'Humilhada e intimidada': as vítimas da 'epidemia'simples bet appvídeos sexuais vazados na Coreia do Sul:simples bet app

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Kyung-mi o descreveu como um namorado atencioso, até que ele gravou uma relação sexual entre os dois, sem o consentimento dela.
A jovem foi à polícia pela primeira vezsimples bet appagostosimples bet app2016, mas conta que os agentes não conseguiram apreender o celular do rapaz. A polícia acabou desistindo do caso.
Ela sabia que seria difícil apresentar queixa contra uma figura pública, mas não esperava ser tratada como acusada, e não como acusadora.
"A policial me disse para reconsiderar a denúncia. Ele me disse que era difícil prestar queixa contra uma celebridade. Então o promotor pediu para me interrogar. Fui humilhada, intimidada e comecei a duvidar se havia realmente apresentado um processo contra uma pessoa inocente", diz ela.
Demorou mais três anos para que o caso sobre a estrela da música fosse levado a julgamento.
A polícia recebeu uma pista sobre vídeos no telefone do cantorsimples bet app2019 e finalmente emitiu uma ordem para apreendê-lo: os agentes encontraram imagens ocultassimples bet app12 mulheres, incluindo Kyung-mi, no dispositivo.
Jung Joon-young foi acusadosimples bet appcompartilhar as imagenssimples bet appuma conversa que teve com amigos famosos. Ele agora está cumprindo cinco anossimples bet appprisão.

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Um porta-voz da polícia também explicou à BBC que os policiais que trabalharam no casosimples bet appKyung-mi estão sendo investigados.
'Comentários odiosos podem matar mulheres'
Desde que Jung foi preso, Kyung-mi tem recebido apoio, mas quando ela denunciou o comportamentosimples bet appseu ex-parceiro,simples bet app2016, poucos acreditaram nela.
Ela foi assediada na internet e teve dificuldadesimples bet appencontrar amigos.
"Meus amigos me disseram que eu estava arruinando a vidasimples bet appJung. Não importava o quanto eu sofresse, a mídia falavasimples bet appmim o dia todo. O país inteiro falavasimples bet appmim. Ninguém me protegia", conta.
Na entrevista, Kyung-mi chamou esses problemassimples bet appuma "nova vitimização". Para ela, todo o processo foi completamente opressor.
"Esse tiposimples bet appcomentário pode matar mulheres", diz.
Sua experiência ao tentar relatar um crime sexual digital às autoridades na Coreia do Sul não é exceção.
A ONG Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório detalhado sobre vítimas no país e descobriu que elas enfrentam grandes barreiras para obter justiça.
Os crimes sexuais digitais estão aumentandosimples bet apptodo o mundo. Em boa parte, eles envolvem homens gravando secretamente mulheres e meninas, e compartilhando esse conteúdo.

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Graças aos avanços tecnológicos, as câmeras geralmente são muito pequenas - até mesmo do tamanhosimples bet appum botão - e podem ser colocadassimples bet appbanheiros públicos, quartossimples bet apphotel e vestiários.
Os serviçossimples bet appinternetsimples bet appalta velocidade na Coreia do Sul permitem que as imagens sejam baixadas e compartilhadas rapidamente, às vezes sendo vendidas para compradores online.
Entre 2013 e 2018, foram registrados maissimples bet app30 mil casossimples bet appgravações com o usosimples bet appcâmeras ocultas no país asiático.
"Os sobreviventes que entrevistamos tiveram experiências horríveis com a polícia", diz Heather Barr, autora do relatório HRW. "As autoridades viraram as costas para as vítimas, às vezes repetidamente."
"Elas são interrogadas sobre assuntos muito delicadossimples bet appespaços públicos, interrogadas por horas; são informadassimples bet appque erasimples bet appresponsabilidade coletar todas as provas, são levadassimples bet appum escritório para outro, perseguidas para retirar o caso e ameaçadas com processos por difamação", explica.
"Também ouvimos que policiais já compartilharam imagens íntimassimples bet appsobreviventes com amigos, fotos que as vítimas tiveram que fornecer como prova das acusações", disse Barr.

"Imagine ter que enfrentar esse tiposimples bet apptratamento quando você já está passando, talvez, pelo pior momento dasimples bet appvida. Os especialistas com quem conversamos descreveram esse problema como uma espéciesimples bet appretraumatização, um termo perfeito para descrever a situação".
A BBC contatou a polícia da Coreia do Sul buscando uma resposta para os apontamentos do relatório. Um porta-voz enviou uma declaração por escrito, afirmando que a corporação tomou uma sériesimples bet appmedidas para lidar com essas questões.
Segundo a polícia, uma equipesimples bet appinvestigaçãosimples bet appcrimes sexuais cibernéticos foi formadasimples bet appcada cidade e província do país.
"Estamos adotando múltiplas soluções para a investigação e regulamentação [desses crimes], bem como para a proteção e apoio às vítimas", disse o comunicado.
A polícia prometeu educar os policiais e oferecer às vítimas um investigador do mesmo sexo para ajudá-las a se sentirem mais confortáveis. Além disso, foi criado um centrosimples bet appapoio.
'Você pode matar alguém'
No entanto, algumas vítimas são atingidas pelo trauma.
O relatório HRW, que inclui uma listasimples bet appmaissimples bet app500 vítimas, concluiu que o sofrimento causado por esse tiposimples bet appcrime era tão extremo que gerava depressão e pensamentos suicidas.
A BBC entrevistou várias vítimassimples bet appcâmeras escondidas nos últimos quatro anos, incluindo os paissimples bet appuma jovem que cometeu suicídio depoissimples bet appser secretamente filmada por um colegasimples bet apptrabalhosimples bet appum vestiário do escritório.
Ela sentiu que nunca seria capazsimples bet appse livrar do estigma daquele abuso.
"Você pode matar alguém sem arma", disse seu pai,simples bet app2019.
"O peso do dano causado pode ser o mesmo, mas o efeito pode variar dependendo da pessoa: alguns podem conseguir superar, outros, como minha filha, podem não conseguir", disse.
Kyung-mi quer que a sociedade sul-coreana reflita sobre como vê as vítimassimples bet appcrimes sexuais cibernéticos.
"As vítimas não são pessoas que caíram neste crime porque são estúpidas ou ignorantes. Elas simplesmente não tiveram sorte. Você também pode ser uma vítima se não tiver sorte."
A jovem encontrou conforto ao se mudar para uma área rural.
"Saí da escola enquanto recebia ajuda psiquiátrica. Fui para o interior, onde ninguém me conhecia, e li milharessimples bet applivros sozinha, pensando que o mundo tinha que mudar. Conversar com outras vítimassimples bet appviolência sexual também me ajudou", relata.
"Eu suportei a dor na esperançasimples bet appque um dia a verdade viesse à tona e a consciência social crescesse."
Conscientização crescente
A capital sul-coreana, Seul, parece brilhante e dinâmica, mas o país continua profundamente conservador.
Na prática, isso pode significar que o abuso contra as mulheressimples bet appcertas partes da sociedade não é levado tão a sério quanto deveria. Muitas vezes, espera-se que as mulheres mantenham certos padrões e se enquadremsimples bet appum modelosimples bet appgênero estereotipado.
Vítimassimples bet appcrimes sexuais digitais podem ser vistas por alguns como "contaminadas".
A BBC entrevistou uma mulhersimples bet app2018 cujo namorado colocou uma pequena câmera escondidasimples bet appseu quarto. Quando ela contou a seus pais,simples bet appmãe a culpou por usar "roupas provocantes", contou.
A mentalidade está começando a mudar, mas lentamente.
As mulheres jovens,simples bet appparticular, estão percebendo que podem falar abertamente sobre o assunto. Dezenassimples bet appmilhares foram às ruassimples bet app2018 para convocar uma campanha séria contra homens que usam câmeras escondidas para gravá-las. O slogan do protesto foi "minha vida não ésimples bet apppornografia".
Em resposta às manifestações, algumas leis foram alteradas no país, mas as penalidades impostas aos culpados muitas vezes permaneceram leves.
"Todos os sobreviventes e especialistas com quem falamos ficaram frustrados com as baixas sentenças que os juízes estão impondo para esses tipossimples bet appcrime", diz Heather Barr.
"Em 2020, 79% dos condenados por gravar sem consentimento receberam uma pena branda ou uma multa - às vezes as duas."
"Gravar e compartilhar as imagens sem consentimento pode levar a uma penasimples bet appaté sete anossimples bet appprisão nos termos da Leisimples bet appCrimes Sexuais da Coreia do Sul, mas esse é a punição máxima, e não há sentença mínima. É claro que as sentenças que são anunciadas agora muitas vezes não são proporcionais aos danos às vítimas", diz Barr.
A especialista pede que o governo sul-coreano crie uma comissão para examinar a adequação das atuais sentenças e indenizações por crimes sexuais digitais. Isso incluiria permitir que as vítimas reivindiquem danossimples bet apptribunaissimples bet appforma civil, algo que atualmente não podem fazer.
Kyung-mi também está lutando por proteção legal para as vítimas, para tentar protegê-lassimples bet appabusos na internet.
"A sociedade coreana agora precisa ir mais longe, levandosimples bet appconsideração o sofrimento das vítimas, e institucionalizar um sistema para protegê-las legalmente", diz.
O Ministério da Justiça disse à BBC que as diretrizessimples bet appcondenação foram alteradas para refletir o sofrimento das vítimas. Elas estãosimples bet appvigor desde janeiro deste ano.
"Este é um assunto realmente urgente para as mulheres e meninas da Coreia do Sul", afirma Barr.
"Os crimes sexuais digitais estão afetando a maneira como mulheres e meninas vivem suas vidas na Coreia do Sul: como se sentemsimples bet appespaços públicos, no transporte, usando o banheiro, o que vestem esimples bet appquem confiam."
"É urgente que o governo faça mais para prevenir esse tiposimples bet appcrime e garantir justiça e indenização às vítimas".

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