A prostituta colombiana que venceu na Justiça um dos maiores bordéis da Espanha:vbet kontakt

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"Ele não será condenado a nada, mesmo que seja comprovado que tem escravosvbet kontaktsuas instalações", afirma.
Foi o que ela alegou na ação cível original, que ajuizou quando foi demitida, "sem acordo, sem indenização, sem ter pago impostos e sem os direitos garantidos aos desempregados", pouco antesvbet kontaktdeixar o quarto.
"No máximo, eles vão dizer a ele que ele é um menino muito mau."
"Claro, a sentença abre a porta para continuarmos reivindicando direitos trabalhistas para o setor", admite.
Enquanto isso, Antonio Herrero, dono do Sala Flower's, que ele chamavbet kontaktboate erótica com hotel anexo, diz que a decisão do mais alto tribunal do país é "incorreta", descrevendo-a como "ultrajante". E garante que Rochel nunca foi empregada dele.
"Ela era hóspede do hotel e cliente da boate", disse à BBC.
De Barranquilla para a Espanha
Nascidavbet kontaktBarranquilla, cidade localizada na margem ocidental do rio Magdalena, a pouco maisvbet kontakt7 kmvbet kontaktsua foz no Caribe, Rochel chegou ao País Basco aos 22 anos, há duas décadas.
"Cheguei como qualquer outro migrante econômico, para buscar o que não encontramosvbet kontaktnossos países: a possibilidadevbet kontaktprogredir com um trabalho, seja na área da limpeza ou como taxista, e realizar um projeto familiar".

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Depoisvbet kontakttrabalhar alguns anos como faxineira e camareira, devido a uma sérievbet kontaktcircunstâncias, acabou se dedicando à prostituição. Uma atividade que não é regulamentada por nenhuma lei específica na Espanha, mas não é ilegal.
Porém, enquanto o exercício da profissão não é proibido no Código Penal, a exploração e o proxenetismo são. Ou seja, lucrar com "o exercício da prostituição alheia".
Rochel começouvbet kontaktEmpuriabrava (Girona, Catalunha). "Lá trabalheivbet kontaktum clube onde todas tinham que entregar para chefes 40% do que cobravam."
Em seguida, ela passou pela mítica Rivieravbet kontaktCastelldefels, que foi o maior bordel da Catalunha até ser fechadovbet kontakt2009 devido a um casovbet kontaktcorrupção policial, e por outro localvbet kontaktBarcelona. Até quevbet kontakt2002 ela foi parar no Sala Flower's, onde trabalharia nos 15 anos seguintes.
É um complexo localizado no município madrilenhovbet kontaktLas Rozas, composto pelo clube, onde ela conta que captava os clientes, e um aparthotel anexo, onde tinha relações sexuais com eles.
Foi aí que as coisas começaram a se complicar.
vbet kontakt ' vbet kontakt Pequena rebelião vbet kontakt '
Era novembrovbet kontakt2016 e a Espanha mal tinha se recuperadovbet kontaktanosvbet kontaktcrise econômica que atingiu a maioria dos setores, inclusive os informais.
Para fazer frente à situação, os empresários do Sala Flower's "decidiram endurecer as nossas condiçõesvbet kontakttrabalho", lembra Rochel.
Ela conta que passaram a exigir a presença no local por 12 horas ininterruptas, das 5 da tarde às 5 da manhã.

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"Além disso, nós mesmas tínhamosvbet kontaktlimpar o quarto depoisvbet kontaktestarmos com o cliente e eles nos davam a responsabilidadevbet kontaktcobrar mais 5 euros (R$ 32) a cada meia horavbet kontaktuso do quarto. Se a gente esquecervbet kontaktcobrar, temos que pagar do nosso bolso".
A isso se somava ao que Rochel e as colegas dela pagavam pelo uso do quartovbet kontaktque ofereciam seus serviços sexuais ("pelo direito ao trabalho"): 90 euros (cercavbet kontaktR$ 570) por dia.
Essas e outras despesas que elas já eram obrigadas ter: "Se você quisesse lençóis limpos, tinha que pagar. O mesmo com as toalhas. E, para ter luz no quarto, tinha que comprar uma espécievbet kontaktticket".

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Mas "ainda, eles nos diziam que se quiséssemos descansar, se um dia ficássemos doentes ou nossa menstruação descesse e não pudéssemos trabalhar, tínhamos que pagar 120 euros (cercavbet kontaktR$ 770), o que para mim era uma multa."
"Isso, sem contar que tínhamos que pedir permissão até para ir ao banheiro", afirma.
Insatisfeita, a nova situação a levou a começar "uma pequena rebelião". Ela reuniu as 50 companheiras e liderou um protesto.
Diante da ameaçavbet kontaktgreve, o patrão concordouvbet kontaktse encontrar com elas e, após uma negociação, decidiu que as novas regras não seriam aplicáveis às antigas trabalhadoras.
"Mas eu já havia me tornado uma pessoa incômoda e estava no centro das atenções", diz a colombiana. "E uma discussão com um cliente foi a desculpa perfeita para que eu fosse demitida."
Aconteceuvbet kontaktmeadosvbet kontaktfevereirovbet kontakt2017.
"Foi bastante cruel e humilhante", lembra ela. Ela afirma que o dono a chamou no escritório, onde ele reuniu seis pessoas. Uma pessoavbet kontaktcada departamento: uma profissional do sexo, uma funcionáriavbet kontaktlimpeza, um encarregado da segurança.
"E ali mesmo ele me disse que eu tinha duas horas, até as 6 da tarde, para sair do prédio. Disse na frentevbet kontakttodo aquele público, para que fosse algo exemplar. Para que contassem às outras o que poderia acontecer com elas se agissem como eu".
O dono do Sala Flower's, Antonio Herrero, contesta a versão. Disse à BBC Mundo que o protesto liderado por Rochel ocorreu por causa do aumento do preço do quarto do hotel,vbet kontaktonde podiam entrar e sair quando quisessem. "As meninas são totalmente livres", disse. E afirma que a colombiana foi despejada "por mau comportamento".
Hóspede do 113
Mas como desocupar o quartovbet kontaktque morou nos últimos 15 anosvbet kontaktduas horas?
"Como era sexta-feira, pedi que me dessem o fimvbet kontaktsemana, que aproveitei para registrar uma denúncia", explica Rochel. "Não sabia aonde isso me levaria, porque não tenho conhecimentovbet kontaktdireito,. Mas sabia que me ajudaria a ganhar um poucovbet kontakttempo."
Com a proteção e assessoria do Coletivo Hetaira, associação que luta para que a prostituição seja considerada uma atividade econômica, ela ajuizou uma ação civil contra o Grupo Empresarial La Florida S.L. — ao que pertence o Sala Flower's — "por danos morais".
E,vbet kontaktvolta ao quarto, ela anunciou que não pretendia sair.
Naquele espaçovbet kontaktpouco maisvbet kontakt15 metros quadrados, com banheiro compartilhado com outra colega e uma pequena varanda com vista para uma rodovia, passou uma semana, até que ela teve que sair escoltada pela Guarda Civil.

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A demissão, portanto, também teve o carátervbet kontaktdespejo, algo comum a muitas prostitutas na Espanha, segundo o Coletivo Hetaira. Já que, sem contratovbet kontakttrabalho, não podem alugar nada e acabam morandovbet kontaktseu quartovbet kontakttrabalho.
Exercício ilegal
É a faltavbet kontaktregulamentação do setor que torna possíveis situações como essa, explica o advogado trabalhista Juan Jiménez-Piernas, que representa o casovbet kontaktRochel, à BBC.
Os clubes não podem contratar prostitutas.
Eles asseguram que as trabalhadorasvbet kontaktsuas instalações são "secretárias". Ou seja, elas fazem companhia aos homens para que eles consumam bebidas durantevbet kontaktestada.
Mas após anos pagando multas depois que as inspeções do trabalho constataram que as mulheres trabalhavamvbet kontaktinstalaçõesvbet kontaktsecretárias sem terem sido registradas na seguridade social (sistemavbet kontaktsaúde público),vbet kontakt2007 muitos dos empresários mudaramvbet kontaktestratégia, explica Jiménez-Piernas.
Deixaramvbet kontaktpagar as comissões pelas bebidas que os clientes consumiam no bar e passaram a cobrar o aluguel do quartovbet kontaktque realizavam os serviços sexuais (alugar um quarto não é considerado ser cafetão na Espanha).
Assim, sem comissões, não havia remuneração e não havia vínculo empregatício ou mesmo as correspondentes obrigações por parte do empregador.
E,vbet kontaktacordo com o Estatuto do Trabalhador, para que haja uma relaçãovbet kontakttrabalho, três pressupostos devem ser atendidos: que haja uma atividade, que ela seja exercida sob certas diretrizes (horários, normas etc.) e que haja remuneração.
"Eliminaram um dos elementos característicos da relaçãovbet kontakttrabalho, mas garantindo que as meninas continuassem descendo para onde atraem clientes", esclarece o advogado Jiménez-Piernas.
Nesse contexto, o casovbet kontaktRochel é um marco.
Após várias derrotas nos tribunais aos quais ela recorreu,vbet kontaktfevereirovbet kontakt2019 o Superior Tribunalvbet kontaktJustiçavbet kontaktMadrid (TSJM) concluiu que havia uma relaçãovbet kontakttrabalho entre Rochel e o Sala Flower's.
O tribunal evitou vinculá-la ao estabelecimento pelos "serviços sexuais" que ela prestava no apart-hotel anexo ao clube. A prostituição não é regulamentada, mas o tribunal decidiu que seu papel paralelovbet kontaktrecepcionista na boate era "essencial" para os negócios.
"É uma sentença revolucionária porque diz que, embora a remuneração não seja dada como uma característica da relaçãovbet kontakttrabalho, não se pode deixarvbet kontaktconsiderar que se tratavbet kontaktum trabalho porque atende a todas as outras características. E que o contrário seria proteger escravidão no trabalho ", explica Jiménez-Piernas.
"Considerar que se tratavavbet kontaktum trabalho sem direito a indenização seria o mesmo que admitir a escravidão", diz a resolução do TSJM, à qual a BBC Mundo teve acesso.
O Grupo Empresarial la Florida S.L. recorreu da decisão, mas no dia 9vbet kontaktmarço, a Suprema Corte, a mais alta do país, rejeitou os recursos interpostos contra a decisão do TSJM e concordou com Rochel.
"As circunstâncias conduzem à conclusãovbet kontaktque ela estava integrada na organização da empresa", resume o Supremo Tribunal Federalvbet kontaktacórdão consultado pela BBC Mundo.
O dono da Sala da Flower's segue negando o vínculo e enfatiza quevbet kontaktseu lugar "não há alternativa". "Vendemos bebidas. Elas são clientes da discoteca."
Enquanto isso, o advogadovbet kontaktRochel considera que a sentença, embora inédita, não é "redonda", já que não contempla a indenização que solicitaram por danos morais decorrentes da violação da dignidade - "porque a escravidão viola a dignidade".
Por isso, ele garante que a luta na Justiça continua.
"Comprovada a relaçãovbet kontakttrabalho, vamos pedir ao Flower's que pague a previdência por todos esses anos." Apresentaram uma queixa na Inspecção do Trabalho, pedindo que "a contribuição seja calculadavbet kontaktacordo com o que teria sido cobrado pelo acordo coletivo do setorvbet kontaktHotelaria da Comunidadevbet kontaktMadrid", adianta.
"E vamos tentar enquadrar todas as secretárias da Espanha no acordo coletivo, com todos os seus direitos associadosvbet kontakttermosvbet kontaktjornadavbet kontakttrabalho, salário, prevençãovbet kontaktriscos ocupacionais, medidas contra o assédio...", continua.

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Rochel, cuja situação continua precária - "depoisvbet kontaktdenunciar toda essa história, agora é muito mais complicado para me deem um espaço para trabalhar, com medovbet kontaktque eu faça o mesmo" - está disposta a continuar "na batalha".
E fazer issovbet kontaktdentro.
"Sou bastante teimosa e a minha ideia é continuar no trabalho sexual, porque temvbet kontakthaver alguém que tenha voz e que não tenha medo desse estigma para mostrar a cara, e que possa exigir direitos trabalhistas para a categoria".
É uma luta contra o sistema, não contra os seus centrosvbet kontakttrabalho, esclarece, "porque o que os empresários têm feito é o que o sistema lhes permite por meiovbet kontaktleis e decisões judiciais".
"Milhõesvbet kontakteuros foram gerados pelo meu trabalhovbet kontakt15 anos e o das minhas colegas, dinheiro que ficavbet kontaktparte para o Estado e parte da empresa, sem que tenha havido para nós qualquer retribuição pelo trabalho, risco ou proteção socialvbet kontaktqualquer parte".
E as consequências disso ficaram evidentes mais do que nunca nesta crisevbet kontaktsanitária: "Todo o setor estava sangrando. Foi realmente cruel."

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