Paola Antonini: 'Não quero minha pernapoker spinvoltapoker spinjeito nenhum':poker spin
Com quase 3 milhõespoker spinseguidores no Instagram, Paola Antonini destaca a importânciapoker spinter pessoas com deficiência realmente incluídas na sociedade - o que, ela defende, deve ocorrer desde a escola.
E se orgulhapoker spinse ver como referência para algumas crianças - como uma garotinha não amputada que tirou uma pernapoker spinuma boneca e disse para a mãe que aquela se chamaria Paola.

Crédito, Arquivo pessoal
Quase sete anos depois do acidente, ela - que é conhecida por usarpoker spinprótese "encapada" com tecido colorido e brilhante - diz que não gostaria que o corpo fossepoker spinoutro jeito. Afirmou que seria "muito diferente ter uma perna igual à outra" e que às vezes nem se reconhecepoker spinfotos antigas: "Parece que tá faltando uma coisinha."
"Não quero a minha pernapoker spinvoltapoker spinjeito nenhum. Amo meu corpo, amo essa perninha dourada brilhante e é isso. É um corpo diferente, que me fez aprender coisas diferentes, mas que me trouxe uma vida muito feliz e que me fez chegar nos meus sonhos também."
A seguir, confira os principais pontos da entrevista concedida à BBC News Brasil.
Paralimpíada
Paola critica o que considera uma diferença no tratamentopoker spinatletas olímpicos e paralímpicos e afirma que isso se reflete inclusivepoker spinnúmerospoker spinseguidores nas redes sociais.
"A gente sabe que o incentivo ao esportepoker spingeral já é muito complicado, mas o paralímpico principalmente", diz. "Faltam incentivos. Atépoker spinnúmeros a gente vê,poker spinredes sociais - os medalhistas das olimpíadas e das paralimpíadas, como é discrepante. Com certeza tem uma diferença muito grande."
Ela diz que a Paralimpíada é um evento "extremamente importante", ao colocar pessoas com deficiência no foco, mas diz que ainda há um longo caminhopoker spintermospoker spininclusãopoker spinoutros aspectos do dia a dia.
"A gente deveria estarpoker spintodos os lugares - na televisão, nas campanhas,poker spintodas as áreas, todas as profissões, mas a gente sabe que não é assim. Tá evoluindo, o mundo tá realmente abrindo portas e criando oportunidades para pessoas com deficiência, mas é uma caminhada ainda muito lenta. As oportunidades são para pouquíssimas pessoas."

Crédito, Getty Images
Uso do termo 'superação'
Entre as expressões que muita gente usa - especialmente durante a Paralimpíada - e que podem ser consideradas como discriminação ou preconceito contra pessoas com deficiência (capacitismo), ela aponta o chamado discursopoker spin"superação".
"A superação acontece, por exemplo, no meu caso: perdi uma perna e dei a volta por cima. Aí é uma superação, sim, acho muito bacana. Mas quando você vê uma pessoa com deficiência e fala: nossa, que superação… Não, não é um exemplopoker spinsuperação, é uma pessoa que tá ali, é um atleta muito bom,poker spinalto rendimento, que tá com índices incríveis.
Então, é não falar 'nossa, que superação', mas sim 'que baita atleta', 'que competição sensacional'."
"Outros comentários são: 'nossa, eu com dois braços e duas pernas não faço isso'. Não se fala isso porque é um superatleta ali. Você não faz isso porque você não é um atleta", diz. "São essas coisinhas que a gente pode tomar um cuidadopoker spinentender que ali é uma competiçãopoker spinalto nível com atletas e não só focarpoker spino elogio ser sempre sobre a deficiência".
Inclusão desde a escola
Para Paola, "a escola é o lugar mais importante pra gente incluir pessoas com deficiência".
"A gente tem que aprender a estar junto com pessoas diferentes e que têm ritmos diferentes, que precisampoker spincoisas diferentes. Isso é muito mais valioso do que às vezes aprender as coisas num ritmo ultra acelerado."
Ela chamoupoker spin"absolutamente triste" a fala do ministro da Educação, Milton Ribeiro,poker spinque alunos com deficiência "atrapalham" o aprendizadopoker spinoutros estudantes - ele disse isso ao defender a criaçãopoker spinturmas e escolas especiais.
"Inclusão é isto: é colocar uma pessoa com deficiência dentro da salapoker spinaula para conviver com todos os colegas e os colegas conviverem com a pessoa com deficiência e verem que tá tudo bem, nós temos as nossas diferenças e isso é o legal", diz Paola. "As crianças que crescempoker spincontato com outras pessoas com deficiência crescem com valores muito importantes -poker spinentender que tudo bem, cada uma tem seu tempo."
Ela defende que,poker spinvezpoker spindefender a separação dessas crianças, o governo deveria se preocuparpoker spin"colocar dentro das escolas pessoas especializadaspoker spintrabalhar com essa inclusão e trabalhar com esse atendimento diferenciado".
Boas próteses: ainda para poucos
Paola reconhece que o acesso que ela teve a excelentes tratamentos e prótesespoker spinexcelente qualidade é um privilégio - distante da realidadepoker spinmuitos brasileiros.
"Tive uma oportunidade muito grande - acesso a tratamentos muito bons, a prótese excepcional - e eu sei que não é todo mundo que tem acesso a isso. Pelo contrário. É muito pouca gente. E muita gente não tem ainda ideia do quão inacessível ela é uma prótese - que para uma pessoa adulta vaipoker spinR$ 20 mil a R$ 300 mil", diz.
"E a prótese dura cinco anos, quatro anos, a depender do tanto que você usa. Então, quando a gente pensa na população, no geral, quantas pessoas realmente vão ter acesso a próteses bacanas e que possibilitam ter uma vida ativa? Muito poucas pessoas."

Crédito, Arquivo Pessoal
A influencer, que já fez vaquinhas online para arrecadar fundos para doaçãopoker spinpróteses a pessoas amputadas, criou um instituto com o próprio nome para proporcionar reabilitaçãopoker spinpessoas com deficiência física a partirpoker spindoaçõespoker spinpróteses, órteses, cadeiraspoker spinrodas e acessórios para reabilitação.
"A gente pode estar criando grandes atletas no futuro e profissionaispoker spintodas as áreas. Eu quero, daqui a alguns anos, ver vários paratletas saindo do meu instituto e acho que vai se tornar real."
Quase sete anos depois do acidente
Para quem não sabe como foi a situação que levou à amputaçãopoker spinsua perna esquerda, Paola resume assim:
"Eu estava indo fazer uma viagempoker spincarro e no momento que eu estava descendo, na porta da minha casa, e ia colocar as malas dentro do carro, fui atingida por um carro. Aí fui para o hospital e depoispoker spin14 horaspoker spincirurgia eles viram que realmente teriam que amputar minha perna esquerda."
"Foi uma mudança muito drástica na minha vida. Eu tinha 20 anos na época e nunca imaginaria passar por isso - essa mudança tanto física quanto mental mesmo. A gente muda muito como pessoa. E naquele momento eu decidi não pensarpoker spincomo seria o diapoker spinamanhã. Falei: ah, eu posso ficar muito triste amanhã, não sei como vai ser minha vida, se eu vou ter uma prótese, se eu vou voltar a andar, mas vou viver um diapoker spincada vez e vou descobrir esse mundo novo."

Crédito, Arquivo pessoal
Uma das perguntas que ela costuma receber é sobre a relação com a pessoa que dirigia o carro que a atingiu.
"Para mim, desde o momento do acidente, foi muito claro que eu não precisava perdoar ninguém. Sei que não foi intencional. Ninguém me atingiria intencionalmente. Foi uma pessoa que errou e imagina o susto que a pessoa tomou, né?"
"Cheguei a encontrá-la anos depois e falei que nunca tinha guardado nadapoker spinruim, que eu só podia fazer o que eu faço hoje por ter perdido a minha perna e que eu sabia o quanto que tinha sido difícil para ela também."
Paola diz que "não ter guardado nadapoker spinruim" foi o que a fez "viver a vidapoker spinforma tão leve". E diz que pessoas que cometem erros como este merecem ter a chancepoker spinseguirpoker spinfrente.
"(Desejo) que as pessoas deem oportunidade tanto para quem foi vítima quanto para quem errou e foi culpado. Acho que as pessoas têm que ter oportunidadepoker spinseguir e serem felizes", diz.
Mas Paola diz que o processopoker spinaceitar o que aconteceu com ela foi "com muita calma".
"Não perdi minha perna, olhei e falei: 'amo minha perna'. Quando soube que tinha amputado a minha perna, falei: não me sinto pronta para olhar ainda, daqui a pouco eu olho. Em dois dias, olhei ela enfaixadinha. Depois eu olhei ela sem a faixa, depois eu fui para o processo do espelho e aí eu falei: nossa, diferente, agora eu tô vendo que realmente tá faltando uma partezinha. Então, por ter sido com tanta calma e sem me pressionar a amar o meu corpo, foi um processo muito legal. Eu comeceipoker spinpouquinhopoker spinpouquinho a olhar pra minha perna e agradecer: é por isso que eu tô viva."
Ela, que conta ter negado ofertas para fazer lipoaspiração e propaganda sobre isso, frequentemente fala aos seguidores sobre amar e aceitar o próprio corpo.
"Não sou contra procedimentos estéticos, eu acho que as pessoas decidem se elas fazem ou não, mas eu entendi que a minha felicidade não vem disso, a minha autoestima não vem disso. Este é o perigo: as pessoas acreditarem que depois que elas mudarem tudo no corpo elas vão ser felizes e ter uma autoestima alta. E não é ali que a gente tem que trabalhar, a gente tem que trabalhar é nossa cabeça."

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