Estuprada, grávida e com medoaplicativo aposta ganhaser presa: a históriaaplicativo aposta ganhauma vítima:aplicativo aposta ganha

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O que parecia ser um encantado mundo novo com prédios luxuosos e shoppings, foi se transformandoaplicativo aposta ganhaum pesadelo à medida que Monica sentia falta dos filhos e era maltratada pelos seus patrões.

Na casa havia outro empregado, um motorista paquistanês. Meses depoisaplicativo aposta ganhachegar, Monica se viu sozinha com o motoristaaplicativo aposta ganhaum dia que a família toda saiu.

"Eu estava limpando, na cozinha. Então ele chegou... Ele segurava uma faca enquanto me obrigava (a manter relações com ele)... eu não podia fazer nada. Eu estava sozinha, mesmo se eu gritasse, estava sozinha", disse.

Ela não contou a ninguém sobre o estupro e, três meses depois, percebeu que estava grávida. As leis dos Emirados Árabes Unidos determinam que sexo fora do casamento é um crime.

Monica não tinha como provar que tinha sido estuprada e a gravidez se transformouaplicativo aposta ganhaprovaaplicativo aposta ganhaseu crime.

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Temendo a prisão, ela escondeu a gravidez o quanto pôde.

"Sabia que eles poderiam me mandar para a cadeia e estava com muito medo", disse.

Sharia e Zina

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Legenda da foto, Gruposaplicativo aposta ganhadefesa dos direitos humanos temem pelo tratamento recebido por domésticasaplicativo aposta ganhapaíses do Golfo Pérsico

Nos Emirados Árabes Unidos, a sharia (Lei Islâmica) forma a base do Código Penal e o sexo fora do casamento é classificado como "zina", uma categoriaaplicativo aposta ganhacrime que também inclui adultério, fornicação e homossexualidade.

Não há números oficiais mostrando quantas pessoas foram condenadas por crimes desse tipo. Mas sabe-se que essa leis pesam como uma espadaaplicativo aposta ganhaDâmocles sobre as milharesaplicativo aposta ganhamulheres asiáticas e africanas que emigraram para o país para trabalhar como domésticas.

Uma investigação do Serviço Árabe da BBC sugere que centenasaplicativo aposta ganhamulheres imigrantes são presas nos Emirados Árabes Unidos todos os anos acusadas por estes crimes, mesmo quando o sexo é consensual.

Segundo a organização Human Rights Watch (HRW), o código penal "zina" viola as leis internacionaisaplicativo aposta ganhadireitos humanos. Gruposaplicativo aposta ganhadefesa dos direitos humanos também dizem que essas leis resultamaplicativo aposta ganhapunições desproporcionalaplicativo aposta ganhamulheres.

Houve vários casosaplicativo aposta ganhadomésticas sentenciadas a chibatadas e,aplicativo aposta ganhacasos extremos, apedrejamento - mas não há provasaplicativo aposta ganhaque estas punições chegaram a ser executadas.

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A investigação da BBC confirma que mulheres acusadasaplicativo aposta ganhasexo fora do casamento são acorrentadas. Imagens feitas com uma câmera escondidaaplicativo aposta ganhaum tribunal do país mostrou uma jovem filipina caminhando com dificuldade por um corredor, com os pés acorrentados.

Sharla Musabih, ativista americana que passou maisaplicativo aposta ganha20 anos nos Emirados Árabes Unidos gerenciando um abrigo para mulheres vítimasaplicativo aposta ganhaabuso, disse que na capital, Abu Dhabi, viu uma doméstica etíope acorrentada pelos tornozelos a uma cama horas depoisaplicativo aposta ganhadar à luz. Como Monica, a mulher tinha sido estuprada.

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Legenda da foto, Organização afirma que uma etíope foi acorrentadaaplicativo aposta ganhaAbu Dhabi horas depoisaplicativo aposta ganhadar à luz

Rothna Begum, pesquisadora da Human Rights Watch, afirma que o acorrentamentoaplicativo aposta ganhamulheres acusadasaplicativo aposta ganhafugir ou desrespeitar as leis zina é "prática padrão" no país.

O governo não atendeu aos pedidos da BBC para discutir as leis zina e o tratamento dado a imigrantes que trabalham como domésticas.

Programaaplicativo aposta ganharádio

Para Monica e outras mulheres grávidas que correm o riscoaplicativo aposta ganhaserem presas nos Emirados Árabes Unidos por sexo fora do casamento a saída mais óbvia é a fuga. Mas, a filipina se viu sem saída devido às leis do país.

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As domésticas são trazidas para o país seguindo o chamado sistema kafala - um acordo no qual o direito da imigranteaplicativo aposta ganhatrabalhar, mudaraplicativo aposta ganhaemprego e voltar para casa depende totalmente do empregador que pagou pela entrada dela no país. Este sistema deixa as mulheres vulneráveis e sem proteção legal.

Em 2014, a Human Rights Watch entrevistou 99 das cercaaplicativo aposta ganha146 mil domésticas que, estima-se, trabalham no país.

A maioria relatou que não recebe horas extras - algumas chegavam a trabalhar 21 horas por dia - e muitas contaram que não recebiam seus salários.

Outras relataram que eram mantidas presas nas casas dos patrões. Vinte e quatro relataram abuso sexual e quase todas tiveram os passaportes confiscados, apesaraplicativo aposta ganhaisto ser contra as leis do país.

Em 2014, sem poder esconder a gravidez, Monica implorou à patroa que a mandasseaplicativo aposta ganhavolta às Filipinas. A patroa, invocando a kafala, negou o pedido e disse que o contrato ainda não tinha terminado.

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Se ela desse à luz no país, Monica provavelmente seria acorrentada e levada à Justiça. Aos sete mesesaplicativo aposta ganhagravidez, desesperada, ela apostou suas fichasaplicativo aposta ganhaum audacioso plano.

Monica entrouaplicativo aposta ganhacontato, pelo Facebook, com o apresentadoraplicativo aposta ganhaum programaaplicativo aposta ganharádio nas Filipinas. Ela deu a ele o númeroaplicativo aposta ganhaum celular que mantinha escondido na cozinha e o apresentador ligou.

Trancadaaplicativo aposta ganhaum banheiro e entrando ao vivo no programa, Monica contou que tinha sido estuprada, estava grávida e desesperada para voltar para casa. "Quero ir embora, mas eles não deixam", disse.

O apresentador perguntou se a família sabia do que tinha acontecido e Monica contou que não.

"Esta é a parte mais dolorosa da história. Ela tem um marido nas Filipinas e ele não sabe", disse o apresentador para os milharesaplicativo aposta ganhaouvintes.

O plano funcionou. Após a grande repercussão do caso, o governo filipino pressionou as autoridados dos Emirados Árabes Unidos.

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Legenda da foto, Monica voltou para as Filipinas e agora está com o marido

Em semanas, o tempo necessário para encontrar uma doméstica substituta vinda da Indonésia, os patrõesaplicativo aposta ganhaMonica devolveram o passaporte, compraram uma passagem e a enviaramaplicativo aposta ganhavolta às Filipinas.

A volta não foi fácil. Inicialmente o marido não aceitava o que tinha acontecido e culpava Monica pelo estupro.

A mãe dela se ofereceu para criar a criança, mas, depoisaplicativo aposta ganhaum tempo, o marido dela mudouaplicativo aposta ganhaideia e decidiu criar o filhoaplicativo aposta ganhaMonica.

Quando conversou com a BBC, a filipina estava no oitavo mêsaplicativo aposta ganhagravidez e um exame confirmou que ela teria um menino. Desde então, a reportagem perdeu o contato com ela.

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