Uruguai prepara programa para atrair moradores estrangeiros:login pixbet

As declaraçõeslogin pixbetLacalle Pou geraram críticaslogin pixbetsetores da Frente Ampla (que passará do governo à oposição). O atual ministro da Economia, Danilo Astori, afirmou que as iniciativas poderiam fazer o país "retroceder" e voltar a ser um "paraíso fiscal", como ocorreu no passado.

Outros críticos afirmaram que Lacalle Pou pretende atrair "principalmente os ricos" para estimular a economia uruguaia. Porlogin pixbetvez, o presidente Tabaré Vázquez disse que "não é fácil" implementar a iniciativa do seu sucessor, mas agregou, segundo a imprensa local, "que seria muito melhor termos 6 milhõeslogin pixbethabitantes (como) um motor para impulsionar a economia".

Além disso, empresários ouvidos pelo jornal argentino Perfil se dizem céticos quanto à capacidadelogin pixbeta medida promover crescimento econômico no Uruguai,login pixbetum momentologin pixbetque o desemprego beira a casalogin pixbet9%. Ainda assim, assessoreslogin pixbetLacalle Pou apontam para as "oportunidades econômicas" que os investidores estrangeiros que residam no país podem criar "porque a economia local", entendem, estaria "melhor" do que a da vizinha argentina e com "boas alternativas" para o empresariado brasileiro.

Exemplologin pixbetPortugal

Em entrevista à BBC News Brasil, o futuro ministro do Turismo do governologin pixbetLacalle Pou, Germano Cardoso, disse que o Uruguai se inspiralogin pixbetpaíses da União Europeia (UE), especialmente Portugal, para aumentarlogin pixbetpopulação e "ativar"login pixbeteconomia, sem "prejudicar" a idoneidade fiscal do país.

"Não queremos capitais ilícitos, mas sim famílias e investidores, que comprovem seus recursos, que queiram morar e prosperar no nosso país", diz Cardoso, por telefone.

Segundo ele, o Uruguai pode ser definido como "uma ilhalogin pixbetprosperidade elogin pixbettranquilidade" por oferecer "escolas e universidadeslogin pixbetqualidade", "índiceslogin pixbetsegurança pública superiores aoslogin pixbetpaíses da região" e "qualidadelogin pixbetvida".

Atualmente, o Uruguai exige que um estrangeiro que queira obter residência invista cercalogin pixbetUS$ 1,8 milhão (R$ 7,5 milhões)login pixbetuma propriedade ou negócio uruguaio, e permaneça no país por no mínimo seis meses consecutivos.

Para Cardoso, tais exigências "dificultam" a atraçãologin pixbetmoradoreslogin pixbetoutros países.

O ministro diz que a equipe econômica da nova administração prepara um conjuntologin pixbetprojetoslogin pixbetlei que serão enviados com "pedidologin pixbeturgência e consideração" — para acelerarlogin pixbettramitação — ao Congresso Nacional.

Um residente estrangeiro, explica ele, ainda deverá comprovar que quer investir e se estabelecer no país, mas sem a obrigaçãologin pixbetpassar seis meses sem viajar ao exterior.

"Atualmente, a exigência fiscal élogin pixbetcercalogin pixbetUS$ 1,8 milhão. Achamos que podemos reduzir esse patamar aos níveislogin pixbetPortugal, por exemplo, que élogin pixbettornologin pixbetUS$ 500 mil, dependendo do caso", diz Cardoso.

O ministro diz que o objetivo, caso o pacotelogin pixbetmedidas seja aprovado, é que se analise o conjuntologin pixbetiniciativaslogin pixbetum candidato à residência no Uruguai — por exemplo, se matriculou filhoslogin pixbetescolas ou universidades uruguaias,login pixbetum sinallogin pixbetque tem a intençãologin pixbetpermanecer no país.

"As regras atuais dificultam que possamos atrair mais moradores. O que queremos é flexibilizar, sem ferir princípios internacionais e com regras claras", prosseguiu o ministro. "Aqui no Uruguai temos a característicalogin pixbetrespeitar as normas, mesmo com mudançaslogin pixbetlinha ideológica no governo. O que queremos é flexibilizar para que mais habitantes venham. Será bom para o Uruguai, será bom para a economia e será bom para quem vier."

'Mais vacas que humanos'

A intenção do Uruguailogin pixbetampliarlogin pixbetpopulação não é nova, como observaram historiadores e analistas entrevistados pela BBC News Brasil. No país, chamado por seus habitanteslogin pixbet"paisito", costuma-se afirmar, inclusive, que "há mais vacas do que humanos" — a proporção élogin pixbetmaislogin pixbettrês bovinos por habitante, segundo levantamento recente do jornal El Observador.

Organizadora do programalogin pixbetestudo populacional do Uruguai, fundado nos anos 1990, para analisar a problemática demográfica do país, a historiadora uruguaia Adela Pellegrino, professora aposentada da Universidade da República, destacou alguns dos fatores que explicariam a baixa densidade populacional do país.

"O Uruguai fez um caminho parecido ao europeu, que chamamoslogin pixbettransição demográfica. Quando a mortalidade começa a cair, no longo prazo a fecundidade também cai e a população fica estável (e mais idosa). Além disso, o nívellogin pixbeteducação contribui. Aqui, no caso uruguaio, entendemos que a educação da mulher, tantologin pixbetescolaridade comologin pixbetcidadania, também acabou contribuindo para a menor fecundidade", explica Pellegrino à BBC News Brasil.

Segundo ela, não deixalogin pixbetser, porém, "intrigante", que o Uruguai tenha atraído imigranteslogin pixbetuma trajetória semelhante à da Argentina, no século 19, mas não tenha tido aumento populacional como seu vizinho ou como o Brasil.

"A questão da urbanização e da industrialização contou (no caso do Brasil e da Argentina), sem dúvida", disse.

Ela agrega que não é a primeira vez que um governo uruguaio tenta atrair migrantes: "nossa pouca população e seus efeitos é uma realidade. E cada governo que chega tem um projeto. Mas muitos projetos não foram eficientes. Vamos ver o que acontecer (com a propostalogin pixbetLacalle Pou)", diz Pellegrino.

O Uruguai, inclusive, possui uma leilogin pixbet2008 que, também para atrair habitantes do exterior, facilitou os trâmiteslogin pixbetresidência, lembra Luciana Méndez, economista e pesquisadora da Faculdadelogin pixbetCiências Econômicas e Administração da Universidade da República.

"O Uruguai é um país muito aberto aos imigrantes e o trâmitelogin pixbetresidência é simples e ágil, sendo necessário provar coisas básicas, como não ter antecedente criminal", disse Méndez.

"A leilogin pixbet2008 prevê, por exemplo, que os moradores que cheguem do exterior tenham os mesmos direitos que os uruguaioslogin pixbetacesso à saúde e à educação pública e para trabalhar, já que com o documentologin pixbetidentidade provisório já se pode entrar no mercadologin pixbettrabalho."

Ela acha, porém, que a política migratória do novo governo deveria levarlogin pixbetconta também os cercalogin pixbet13% da população uruguaia que moram no exterior.

"São muitas pessoas qualificadas, com doutorado e outras qualificações, que deixaram o país na ditadura militar, nos anos 1970, ou que foram,login pixbetcerta forma, expulsas, por causa da crise econômicalogin pixbet2001. Uma política migratória completa e séria deveria incluí-los também, sejalogin pixbettermoslogin pixbetvínculos econômicos ou acadêmicos", opinou.

Para Méndez, a chegadalogin pixbetestrangeiros tem efeitos positivos tanto no âmbito econômico como cultural, mas ela acha que ainda faltam esclarecimentos para que a politica migratórialogin pixbetLacalle Pou tenha caráter mais amplo.

"O Uruguai tem boas condiçõeslogin pixbetrelação aos vizinhos da América Latina e estrutura e qualidadelogin pixbetvida para atrair os residentes estrangeiros. Mas esse deveria ser um olhar mais global", disse.

Segurança pública

Eleita após 15 anoslogin pixbetgoverno da Frente Ampla, a coalizãologin pixbetLacalle Pou defendeu maior rigor no combate à criminalidade, tendo a segurança pública como umalogin pixbetsuas bandeiras.

O temalogin pixbetfato é hoje uma das maiores preocupações dos uruguaios, principalmente daqueles que moram no interior do país, explica Gerardo Caetano, professorlogin pixbetCiências Políticas da Universidade da República.

Cardoso, o futuro ministro do Turismo, diz à BBC News Brasil que, apesarlogin pixbeta "deterioração" na árealogin pixbetsegurança pública ter sido um dos motivos por trás da eleiçãologin pixbetLacalle Pou, o país "ainda é muito seguro, comparado a outros da região, e combater o problema é prioridade do governo".

De acordo com dados oficiais, o Uruguai passou a ocupar o quarto posto na América do Sullogin pixbetnúmerologin pixbethomicídios, com uma taxalogin pixbet11,8 por cada 100 mil habitantes, atrás da Venezuela, do Brasil (com cercalogin pixbet31 mortes por 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Violência 2017) e da Colômbia, aponta o jornal uruguaio El País.

Outros rankings internacionais, como da consultoria Mercer, porlogin pixbetvez, apontam a capital uruguaia como "a melhor para se viver" na América Latina.

Segundo o futuro ministro, os brasileiros formam o segundo maior grupologin pixbetturistas estrangeiros no Uruguai, com cercalogin pixbet400 mil visitantes por ano, atrás apenas dos argentinos.