O caso da argentina que diz ter matado para não ser estuprada - e foi presa por homicídio:melhor app de aposta

Crédito, Arquivo pessoal
Para seus defensores, entre eles a Ni Una Menos, uma das organizaçõesmelhor app de apostamulheres mais influentes da Argentina hoje, a inocênciamelhor app de apostaHigui é clara porque, segundo eles, ela estaria exercendo legítima defesa.
A promotoria, porém, afirma isso ainda deve ser provado.
"A autópsia e os depoimentos reunidos até agora não comprovaram a causa do homicídio e é isso o que estamos investigando", disse à BBC Mundo, o serviçomelhor app de apostaespanhol da BBC, Ignacio Correa, secretário-geral da Promotoriamelhor app de apostaSan Martín, onde corre o caso.
Enquanto isso, ocorrem vários protestos pela liberdademelhor app de apostaHigui. E, nesta quinta-feira,melhor app de apostameio a uma audiência preliminar, haverá uma nova mobilização no tribunaismelhor app de apostaSan Martín.
"Vamos continuar pressionando até que a liberem", afirmou Azucena, irmãmelhor app de apostaHigui.

Crédito, Twitter
Uma noitemelhor app de apostadomingo
Higui,melhor app de aposta43 anos, tem sete irmãs e um irmão. Trabalha limpando e arrumando jardins e lojas. É conhecida por seu gosto por futebol - torce pelo clube Boca Juniors - e cerveja.
Deixou a casa da família aos 13 anos porque o maridomelhor app de apostasua mãe abusava dela, contou Azucena.
Segundo o depoimentomelhor app de apostaHigui, na noitemelhor app de aposta16melhor app de apostaoutubromelhor app de aposta2016, um domingo, ela cruzou com um grupomelhor app de apostahomens que a assediam há anos nas ruas do bairro onde foi criada.
"Você vai ver o que é bom", teriam dito a ela. "Vou fazer você se sentir mulher, não lésbica."
Os homens teriam a atacado e tentado estuprá-la, mas ela se defendeu com uma faca caseira que teria guardado entre os seios.
A única facada que conseguiu dar matou Cristian Rubén Espósito.

Crédito, Arquivo pessoal
Aquela não foi a primeira vezmelhor app de apostaque Higui foi assediada, afirmoumelhor app de apostairmã. Durante a adolescência, foi alvomelhor app de apostapedradas e tevemelhor app de apostabicicleta furtada por causamelhor app de apostasua sexualidade.
Em 2002, tentaram estuprá-la depoismelhor app de apostaagredi-la nas costas. Ela conseguiu escapar e passou vários dias no hospital. Quando finalmente voltou paramelhor app de apostacasa, a encontrou incendiada.
Foi aí que decidiu sairmelhor app de apostaBella Vista, mas toda vez que voltava para visitar amigos, como naquele domingo, levava consigo uma faca.
Segundo Azucena,melhor app de apostairmã só lembramelhor app de apostater coberto o rosto com uma mão emelhor app de apostater usado a outra para pegar a facamelhor app de apostaseu peito.
"Só quando a polícia chegou e colocou uma lanterna emmelhor app de apostacara que ela saiu do estadomelhor app de apostainconsciência que haviam a deixado", disse a irmã à BBC Mundo.
Tinha o rosto e o corpo feridos.

Crédito, Reuters/MARCOS BRINDICCI
Discrepância judicial
A defesamelhor app de apostaHigui, que está nas mãosmelhor app de apostaadvogadas com experiênciamelhor app de apostaviolênciamelhor app de apostagênero, argumenta que a Promotoria não cumpriu seu papelmelhor app de apostaforma apropriada.
A advogada Raquel Hermida, membro da Redemelhor app de apostaContenção contra a Violênciamelhor app de apostaGênero, diz que a roupa que Higui usava naquela noite passou vários dias fora do local onde fica o material probatório - assim, correu o riscomelhor app de apostaser modificada - e que as testemunhas são todos integrantes do grupo que a atacou.
Segundo essas pessoas, Higui teria atacado Espósitomelhor app de apostarepente, sem motivo.
É por esse motivo,melhor app de apostaparte, que a Promotoria não investiga o ocorrido como atomelhor app de apostaviolênciamelhor app de apostagênero, mas como um homicídio simples.
"A Promotoria não toma partido, já que está investigando um homicídio", disse Correa, da instituição, à BBC Mundo.
"É uma questãomelhor app de apostaevidências. Não é que tenhamos descartado a possibilidademelhor app de apostalegítima defesa, mas isso deve ser provado."

Crédito, Reuters/MARCOS BRINDICCI
A perguntamelhor app de apostafundo
Não é a primeira vezmelhor app de apostaque uma suposta vítimamelhor app de apostatentativamelhor app de apostafeminicídio é acusadamelhor app de apostahomicídio: casos como esse geraram polêmica no México, Inglaterra, Estados Unidos e outros países.
Na França, por exemplo, o casomelhor app de apostaJacqueline Sauvage, uma mulhermelhor app de aposta69 anos que matou seu marido porque ele teria agredido e estuprado suas filhas durante anos, teve uma repercussão inédita.
Prestes a ser considerada culpada, Sauvage recebeu o perdão do então presidente François Hollande e hoje está livre.
Agora, o Parlamento francês discute uma reforma do conceitomelhor app de apostalegítima defesa dentro do código penal para que se inclua o que chamammelhor app de aposta"síndrome da mulher maltratada", um conceito usadomelhor app de apostapaíses como Austrália, Nova Zelândia e Canadá.
Trata-semelhor app de apostauma defesa legal que dá mais garantias a mulheres que, como Higui, cometeram homicídios para evitar a agressãomelhor app de apostaum homem.
Mas esse conceito não existe na Argentina - para as mulheres que defendem a liberdademelhor app de apostaHigui, a Justiça do país atenta diretamente contra os direitos das mulheres.
Ou como dizem as ativistas do Ni Una Menos: "o Estado é responsável".





