Como o debate sobre reparações pela escravidão voltou a ganhar força nos EUA:chapecoense e novorizontino palpite

Crédito, Biblioteca do Congresso dos EUA
Mas, recentemente, há um novo interesse nesse debate,chapecoense e novorizontino palpiteum momentochapecoense e novorizontino palpiteque as disparidades raciais no país ficaram ainda mais claraschapecoense e novorizontino palpitemeio à pandemiachapecoense e novorizontino palpitecovid-19 (a doença causada pelo coronavírus) e a crise econômica, que afetam desproporcionalmente a população negra.
Desde o finalchapecoense e novorizontino palpitemaio, protestos contra o racismo e a brutalidade policial contra a população negra - desencadeados depois que George Floyd, um homem negro, foi morto sob custódiachapecoense e novorizontino palpiteum policial branco - levaram centenaschapecoense e novorizontino palpitemilhareschapecoense e novorizontino palpitepessoas às ruaschapecoense e novorizontino palpitetodo o país e se espalharam pelo mundo.
Nesse contexto, o tema das reparações tem aparecido nas plataformaschapecoense e novorizontino palpitevários candidatos, tanto negros quanto brancos, que disputam vagas no Senado, na Câmara e outros cargos públicos nas eleições deste ano. Até mesmo Joe Biden, que deve ser o candidato democrata à Presidência, disse neste mês que apoia a realizaçãochapecoense e novorizontino palpiteestudos sobre o assunto.
"É o maior nívelchapecoense e novorizontino palpitedebate nacional sobre reparações que já vi na minha vida. E talvez desde a Era da Reconstrução. Dos últimos 150 anos", diz à BBC News Brasil o economista William Darity, professor da Duke University, na Carolina do Norte, e coautor do livro "From Here to Equality: Reparations for Black Americans in the Twenty-First Century" ("Daqui à Igualdade: Reparações para Americanos Negros no Século 21",chapecoense e novorizontino palpitetradução livre).

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Mudança
Darity ressalta que a "mudançachapecoense e novorizontino palpiteclima"chapecoense e novorizontino palpitetorno do debate sobre reparações começou já no ano passado, quando o tema foi citado por vários dos pré-candidatos que buscavam a indicação do Partido Democrata para concorrer à Presidência - entre eles Julián Castro, Beto O'Rourke e as senadoras Kamala Harris e Elizabeth Warren.
"O fatochapecoense e novorizontino palpiteque havia candidatos presidenciais mencionando o termo 'reparações' era surpreendente", afirma o economista.
Segundo Darity, até então essa discussão costumava ficar, na maior parte, restrita à comunidade negra. "O que é diferente agora é que se tornou um debate que foi aberto ao grande público", observa.
O congressista democrata John Conyers, mortochapecoense e novorizontino palpite2019, foi o político negro que serviu durante mais tempo no Congresso americano. De 1989 a 2017 (quando renunciou), ele apresentou todos os anos um projetochapecoense e novorizontino palpitelei que previa um estudo sobre o legado da escravidão e propostaschapecoense e novorizontino palpitereparação. Mas a possibilidadechapecoense e novorizontino palpiteuma lei do tipo ser aprovada sempre foi considerada remota.
Recentemente, porém, iniciativas semelhantes vêm sendo adotadas por outros políticos. No ano passado, a congressista Sheila Jackson Lee reapresentou o projetochapecoense e novorizontino palpiteConyers, com o apoio da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi. Uma subcomissão da Casa realizou audiência histórica para discutir a proposta. O senador Cory Booker apresentou projeto semelhante no Senado.
A questão também vem sendo debatida por vários governos municipais e estaduais e por instituições privadas - algumas das quais estão estabelecendo fundoschapecoense e novorizontino palpitereparação para compensar descendentes dos escravizados.
A historiadora Ana Lúcia Araujo, professora da Howard University,chapecoense e novorizontino palpiteWashington, e autora do livro "Reparations for Slavery and the Slave Trade: A Transnational and Comparative History" (ainda sem tradução no Brasil), que trata da história dos pedidoschapecoense e novorizontino palpitereparações financeiras e materiais, observa que esses pedidos nos Estados Unidos são muito antigos e vêm desde o século 18.
"De temposchapecoense e novorizontino palpitetempos essa questão volta à tona", diz Araujo à BBC News Brasil.
Ela lembra que houve um movimento muito grandechapecoense e novorizontino palpitelibertos que, no final do século 19, pediram pensões ao governo como formachapecoense e novorizontino palpitereparação. Uma nova ondachapecoense e novorizontino palpitediscussões sobre o tema ocorreu nos anos 1960.
"Nos períodoschapecoense e novorizontino palpiteque a questão dos direitos civis começa a declinar, os pedidoschapecoense e novorizontino palpitereparação financeira têm tendência a reaparecer", afirma a historiadora.
Tema polêmico
Pesquisaschapecoense e novorizontino palpiteopinião indicam que há um aumento recente no apoio da população ao movimento Black Lives Matter ('Vidas Negras Importam') e que 76% dos americanos consideram discriminação racial um "grande problema" no país.
Mas o tema das reparações financeiras pela escravidão ainda é polêmico. Segundo pesquisa Gallup do ano passado, 67% dos americanos são contra a ideiachapecoense e novorizontino palpiteque o governo deveria fazer pagamentoschapecoense e novorizontino palpitedinheiro a americanos negros descendenteschapecoense e novorizontino palpiteescravos. Em 2002, essa taxa erachapecoense e novorizontino palpite81%. Mesmo entre a população negra, 25% são contra.
Entre os argumentos dos que se opõem às reparações estão oschapecoense e novorizontino palpiteque serviriam para dividir os americanos echapecoense e novorizontino palpiteque a escravidão estáchapecoense e novorizontino palpiteum passado remoto. Segundo Darity, na própria comunidade negra há quem considere que o recebimentochapecoense e novorizontino palpitecompensação resultariachapecoense e novorizontino palpiteum tipochapecoense e novorizontino palpite"vitimização psicológica", colocando-os na posiçãochapecoense e novorizontino palpitevítimas.
O economista também observa que ainda há nos Estados Unidos a crençachapecoense e novorizontino palpiteque as desigualdades enfrentadas pela população negra são consequência "de seu próprio comportamento disfuncional" e nãochapecoense e novorizontino palpitequestões estruturais.
"Um dos primeiros passos no processochapecoense e novorizontino palpiteconsolidar apoio para reparações é estabelecer claramente que o motivo pelo qual americanos negros estãochapecoense e novorizontino palpiteuma posição marginalizada não é seu comportamento, e sim uma históriachapecoense e novorizontino palpiteinjustiça racial que se mantém até o momento atual", ressalta.

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Impactos
Segundo defensores das reparações financeiras, os impactos da escravidão e, posteriormente,chapecoense e novorizontino palpitequase um séculochapecoense e novorizontino palpiteleischapecoense e novorizontino palpitesegregação racial, ainda são sentidos e estão visíveis nas históricas desigualdadeschapecoense e novorizontino palpiterenda echapecoense e novorizontino palpiteriqueza entre os americanos negros e brancos.
Ao contrário da população branca, os escravos não podiam ser proprietárioschapecoense e novorizontino palpiteterras (e, assim, deixar essa herança aos descendentes). Após a abolição, as leischapecoense e novorizontino palpitesegregação racial impediram ou dificultaram que americanos negros votassem, estudassem, tivessem acesso a bons empregos, a financiamento ou adquirissem propriedade, entre outros obstáculos que os colocavamchapecoense e novorizontino palpitedesvantagemchapecoense e novorizontino palpiterelação à população branca.
Em diversas cidades, leis proibiam famílias negraschapecoense e novorizontino palpitecomprar casaschapecoense e novorizontino palpitedeterminados bairros, fazendo com que tivessemchapecoense e novorizontino palpiteoptar por áreas e propriedades menos valorizadas. Pesquisadores ressaltam que, quando americanos negros conseguiam adquirir algum tipochapecoense e novorizontino palpitepropriedade, não era incomum que fosse roubada ou destruída. Sem proteção da lei, não tinham a quem recorrer.
"Durante e depois da Reconstrução, frequentemente, quando descendentes negros dos escravizados conseguiam conquistar algum grauchapecoense e novorizontino palpiteprosperidade, suas comunidades eram destruídas por massacres (perpetrados por) brancos", observa Darity.
Pesquisadores destacam o efeito cumulativo dessas desigualdades ao longochapecoense e novorizontino palpitegerações. Darity ressalta que, segundo os dados mais recentes do governo,chapecoense e novorizontino palpite2016, apesarchapecoense e novorizontino palpiteos americanos negros representarem 13% da população, eles detêm apenas 2,6% da riqueza no país.
O patrimônio líquido das famílias negras nos Estados Unidos representa menoschapecoense e novorizontino palpite15% do patrimônio líquido das famílias brancas. Enquanto 73% das famílias brancas têm casa própria, essa taxa échapecoense e novorizontino palpiteapenas 43% entre as famílias negras.
Propostas
Não há consenso sobre qual seria a melhor formachapecoense e novorizontino palpitelevar adiante as reparações ou sobre como determinar quem teria direito, quanto echapecoense e novorizontino palpiteque forma pagar.
Alguns apontam como exemplo as reparações pagas pela Alemanha às vítimas do Holocausto e pelos Estados Unidos aos nipo-americanos enviados ilegalmente a camposchapecoense e novorizontino palpiteconcentração durante a Segunda Guerra Mundial.
Certas propostas envolvem pagamentos diretos aos beneficiados, enquanto outras priorizam investimentoschapecoense e novorizontino palpiteprogramas que reduzam as disparidadeschapecoense e novorizontino palpiteáreas como saúde, educação, emprego e habitação.
Há os que propõem cumprir a promessa dos "40 acres e uma mula" feitachapecoense e novorizontino palpite1865, o que, segundo alguns cálculos, custaria hojechapecoense e novorizontino palpitetornochapecoense e novorizontino palpiteUS$ 160 bilhões (cercachapecoense e novorizontino palpiteR$ 856 bilhões). Outros calculam o valor do trabalho feito pelos escravizados, sem remuneração,chapecoense e novorizontino palpitecomparação ao que empregados assalariados recebiam, o que somaria trilhõeschapecoense e novorizontino palpitedólareschapecoense e novorizontino palpitevalores atuais.
Para Darity, o objetivo das reparações deve ser ochapecoense e novorizontino palpiteacabar com a desigualdadechapecoense e novorizontino palpiteriqueza entre a população negra e branca. Ele calcula que seriam necessários no mínimo US$ 10 trilhões (cercachapecoense e novorizontino palpiteR$ 53 trilhões), distribuídos pelo governo federalchapecoense e novorizontino palpiteformachapecoense e novorizontino palpitepagamentos diretoschapecoense e novorizontino palpiteUS$ 250 mil (cercachapecoense e novorizontino palpiteR$ 1,3 milhão) a cada americano negro que seja descendentechapecoense e novorizontino palpitepessoas escravizadas nos Estados Unidos.
Brasil
A historiadora Ana Lúcia Araujo observa que, no Brasil, apesarchapecoense e novorizontino palpitea questão das reparações financeiras ter sido mencionada já no século 19 por abolicionistas como Luiz Gama, os debates sobre o tema ganharam força mais tarde do que nos Estados Unidos, principalmente a partir dos anos 1990.
Desde então, foram adotadas medidas como as cotaschapecoense e novorizontino palpiteuniversidades ou a demarcaçãochapecoense e novorizontino palpiteterritórios quilombolas. Mas, entre as iniciativas pedindo compensação financeira a descendenteschapecoense e novorizontino palpiteescravos no Brasil, nenhuma avançou.
Em 2014, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou a criação da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, com o objetivochapecoense e novorizontino palpitefazer uma investigação sobre o período da escravidão e discutir formaschapecoense e novorizontino palpitereparação.
Seu presidente, o advogado Humberto Adami, diz à BBC News Brasil que a comissão vem avançando no trabalhochapecoense e novorizontino palpitelevantar pistas e provas sobre a escravidão, mas reconhece as dificuldadeschapecoense e novorizontino palpitedebater reparações financeiras pela escravidão no Brasil echapecoense e novorizontino palpiteter uma proposta do tipo aprovada no Congresso.
"Toda vez que se começou a falarchapecoense e novorizontino palpitedinheiro, os exemplos anteriores é que a conversa acabava", afirma.

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