Para 'nanicos', lei eleitoral favorece partidos grandes:slot da bolinha

slot da bolinha Eles não alcançam 1% das intençõesslot da bolinhavoto, mas rejeitam a pechaslot da bolinha"nanicos" e atribuem seu fraco desempenho nas pesquisas a desequilíbrios causados pela legislação eleitoral.

A BBC Brasil entrevistou três candidatos à Presidência que estão longeslot da bolinhaser os nomes mais cotados para ocupar o cargo: Levy Fidelix, do PRTB, José Maria Eymael, do PSDC, e Mauro Iasi, do PCB. Ao ladoslot da bolinhaJosé Maria, do PSTU, eslot da bolinhaRui Pimenta, do PCO, eles estãoslot da bolinhaúltimo lugar nas pesquisas.

Segundo o Datafolha, a corrida é liderada por Dilma Rousseff (PT), com 40%, seguida por Marina Silva (PSB), 27%, e Aécio Neves (PSDB), 18%. Em seguida, empatados com 1% cada, vêm Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL) e Eduardo Jorge (PV).

Sem chancesslot da bolinhavencer, Eymael, Fidelix e Iasi são representantesslot da bolinhaum gruposlot da bolinhapartidos popularmente chamadosslot da bolinha"nanicos". A crítica ao termo é um dos poucos pontos que unem os três. Outro ponto é a crítica à legislação eleitoral.

Segundo eles, a possibilidadeslot da bolinhaque empresas façam vultosas doações a candidatos desequilibra as eleiçõesslot da bolinhafavorslot da bolinhapartidos grandes.

Por outro lado, a mesma legislação ajuda os partidos pequenos a sobreviver ao lhes reservar parte do fundo partidário e da propaganda eleitoral gratuita.

Pelas regras atuais, 5% do fundo é distribuídoslot da bolinhapartes iguais a todos os partidos registrados, e 95%, conforme o númeroslot da bolinhavotos obtidos pela sigla na última eleição para a Câmara. Ou seja, mesmo partidos que não recebam qualquer voto têm garantida uma porção do fundo.

Em um mês, os repasses do fundo partidário a todas as siglas somam R$ 25 milhões. As maiores porções vão para o PT (R$ 4,2 milhões) e PMDB (R$ 3 milhões).

<link type="page"><caption> Leia também na BBC Brasil: Por que partidos 'nanicos' têm tanto espaço no debate eleitoral?</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://roberthost1.accountsupport.com/noticias/2014/09/140929_eleicoes2014_nanicos_reforma_politica_jf_rm" platform="highweb"/></link>

'Ideias grandes'

Emslot da bolinhasegunda eleição presidencial, o presidente e fundador do PRTB, Levy Fidelix, diz ter pedido à Justiça que puna quem o chamarslot da bolinha"nanico".

"Na horaslot da bolinhapagar as multas somos grandes iguais ao outros, e as nossas ideias não são pequenas", diz.

Fidelix afirma que nas eleições municipaisslot da bolinha2012 seu partido elegeu maisslot da bolinha500 vereadores, tendo investido R$ 10 milhões nas campanhas.

Segundo ele, cada voto no PRTB custou R$ 0,30, enquanto cada voto no PMDB custou R$ 30. O PMDB não confirma o cálculo.

Nesta eleição, Fidelix diz que o partido arrecadou R$ 206 mil entre seus militantes para financiar suas campanhas. "Temos 2 mil diretórios no Brasil, não dependemos do fundo partidário."

O PRTB recebe cercaslot da bolinhaR$ 110 mil do fundo por mês.

"Não sou nenhum bandido que anda na rua, como os políticos que se elegem e ficam querendo dinheiro do povo, das empreiteiras, para cobrir seus gastos."

Porém, segundo a prestaçãoslot da bolinhacontas do PRTB ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), uma empreiteira – a UTC Engenharia – doou R$ 100 mil à campanhaslot da bolinhaFidelix neste ano.

Candidato à Presidência pela sétima vez, ele jamais se elegeu para um cargo público. Mesmo assim, diz não se sentir derrotado.

"Minha candidatura se sente vitoriosa, porque minhas ideias, e os conceitos que apresento, como o anel viárioslot da bolinhaSão Paulo, o seguro calamidade, a mobilidade urbana, hoje são temas da sociedade. "

Democracia cristã

Eymael é outro veteranoslot da bolinhaeleições. Neste ano ele disputa a Presidência pela quarta vez. O candidato não ocupa cargo público desde 1994, quando seu segundo mandato como deputado federal se encerrou.

Mesmo assim, afirma que a política ocupa 99%slot da bolinhasua rotina e que se lançou à Presidência mais uma vez porque, "na visão do partido, era fundamental" concorrer.

Ele se diz representante da democracia cristã, corrente política fundada na Europa no século 18 e que no Brasil teve como adeptos Jânio Quadros e André Franco Montoro. Eymael afirma que o partido conta com 220 mil militantesslot da bolinhamaisslot da bolinha2 mil cidades e que,slot da bolinha2012 , a sigla elegeu vereadoresslot da bolinha11 capitais.

Como Fidelix, Eymael diz que o Partido Social Democrata Cristão (PSCD) não depende do fundo partidário (a sigla recebe R$ 88 mil mensais). Segundo ele, o partido banca seu funcionamento e suas campanhas com contribuiçõesslot da bolinhafiliados eslot da bolinhaempresas cujos donos são adeptos da democracia cristã.

'Debate político'

O candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Mauro Iasi, também exalta a históriaslot da bolinhasua agremiação – fundada há 92 anos – e questiona os critérios pelos quais se julga o tamanhoslot da bolinhaum partido.

"Um partido pode ser grande e não ter priorizado nos últimos anos o espaço eleitoral", afirma. O PCB, que recebe R$ 55 mil do fundo partidário ao mês, não tem nenhum representante no Congresso hoje.

Iasi afirma que o partido decidiu lançá-lo à Presidência para "fazer um debate político".

"Acreditamos que há a necessidadeslot da bolinhafazermos um balanço extremamente críticoslot da bolinhacaminhos que foram consenso na política brasileira nos últimos anos", diz o candidato. Iasi diz que tem visitado assentamentosslot da bolinhareforma agrária, sindicatos e universidades para difundir as visões do PCBslot da bolinhadefesa do socialismo.

Ele diz que seu partido deve ser diferenciadoslot da bolinhaoutras siglas pequenas por ter ampla redeslot da bolinhaapoiadores e um programaslot da bolinhagoverno para o Brasil.

"Existem partidos artificiais, criados ao sabor da conveniência, sem consistência política e programática. É fácilslot da bolinhaserem localizados e coibidos, mas isso não é feito porque não interessa aos partidos no poder."

Para Maria do Socorro Souza Braga, professoraslot da bolinhaciência política da Universidade Federalslot da bolinhaSão Carlos (UFScar), partidosslot da bolinhaesquerda como o PCB, o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) e o PCO (Partido da Causa Operária) não funcionam da mesma maneira que outras siglas pequenas.

Segundo a professora, essas siglasslot da bolinhaesquerda raramente entramslot da bolinhagrandes coalizões e têm intensa atuaçãoslot da bolinhauniversidades e sindicatos.

"Eles são estruturados, têm militantes e conseguem sobreviver sem as eleições", diz a professora.