A lutaaajogo casinomãeaajogo casinobrasileira com Down por educaçãoaajogo casinoescola comum na Suíça:aajogo casino

No dia internacional que marca a conscientização da síndromeaajogo casinoDown (21aajogo casinomarço), muitos ainda enfrentam preconceito aajogo casino , mesmo nas sociedades mais avançadas, e precisam lutar para ter seus direitos garantidos.

Até conseguir a inserçãoaajogo casinoLetíciaaajogo casinouma escola comum na Suíça, a família Nogueira percorreu um caminhoaajogo casinoaltos e baixos, passando por diversas reuniões, negociações e testes.

Preconceito

""Ela lê, escreve, acompanha bem a aula numa boa", conta Denise, mãeaajogo casinoLetícia.

"O primeiro problema é que o Cantão só é responsável pela educação da criança até os 15 anos. Depois dessa idade, é com o governo nacional. Eles ficavam nesse jogoaajogo casinoempurra, desculpando-se para não dar vaga para ela", explica a mãe, descrevendo o períodoaajogo casinoincerteza que viveuaajogo casinojulho a novembroaajogo casino2016.

"Quando explicava que ela estavaaajogo casinouma escola normal no Brasil os avaliadores do governo ficavam incrédulos".

Após ouvir a negativaaajogo casinodiversas instituições particulares e públicas, Denise convenceu uma oficial do Departamentoaajogo casinoEducação Especialaajogo casinoLausanne, capital do cantãoaajogo casinoVaud, a levar o caso a seus superiores.

"Essa inspetora, a Sra. Bertrand, foi a pessoa-chave que nos ajudou".

Graças à profissional, o casoaajogo casinoLetícia foi levado a uma banca para decidir seu futuro.

"Parecia uma bancadaaajogo casinojúri, várias pessoas entrevistando minha filha pra ver se ela sabia mesmo aquilo tudo. Eles ficaram surpresosaajogo casinover como ela é articulada e decidida. Quando terminaram aquela sabatina, eles disseram: 'Está bem Letícia, o cantãoaajogo casinoVaud vai dar uma chance para você", conta, emocionada, Denise.

Benefícios

Agora, uma profissional bilíngueaajogo casinoportuguês e francês - paga pelo Cantão - acompanha a jovem durante as aulasaajogo casinoconclusão do ensino fundamental,aajogo casinouma escola pública normal na cidadeaajogo casinoNyon.

"Avaliamos caso a caso. Analisamos o diagnóstico médico, a competência escolar, a vontade da pessoa e o desejo da família. Tudo isso pesa na nossa decisão", explicou à BBC Brasil Philippe Nendaz, do Departamentoaajogo casinoEducação Especial.

"Sabemos do benefício da integração das crianças especiais nas escolas normais, mas isso depende da capacidade cognitiva dela", reforçou Emanuelle Bertrand, a oficial que tratou diretamente do casoaajogo casinoLetícia.

Segundo os servidores públicos, as tentativasaajogo casinoinclusãoaajogo casinocrianças com Down vêm obtendo melhores resultados na última década.

"O problema é que o governo não garante automaticamente os direitos. Se você não reclamar, eles vão colocar o seu filhoaajogo casinouma instituição para crianças especiais e vão deixar ele jogado lá", critica a brasileira Patrícia Almeida, ativistas pelos direitos das crianças com Down, fazendo referência à Convenção pelo Direito das Pessoas com Deficiência, a qual a Suíça ratificouaajogo casino2013.

Mãeaajogo casinoAmanda, que também tem Down, Almeida luta diariamente pela inclusão da filha e lamenta que nem todos os Cantões tenham a mesma posturaaajogo casino"normalização" da criança excepcional.

'Tapa na cara'

No caso da filha dela, que está na Suíça há dois anos e já é alfabetizada, o Cantãoaajogo casinoGenebra optou por não investir emaajogo casinoinserção e disponibilizou vagas somenteaajogo casinoescolas para jovens com deficiência.

"Aquilo foi como um tapa na cara. Ela é capaz e determinada, mas eles não quiseram nem saber, simplesmente a excluíram", relembra.

"Tenho a impressãoaajogo casinoque eles escondem os deficientes por aqui. Nas ruas só se vê cadeirantes. Os que têm Down e outros excepcionais raramente são expostos", avalia.

Decepcionada com o desamparo, a família Almeida optou por educar Amanda com a ajudaaajogo casinouma tutora, que recebe a menina diariamenteaajogo casinoum centroaajogo casinoreforço.

"Mas isso não é como ir à escola. Ela não tem colegas e não convive com outras crianças", lamenta.

A secretariaaajogo casinoEducação do Cantãoaajogo casinoGenebra foi contata pela reportagem sobre o casoaajogo casinoAmanda, mas não retornou até a publicação desse artigo.

Cofundadora do movimento "Minha Voz, Minha Comunidade", Almeida articulou junto às Nações Unidas a criação do Dia Mundial pela Conscientização da Síndromeaajogo casinoDown,aajogo casinoNova York.

Também organizou os debates sobre o tema que ocorrem, nesta terça-feira, no Conselhoaajogo casinoDireitos Humanos da organização,aajogo casinoGenebra.

A secretariaaajogo casinoEducação do Cantãoaajogo casinoGenebra foi contata pela reportagem sobre o casoaajogo casinoAmanda, mas só retornou após a publicação original desse artigo. À BBC Brasil o Departamentoaajogo casinoInstrução Pública, Cultura e Esporte informou por nota que criançasaajogo casinode 4 a 18-20 anos disfrutamaajogo casinoamparo dedicado.

"Dependo da avaliaçãoaajogo casinosuas qualificações e necessidades, elas são encaminhadas para uma estrutura específica". "A criança é integrada nas aulas regulares,aajogo casinoacordo com a idade e proximidade do lar"aajogo casinomeio-período e com apoioaajogo casinouma professora dedicada.

Se apresentar dificuldades, a criança pode ser encaminhada a uma salaaajogo casinoaula integrada, junto à escola normal. No último caso, quando ela "possui desordens associadas ao Down e enfrenta grandes dificuldades", aí deverá ser recomendada a um programa individualaajogo casinoum centro médico-pedagógico.

Eugenia

A ativista estima que o preconceito seja apenas a pontaaajogo casinoum iceberg. Cita a "invisibilidade" e a "eugenia" - o controle e a interrupçãoaajogo casinogravidezesaajogo casinocasosaajogo casinofetos com deficiência - como desafios reais às crianças com Down. Para ela, é cada vez mais aceita a noçãoaajogo casinoseleção genética, o que permite a redução da população com necessidades especiais.

"Já existem paísesaajogo casinoque não estão mais nascendo crianças com necessidades especiais e isso é alarmante", acredita Almeida.

aajogo casino Na Suíça...

Entretanto,aajogo casinoacordo com dadosaajogo casino2012 da Organização Mundial da Saúde, a taxaaajogo casinonascimentosaajogo casinobebês com Down na Suíça foiaajogo casino185 para cada 100 mil nascimentos naquele ano. O índice é bastante superior aoaajogo casinopaíses vizinhos, como a Áustria, que só registrou oito casosaajogo casinoDown, a Itália, com 22 casos, e a Alemanha, com 44.

Porém,aajogo casinomeadosaajogo casino2016, os eleitores do país participaramaajogo casinoum plebiscito para permitir que embriões resultantesaajogo casinotratamentosaajogo casinofertilização in vitro sejam testados e selecionados geneticamente antesaajogo casinoserem implantados no útero da mãe. Foi a segunda vez que a voz popular aprovou essa seleção genética. Um ano antes, a mesma pergunta já havia sido validada.

Quase 63% dos participantes concordaram com a medida, que na prática permite o controle sobre óvulos com deficiência. A legislação, entretanto, ainda proíbe a triagemaajogo casinoembriõesaajogo casinoacordo com sexo, cor dos olhos e outras características físicas.

Também não é possível fecundar óvulos para a obtenção e extraçãoaajogo casinocélulas-tronco, para tratamentoaajogo casinoalgum irmão doente.

Opositores da seleção argumentam que há grande risco dessa triagem genética degenerar-se para uma discriminação contra as crianças especiais e as famílias que optam por dar à luz bebês com Down.

"Há a pressão econômica. Eles dizem que custa muito ao Estado criar uma criança com deficiência. Às vezes os médicos constatam que o bebê é especial e já marcam o aborto, sem sequer conversar com a mãe e explicar que ela tem o direitoaajogo casinoescolher", conclui Patrícia.