A lutagol bet apostasmães brasileiras para trabalhar no Japão: 'Fui demitida porque o meu filho ficou doente':gol bet apostas

Crédito, Arquivo pessoal
"Ele perguntou se eu iria trabalhar no dia seguinte, mas meu filho ainda estava com febre, e não pude confirmar. Acabei concordandogol bet apostassair. Não entendo como eles não compreendem isso, avisei que tinha filhos antesgol bet apostasentrar. Foram dois anos sem emprego, e eu estava bem contente", desabafa.
A lutagol bet apostasPaloma para cuidar dos filhos e trabalhar no Japão começougol bet apostas2020, muito antes deste episódio, quando ficou grávidagol bet apostasKouji.
Na época, estava há três anos trabalhando no depósitogol bet apostasum mercado,gol bet apostasum serviço leve que envolvia carregar caixas vazias. Mas, quando anunciou a gravidez, ela conta que teve que travar uma batalha para não ser demitida.
"Eles disseram para eu pedir as contas. Insistiam todos os meses quando me entregavam o holerite, falavam que ia receber os benefícios mesmo se saísse. Comecei a pesquisar e vi que, se não trabalhasse até o sétimo ou oitavo mês, não receberia nada."

Crédito, Arquivo pessoal
Por ter resistido e procurado a ajuda do Ministério do Trabalho, Paloma conseguiu tirar a licença-maternidade, mas depois do estresse e a insistência para desistir da vaga, não voltou ao mesmo emprego. Quando chegou a horagol bet apostasprocurar um novo serviço, os desafios recomeçaram.
O Japão sofre com uma questão social que afeta as mulheres: ter filhos e uma carreira parece ser privilégio para poucas, e a maioria têmgol bet apostasescolher entre um e outro, como aponta o Glass Ceiling Index, ranking anual da revista The Economist sobre os melhores e piores países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para as mulheres trabalharem.
A listagol bet apostas29 nações coloca o Japão na 28ª posição, acima apenas da Coreia do Sul. E a justificativa dos pesquisadores é que o país ainda tem um sistema que obriga a mulher a escolher entre filhos e carreira.
"O pesogol bet apostascuidar dos filhos e da casa costuma recair sobre as mulheres, e é muito difícil conciliar trabalho com a vida doméstica. As empresas preferem quem tem disposição para trabalhar longas horas, e, por isso, muitas mulheres não querem mais ter filhos", explica Naoko Sasaki, líder da ONG Matahara Net, que ajuda trabalhadoras que são mães a combater abusos no trabalho.
A organização atende maisgol bet apostascem consultas por ano. São mulheres que sofrem pressões para deixar o emprego, perdemgol bet apostasdireitos ou sofrem maus tratosgol bet apostascolegas e chefes por estarem menos dispostas por causa da gestação e disponíveis por conta das necessidade dos seus filhos.
Este ano, a ONG abriu um grupo onlinegol bet apostastrocagol bet apostasmensagens e tem registrado cercagol bet apostasdez publicações diárias. Em muitos casos, as mulheres são aconselhadas a procurar ajuda do Escritóriogol bet apostasTrabalho da região, um órgão do governo que recebe as denúncias dos trabalhadores e orienta as empresas, o sindicato trabalhista e mesmo um advogado para buscar garantir que a lei que protege mães e gestantes seja cumprida.
As mães brasileiras que são demitidas
Os abusos contra as mães que trabalham afetam também as mulheres japonesas, mas a Matahara Net quase não recebe consultasgol bet apostasgestantes nativas com problemasgol bet apostasdemissão.
"É ilegal demitir gestante e depois que a informação foi amplamente divulgada, esses casos se tornaram raros. Nos últimos dois anos, quase não houve consultasgol bet apostasjaponesas grávidas que foram demitidas. Por outro lado, há problemas como a pressão para deixar o trabalho depois da licença e tentativasgol bet apostasrebaixar o cargo da funcionária que se tornou mãe", explica Sasaki.
Mas, na comunidade brasileira, o assunto é recorrente. Nos grupos online, não faltam relatosgol bet apostastrabalhadoras pedindo ajuda por terem sido instruídas a deixar o serviço depoisgol bet apostasanunciar a gravidez. Na maioria dos casos, quem tem experiência com isto dá o mesmo conselho: "Não assine nada ou perderá seus direitos".
A brasileira Juliana Afonso Miyashima,gol bet apostas27 anos, moragol bet apostasShizuoka, na região central do país. Em fevereirogol bet apostas2021, descobriu que estava grávidagol bet apostasgêmeos. Na época, trabalhavagol bet apostasuma fábricagol bet apostasembalagens com um ritmo intenso e muitas horas extras.
"Quando contei e pedi que me mudassemgol bet apostassetor, não deixaram. Continuei o serviço pesado e tive um sangramento. O médico mandou uma carta para me afastar, e eles queriam me desligar", conta.

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Ela não aceitou a proposta. Se tivesse aceito, teria ficado sem licença-maternidade e outros benefícios extras pelo fato dagol bet apostasgravidez sergol bet apostasrisco.
"Uma amiga passou pelo mesmo e disse para eu pedir ajuda do sindicato. Eles brigaram com a empresa e garantiram que eu recebesse tudo", diz.
Os relatos ouvidos pela reportagem sugerem que lidar com a tentativagol bet apostasdemissão logo depoisgol bet apostasdescobrir a gravidez é bastante estressante e confuso para uma estrangeira com pouco conhecimento do idioma local ou das leis do país.
Nos grupos online, algumas mulheres comentam que acabaram acreditando na conversa das empresas, assinaram a demissão e ficaram sem direitos.
Enquanto algumas conseguem forças para correr atrás dos direitos, outras acabam acreditando nas empresas, ficam sem licença-maternidade e só descobrem que foram enganadas quando é tarde demais.
Na regiãogol bet apostasShizuoka, um brasileiro que cresceu no país abriu uma empresa para cuidar desses casos. Derick Kameda fundou a Life Support e é associado ao sindicato local.
Dos 160 casosgol bet apostastrabalhadores que atendeu no ano passado, ele conta quegol bet apostas30 a 40 eramgol bet apostasbrasileiras grávidas que estavam sofrendo tentativasgol bet apostasdemissão.
Ele costuma acompanhar as clientes nas empreiteiras que contratam e oferecem as vagas nas fábricas. Esse tipogol bet apostasempresa é responsável pelas contrataçõesgol bet apostasbrasileiros no Japão e é onde acontecem as tentativasgol bet apostasdemissões ilegais. Derick conta que há muitos funcionários sem o conhecimento das leis, além dos casosgol bet apostasmá fé.
"Quando a trabalhadora diz que está grávida, eles contam meias verdades. Falam que ela não trabalhou por um ano e, por isso, não tem direitos, mas não precisa ter trabalhado um ano no mesmo lugar. Vejo casosgol bet apostasdesinformação, mas tambémgol bet apostasmá fé, quando dizem que a demissão não é pela gravidez, que não vão renovar e contrato e é isso. A gestante fica confusa, não sabe que é ilegal."
Maus tratos e pressão na fábrica
Em outro caso, uma brasileira que insistiu para ficar no trabalho conta ter enfrentando pressão e abuso psicológico que prejudicougol bet apostassaúde durante a gestação.
Tatiana Conti,gol bet apostas38 anos, passou por esta situaçãogol bet apostasoutubrogol bet apostas2020, quando descobriu a gravidez. Ela estava há 11 mesesgol bet apostasuma fábricagol bet apostasar-condicionado e o serviço eragol bet apostasum galpão aberto e exposto ao frio, onde operários trabalhavam com peçasgol bet apostasisopor e lixas.
"Sofrogol bet apostassinusite crônica e, logo no início, pedi para a chefe me mudargol bet apostaslugar, porque não queria ficar doente e ter que faltar. Eles se recusaram, e aí precisei faltar por motivo médico e por causa do meu filho mais velho, e ela começou a me passar serviço pesadogol bet apostaspropósito", conta.
A situação foi ficando cada vez pior. Quando estava com cinco mesesgol bet apostasgestação e depoisgol bet apostaster ficado doente e faltado, Tatiana conta que foi castigada.

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"No dia seguinte, ela me deixou o dia todo fazendo uma peça enorme no galpão. Fiquei com mal jeito nas costas, mal conseguia andar e choreigol bet apostastanta dor. As chefes viram que eu estava mal, mas ninguém perguntou por que eu chorava, não pediram para eu parar, não demonstraram nenhuma preocupação."
A brasileira acredita que isso foi uma formagol bet apostaspressioná-la a desistir do trabalho, mas ela aguentou firme.
"Chegou ao ponto que todas as peças leves ela passa para outros, menos para mim, ignorando por completo que eu estava grávida."
Quando faltava um mês para ter direito a licença, Tatiana conta que teve uma gripe forte e se ausentou por cinco dias. Quando voltou, ouviu que estava sendo dispensada e correu atrás dos seus direitos, até conseguir ajuda do sindicato e garantir que a empresa desse entrada na licença-maternidade.
"Fui muito injustiçada. O meu filho nasceu com sete meses, ficou 15 dias na incubadora e teve um problema no coração. Hoje, ele está com 1 ano e 3 meses e está tudo bem, graças a Deus. Consegui meus direitos, mas sei que muitas conterrâneas passam pelo o que eu passei ou coisas piores e ficam sem receber", lamenta.
- Este texto foi publicado em http://roberthost1.accountsupport.com/internacional-62482271

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