Corrida nuclear? Tensãoestrelabet interIsrael? 4 perguntas sem resposta após Trump implodir acordo com Irã:estrelabet inter

Donald Trump

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Legenda da foto, Em pronunciamento na Casa Branca, Trump disse que acordo capitaneado por Obama era 'podre'

O pacto também limitava o númeroestrelabet intercentrífugas para enriquecer o material por 10 anos, alémestrelabet interestabelecer que a Agência Internacionalestrelabet interEnergia Atômica (AIEA) monitorariaestrelabet intertempo real as atividadesestrelabet interplantasestrelabet interbeneficiamento até então mantidasestrelabet intersegredo pelo governo iraniano.

Em troca da desaceleração das atividades nucleares, os países signatários retiraram uma sérieestrelabet intersanções econômicas aplicadas anteriormente contra o regime iraniano.

Para Trump e seus aliados, no entanto, o tratado era insuficiente porque não garantia inspeçõesestrelabet interinstalações militares do país e oferecia janelas temporais que poderiam permitir uma retomada da corrida nuclear iraniana.

Mas o que acontece agora? O presidente americano prometeu que, logo após o pronunciamentoestrelabet interrede nacional, feito da Casa Branca,estrelabet interWashington, assinaria um memorando para reativar "as mais duras sanções" contra o governo iraniano.

Homens trabalhamestrelabet interum centroestrelabet interenriquecimentoestrelabet interurânio no Irã,estrelabet interfotoestrelabet inter2005

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Legenda da foto, Em trocaestrelabet interalívio nas sanções impostas por EUA e potências europeias, Irã se comprometeu a limitar suas atividades nucleares

O Irã fechará o acesso estrangeiro a plantas nucleares?

Nos últimos três anos, seguindo uma das principais regras do acordo nuclear, funcionários da AIEA fiscalizaram importantes laboratóriosestrelabet interpesquisa nuclear iranianos.

Antes mantidas secretamente, as usinasestrelabet interenriquecimentoestrelabet interurânio do país eram monitoradasestrelabet intertempo real por uma sérieestrelabet intercâmeras e sensores controlados remotamente. A agência também coletava amostras semanaisestrelabet interpoeiraestrelabet intertodo o país para avaliar a presençaestrelabet interpartículas proibidas pelo acordo.

A permanência da fiscalização internacional sobre o Irã fica agoraestrelabet intersuspenso - já que não se sabe quais serão as consequênciasestrelabet intermédio prazo da decisão unilateralestrelabet interTrump.

Imediatamente após o anúncio, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que "a França, a Alemanha e o Reino Unido lamentam a decisãoestrelabet interTrumpestrelabet intersair do acordo", e ressaltou que "o regime internacional contra a proliferaçãoestrelabet interarmas nucleares estáestrelabet interjogo".

Em comunicado conjunto, a primeira-ministra britânica, Theresa May, a chanceler alemã Angela Merkel e o francês ressaltaram o "compromisso contínuo" por um acordo com o governo iraniano.

"Encorajamos o Irã a mostrar moderação emestrelabet interresposta à decisão dos EUA; o Irã deve continuar a cumprir suas próprias obrigações sob o acordo, cooperando plenamente eestrelabet intermaneira oportuna."

Já o presidente iraniano, Hassan Rouhani, quase simultaneamente, afirmou que o anúncio mostra que "ao contrário do Irã, os Estados Unidos são um país que não cumpre seus compromissos" e prometeu que pode ordenar a retomada do enriquecimentoestrelabet interurânio "em ritmo industrial".

A manutenção do acordo nos moldes anteriores, agora sem a assinatura americana, é improvável, segundo analistas. Fica também a dúvida: o Irã continuará permitindo inspeções internacionais ou retomará suas pesquisas nucleares como retaliação?

Hassan Rouhani visita instalaçãoestrelabet interprodução nuclearestrelabet interfotoestrelabet interabrilestrelabet inter2018

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Legenda da foto, Hassan Rouhani já afirmou que o programa nuclear do Irã poderia ser reiniciado 'dentroestrelabet interhoras'

Principal aliado dos EUA, Israel será alvoestrelabet interretaliação iraniana?

Minutos antes do anúncioestrelabet interTrump, o governoestrelabet interIsrael instituiu "estadoestrelabet interalerta máximoestrelabet interataque" e mandou oficiais na região das Colinasestrelabet interGolan prepararem e manterem abertos os abrigos antiaéreos.

Como justificativa para as medidasestrelabet intersegurança, militares israelenses afirmaram ter identificado "atividades irregularesestrelabet interforças iranianas na Síria".

Ao lado da Rússia, o Irã é um dos principais apoiadores do atual regime sírio, comandado por Bashar Al-Assad, considerado por Trump um dos maiores inimigos dos Estados Unidos.

Depoisestrelabet interir à televisão, há uma semana, para afirmar que tem documentos que provariam que o Irã teria mentido e continuado seus esforços para a produçãoestrelabet interum arsenal nuclear, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, voltou à TV nesta terça-feira para elogiar Trump.

"Há meses, o Irã vem enviando armas letais para suas forças na Síria com o objetivoestrelabet interatacar Israel", disse Netanyahu. "Nós responderemos com força a qualquer ataqueestrelabet internosso território."

Segundo a imprensa israelense, esta é a primeira vez nos sete anos da guerra civil síria que Israel manda preparar abrigos antiaéreosestrelabet interseu território como resposta a possíveis ameaças.

Para o lobista iraniano Trita Parsi, presidente do think tank National Iranian American Council,estrelabet interWashington, a decisãoestrelabet interTrump "pode dar início a uma guerra regional mais ampla e uma corrida por armas nucleares".

Os EUA, no entanto, não estariam a salvo, na avaliação do iraniano.

"Trump colocou os Estados Unidosestrelabet interum caminho rumo à guerra com o Irã", afirmou,estrelabet internota. "Esta é uma criseestrelabet interescolhas. Trump abandonou um acordoestrelabet intercontroleestrelabet interarmas que evitou uma bomba nuclear iraniana e transformou issoestrelabet interuma crise que pode levar a uma guerra."

O presidente francês Emmanuel Macron cumprimenta Donald Trump

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Legenda da foto, O presidente francês, Emmanuel Macron, disse a Trump que iria trabalhar por alterações no acordo nuclear

Instabilidade política mudará governo no Irã?

O principal prejudicado pelo anúncioestrelabet interTrump parece ser o atual presidente do Irã, Hassan Rouhani, que assumiu o poderestrelabet inter2013.

Enquanto o país passa por uma das mais profundas crises econômicasestrelabet intersua história e pela principal crise política desde a revolução islâmica que transformou a sociedade,estrelabet inter1979, o atual presidente, um político moderado que prometera abrir o país a uma economia globalizada, passa a ser visto por muitos iranianos como "fraco" e "manipulável", por ter assinado o acordo com os americanos.

De outro lado, os chamados "linha dura", políticos que pregam um isolamento do ocidente e governaram o país até a chegadaestrelabet interRouhani, ganham força com o anúncio, já que são fortes críticos do acordo com os americanos.

"Trump violou o acordo internacionalestrelabet interseu antecessor, Obama, seguindo as intrigas do primeiro-ministro israelense e do príncipe herdeiro saudita Bin Salman", disse Ali Khorram, ex-embaixador iraniano na China e assessor da equipeestrelabet internegociação nuclear. "Agora, ele jogou o Irã nas mãos dos linha dura".

Segundo o jornal americano The New York Times, a insatisfação da população tanto com o governo atual quanto com os linha dura poderia escalar para um eventual golpe militar, que reorganizaria novamente a sociedade iraniana.

O analista Arash Karami, do think tank especializadoestrelabet interoriente médio Al-Monitor, acredita que tanto o moderado Rouhani quanto os mais radicais "têm como objetivo a manutenção da República Islâmica no país, mas constroem este caminhoestrelabet interdireções completamente opostas".

"A tentativaestrelabet intermaior integração com a Europa não é altruísmoestrelabet interRouhani - ele a vê como necessária para melhorar a economia iranian, quebrar monopólios e entidades corruptas que aparentemente preferem atuar sob sanções internacionais", avalia.

"Isso não significa que todos os que integram a linha dura queiram sanções, mas eles vêm uma economia mais controlada e com maior dependência do Estado como melhor."

Inspetores da Agência Internacionalestrelabet interEnergia Atômica e técnicos iranianos

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Legenda da foto, Inspetores da Agência Internacionalestrelabet interEnergia Atômica dizem que o Irã está cumprindo seus compromissos

Qual será o efeito do anúncio sobre as negociaçõesestrelabet interpaz com a Coreia do Norte?

Enquanto Trump ia à televisão anunciar a ruptura do acordo com o Irã, o secretárioestrelabet interEstado americano, Mike Pompeo, cruzava o planetaestrelabet interuma aeronave oficial para um encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

O encontro visa a preparar o terreno para uma esperada reunião entre os presidentes dos dois países.

Segundo John Bolton, conselheiroestrelabet intersegurança nacional da Casa Branca, a decisãoestrelabet interTrump mostra à Coreia do Norte que os EUA não estarão dispostos a aceitar "acordos inadequados", sem dar detalhes sobre o termo.

Vozes como a do ex-presidente Barack Obama, no entanto, sugerem que o gesto pode dificultar as negociações.

"No momentoestrelabet interque estamos todos torcendo para que a diplomacia com a Coreia do Norte tenha sucesso, abandonar o acordo colocaestrelabet interrisco um acerto que garante - com o Irã - o mesmo resultado que estamos buscando com a Coreia do Norte", afirmou Obama.

Porestrelabet intervez, Trump também citou os norte-coreanos durante o anúncioestrelabet intersaída do pacto com Teerã.

"Quando faço promessas, eu cumpro. Neste momento, o secretário (Mike) Pompeo está a caminho da Coreia do Norte, para preparar a reunião que tereiestrelabet interbreve com Kim Jong-un", afirmou Trump.

"Hoje, mandamos uma mensagem clara: os Estados Unidos não fazem mais ameaças vazias."