O que Bolsonaro e Biden devem discutirroleta jojoprimeiro encontro:roleta jojo

Crédito, EPA e Reuters
O histórico
Admirador explícito do ex-presidente Donald Trump, Bolsonaro ecoou falsas alegaçõesroleta jojofraude nas eleições presidenciais dos EUAroleta jojo2020, sugerindo que Biden seria um presidente ilegítimo.
A atitude irritou a Casa Branca, que também viaroleta jojoBolsonaro uma figura tóxica pararoleta jojoagendaroleta jojodefesa do meio ambiente, democracia e direitos humanos. Dianteroleta jojopressõesroleta jojocongressistas mais à esquerda no partido Democrata, Biden optou por relegar a seu gabinete o relacionamento com o Brasil, enquanto se envolvia pessoalmente muito mais com com a Argentina, por exemplo, tendo falado por telefone várias vezes com o presidente Alberto Fernandez, a quem convidou para visitar a Casa Branca,roleta jojoWashington,roleta jojojulho.

Crédito, Reuters
Do lado brasileiro, Bolsonaro demonstrou insatisfação com comentáriosroleta jojoBidenroleta jojorelação à Amazônia brasileira, que vem acumulando índices cada vez mais altosroleta jojodesmatamento nos últimos anos, e disse que a gestão do americano era "um governo maisroleta jojoesquerda, um governo que tem quase uma obsessão pela questão ambiental. Então isso atrapalha um pouquinho a gente".
Além disso, as repetidas manifestaçõesroleta jojoWashingtonroleta jojoque Bolsonaro deveria deixarroleta jojolançar dúvidas sobre o sistema eleitoral no país incomodaram Bolsonaro, que tem ameaçado não aceitar o resultado das urnas citando supostas fraudes, jamais comprovadas,roleta jojouma maneira que parte dos Democratas identificam como semelhante às atitudesroleta jojoTrump nos EUA, que desaguaram na invasão do Capitólio.
As circunstâncias
Mas, dezoito meses após o início do governo Biden, as circunstâncias particulares dos dois líderes fez com que uma fotoroleta jojoambos ganhasse valor para seus interesses políticos.

Crédito, Getty Images
Para Biden, que viu Fernandez e Bolsonaro visitarem o presidente russo Vladimir Putin,roleta jojoMoscou, apenas duas semanas antes do início da Guerra na Ucrânia, e que enfrenta uma crescente rivalidade com a China por áreasroleta jojoinfluência global, receber Bolsonaroroleta jojoum evento que pretende projetar liderança americanaroleta jojorelação às Américas se tornou essencial. Ainda mais depois que o presidente mexicano, Andrés Manuel Lopes Obrador, resolveu se ausentar da Cúpularoleta jojoprotesto pela exclusão dos governosroleta jojoVenezuela, Cuba e Nicarágua do evento, que a Casa Branca qualifica como ditaduras.
Diante da possibilidade do fiascoroleta jojoser o anfitriãoroleta jojoum evento sobre Américas sem os dois maiores países da América Latina, Biden resolveu oferecer a Bolsonaro o encontro privado, que poderia atraí-lo a Los Angeles. O presidente americano enfrentará dentroroleta jojocinco meses eleiçõesroleta jojomeioroleta jojomandato para o legislativo. A inflação mais altaroleta jojo40 anos no país e as dificuldades do democrataroleta jojoaprovar projetos como o seu programa para o meio ambiente ou para a área social indicam que o partido do presidente pode perderroleta jojomaioria no Congresso.
Para o presidente brasileiro, que apareceroleta jojosegundo lugar nas pesquisasroleta jojointençãoroleta jojovoto para o pleito presidencialroleta jojooutubro, perder 4 diasroleta jojopré-campanha no Brasil para viajar aos EUA e correr o riscoroleta jojoser mais uma vez ignorado por Biden fazia com que Bolsonaro preferisse não ir à reunião.
Mesmo após o encontro marcado, o brasileiro fez questãoroleta jojodizer que Biden o ignorou no encontro do G-20, no Japãoroleta jojo2019. "Passou como se eu não existisse. Mas esse foi um tratamento pra todo mundo por parte do Biden, não sei se é a idade (do Biden), o que que é", afirmou Bolsonaro há alguns dias, ecoando teorias frequentes entre a direita americana,roleta jojoque o presidente americano,roleta jojo79 anos, estivesse senil.
"Para Bolsonaro, o encontro é bom negócio porque dá a ele a possibilidaderoleta jojorebater as críticasroleta jojoque está isolado mundialmente,roleta jojoque não é recebido por ninguém importante", afirma o professorroleta jojorelações internacionais Oliver Stuenkel, da Fundação Getúlio Vargas.
O mesmo motivo, segundo auxiliaresroleta jojoBolsonaro, teria pesado para levá-lo a se encontrar com Putinroleta jojoMoscou,roleta jojofevereiro. A projeção internacional é assunto caro às redes bolsonaristas, que já fizeram circular capas falsas da revista americana Time que estampavam Bolsonaro como um líderroleta jojorelevo global.
Daniela Campello, cientista política da FGV e pesquisadora do Wilson Center, vai ainda mais longe. "Ao excluir do evento líderes que considerou como antidemocráticos e oferecer a Bolsonaro não só um convite para o evento, mas um agrado como uma reunião privada, os EUA empoderam Bolsonaro e anulamroleta jojodefesa da democraciaroleta jojonomeroleta jojoseus próprios interesses", diz Campello.
Questionado pela BBC News Brasil sobre como concilia seus parâmetros democráticos com os questionamentos repetidosroleta jojoBolsonaro sobre um processo eleitoral no qual os EUA afirmam ter confiança, um alto funcionário da Casa Branca afirmou que "o que eu diria sobre a decisãoroleta jojofazer esta reunião é que o presidente Bolsonaro é o líder democraticamente eleito do Brasil, país com o qual os Estados Unidos compartilham um conjunto significativoroleta jojointeresses e preocupações comuns. Obviamente também temos algumas discordâncias com o presidente e o governo do Brasil, que também serão objeto do que tenho certeza que será uma conversa franca entre os dois líderes. Francamente, é disso que tratam as relações internacionais. E eu não acho que ninguém deveria ficar chocado com essa reunião".
Reservadamente, diplomatas americanos disseram à BBC News Brasil que evitar o contato pessoal com Bolsonaro por tanto tempo foi um erro da política internacionalroleta jojoBiden. Ao fazer isso, o presidente americano teria agido pensando exclusivamente emroleta jojopolítica doméstica, e enfraqueceu a posição americana na região, atitude que precisaria ser mudada mesmo que a açãoroleta jojoBiden agora possa ser amplamente explorada eleitoralmente por Bolsonaro. A preocupação dos americanos, no entanto, é adotar postura mais olímpica possível, para evitar interpretaçõesroleta jojoque suas ações agora pesam favoravelmente para um lado, ou para o outro na disputa.
"A questão das eleições brasileiras cabe realmente aos brasileiros decidirem. E os Estados Unidos têm confiança nas instituições eleitorais do Brasil, que se mostraram robustas. Mas a conversa entre o presidente (Biden) e o presidente Bolsonaro vai abranger uma ampla gamaroleta jojotópicos", disse há poucos dias o assessor da Casa Branca para a América Latina Juan González.

Crédito, AFP
Afinal, o que ambos dirão no encontro?
Assim como Gonzalez, os diplomatas brasileiros também afirmam que os dois presidentes têm uma longa listaroleta jojoassuntos a tratar e que assuntos espinhosos não necessariamente devem ser priorizados.
"São temas que incluem tudo, desde comércio e investimentos, até cooperaçãoroleta jojociência e tecnologia no Espaço, passando por operaçãoroleta jojodefesa,roleta jojosaúde, e nossa cooperação nos foros regionais e multilaterais", disse à BBC News Brasil o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, secretárioroleta jojoAméricas do Itamaraty.
Do lado americano, o entendimento é que a conversa, que deve durar entre 20 e 30 minutos, é uma possibilidaderoleta jojoestabelecer pontes e nãoroleta jojorepetir críticas já amplamente veiculadas, como a preocupação com as ameaças à democracia brasileira.
Diplomatas americanos dizem que as repetidas manifestaçõesroleta jojoconfiança no processo eleitoral e desejoroleta jojoeleições limpas e justas, como na entrevista dada à BBC News Brasil pela subsecretariaroleta jojoEstado Victoria Nuland, devem liberar Biden da necessidaderoleta jojocomentários mais duros.
Os americanos, no entanto, dizem conhecer o estiloroleta jojoBolsonaro e sabem "que as coisas podem dar errado".
Às vésperasroleta jojoseu embarque para Los Angeles, nesta terça (7/6), Bolsonaro voltou a fazer comentários sobre a possibilidaderoleta jojofraude no pleito americanoroleta jojo2020. "Quem diz (sobre fraude nas eleições dos EUA) é o povo americano. Eu não vou entrarroleta jojodetalhe na soberaniaroleta jojoum outro país. Agora, o Trump estava muito bem e muita coisa chegou para a gente que a gente fica com o pé atrás. A gente não quer que aconteça isso no Brasil", afirmou Bolsonaroroleta jojoentrevista ao SBT.
É improvável que seja feito qualquer anúncio mais substanciosoroleta jojoacordos ou parcerias, segundo as fontes ouvidas pela reportagem.
Em abril deste ano, Biden chegou a dizer que os americanos deveriam pagar aos brasileiros pela conservação da Amazônia - uma ideia que ele já havia mencionado durante a campanha presidencialroleta jojo2020, mas a diplomacia americana nega que qualquer proposta desse escopo, especialmente envolvendo valores, esteja na mesa.
O governo Biden tem repetido publicamente elogios às metasroleta jojocombate ao desmatamento e reduçãoroleta jojogases poluentes firmadas pelo Brasil na COP-26, no ano passado, embora afirmem não ver ainda ações práticas do governo brasileiro para alcançá-las.
O tema da Amazônia, no entanto, pode ser trazido à tonaroleta jojomaneira mais tensa por causa do desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira no Vale do Javari (AM) esta semana. A Líder da Articulação para os Povos Indígenas do Brasil Sônia Guajajara chamou a atenção para o assunto do enviado especial climáticoroleta jojoBiden, John Kerry, que participa da Cúpula. Kerry afirmou querer acompanharroleta jojoperto os desdobramentos do caso, sem solução até o momento. Na noite desta terça, o presidente da Comissãoroleta jojoRelações Exteriores da Câmara dos Representantes, Gregory Meeks, divulgou comunicadoroleta jojoque pedia "ações rápidas" às autoridades na busca pelos desaparecidos.
Já Bolsonaro deve repetir a importância do Brasil como espécieroleta jojoceleiro do mundo, tema que tem ganhado relevância nos EUA diante da crise globalroleta jojofaltaroleta jojoalimentos impulsionado pela guerra da Ucrânia. Sozinhas, Rússia e Ucrânia respondem por 30%roleta jojotodo o trigo consumido no mundo.
Os EUA já expressaram interesse que o Brasil aumente ao máximoroleta jojosafra, um pedido difícilroleta jojoatender frente à escassezroleta jojofertilizantes, importado sobretudo da Rússia. Para o ex-embaixador dos EUA no Brasil Thomas Shannon, esse deveria ser um pontoroleta jojoespecial atenção.
"Não sei se haveria muito o que poderíamos fazerroleta jojorelação à produçãoroleta jojofertilizante no curto prazo. Mas seria possível que os americanos liderassem um esforço do continente americano para juntos combater o problemaroleta jojoescassezroleta jojoalimentos e estabilizar os preços. Isso é algo que poderia ser feito juntos", afirma Shannon.
Atualmente, os americanos já não impõem sanções sobre fertilizantes e tem tentado cooperações técnicas que possam aumentar a eficiência no uso dos produtos na lavoura e estimuladoroleta jojoprodução doméstica do material. Mas no Agronegócio brasileiro tais medidas são vistas como pouco eficientes para resolver o problema no curto prazo. O Brasil advoga que EUA e Europa revejam e eliminem qualquer efeito nocivoroleta jojosanções no processo logísticoroleta jojoenvio, via navio, dos fertilizantes ao Brasil.
No tema da migração, Biden deve elogiar o fatoroleta jojoo Brasil ter disponibilizado vistos humanitários para cidadãos da Ucrânia, do Afeganistão e da Síria,roleta jojoguerra, e da Venezuela e do Haiti, paísesroleta jojocalamidade social. Além disso, recentes cooperaçõesroleta jojointeligência entre os dois países resultaramroleta jojodesmantelamentoroleta jojoredesroleta jojotráfico humano. Para o Brasil, no entanto, a agenda prioritária no tema seria um tratamento mais humano aos brasileiros indocumentados deportados do país, que costumam ser transportados com algemas e relatam maus-tratos e humilhações enquanto detidos pelo sistemaroleta jojomigração americano. Avanços nesses quesitos, no entanto, não parecem prováveis.
A questão da produçãoroleta jojominérios deve ser outro tema tratado no encontro. Os americanos têm buscado meiosroleta jojofortalecer cadeias produtivas chamadasroleta jojo"near shoring", ou desglobalizar a produção. Essa é uma resposta a crises disruptivas da economia trazidas pela pandemia, que implicouroleta jojoescassezroleta jojouma gamaroleta jojoprodutos,roleta jojomáscaras hospitalares a chipsroleta jojocomputador. É possível que o presidente Bolsonaro tente convencer Biden a retirar tarifas sobre chapasroleta jojoaço produzidas no Brasil, uma medida protecionista imposta na gestão Trump que dificulta a exportação entre os países. A falta do material prejudica a indústria americana. Atualmente, a grande beneficiária da medida imposta contra o Brasil é justamente a Rússia, que também produz esse tiporoleta jojochapas.
Há ainda expectativaroleta jojoque o presidente brasileiro evite polêmicas no tema e se abstenharoleta jojocitar, por exemplo,roleta jojodefesa à exploraçãoroleta jojominériosroleta jojoterras indígenas.

Crédito, Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Resultados
Não passou despercebido pelo governo brasileiro que lideranças indígenas críticas à gestão Bolsonaro como Toya Manchineri, membro da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, a COIAB, estarãoroleta jojoLos Angeles, participandoroleta jojoum fórum paralelo dedicado à sociedade civil.
Junto com o US Network for Democracy in Brazil, a Amazon Watch, o Movimento Sem Terra e outras entidades, Manchineri deve participarroleta jojoum protesto contra Bolsonaroroleta jojofrente à prefeituraroleta jojoLos Angeles, nesta quarta (8/6). Maisroleta jojo70 ONGs ambientalistas eroleta jojodefesa dos direitos humanos do Brasil também enviaram essa semana uma carta ao presidente Bidenroleta jojoque pedem para que o mandatário americano confronte diretamente o brasileiro sobre suas posiçõesroleta jojorelação à democracia e alertam para o riscoroleta jojofortalecer políticas bolsonaristas supostamente opostas à agenda da administração americana.
"Ao ver o Biden apertando a mão do Bolsonaro é como ver os EUA aprovando as políticas que este governo tem adotado. É preciso que os americanos não se deixem usar como instrumento para ganhar aprovação pelo presidente brasileiro", diz Manchineri.
A despeito das acaloradas reações eleitorais e políticas, analistas se mostram céticosroleta jojorelação a consequências práticas do diálogo entre os dois presidentes. "Os americanos esperam que Bolsonaro acabe perdendo a eleição e deixe o Planalto. E Bolsonaro espera que Biden perca a maioria no Congresso nas eleições no fim do ano e se torne um governo paralisado", afirma Stuenkel. Seria tarde demais, para os dois líderes, para queroleta jojoconversa pudesse mover as engrenagens das relações bilaterais. A se cumprir a previsãoroleta jojoStuenkel, o apertoroleta jojomãos aguardado por um ano e meio deve acabar sendo pouco alémroleta jojoum mero apertoroleta jojomãos.

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