Se você quer ganhar mais, deve trabalhar menos:cpurul0r

Funcionário trabalhando

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Legenda da foto, A produtividade dos funcionários diminui consideravelmente após maiscpurul0r50 horas trabalhadas por semana
Homens dormindo no metrô

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Legenda da foto, Carga excessivacpurul0rtrabalho faz parte da cultura japonesa

Chegou ao pontocpurul0rque Nomimizu acumulou tantas semanascpurul0r80 horascpurul0rtrabalho que ele desmaioucpurul0rseu apartamento à noite e quase caiucpurul0rcimacpurul0rum apoio para TV. Quando o períodocpurul0rmovimentação máxima finalmente terminou, ele disse que o escritório inteiro ficou "terrivelmente doente".

Enquanto a carga excessivacpurul0rtrabalhocpurul0rNomimizu eracpurul0rcerta maneira temporária, ele disse que "há pessoas trabalhando para empresascpurul0rTóquio com essa carga horária e vivem dia após dia assim durante o ano inteiro".

De fato, maratonascpurul0rtrabalho fazem parte da cultura local e há até uma palavracpurul0rjaponês, karoshi, que significa literalmente "morte por excessocpurul0rtrabalho".

Nomimizu

Crédito, Stuart Nomimizu

Legenda da foto, Devido ao cansaço por trabalhar demais, Nomimizu (à esquerda) chegou a desmaiarcpurul0rcasa

O Ministériocpurul0rSaúde, Trabalho e Bem-Estar Social do Japão lançou o primeiro relatório sobre karoshicpurul0routubro do ano passado e apontou que cercacpurul0rumacpurul0rcada quatro empresas (ou 23%) têm funcionários fazendo mais do que 80 horas extras por mês.

"Os japoneses respeitam muito seus colegas, mas também existe uma dificuldadecpurul0rfalar o que você está pensando", diz Nomimizu. "Então você tem um montecpurul0rpessoas no nível mais baixo que ficarão no escritório até que o chefe vá para casacpurul0rum horário ridiculamente tarde".

O funcionáriocpurul0r26 anos explica que, se você é o primeiro a sair, você não será visto como alguém que trabalha bemcpurul0requipe.

Executivos dormindo no expediente

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Legenda da foto, Cercacpurul0rumacpurul0rcada quatro empresas (ou 23%) têm funcionários fazendo mais do que 80 horas extras por mês

Mas será que as longas horascpurul0rtrabalho do Japão são mais produtivas do que ascpurul0routras partes do mundo? Nomimizu acha que não. Aliás, há cada vez mais evidênciascpurul0rque trabalhar por longas horas não é apenas prejudicial à saúde mas também nocivo para nossas carreiras e ruim para a produtividadecpurul0rgeralcpurul0ruma companhia.

Quando menos é mais

Se há outro país conhecido por suas longas horascpurul0rtrabalho e faltacpurul0rtempo livre são os Estados Unidos. Uma pesquisa recente do instituto Gallup apontou que a médiacpurul0rtrabalhocpurul0rum funcionário americano empregado écpurul0r47 horas por semana, quase um diacpurul0rtrabalho a mais do que a carga tradicional das 9h às 17h.

Além disso, quase umcpurul0rcada cinco funcionários (18%) trabalham 60 horas ou mais por semana. Apesarcpurul0rsacrificar seu tempo com família e amigos para ficar no escritório, um outro estudo da campanha americana Project: Time Off descobriu que os "mártires" das longas horascpurul0rtrabalho têm menos chancecpurul0rreceber um aumento do que seus colegas.

Mulheres trabalhando

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Legenda da foto, A médiacpurul0rtrabalhocpurul0rum funcionário americano empregado écpurul0r47 horas por semana

"Nós descobrimos que as pessoas que tiram mais diascpurul0rfolga - 11 dias ou mais - são as mais prováveis a receber um aumento do que as que tiram 10 ou menos dias", diz Katie Denis, uma pesquisadora do projeto. "Se você não está avançando - e nós descobrimos que não há relação entre horascpurul0rtrabalho e avanço na carreira - então por que você está fazendo isso?"

Pouco retorno

Laura Vanderkam, especialistacpurul0rgerenciamentocpurul0rtempo e autora do livro 168 Horas afirma que "seu cérebro, assim como tudo, não consegue trabalhar sem limitações".

Na verdade, faz mal ir além dos nossos limites. "Quando trabalhamos depoiscpurul0rum certo ponto os retornos diminuem e acabamos cometendo erros", diz ela. "Nós também não temos as nossas melhores ideias nem energia para resolver problemas".

Há várias maneirascpurul0rtratar o trabalhocpurul0rexcesso. Por exemplo, muitos pensam que é preciso estar no trabalho quando o (a) chefe chega ou vai embora. No entanto, Vanderkam acredita que essa ideia muitas vezes pode ser enganadora. "Talvez acpurul0rchefe queira o espaço só para elacpurul0rmanhã e na verdade está irritada que você também chegue cedo".

Homem trabalhando

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Legenda da foto, É mais provável que pessoas que tiram mais diascpurul0rfolga ganhem aumento do que as que tiram menos dias

Vanderkam acredita que muitas pessoas não estão dispostas a criar limitescpurul0rsuas rotinas diárias por medocpurul0rnão serem vistas como trabalhadoras. "Então nós sabotamos nossa própria produtividade dizendo 'vou trabalhar o dia todo, almoçar e cair no buraco da internet das 14h30'", explica.

Lado positivo

Trocar descanso por horas extras não pagas é um mau negócio tanto para funcionários quanto empregadores.

Um estudo da Universidadecpurul0rStanford indicou que a produtividade dos funcionários diminui consideravelmente após maiscpurul0r50 horas trabalhadas por semana e cai ainda mais depoiscpurul0r56 horas semanais chegando a um pontocpurul0rque alguém que trabalha 70 horas por semana fica incapazcpurul0rproduzir algo durante as 14 horas adicionais.

Estudos parecidos ligaram longas horascpurul0rtrabalho com afastamentos, perdacpurul0rmemória a longo prazo e diminuição da capacidadescpurul0rtomar decisões.

E o que as empresas estão fazendo para combater o inevitável esgotamento? Grandes companhias japonesas já tomaram uma decisão a respeito.

A Toyota estipulou um limitecpurul0r360 horas extras por ano (ou uma médiacpurul0r30 horas por mês), enquanto a agênciacpurul0rpublicidade Dentsu acaboucpurul0rlançar um plano com oito pontos (incluindo encorajamento para férias regulares e desligamento das luzes do escritório às 22h) para melhorar seu ambientecpurul0rtrabalho após o casocpurul0rsuicídiocpurul0rum funcionário motivado por exaustão.

Japonês dorme no escritório

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Legenda da foto, Empresas japonesas dizem estar tomando medidas para contornar o problema

Enquanto isso, na Alemanha, grandes companhias como BMW e Volkswagen limitaram o usocpurul0re-mails depoiscpurul0rcerto horário para evitar a hiperconectividade.

Nos Estados Unidos, bancoscpurul0rinvestimento como Credit Suisse e JPMorgan Chase lançaram novas diretrizescpurul0rtrabalho para dissuadir analistas e associados (especialmente os 'millennials')cpurul0rir ao escritório nos finaiscpurul0rsemana.

Vanderkam diz que quando você opera uma máquina sem manutenção você corre um risco altocpurul0rperdê-la com o passar do tempo e possivelmentecpurul0rum momento bastante inoportuno. Parece que muitas empresas começaram a perceber que acontece o mesmo com humanos.