Trump põenetbet cassinodúvida reunião com Kim Jong-un; entenda as reviravoltas na negociação entre EUA e Coreia do Norte:netbet cassino

Trump e Moon

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Presidentes sul-coreano e americano se encontraram para discutir sobre cúpula que pode não mais ocorrer

netbet cassino O presidente Donald Trump sinalizou que o encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, previsto para o próximo mês, pode ser adiado, segundo a agêncianetbet cassinonotícias AFP.

Trump recebeu hoje o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, na Casa Branca para debater sobre a cúpula agendada para o dia 12netbet cassinojunhonetbet cassinoCingapura. Esperava-se que Moon dissesse a "Trump o que esperar ou nãonetbet cassinoKim", noticiou a agência sul-coreana Yonhap.

No início do encontro,netbet cassinoacordo com a AFP, o presidente americano afirmou: "Se não acontecer [agora o encontro], talvez aconteça depois". De acordo com a agência Reuters, existe uma "chance substancial"netbet cassinoque a cúpula não ocorra conforme o previsto.

Tudo isso corrobora o cenário que começou a se delinear na semana passada, após a Coreia do Norte avisar que poderia cancelarnetbet cassinoparticipação na reunião - que será histórica, se ocorrer.

A razão seria uma declaraçãonetbet cassinouma das principais autoridades do governo americano sobre um país africano e seu ex-ditador, provocando mais uma reviravolta dessa partida do xadrez político global.

Coreia do Norte e Estados Unidos vinhamnetbet cassinouma troca crescentenetbet cassinohostilidades desde o ano passado, fazendo o mundo cogitar que os dois países estavam à beiranetbet cassinouma guerra nuclear.

Mas a tensão arrefeceunetbet cassinoforma surpreendentenetbet cassinoabril. Kim Jong-un chegou a plantar árvores da paz com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e a prometer uma "nova história" com seu antigo rival e principal aliado americano na região, ao trabalharem juntos pela desnuclearização da península. O líder norte-coreano e Trump também anunciaram a reuniãonetbet cassinoCingapura.

John Bolton ouve discursonetbet cassinoTrump

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Legenda da foto, Conhecido por seu belicismo, Bolton disse que modelo usado na Líbia pode ser exemplo para a situação atual com a Coreia do Norte.

Tudo parecia finalmente caminhar para um desfecho positivo - até o conselheironetbet cassinosegurança nacionalnetbet cassinoTrump, John Bolton, fazer uma comparação com o que se passou na Líbia há maisnetbet cassinouma década.

Bolton afirmounetbet cassinouma entrevista à emissora CBS que a Coreia do Norte poderia serguir o "modelo da Líbia" para obter a confiançanetbet cassinooutras nações ao se desarmar nuclearmente

"Queremos provasnetbet cassinoque é algo real, e não só retórica. A Líbia nos levou a superar nosso ceticismo ao permitir que observadores americanos e britânicos tivessem acesso às suas instalações nucleares."

Em 2003, Muammar Khadafi aceitou abrir mão do programa nuclear líbio -netbet cassinouma entrevista à CNN, ele declarou que a invasão do Iraque e a deposiçãonetbet cassinoSaddam Hussein por uma coalizão liderada pelo Estados Unidos haviam influenciadonetbet cassinodecisão.

Em troca, as sanções americanas contra o país norte-africano foram suspensas e as relações diplomáticas com os Estados Unidos foram retomadas.

Mas,netbet cassino2011, Khadafi acabou sendo deposto por rebeldes e militantes apoiados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Acabou capturado e morto.

"O regime da Coreia do Norte pode olhar para o que aconteceu com Khadafi e ver que precisa manter suas armas nucleares para não ser deposto daqui a oito anos, como ocorreu na Líbia", diz à BBC Brasil John Tierney, ex-congressista americano e diretor-executivo do Centro para o Controle e Não Proliferaçãonetbet cassinoArmas, organização dedicada à reduçãonetbet cassinoarsenais nucleares.

Ainda que o Departamentonetbet cassinoEstado americano tenha afirmado que continua a se preparar para a reuniãonetbet cassinoCingapura no próximo mês, é difícil encontrar quem se arrisque a prever o que virá a seguir. "Com as personalidades fortesnetbet cassinoKim e Trump, não há nenhuma certeza", diz Tierney.

"Só podemos esperar que o encontro ocorra e que os Estados Unidos se prepare para esse encontro, mas não há qualquer evidêncianetbet cassinoque o país tenha uma estratégia delineada para isso."

Ameaça

O governo norte-coreano já havia protestado sobre a continuidadenetbet cassinoexercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, o que acusounetbet cassinoser um ensaio para uma invasão, e cancelou uma rodadanetbet cassinodiálogo com o país vizinho.

A falanetbet cassinoBolton veionetbet cassinomeio a esse clima tenso e foi muito mal recebida por autoridades norte-coreanas. O vice-ministro das Relações Exteriores, Kim Kye-gwan, disse que o país pode desistir da cúpula com Trump se o presidente americano insistir que Pyongyang entregue suas armas nucleares unilateralmente.

Ele ainda acusou os Estados Unidosnetbet cassinofazer "declarações irreponsáveis" enetbet cassino"fomentar intenções sinistras", atribuindo a culpa diretamente a Bolton. "Não escondemos nossa repugnâncianetbet cassinorelação a ele", disse o norte-coreano. Ele ainda acrescentou que o diálogo com a Coreia do Sul só será retomado quando o imbróglio estiver resolvido.

Khadafi

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Ex-ditador líbio foi deposto, capturado e mortonetbet cassino2011

A Casa Branca respondeu afirmando ainda ter esperançasnetbet cassinoque o encontro se concretize. Pornetbet cassinovez, Trump agiu rapidamente para tentar desfazer a tensão criada pelo seu assessor, mas não deixounetbet cassinofazer outra ameaça.

O presidente americano afirmou não estar buscando concretizar um modelo semelhante ao da Líbia agora, e que Kim Jong-un permanecerá no poder caso siga o script planejado pelos Estados Unidos, mas deixou claro que o líder norte-coreano não está livrenetbet cassinoum destino semelhante aonetbet cassinoKhadafi caso se recuse a fazer um acordo.

"O modelo líbio não é um modelo que temosnetbet cassinomentenetbet cassinoforma alguma quando pensamos na Coreia do Norte. O modelo, se você olhar para aquele modelo com Khadafi, foi dizimação completa. Entramos lá para derrotá-lo", declarou Trump.

"Esse modelo seria provavelmente aplicado se não fizéssemos um acordo (com a Coreia do Norte). Mas, se fizermos um acordo, acho que Kim Jong-un ficaria bem, bem feliz. Ele ficaria lá, estarianetbet cassinoseu país, comandaria seu país, seu país ficaria bem rico."

No encontro com Moon, Trump teria afirmado ainda crer que Kim Jong-un esteja "falando sério" sobre a desnuclearização.

Diferenças

No entanto,netbet cassinomeio a tantos paralelos entre a Líbia e a Coreia do Norte, existem diferenças que conferem a Kim Jong-un uma posição mais favorável que anetbet cassinoKhadafi há alguns anos.

"Não podemos comparar um paísnetbet cassinoprocessonetbet cassinoobter um poderio nuclear, como a Líbia, com um que afirma já ter uma bomba e certa capacidadenetbet cassinolançá-la a alguma distância, como concorda a maioria dos especialistas", afirma Tierney.

Outro aspecto importante é que Khadafi foi depostonetbet cassino2011netbet cassinomeio aos levantes populares ocorridos na Primavera Árabe, quando a população organizou protestos massivos contra regimes do Oriente Médio.

"Bolton pode ter a esperançanetbet cassinoque o povo se insurja contra Kim Jong-un, mas não há qualquer evidêncianetbet cassinoque isso possa ocorrer na Coreia do Norte hoje. O máximo que se chegou perto disso foi na era da fome [em meados dos anos 1990], mas isso ficou no passado. Hoje, Kim e os militares têm muito poder."

Em seu comunicado sobre a possibilidadenetbet cassinocancelar o encontro com os Estados Unidos, a Coreia do Norte disse: "Se o governo Trump não se recorda das lições do passado, quando conversas com a Coreia do Norte e os Estados Unidos retrocederam por causanetbet cassinopessoas parecidas com Bolton, e presta atenção ao conselhonetbet cassinopseudopatriotas que insistem no modelo líbio, as perspectivas da próxima cúpula e das relações entre a Coreia do Norte e dos Estados Unidos ficam bem claras."

Pontonetbet cassinotensão

Um pontonetbet cassinotensão nesta negociação é a forma como se daria uma possível desnuclearização da península.

Washington exige um desarmamento nuclear "amplo, verificável e irreversível". Mas a ministranetbet cassinoRelações Exteriores sul-corena, Kang Kyung-wha, confirmou haver uma "diferençanetbet cassinoopiniões entre o Norte e os Estados Unidos sobre como realizar" esse desarmamento, sem dar mais detalhes sobre a divergência.

A Coreia do Norte havia afirmado que faria o desmontenetbet cassinoseu localnetbet cassinotestes nuclearesnetbet cassinoPunggye-ri entre 23 e 25netbet cassinomaio, mas não houve menção sobre o acessonetbet cassinoobservadores internacionais ao local.

Em uma visita recente à Coreia do Norte, o secretárionetbet cassinoEstado americano, Mike Pompeo, destacou que qualquer alegaçãonetbet cassinodesnuclearização por parte dos norte-coreanos exigiria "uma verificação robusta" por parte dos Estados Unidos enetbet cassinooutros países.

Kim Jong-un e Donald Trump

Crédito, AFP

Legenda da foto, Personalidades fortes dos líderes norte-coreano e americano tornam o cenário imprevisível, diz analista

Mas,netbet cassino2008, a Coreia do Norte rejeitou justamente essa proposta dos Estados Unidosnetbet cassinorealizarnetbet cassinoinspeções como as ocorridas na Líbia.

A nova mudançanetbet cassinotom por partenetbet cassinoPyongyang, comnetbet cassinoameaçanetbet cassinonão participar do encontro, parece ser uma formanetbet cassinocolocar pressão sobre americanos e sul-coreanosnetbet cassinobuscanetbet cassinomais concessões, avalia Laura Bicker, repórter da BBCnetbet cassinoSeul.

"Os Estados Unidos pode dar diversas garantias a Kim Jong-un, mas não podem protegê-lonetbet cassinoum levante popular interno", disse Mark Landler, correspondente da Casa Branca do jornal americano The New York Times,netbet cassinouma edição do podcast "The Daily" sobre o tema.

"É por isso que ele está tão relutantenetbet cassinoabrir mãonetbet cassinosuas armas. Esta seria uma 'apólicenetbet cassinoseguro' que faria os inimigos do regime pensarem duas vezes antesnetbet cassinoagir."

Belicista e nacionalista

Landler explicou que, ao mencionar a Líbia, Bolton poderia querer dizer que os Estados Unidos deveria buscar um acordo "rápido, direto e amplo" com a Coreia do Norte como o realizado no passado, mas, ao citar o exemplo do país africano, transformou-se no "bicho-papão" destas negociações.

Aos 69 anos, Bolton é figura proeminentenetbet cassinopolítica externa no círculo republicano, tendo participado dos governosnetbet cassinoRonald Reagan, George Bush e George W. Bush.

Foi uma figura-chave da invasão do Iraque,netbet cassino2003, ao ajudar a "vender" para a comunidade internacional a teorianetbet cassinoque Saddam Hussein possuía armasnetbet cassinodestruiçãonetbet cassinomassa. Posteriormente, foi comprovado que o regime do então líder iraquiano não tinha esse tiponetbet cassinoarmamento.

Também já foi embaixador americano na Organização das Naões Unidas (ONU), mas deixou o cargo 14 meses após ser nomeado ao ter a confirmaçãonetbet cassinoseu nome para o posto rejeitada pelo Senado. Desde abrilnetbet cassino2018, ele atua no governo Trump.

Sua famanetbet cassinobelicista e nacionalista o precede. Em suas memórias, conta que, na épocanetbet cassinoque era estudante da Universidade Yale, sentia-se "um alienígena" entre tantos jovens contrários à guerra no Vietnã.

É um forte defensor do "poder americano" e do fortalecimento das fronteiras. Ele já deixou claro acreditar que o regime norte-coreano e seu programa nuclear representam uma "ameaça iminente" aos Estados Unidos e sugeriu recentemente atacar preventivamente a Coreia do Norte.

"Ele nunca hesitounetbet cassinoassumir a posição mais ameaçadora possível", disse Landler, do Times. "Ao fazer a comparação com a Líbia, ele sabia o que estava fazendo. Mandou uma mensagemnetbet cassinoque, se as coisas não foremnetbet cassinoum jeito, serãonetbet cassinooutro."

Tierney concorda e avalia que "John Bolton está sempre disposto a ir a extremos". "Não estou dentro danetbet cassinomente, mas ele parece ter prazernetbet cassinointerferir nas relações diplomáticas americanas", afirma o especialista.

"Bolton acredita na força americana e que os Estados Unidos devem fazer demonstraçõesnetbet cassinoforça, subjugar seus oponentes, forçando-os a concordar com as visões americanas,netbet cassinoveznetbet cassinotentar entender o adversário."

* Com reportagemnetbet cassinoRafael Barifouse, da BBC Brasilnetbet cassinoSão Paulo.