Cúpulathe owner of zebetBiden é marcada por Bolsonaro coadjuvante e crises com Rússia e China:the owner of zebet

De um lado, os EUA assistem a uma escaladathe owner of zebettensão na fronteira entre Ucrânia e Rússia. O líder russo Vladimir Putin passou a estacionar milharesthe owner of zebetsoldados nas últimas semanas na região da Crimeia, sugerindo que um ataque ao território ucraniano é iminente. Putin quer que Biden e os países ocidentais vetem a entrada da Ucrânia na aliança militar da OTAN (Organização do Atlântico Norte) e não avancem militarmente na região, que Putin vê comothe owner of zebetzonathe owner of zebetinfluência.

Diante do cenário, Biden teve que se dividir entre reuniões bilaterais com o líder russo Vladimir Putin — com quem fez uma ligaçãothe owner of zebetvídeothe owner of zebetmaisthe owner of zebetduas horasthe owner of zebetduração -, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, com nove países bálticos da OTAN , alémthe owner of zebetter várias conversas com lideranças europeias.

"Putin fez o que sempre faz: criou uma crise para forçar todo mundo a se sentar com ele à mesa. E Biden caiu na armadilha", diz Alencastro. Ele relembra ainda que Putin também estaria por trásthe owner of zebetoutra crise que incomoda parte da Europa há um mês: o surgimentothe owner of zebetmigrantes iraquianosthe owner of zebetmassa na fronteirathe owner of zebetBelarus, movimento aparentemente orquestrado pelo líder autoritário do país Alexander Lukashenko, um aliadothe owner of zebetPutin. A situação gerou uma crise na fronteira da Polônia, uma das convidadas para a Cúpula da Democraciathe owner of zebetBiden.

Ao mesmo tempothe owner of zebetque ameaçou a Rússia com sanções econômicas no caso da Ucrânia, Biden descartou uma intervenção militar direta americana, o que reduzthe owner of zebetcapacidadethe owner of zebetdemonstrar força. Desde os fracassos da guerra do Iraque e do Afeganistão, a opinião pública dos EUA se coloca majoritariamente contrária a açõesthe owner of zebetguerra dos americanos por interesses geopolíticos. O caso do Afeganistão, do qual Biden comandou uma retirada considerada falha pelo próprio comando militar americano, custou uma fatia importante da popularidade do presidente americano. As cenasthe owner of zebetamericanos desesperados para partir do país ethe owner of zebetafegãos agarrados à fuselagemthe owner of zebetuma aeronave militar americana provocaram nos americanos sentimento vexatório comparado pela imprensa local à derrota da Guerra do Vietnã, nos anos 1970.

China expõe fragilidades americanas

Em outra frente, o convitethe owner of zebetBiden para que Taiwan fizesse parte da Cúpula da Democracia irritou os chineses. A China vê Taiwan como partethe owner of zebetseu próprio território e tomou o tratamento dispensado pelos americanos à área, como se fosse uma nação autônoma, como uma afronta ao princípiothe owner of zebetuma China única defendida pelo presidente Xi Jinping. Os chineses têm apertado o cercothe owner of zebettornothe owner of zebetTaiwan, tanto econômica quanto militarmente, para tentar fazê-la se submeter ao comando do Partido Comunista Chinês.

Os chineses responderam com um movimento sem precedentes, ao divulgar um documento diplomáticothe owner of zebetque afirmam que a China é "uma democracia que funciona", ao contrário dos EUA, incapazthe owner of zebetsatisfazer os desejosthe owner of zebetseu povo.

"A China tem se afastado da democracia nos últimos 10 anos, mas foi a campo ressignificar o termo e orgulhosamente defender seu modelo político. Isso não acontecia antes. Parece estar surgindo esse componente ideológico que faltava para definir a atual relação entre EUA e China como uma Guerra Fria, e não só uma disputa comercial outhe owner of zebetinfluência", afirma o especialistathe owner of zebetEUA Carlos Gustavo Poggio, professorthe owner of zebetrelações internacionais da FAAP.

Os chineses argumentam ainda que os americanos não teriam autoridade para determinar quem é ou não uma democracia - especialmente depois das cenas da invasão do Congresso por apoiadores do então presidente Donald Trump que tentavam impedir a certificação da vitória presidencial do próprio Biden.

"Nessa crítica os chineses são precisos. O critério da Cúpula da democraciathe owner of zebetBiden parece o mesmo adotado nas portasthe owner of zebetbaladas americanas: você é bonito, entra, você é feio, não entra. Não tem objetividade alguma", afirma Alencastro.

Se adotasse como critério o mapeamento da Ong Freedom House, que avalia anualmente a qualidade das democracias no mundo, Biden teria que alterarthe owner of zebetlistathe owner of zebetconvidados. A Bolívia, com nota 66, e a Hungria, com 69, dois dos países barrados no evento atual, são considerados mais democráticas do que as Filipinas, com 56, que recebeu convite.

Além da disputathe owner of zebetrelação à Taiwan, Biden anunciou ainda esta semana um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos e Paralímpicosthe owner of zebetInvernothe owner of zebetPequim,the owner of zebet2022. Isso significa que, além dos atletas, o país não enviará autoridades ou missões diplomáticas ao evento. O boicote foi justificado pelo tratamento dado aos chineses a minorias, como o grupo étnico muçulmanothe owner of zebetUigures, na provínciathe owner of zebetXinjiang, classificada como "genocídio" e "crime contra a humanidade" pelos americanos.

Para a especialistathe owner of zebetChina e professorathe owner of zebetrelações exteriores da Universidadethe owner of zebetMichigan, Mary Gallagher,the owner of zebetvezthe owner of zebetser uma medidathe owner of zebetforça, o anúncio do boicote pode revelar fraqueza dos americanos. Até o momento, três dias após a decisão americana, apenas Austrália, Canadá e Reino Unido anunciaram que seguiriam os passos dos EUA no boicote. Isso mostra que Biden tem dificuldadesthe owner of zebetalinhar parceiros ocidentais e asiáticosthe owner of zebettornothe owner of zebetsuas ações. Segundo Gallagher, para mostrar força, os EUA precisariam contar ao menos com o endosso adicionalthe owner of zebetFrança, Alemanha, Japão e Coreia do Sul.

"É uma péssima ideia dos Estados Unidos terem feito um boicote diplomático sem ter absoluta certezathe owner of zebetque poderiam contar ao menos com esses países. Se eles não aderirem, isso será encorajador para os chineses, porque vai mostrar a eles que a oposição a certas políticas da China é relativa e há importantes países que preferirão apenas ignorar o assuntothe owner of zebetvezthe owner of zebetse indispor com eles", diz Gallagher.

Cúpula sem compromisso final

Em meio a tantas dificuldades domésticas e internacionais, um alto funcionário do Departamentothe owner of zebetEstado confirmou na quinta-feira (9/12) que os EUA não pretendem concluir a Cúpula da Democracia com algum tipothe owner of zebetcomunicado conjunto entre os participantes. Os países convidados puderam apresentar compromissos específicos e voluntários, mas nem todos o fizeram.

"Não planejamos ter um documento assinado por todos porque não queremos nos antecipar demais. Vemos essa primeira cúpula como o lançamentothe owner of zebetum processo maior", afirmou um porta-voz do Departamentothe owner of zebetEstado, afirmando que uma segunda edição do evento deve acontecer no ano que vem para acompanhar como os diferentes líderes - e os atores da sociedade civil - têm agido para fortalecer a democracia domesticamente.

Mas, para Poggio, a ausênciathe owner of zebetum compromisso partilhado pelos participantes mostra que os americanos falharamthe owner of zebetconstruir uma coalizãothe owner of zebettornothe owner of zebetsi ethe owner of zebetseus valores.

"Ainda que fosse um documento genérico, seria muito importante que os países assinassem e se comprometessem com algo, para mostrar que existe algum tipothe owner of zebetaliança", diz Poggio.

Bolsonaro como coadjuvante

Convidado para a Cúpula, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro participa do evento na posiçãothe owner of zebetcoadjuvante. Ao contrário do que aconteceuthe owner of zebetoutros eventos internacionaisthe owner of zebetque o mandatário participou este ano, como a Assembleia Geral da ONU e a reunião do G-20, Bolsonaro desta vez não deve ser alvothe owner of zebetcríticas, a despeitothe owner of zebetseu históricothe owner of zebetalegações sem provasthe owner of zebetque o sistema eleitoral brasileiro seria inseguro ethe owner of zebetque as eleições que ele venceu,the owner of zebet2018, teriam sido fraudadas.

"Não será ali que Bolsonaro mudará a péssima imagem internacional que tem, nem que ela irá piorar. Se ele colher algum benefício, será entre aqueles que já são seus apoiadores", afirma Poggio.

O Brasil apresentou uma listathe owner of zebetcompromissos voluntários aos americanos que incluem, entre outras coisas, garantir eleições livres no ano que vem, defender liberdades individuais e combater a corrupção. "Bolsonaro reitera o compromisso do Brasil com a proteção das liberdades fundamentais e a promoçãothe owner of zebetuma culturathe owner of zebetdiálogo, liberdade e inclusão social, sem discriminação", afirmou o Itamaratythe owner of zebetnota.

Em um vídeothe owner of zebettrês minutos que irá ao ar apenas no segundo dia da cúpula, Bolsonaro defenderá especialmente que a internet deve ser um ambiente livre para a expressão, sem que plataformas possam derrubar conteúdos falsos ou enganosos, por exemplo.

A ideia é controversa porque alude ao episódio do ex-presidente Trump, banido das redes sociais por, segundo elas, incitar o desfecho violento do ataque ao Capitóliothe owner of zebet6the owner of zebetjaneirothe owner of zebet2020. Bolsonaro e seus aliados têm argumentado que a Justiça e as plataformas digitais silenciam vozesthe owner of zebetdireita. Ainda assim, o tópico não deve ter força para gerar polêmica e captar a atenção.

Outro ponto polêmico da participação do Brasil é o trecho dos compromissos democráticosthe owner of zebetque o país acusa a mídia tradicionalthe owner of zebetser a maior fontethe owner of zebetdesinformação do país. A afirmação vaithe owner of zebetencontro à defesa feita pelos americanos da liberdadethe owner of zebetimprensa, "pedra fundamental da democracia" nas palavrasthe owner of zebetBiden na abertura da Cúpula.

Os EUA anunciaram no evento a criaçãothe owner of zebetum fundothe owner of zebetUS$ 30 milhões (R$ 170 milhões) para financiar a atividadethe owner of zebetmídias independentes tanto domesticamente quanto no exterior. Outros US$ 9 milhões (R$ 50 milhões) serão destinados pelo país a custear defesas judiciaisthe owner of zebetjornalistas processados ou perseguidosthe owner of zebetfunçãothe owner of zebetsuas investigações e reportagens.

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