O iminente desastre ambiental que ameaça Hong Kong:blazers jogos

Chan é cientista ambiental e político do Partido Neo Democratablazers jogosHong Kong, experiência que lhe deu uma visão profunda das dificuldades sociais, econômicas e tecnológicasblazers jogossolucionar o problema da cidade.

"Estamos nos movendoblazers jogosdireção à urbanização insustentável", diz Chan. A situação pode servirblazers jogosaviso para outros países, já que mais e mais pessoas sentem atração pela vida nas cidades. Isso significa que ambientalistasblazers jogostodo mundo estarão assistindo atentamente os próximos passos da região.

Aumento da pressão

Com cercablazers jogossete milhõesblazers jogospessoas, amontoadasblazers jogosuma áreablazers jogos2 mil quilômetros quadrados, Hong Kong é atualmente o quarto lugar mais densamente povoado do globo (depoisblazers jogosMacau, Cingapura e Mônaco). Com espaço tão escasso, não há muitas áreas disponíveis para construir novos aterros sanitários.

O turismo apenas aumentou a pressão. À medida que as indústrias da região se mudaram para a China continental, Hong Kong se esforçou para atrair mais visitantes do continente e, assim, movimentarblazers jogoseconomia.

A culinária local e os shoppings centers estão entre as atrações principais, o que estimula os turistas a gerar resíduos adicionaisblazers jogosalimentos e embalagens.

"Precisamos deles para impulsionar nossa economia, mas também há inconvenientes", admite Chan.

Além dessas questões, está o statusblazers jogosHong Kong como "economia livre" dentro da China, o que leva o governo a relutar para impor regulações que possam ameaçar o comércio.

"A região é tida como a economia mais livre do mundo, então os funcionários governamentais tentam fazer o máximo para não intervir nas linhasblazers jogosprodução ou nos comportamentos do consumidor", afirma o cientista ambiental.

Por isso, hoje há poucas normas sobre usoblazers jogosembalagens ou qualquer outra medida que possa reduzir o desperdício.

Assim como muitos outros países, Hong Kong enviava parteblazers jogosseu lixo à China continental para reciclagem. As empresas chinesas podiam aproveitar a sucata, o plástico e os metais presentesblazers jogosprodutos eletrônicos, mas o país também recebia resíduos inutilizáveis e contaminados (incluindo restosblazers jogoscomida e materiais médicos), o que criava problemas ambientais para suas cidades.

Como resultado, o governo chinês decidiu proibir a importaçãoblazers jogosresíduos não processados - um movimento conhecido como "Green Fence" (cerca verde,blazers jogostradução livre) - na esperançablazers jogosque outras nações higienizassem seu lixo antesblazers jogosvendê-lo.

No entanto, Hong Kong ainda não desenvolveu suas próprias plantasblazers jogosreciclagem o suficiente para compensar a atitude da China. "Então, coisas que teriam sido enviadas para a China para serem processadas estão apenas sendo colocadas no aterro", diz Doug Woodring, ativista ambiental e cofundador da ONG Ocean Recovery Alliance.

Como se os próprios resíduos não fossem suficientemente graves, as praiasblazers jogosHong Kong enfrentam uma crescente chegadablazers jogoslixo pelo mar. Os ambientalistas não têm certezablazers jogossua origem, mas a ondablazers jogosresíduos parece ocorrer periodicamente com a mudança dos padrões climáticos.

"Temos coisasblazers jogosTaiwan descendo e das Filipinas e do Vietnã subindo", diz Woodring. O material também pode estar saindo da China continental - possivelmente por meioblazers jogosdespejos ilegais ou inundações sazonais que levam o lixo para o mar. "Muitos dos objetos têm escrita chinesa, mas não sabemos onde entraram na água".

Medidasblazers jogoscontrole

Apesar das constantes advertências, os resíduos municipaisblazers jogosHong Kong continuaram a crescer nos últimos cinco anos - e o governo precisará agir rapidamente antes que todos os aterros do território transbordem.

Um grande passo será a introduçãoblazers jogosuma "taxablazers jogosresíduos", o que forçará os moradores a pagar cercablazers jogos0,11 dólaresblazers jogosHong Kong (cercablazers jogosR$ 0,04, na cotação atual) por cada litroblazers jogoslixo coletado. A nova legislação, anunciada no início deste ano, deverá entrarblazers jogosvigor até 2019, e o jornal South China Morning Post estima que a taxa deve custar entre 33 e 54 dólaresblazers jogosHong Kong (cercablazers jogosR$ 14 a R$ 23) por domicílio, por mês.

Os defensores da legislação citam as experiênciasblazers jogosTaipeiblazers jogosTaiwan, e blazers jogosSeul, na Coreia do Sul, que conseguiram reduzir resíduosblazers jogosmaisblazers jogos30% aplicando ações similares.

O Departamentoblazers jogosProteção Ambientalblazers jogosHong Kong também está avançando nos planos para ter um incineradorblazers jogosUS$ 10 bilhõesblazers jogosLantau (a maior das ilhas do território, no sudoeste da região). Queimar o lixo pode encolhê-lo até cercablazers jogosum décimoblazers jogosseu tamanho original. Mesmo assim, só é possível queimar uma parte do desperdício - cercablazers jogos30% da produção total da cidade,blazers jogosacordo com as estimativasblazers jogosChan.

A solução está longeblazers jogosser popular entre os habitantes, que estão preocupados com o aumento da poluição atmosférica que o incinerador pode trazer.

Chan, porblazers jogosvez, está mais entusiasmado com os planos para a construçãoblazers jogosuma fábricablazers jogosprocessamentoblazers jogosalimentosblazers jogosLantau, que reciclaria resíduos das cozinhas comerciais localizadas ao redor do aeroporto. Ele ressalta que horticultores importam muitoblazers jogosseu aduboblazers jogospaíses distantes, como a Holanda, enquanto o desperdícioblazers jogosalimentos seria uma fonte local e natural. Tais estruturas também poderiam produzir biogás para abastecer carros.

"Segundo uma estimativa grosseira, precisaríamosblazers jogos20 fábricas desse tamanho para lidar com nossos resíduos alimentares", diz Chan. "Mas acho que vale a pena fazermos isso, porque precisamos reciclar o máximo possívelblazers jogosmaterial utilizável."

Além disso, o território pode se beneficiarblazers jogosfuturas fábricasblazers jogosreciclagemblazers jogoscomponentes eletrônicos, permitindo aos fabricantes extrair matérias-primas valiosas para exportação - um movimento que poderia impulsionar ainda mais a economiablazers jogosHong Kong.

Mas esses esquemas precisamblazers jogosmais apoio governamental, incluindo um sistema eficiente que leve famílias e empresas a separar os diferentes tiposblazers jogosresíduos - alimentos, plásticos, vidro - na fonte, antesblazers jogosserem coletados. "No momento, isso está faltando", afirma o cientista.

O grande volumeblazers jogosresíduos torna difícil separar o aproveitável do descartável após a coleta. "O problema é que agora tudo é colocadoblazers jogosum saco só - comida, graxa e,blazers jogosseguida, papel, depois plástico - e isso neutraliza o valorblazers jogostodos os itens", diz Doug Woodring. "Mesmo se você só isolar o lixo molhado do seco, já é mais fácil conseguir algum valor com isso."

Woodring gostaria que pessoas e empresas calculassem suas "pegadas plásticas" - semelhante à "pegadablazers jogoscarbono" para emissõesblazers jogosgases do efeito estufa -, para que estivessem mais conscientes dablazers jogosproduçãoblazers jogoslixo. "Porque se você não sabe o que produz, não sabe como gerenciá-lo."

Como mostram Chan e Woodring, medidas ecológicas não precisam desafiar os negóciosblazers jogosHong Kong, mas podem oferecer novas formasblazers jogosgerar receita. Woodring, por exemplo, cita o exemplo do Pacific Coffee (um dos muitos cafésblazers jogosestilo norte-americano da cidade), que recentemente implementou seu próprio esquemablazers jogosreciclagem, no qual o cliente pode retornar as tampas usadasblazers jogostrocablazers jogosum refil gratuito.

Segundo o ativista, a medida ajuda a empresa a acumular material reciclável ao mesmo tempoblazers jogosque fideliza o consumidor. Até agora, essas estratégias são rarasblazers jogosHong Kong, porém é um movimento na direção certa, diz ele.

A impaciênciablazers jogosChan é clara ao longo da conversa com a reportagem: o problema tem sido evidente há pelo menos uma década, ele afirma, mas o progresso é lento, com discussões intermináveisblazers jogosvezblazers jogosuma política efetiva. "Desperdiçamos todo esse tempo", conclui. Com a inundaçãoblazers jogoslixo tornando-se iminente, a faltablazers jogosação parece não ser mais uma opção.