A surpreendente quedaapostar online ao vivocriatividadeapostar online ao vivoadolescentes do mundo detectada pela OCDE:apostar online ao vivo

Depois, a OCDE entrevistou os pais e professores desses alunos, para ver se a forma como as crianças viam a si próprias era parecida à forma como elas eram vistas pelos adultos - o queapostar online ao vivofato ocorreu na maioria dos casos.

E o que chamou a atenção dos pesquisadores é que,apostar online ao vivomodo geral, jovensapostar online ao vivo15 anos pareciam ter (segundoapostar online ao vivoprópria visão e a dos adultos) quase todas as habilidades socioemocionais muito menos desenvolvidas,apostar online ao vivocomparação com as criançasapostar online ao vivodez anos.

Ou seja, aparentemente há uma queda significativa nessas habilidades à medida que as crianças crescem e entram na adolescência.

Essa queda foi mais pronunciadaapostar online ao vivomeninas na maioria das habilidades analisadas - se por um lado as garotas demonstraram mais empatia, espíritoapostar online ao vivocooperação e responsabilidade do que os meninos, estes reportaram mais regulação emocional, sociabilidade e energia do que elas.

Por fim, os estudantesapostar online ao vivoníveis socioeconômicos mais altos manifestaram, na média, mais habilidades socioemocionais do que os jovens mais pobres,apostar online ao vivotodas as cidades participantes do estudo.

"Essa queda (entre as idadesapostar online ao vivo10 e 15 anos) fica muito clara quanto se trata da criatividade, que apareceapostar online ao vivoníveis muito mais baixos entre os jovensapostar online ao vivo15 anos", afirmou o diretorapostar online ao vivoeducação da OCDE, Andreas Schleicher, durante um seminário virtual realizado pelo Centro Nacionalapostar online ao vivoEducação e Economia dos EUA (NCEE na siglaapostar online ao vivoinglês)apostar online ao vivo27apostar online ao vivooutubro.

"Pode ser que esses jovens estejam mais inseguros e constrangidos (do que as criançasapostar online ao vivo10 anos), mas pode ser também que nossos sistemas educacionais não estejam incentivando a criatividade dos jovens."

Schleicher ressaltou o valor que essas habilidades emocionais têm para o mercado profissional do futuro e para a cidadania:

"Sabemos o quanto a curiosidade e a criatividade são importantes no mundoapostar online ao vivoque vivemos. A capacidadeapostar online ao vivocriar é o que nos diferencia da Inteligência Artificial dos computadores."

Além disso, disse ele, "a criatividade não é algo isolado: os alunos mais criativos também exibem níveis muito maioresapostar online ao vivoempatia, tolerância e responsabilidade."

Embora essa edição da pesquisa da OCDE não tenha sido realizada no Brasil, pesquisadores do tema no país observam um cenário semelhante por aqui.

Um exemplo disso vemapostar online ao vivouma pesquisaapostar online ao vivohabilidades socioemocionais feitaapostar online ao vivonovembroapostar online ao vivo2019 pelo Instituto Ayrton Senna com 110,2 mil estudantes da rede estadualapostar online ao vivoensinoapostar online ao vivoSão Paulo, divulgadaapostar online ao vivomaio deste ano.

Os alunos do 9° ano do ensino fundamental (que costumam ter por voltaapostar online ao vivo14 e 15 anos) se perceberam como menos desenvolvidos na maior parte das habilidades estudadas - divididasapostar online ao vivocinco grupos, que são amabilidade, autogestão, engajamento com os outros, abertura ao novo e resiliência emocional -,apostar online ao vivocomparação com alunos do 5° ano (criançasapostar online ao vivo10 anos, mais ou menos) ou mesmo com alunos mais velhos, do último ano do ensino médio.

"Chamou bastante nossa atenção a quedaapostar online ao vivoconfiança entre os adolescentes", diz à BBC News Brasil Gisele Alves, especialista do Instituto Ayrton Senna. Ela destaca o quanto isso pode afetar o aprendizado, por exemplo,apostar online ao vivodisciplinas como matemática: "Ser cerceado ao cometer erros (em exercícios pode provocar) essa baixa na autoconfiança."

As mudanças vividas na adolescência

Durante o seminário do NCEE, palestrantes ressaltaram que a adolescência é um períodoapostar online ao vivogrande transformação emocional e física dos jovens.

Susan Rivers, pesquisadoraapostar online ao vivohabilidades socioemocionais nos EUA, questionou se as conclusões da OCDE não estariam deixandoapostar online ao vivolevarapostar online ao vivoconta "o papel da puberdade e do crescimento cerebral ocorridos durante a adolescência, que é também uma época magnífica, rica e desafiadora, então não surpreende que jovens precisemapostar online ao vivohabilidades mais fortes para navegar por essas águas".

Essa mesma observação é levantada por pesquisadores brasileiros.

"As crianças têm um tipoapostar online ao vivodemanda para suas habilidades socioemocionais, e daí chega a adolescência e muda tudo", explica Ricardo Primi, pesquisador do laboratórioapostar online ao vivopolíticas e práticas educacionais do Instituto Ayrton Senna (EduLab21).

Ocorre um "turbilhão emocional" que coloca essas habilidadesapostar online ao vivoxeque na adolescência, fazendo com que os jovens vejam a si mesmos como menos capacitados, agrega Primi.

No seminário, Schleicher concordou que esses fatores são relevantes. Mas ele argumenta que, mesmo que esse declínioapostar online ao vivocriatividade seja uma mera autopercepção, o que realmente importa é o impacto que isso vai ter nas expectativas desses jovens sobre seu próprio futuro.

"Porque se um jovemapostar online ao vivo15 anos se percebe como menos criativo, ou se uma meninaapostar online ao vivo15 anos se enxerga como menos criativa do que os meninos, isso vai influenciar a escolha que cada um deles fará; vai influenciar a carreira às quais aspiram", disse Schleicher.

"A forma como eu me vejo tem muita influência no meu desenvolvimento, então o papel dos adultos é ajudar nesse período, abrir portas para os jovens,apostar online ao vivovezapostar online ao vivodeixar que elas se fechemapostar online ao vivodecorrência dessa autopercepção."

'Armas contra as maiores ameaças do nosso tempo'

Em seu relatório, a OCDE argumenta que "sucesso na educação atual não é o desenvolvimento cognitivo, masapostar online ao vivocaráter", e questiona se, à medida que as crianças crescem, as escolas não estão reduzindo o espaço para esse desenvolvimento.

"Trata-seapostar online ao vivocuriosidade - abrir mentes -, compaixão - abrir corações - e coragem - mobilizar nossos recursos cognitivos, sociais e emocionais a agirem", diz o texto.

"Essas qualidades, chamadasapostar online ao vivohabilidades sociais e emocionais, também são armas contra as maiores ameaças do nosso tempo: a ignorância - que é a mente fechada -, o ódio - o coração fechado -, e o medo, que é o inimigo da ação."

Outro ponto importante é que, segundo a pesquisa da OCDE, alunos com habilidades sociais e emocionais aguçadas tendem a se sair melhor academicamente: "Ser curioso intelectualmente e persistente são as habilidades mais fortemente relacionadas a (boas) notas escolares, tanto para jovensapostar online ao vivo10 quantoapostar online ao vivo15 anosapostar online ao vivoleitura, matemática e artes".

Para Andreas Schleicher, essas habilidades precisam ser ativamente (e intencionalmente) desenvolvidas nas crianças e adolescentes, assim como fazemos com o conhecimento tradicionalapostar online ao vivomatemática, por exemplo.

E esse é o grande desafio das escolas.

No seminário, a pesquisadora Susan Rivers destacou que "já existe um grande fardo sobre as redesapostar online ao vivoensino e sobre os educadores", ao mesmo tempoapostar online ao vivoque falta apoio institucional "para que crianças, professores e as próprias famílias consigam incentivar e nutrir essas habilidades" nos jovens.

Na visãoapostar online ao vivoSchleicher, talvez seja preciso redesenhar currículos escolares, dando mais protagonismo ao desenvolvimento dessas características positivas.

"Alguns currículos estão sendo radicalmente redefinidos, comoapostar online ao vivoCingapura, não mais com disciplinas (como matemática e idiomas) tendo um papel central e as habilidades socioemocionais acompanhando por fora. (...) Quando você dá uma aulaapostar online ao vivoeducação físicaapostar online ao vivoCingapura, você não tem que pensarapostar online ao vivocomo o esporte deixa os alunos mais atléticos, mas simapostar online ao vivocomo pode moldar seu caráter, criar empatia e responsabilidade por si e pelos demais", afirmou o diretorapostar online ao vivoeducação da OCDE.

Por sinal, o fatoapostar online ao vivoaulasapostar online ao vivoesportes e artes muitas vezes perderem espaço na grade curricular dos alunos adolescentes é considerado por Schleicher uma perdaapostar online ao vivooportunidadesapostar online ao vivodesenvolverem-se habilidades úteis.

"Crianças que participamapostar online ao vivoatividades artísticas demonstram níveis mais altosapostar online ao vivocriatividade e curiosidade,apostar online ao vivotodos os lugares estudados", afirmou.

"Você talvez ache que o tempo dedicado a esportes e artes é tempoapostar online ao vivoque os jovens não estarão estudando ciências, (...) mas os incentivos à curiosidade e à criatividade ajudam-nos a mais tarde se saírem melhorapostar online ao vivociências."

Gisele Alves, do Instituto Ayrton Senna, ressalta, também, que "a escola é um lugar privilegiado para que essas habilidades sejam desenvolvidasapostar online ao vivomodo intencional, para explorar experiências, provocar a pensarapostar online ao vivoforma nova e criar espaços para a criatividade colaborativa".

Além disso, um ambiente escolar agradável foi apontado no seminário do NCEE como crucial para permitir que a capacidade socioemocional possa florescer, sobretudo a empatia e o controle emocional.

A maioria dos alunos entrevistados nas dez cidades da pesquisa da OCDE disse gostarapostar online ao vivosua escola. Mas causa preocupação que cercaapostar online ao vivoum quarto deles tenha dito que "não se sente pertencedor ao ambiente escolar, não faz amigos com facilidade e se sente solitário".

Kimberly Schonert-Reichl, que estuda o tema na Universidadeapostar online ao vivoIllinoisapostar online ao vivoChicago e que também foi palestrante do evento do NCEE, disse que suas próprias pesquisas mostram que professores ou alunos estressados acabam "contaminando-se" entre si com mais estresse e ansiedade, inibindo o desenvolvimento das habilidades emocionais.

"Quando os professores estavam estressados e com burnout, uma análise dos níveisapostar online ao vivocortisol (obtidos por amostrasapostar online ao vivosaliva) dos alunos indicava que os estes também estavam sob estresse", disse ela.

Por fim, a OCDE destaca que as desigualdades sociais têm um papel importante.

"Parece que estudantesapostar online ao vivoestratos sociais menos avantajados têm mais desafios a superar e menos oportunidade e menos apoio para desenvolver essas habilidades", diz o relatório.

No Brasil, Ricardo Primi cita um estudoapostar online ao vivo2016 sobre as competências socioemocionais na população adulta que aponta que é justamente nas classes menos favorecidas economicamente que essas características positivas podem fazer mais diferença.

As pessoas que apresentaram mais capacidadeapostar online ao vivoautogestão (persistência e organização, por exemplo),apostar online ao vivoconfiançaapostar online ao vivoseu potencial eapostar online ao vivoabertura ao novo tinham mais ferramentas para superar os obstáculos impostos pela pobreza e a baixa escolaridade.

Dessa forma, argumentam os especialistas, ensinar e incentivar essas competências desde cedo, na infância e na adolescência, ajudaria não apenas a melhorar o desempenho escolar dos jovens, como a prepará-los para os desafios da vida adulta.

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