Por que as comparações com nazistas seguem populares nas disputas políticas?:quem é o dono da novibet

A televisão turca TGRT Haber mostra a premiê alemã Angela Merkel com uma suástica no rosto. A legenda diz: "A Europa não diz nada ao PKK". O O PKK é classificado como um grupo terrorista na Turquia.

Crédito, Twitter / tgrthabertv

Legenda da foto, Associar alguém ao nazismo - como mostra essa imagem da TV turca - não reforça argumentos, dizem especialistas

Durante as eleições americanas, apareceram comparações similares e elas são encontradas facilmentequem é o dono da novibetqualquer meio - do Twitter aos parlamentosquem é o dono da novibetvários países.

Na campanha presidencial dos EUA, o anúncio das políticas propostas pelo então candidato Donald Trump provocou comparações entre ele e Adolf Hitler. O próprio Trump já usou esse recurso ao comparar as agênciasquem é o dono da novibetinteligência americanas com a "Alemanha nazista".

E ele não foi único: o ex-prefeitoquem é o dono da novibetLondres Boris Johnson comparou a União Europeia com os nazistas durante a campanha pelo Brexit, um investigador da Organização das Nações Unidas usou a comparação para falar sobre as ações israelenses na Faixaquem é o dono da novibetGaza e a televisão russa usou o termo para se referir ao Ocidentequem é o dono da novibetrelação à crisequem é o dono da novibetAleppo, na Síria.

Mas por que a comparação é ainda tão usada?

Donald Trump, Marine Le Pen, Geert Wilders e Adolf Hitler

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em um protesto na Alemanha, bonecosquem é o dono da novibetDonald Trump, os representantes da extrema direita na França, Marine Le Pen e na Holanda, Geert Wilders, alémquem é o dono da novibetAdolf Hitler eram levados pelos manifestantes

Segundo a Liga Anti Difamação dos Estados Unidos (ADL, na siglaquem é o dono da novibetinglês), organização que luta contra o antissemitismo e outras discriminações , a resposta é simples: porque a comparação é "o evento histórico que mais facilmente ilustra o certo versus o errado".

Para a ONG, quando uma discussão chega nesses fundamentos, a comparação "inevitavelmente acaba aparecendo".

O diretor nacional da ADL, Jonathan Greenblatt, alerta, no entanto, que "comparações equivocadas banalizam e tornam trivial essa tragédia única na história da humanidade, especialmente quando pessoas públicas invocam o Holocausto numa tentativaquem é o dono da novibetconquistar atenção política".

Mas recorrer à comparação com Hitler para invalidar um argumento se tornou tão popular que a expressão ganhou até um "apelido"quem é o dono da novibetlatim: reductio ad Hitlerum - uma referência ao termo reductio ad absurdum, um reconhecido argumento lógico baseado na prova por contradição e usado geralmente para indicar a faláciaquem é o dono da novibetse comparar alguém a Hitler.

Até os alemães que publicaram uma imagem viral comparando Trump a Hitler durante as eleições admitiram que a comparação era "consideravelmente brutal".

Online, todo mundo vira Hitler

Naturalmente,quem é o dono da novibetnenhum lugar os insultos nazistas são mais numerosos do que na internet - e sempre foi assim.

Na décadaquem é o dono da novibet90, quando a internet estava começando a se tornar popular, o advogado americano Mike Godwin percebeu que os debatesquem é o dono da novibetfóruns online sempre recorriam ao recursoquem é o dono da novibetchamar o outro ladoquem é o dono da novibet"nazista".

Foi então que nasceu a "Leiquem é o dono da novibetGodwin", ou a "Regra das Analogias Nazistasquem é o dono da novibetGodwin", que se tornou uma das "regras da internet" e afirma que, se uma discussão online for longe demais,quem é o dono da novibetalgum momento alguém vai recorrer à comparação com Hitler.

Ele esclarece que a intenção ao cunhar o termo era demonstrar justamente como essa comparação é sempre ridícula.

"Eu queria mostrar que a maioria das pessoas que traz o nazismo para um debate não está sendo profunda ou independente, ao contrário: está agindoquem é o dono da novibetforma previsível e inconsciente, como um tronco descendo uma montanha", disse elequem é o dono da novibetuma coluna para o jornal Washington Post.

Para muitas pessoas, a aplicação da Leiquem é o dono da novibetGodwin - ou seja, quando alguém recorre ao nazismoquem é o dono da novibetum debate na internet, - é um sinalquem é o dono da novibetque determinada discussão está encerrada equem é o dono da novibetque quem usou a expressão perdeu a disputa.

Mas a recente ondaquem é o dono da novibetfiguras importantes usando a referência ao nazismo prova que, na vida real, o recurso ainda é bastante utilizado.

Um argumento fraco

Recep Erdogan

Crédito, Reuters

Legenda da foto, O comentárioquem é o dono da novibetErdogan foi criticado por autoridades alemãs

Quando o presidente turco Erdogan criticou a Alemanha pelo que chamouquem é o dono da novibet"práticas nazistas adotadas por Angela Merkel", a notícia ganhou as manchetes internacionais.

Para os alemães, entretanto, ele está apenas recorrendo a uma referência antiga. A Alemanha tem leis duras contra a negação do Holocausto e a glorificação da atividade nazista.

"Eu não acredito que a maioria dos alemães se perturbe muito com esse tipoquem é o dono da novibetcomparação", disse o historiador e professor Christoph Mick, da Universidadequem é o dono da novibetWarwick, no Reino Unido.

"Eles estão acostumados a isso, e acham apenas bizarro que o governo mais liberal e democrático da história da Alemanha seja comparado ao Terceiro Reich. Essas comparações revelam mais sobre quem as faz do que sobre os alemães e seus políticos".

Então - se uma referência nazista trivializa o Holocausto, é amplamente reconhecida como uma falácia lógica, é ridicularizada online e ignorada pelos alemães - ela deve ter algum poder persuasivo para se manterquem é o dono da novibetuso por tanto tempo. Certo?

Não muito - pelo menos essa é a avaliação da English Speak Union, uma instituiçãoquem é o dono da novibetcaridade britânica que promove a comunicação e o pensamento criativo.

"Adotar acusaçõesquem é o dono da novibetfascismo como insulto não ajuda a aproximar o público ou favorece seu argumento -quem é o dono da novibetvez disso, você aumenta o nívelquem é o dono da novibetagressividade do debate, forçando uma polarização entre "bom" e "mau" numa discussão que, caso contrário, poderia ter posições mais razoáveis dos dois lados", afirma Amanda Moorghen, pesquisadora sênior da entidade.

"Na maioria das vezes, as pessoas chamam as outasquem é o dono da novibetnazistas porque pensam que isso vai atrair a atenção do público. Esse é um grande erro porque o uso dessa palavra não vai atrair nenhuma atenção - só um forte argumento pode fazer isso".

E qual é então o segredo para se ter sucessoquem é o dono da novibetuma discussão?

"É melhor guardar palavras mais fortes para o argumentoquem é o dono da novibetsi,quem é o dono da novibetvezquem é o dono da novibetatacar as pessoas com quem você está debatendo", diz Amanda Moorghen.