deposit bonus2023 apontou que 55% dos entrevistados diziam querer um presidente como Bukele.

"A bukelização não acontece apenas na Colômbia", diz Yulieth Martinez, doutorandaslot v casino no deposit bonusCiência Política pela Universidade Federalslot v casino no deposit bonusMinas Gerais (UFMG) e pesquisadora visitante na Escolaslot v casino no deposit bonusPós-Graduaçãoslot v casino no deposit bonusCiências Sociais e Comportamentais (GSBS) da Universidadeslot v casino no deposit bonusKonstanz, na Alemanha.

"Isso é um fenômeno que está acontecendoslot v casino no deposit bonusoutros países da América Latina por conta das condiçõesslot v casino no deposit bonussegurança pública nesses países que são muito parecidas."

Bukele tem 42 anosslot v casino no deposit bonusidade eslot v casino no deposit bonuseleição surpreendeu a classe política do país. Ele fez do combate à violência aslot v casino no deposit bonusprincipal bandeira política.

O mote deu resultado no país que,slot v casino no deposit bonusmeados dos anos 2000, ostentava algumas das taxasslot v casino no deposit bonushomicídios mais altas do mundo.

No poder, Bukele implementou uma sérieslot v casino no deposit bonusmedidas que fizeram as taxasslot v casino no deposit bonushomicídio caírem drasticamente.

Ele iniciou operaçõesslot v casino no deposit bonuscombate às chamadas pandillas (termoslot v casino no deposit bonusespanhol para quadrilhas) que controlavam diversas partes do território das grandes cidades do país.

As medidas passaram a surtir efeito. Em 2019, o país registrou 38,2 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Em 2022, esse número caiu para 7,8 a cada 100 mil habitantes, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC).

Em 2023, segundo a Polícia Nacional do país, o país reduziu ainda mais essa taxa, chegando a 2,4 homicídios por 100 mil habitantes. Na comparação com 2019, a redução foislot v casino no deposit bonus93,7%.

No Brasil, a taxa éslot v casino no deposit bonus19,4 homicídios por 100 mil habitantes, segundo dados do Fórum Brasileiroslot v casino no deposit bonusSegurança Pública (FBSP).

Entidades que atuam na defesa dos direitos humanos, no entanto, acusam o governo salvadorenhoslot v casino no deposit bonususar métodos autoritários para combater o crime, como a suspensãoslot v casino no deposit bonusdireitos constitucionais, detenções arbitrárias e desrespeito ao devido processo legal.

"Não pode ser um sucesso reduzir a violência das gangues substituindo-a pela violência estatal", disseslot v casino no deposit bonusmarço deste ano a diretora para Américas da organização não-governamental Anistia Internacional, Ana Piquer.

O governoslot v casino no deposit bonusBukele, porslot v casino no deposit bonusvez, se defende afirmando que as medidas visam apenas combater o poderslot v casino no deposit bonusquadrilhas criminosas.

Apesar disso, com a insegurança entre as principais preocupaçõesslot v casino no deposit bonusmoradores das grandes cidades da América Latina, os resultadosslot v casino no deposit bonusBukele nesta área alavancaramslot v casino no deposit bonuspopularidadeslot v casino no deposit bonuspaíses vizinhos.

No Equador, por exemplo, o presidenteslot v casino no deposit bonusdireita Daniel Noboa anunciou que o país construiria "megaprisões" inspiradas no Centroslot v casino no deposit bonusConfinamento do Terrorismo (Cecot), um complexo prisionalslot v casino no deposit bonusgrandes proporções construído pelo governo Bukele, com uma capacidade estimada para abrigar até 40 mil presos.

No Brasil, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já visitou o Cecot e fez elogios públicos a Bukele.

Em seu perfil no X (antigo Twitter), o parlamentar defendeu o Estadoslot v casino no deposit bonusexceção implementado por Bukele. "Fazendo o que tem que ser feito", disse.

Preocupação no Brasil e na Colômbia

O diplomata brasileiro com quem a BBC News Brasil conversou aponta que a preocupação dos dois presidentes éslot v casino no deposit bonusque o discurso classificado por ele como "populista" ganhe tração na região e "normalize" a ideiaslot v casino no deposit bonusque os fins justificariam os meios no combate à violência.

O temor éslot v casino no deposit bonusque isso possa turbinar a popularidadeslot v casino no deposit bonuspolíticosslot v casino no deposit bonusdireita que adotam discursos parecidosslot v casino no deposit bonusdiversos países da região.

O entendimento no governo brasileiro éslot v casino no deposit bonusque a "bukelização" não seria um processo inevitável, uma vez que Lula venceu Bolsonaroslot v casino no deposit bonus2022, político a quem Bukele é comparado. Mesmo assim, a preocupação éslot v casino no deposit bonusque adversários políticos "surfem" na onda da popularidadeslot v casino no deposit bonusBukele nas próximas eleições da região.

O professorslot v casino no deposit bonusRelações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Oliver Stuenkel avalia que o encontroslot v casino no deposit bonusLula e Petro tem uma função estratégica neste contexto.

"É uma tentativaslot v casino no deposit bonusmostrar união diante da visibilidade e do destaque regional do Bukele, uma vez que ele inspira outros líderes da direita", diz Stuenkel.

"No Equador, temos o [Daniel] Noboa. No Chile, há outros líderes que também se inspiram nele. E na Argentina, temos o [presidente Javier] Milei."

Na Colômbia, a tensão entre Bukele e Gustavo Petro já se mostrou evidenteslot v casino no deposit bonusdebates públicos mantidos pelos dois através das redes sociais.

Em marçoslot v casino no deposit bonus2023, Petro comparou as prisões salvadorenhas a "camposslot v casino no deposit bonusconcentração" e criticou aqueles que as veem como um sinônimoslot v casino no deposit bonussegurança.

"Creio que há gente que goste disso (...)slot v casino no deposit bonusver a juventude nas prisões e acreditam que isto é segurança e faz crescer a popularidade", disse Petro.

Bukele respondeuslot v casino no deposit bonusuma postagem no X (antigo Twitter).

“Os resultados pesam mais que a retórica. Desejo que a Colômbiaslot v casino no deposit bonusfato consiga baixar os índicesslot v casino no deposit bonushomicídios como os salvadorenhos têm conseguido”, disse Bukele.

Foi então a vezslot v casino no deposit bonusPetro rebater.

"Passamosslot v casino no deposit bonus90 homicídios para cada 100 mil habitantesslot v casino no deposit bonus1993slot v casino no deposit bonusBogotá para 13 homicídios para cada 100 mil habitantesslot v casino no deposit bonus2022", disse o presidente Colombiano.

"Não fizemos prisões, mas universidades. É bom comparar as experiências. Te proponho um foro internacional", acrescentou.

Lula e Bukele não travaram embates públicos até o momento. Nos bastidores, o governo do salvadorenho é visto com desconfiança pela gestão petista, especialmente porslot v casino no deposit bonusproximidade retórica com o bolsonarismo.

Bukele, porslot v casino no deposit bonusvez, adotou um tom mais moderadoslot v casino no deposit bonusrelação a Lula do que o usado com Petro.

Em discursoslot v casino no deposit bonusfevereiro, Bukele disse que nunca havia conversado sobre segurança com Lula.

"Falei algumas vezes com o presidente Lula. Mas ele nunca mencionou a questão da segurança pública para mim. Imagino que tenhaslot v casino no deposit bonusprópria maneiraslot v casino no deposit bonusabordar eslot v casino no deposit bonuslidar com a situação", disse o salvadorenho.

A pesquisadora Yulieth Martinez afirma que o crescimento da "bukelização" na Colômbia chama atenção pelo histórico do país no combate ao crime.

Ela diz que há proximidade ideológica entre Bukele e o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que governou o país entre 2002 e 2010.

Mesmo fora do poder, Uribe continua sendo uma das figuras políticas da direita colombiana mais importantes do país.

Na gestãoslot v casino no deposit bonusUribe, a Colômbia, apoiada pelos Estados Unidos, intensificou o combate às guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc),slot v casino no deposit bonusações que levaram à morteslot v casino no deposit bonusmilharesslot v casino no deposit bonuspessoas e a questionamentos sobre os métodos usados pelas forças estatais na época.

Relatóriosslot v casino no deposit bonusentidadesslot v casino no deposit bonusdefesa dos direitos humanos apontam mortes ilegais executadas por militares e colaboração do Estado com paramilitares.

No país, diversos políticos alinhados a Uribe também passaram a defender slogans e bandeirasslot v casino no deposit bonusBukele.

Entre eles está a senadora Maria Fernanda Cabal, próxima ao ex-presidente colombiano. Em suas redes sociais, ela faz elogios ao presidente salvadorenho.

No finalslot v casino no deposit bonus2023, o pastor evangélico Jaime Béltran foi eleito prefeito da cidade Bucaramanga, capital do departamentoslot v casino no deposit bonusSantander, após ficar conhecido como "Bukele da Colômbia". Entre suas principais plataformas estava o combate à violência.

Nas redes sociais, Béltran descreveu Bukele como um "líder que entendeu que a segurança do seu povo é prioridade".

O 'fantasma' venezuelano

Um dos principais temas das conversas entre Lula e Petro durante o encontro será a situação política na Venezuela.

Os dois mandatários são politicamente próximos ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, mas manifestaram, nas últimas semanas, preocupação com o processo político no país que tem eleições presidenciais previstas para julho deste ano.

Diante dos relatosslot v casino no deposit bonusque candidatosslot v casino no deposit bonusoposição estariam sendo impedidosslot v casino no deposit bonusse registrarem para o pleito, o presidente Lula classificou como "grave" o impedimentoslot v casino no deposit bonusCorina Yorisslot v casino no deposit bonusregistrarslot v casino no deposit bonuscandidatura.

"O dado concreto é que não tem explicação. Não tem explicação jurídica, política, você proibir um adversárioslot v casino no deposit bonusser candidato", disse Lulaslot v casino no deposit bonusmarço.

O governo colombiano também demonstrouslot v casino no deposit bonuspreocupação com o episódio. Na semana passada, Petro foi à Venezuela e se encontrou com Maduro e líderes da oposição ao regime venezuelano.

Para Yulieth Martinez, a crise política na Venezuela é uma espécieslot v casino no deposit bonus"fantasma" para Lula, Petro e para a esquerda sul-americana.

"A Venezuela é um fantasma para Lula e para Petro por conta da incapacidadeslot v casino no deposit bonusse resolver essa questão", diz a pesquisadora.

"É um fantasma para o Brasil, a Colômbia e para toda a América do Sul."

Segundo ela, a crise no país vizinho que já levou 7,7 milhõesslot v casino no deposit bonuspessoas a deixarem o país (segundo dados da Organização das Nações Unidas) é explorada pela direita sul-americana para fustigar líderesslot v casino no deposit bonusesquerda.

"A direita nesses países estáslot v casino no deposit bonusolhoslot v casino no deposit bonuscomo mandatários como Lula e Petro vão se posicionarslot v casino no deposit bonusrelação às eleições da Venezuela", diz a pesquisadora.

Impasse na região

Para Stuenkel, o encontroslot v casino no deposit bonusLula e Petro também aconteceslot v casino no deposit bonusum momentoslot v casino no deposit bonusindefinição sobre a liderança regional na América do Sul.

Segundo ele, havia uma expectativaslot v casino no deposit bonusque Lula pudesse retomar o protagonismoslot v casino no deposit bonuslíder regional que ele teria exercidoslot v casino no deposit bonusseus dois primeiros mandatos, mas esse cenário não se repetiu.

"O potencial que alguns viam quando Lula fez a viagem a Buenos Aires [para a reuniãoslot v casino no deposit bonuscúpula da Comunidadeslot v casino no deposit bonusEstados Latino-Americanos e Caribenhos,slot v casino no deposit bonusjaneiroslot v casino no deposit bonus2023] não se concretizou. Alcançou-se muito pouco no nível regional."

O grande encontroslot v casino no deposit bonuspresidentes sul-americanos [ocorridoslot v casino no deposit bonusmaioslot v casino no deposit bonus2023,slot v casino no deposit bonusBrasília] também não gerou muitos resultados concretos e acabou sendo dominado por divergênciasslot v casino no deposit bonusrelação à Venezuela, observa Stuenkel.

Para o professor, o encontroslot v casino no deposit bonusLula e Petro pode representar uma tentativaslot v casino no deposit bonusapresentar um fato novo no cenário geopolítico regional.

"Penso que pode haver uma tentativaslot v casino no deposit bonusdesenvolver alguma narrativa nova porque,slot v casino no deposit bonusfato,slot v casino no deposit bonusfunçãoslot v casino no deposit bonusmúltiplos desafios como a crise migratória, a situação na Venezuela, e o cenário geopolítico global complicado, um debate sobre o futuro da América do Sul e seus principais projetosslot v casino no deposit bonuscooperação saiu do radar", avalia.