A marca que a inquisição deixou na genéticacasino freebetpopulações da América Latina – inclusive do Brasil:casino freebet

pinturacasino freebethomem sendo torturado na inquisição

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O decretocasino freebetexpulsão dos judeus da Espanha foi redigido por Tomáscasino freebetTorquemada

No entanto, um novo estudo demonstra não apenas que muito mais judeus convertidos viajaram ao continente americano do que se pensava, mas também a marca genética que deixaramcasino freebetmuitos latino-americanos.

"Na atualidade, a população da América Latina apresenta uma maior afinidade com o perfil genético dos judeus sefarditas que os espanhóis", disse à BBC Mundo o pesquisador Juan Camillo Chacón Duque, especialistacasino freebetgenética populacional e principal autor do estudo publicado na revista científica Nature Communications.

O cientista, que também teve o DNA analisado, encontrou resultados surpreendentes sobre os próprios ancestrais.

Juan Camilo Chacón Duque

Crédito, Cortesia/Juan Camilo Chacon Duque

Legenda da foto, O pesquisador colombiano Juan Camillo Chacón Duque encontrou resultados surpreendentes sobre seus próprios ancestrais, ao fazer o estudo genético

Migração

Os pesquisadores estudaram os genomascasino freebetmaiscasino freebet6,5 mil pessoas que moramcasino freebetáreas urbanascasino freebetcinco países do continente americano: Brasil, Colômbia, Chile, México e Peru. E compararam os dados com outras 2,3 mil pessoascasino freebetoutras partes do mundo.

O resultado foi surpreendente: 23% dos latino-americanos que tiveram o DNA analisados têm como ancestrais judeus que, na época da inquisição, se converteram ao cristianismo.

"Esse resultado sugere que houve uma migração significativacasino freebetpessoas com esse perfil genético para a América Latina", diz Chacón Duque, que realizou o estudo na University College London, no Reino Unido. Atualmente, Duque é pesquisador do Museucasino freebetHistória Natural da capital britânica.

Diferenças entre populações

"99,9% do genomacasino freebettodos os seres humanos é igual, mas esse 0,1%casino freebetvariação representa 3 milhõescasino freebetbases ou letrascasino freebetcódigo genético, ou seja, uma grande quantidadecasino freebetinformação", diz Duque.

Como muitas populações humanas se mantiveram isoladas umas das outras durante longos períodos ao longo da evolução da nossa espécie, elas tiveram tempocasino freebetacumular mutações no seu DNA, explicou o cientista.

"Portanto, o que fazemoscasino freebetmatériacasino freebetgenéticacasino freebetpopulações é tentar estabelecercasino freebetonde vieram essas mutações no código genético das diferentes populações humanas, para poder entender como elas se relacionam geneticamente."

Pintura muestra os Reis Católicos

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os Reis Católicos da Espanha, Isabelcasino freebetCastrilha e Fernandocasino freebetAragão, ordenaram a expulsão dos judeus do reinocasino freebet1492

"Neste estudo, utilizamos centenascasino freebetmilhares dessas mutações para compararcasino freebetmaneira muito detalhada e precisa os perfis genéticos dos latino-americanos com oscasino freebetdiferentes populações ao redor do mundo."

Identidade genética com judeus sefarditas

A análise dessas variações permitiu a Chacón Duque e seus colegas estabelecer um vínculo genético entre a população atual da América Latina e os judeus que se converteram ao cristianismo durante os anos da inquisição.

O pesquisador colombiano trabalhou com colegascasino freebettodos os países que tiveram amostras analisadas. E usou sofisticados métodos computacionais desenvolvimentos por Garrett Hellenthal, professor da University College London.

"Maiscasino freebet23% dos latino-americanos estudados têm alta afinidade genética com populaçõescasino freebetdiferentes locais do Mediterrâneo", diz Chacón Duque.

"E a afinidade maior é com uma população da Turquia que se identifica como judia sefardita e que descende dos judeus que foram expulsos da Espanha", explica.

Segundo o pesquisador, esse resultado mostra que "muitos judeus conversos conseguiram viajar para a América Latia na época da colonização e disseminaram essa genética."

Bandera e escultura

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, En 2015, A Espanha ofereceu nacionalidade espanhola a descendentescasino freebetjudeus safarditas expulsos do território durante o reinado dos Reis Católicos

Herança antiga

"Com nossos métodos estatísticos e a grande quantidadecasino freebetinformação genética que obtivemos, pudemos definir o quão antiga é essa contribuição genética", diz Chacón Duque.

"Sabemos também, a nível histórico, que houve muitas migrações clandestinascasino freebetjudeus conversos que provavelmente queriam seguir praticando acasino freebetfé e evitar a perseguição no seu paíscasino freebetorigem", acrescenta.

Mas alguns documentos, como o diáriocasino freebetLuiscasino freebetCarvajal, um judeu converso que viveu no México, demonstram que a Inquisição estendeu seus tentáculos até a América Latina. Carvajal ecasino freebetfamília foram torturados e queimados vivos. A herança dos judeus conversos coincide, alémcasino freebettudo, com a chegada dos espanhóis ao continente americano.

Diáriocasino freebetLuiscasino freebetCarvajal

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Luiscasino freebetCarvajal documentou seu sofrimento nas mãos da inquisição no México

Diversidade

Chacón Duque esclarece que, embora 23% dos milharescasino freebetlatino-americanos que participaram da pesquisa tenham identidade genética com judeus conversos, não é possível generalizar esse percentual para toda a América Latina.

"Eu, pessoalmente, como geneticista e latino-americano, diria que é quase impossível fazer uma generalização deste tipo com uma amostracasino freebet6,5 mil pessoas."

A principal razão, segundo o cientista, é que as amostras foram coletadascasino freebetcentros urbanos e não refletem a diversidade das populaçõescasino freebetzonas periféricas, rurais ou costeiras.

"A população da América Latina é muito diversa quanto aos processoscasino freebetmiscigenação e,casino freebetcada região, a história pode ser muito diferente", afirma.

"Por exemplo, a costa pacífica colombiana tem uma alta ancestralidade africana e é muito pouco provável que ali haja herançacasino freebetjudeus sefarditas."

Os ancestrais do cientista

O estudo trouxe resultados surpreendentes sobre os ancestrais do próprio Chacón Duque.

O pesquisador trabalhava num laboratório da Universidadecasino freebetAntioquia quando foram coletadas amostrascasino freebetparticipantes colombianos.

"Eu cumpria todos os critérios para ter a amostra coletada. Era colombiano e meus ancestrais eram colombianos por gerações", diz.

"Acabei participando e, no final das contas, eu também tenho ancestrais sefarditas. Tenhocasino freebet10% a 15% dessa ancestralidade na minha genética", afirma.

Tamanho do nariz

indígenas andinos e mapuche

Crédito, Cortesia/ Juan Camilo Chacon Duque

Legenda da foto, O estudo genético revelou diferenças no formatocasino freebetnariz da população da América Latina com diferentes grupos indígenas como ancestrais

O estudo publicado na revista Nature Communications é partecasino freebetum projeto mais amplocasino freebetanálise genética chamada Candela (Consórcio para a Análise da Diversidade Latino-americana).

O projeto, liderado pelo cientista colombiano Andrés Ruiz Linares, busca caracterizar a diversidade da população da América Latina a nível morfológico oucasino freebetaparência física.

Além do vínculo com os judeus conversos, Chacón Duque e seus colegas constataram diferenças no formato do narizcasino freebetlatino-americanos com ancestrais provenientescasino freebetdiferentes grupos indígenas.

Os cientistas coletaram amostras genéticascasino freebetpopulações do norte, centro e sul do Chile e também dos Andes- na Bolívia e Peru.

"No centro do Chile, há uma ancestralidade mapuche, que são indígenas que habitavam zonas mais ao sul que os indígenas dos Andes bolivianos e peruanos e do norte do Chile", diz Duque.

"As pessoas que têm ancestralidade maior relacionada aos aymaras e quéchuas, nos Andes, têm nariz mais perfilado e menos achatado que as com ancestralidade mapuche", explica

A causa dessas diferenças é desconhecida, mas há uma hipótese.

"Estudos anteriores apresentaram a hipótesecasino freebetque essa diferença física se dácasino freebetdecorrência da adaptação a diferentes climas", afirma.

"De alguma maneira, ter um nariz com fossas nasais mais estreitas, como é o caso do nariz perfilado e com protrusão maior das populações andinas, é mais favorávelcasino freebetterras altascasino freebetrelação ao nível do mar, porque permite aquecer e umedecer o ar inaladocasino freebetmaneira mais eficiente que as narinas amplascasino freebetquem tem nariz mais achatado."

A história contada pela genética

O projeto Candela é uma das maiores análises genéticas da população da América Latina e deve produzir novas publicações e surpresas.

"O que mais me emociona é que o DNA pode revelar novas informações sobre eventos importantes, como a migração dos judeus conversos, que poderiam ficar ocultas para sempre", ressalta Javier Mendoza Revilla, outro autor do estudo.

Tanto no caso dos judeus conversos como no da ancestralidade indígena, algo está claro, segundo o pesquisador.

"Enquanto os registros escritos podem ser destruídos ou alterados, o mesmo não pode ser feito com o DNA."

A história da América Latina está escritacasino freebetseus genes.

casino freebet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube casino freebet ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscasino freebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacasino freebetusocasino freebetcookies e os termoscasino freebetprivacidade do Google YouTube antescasino freebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecasino freebet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocasino freebetterceiros pode conter publicidade

Finalcasino freebetYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscasino freebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacasino freebetusocasino freebetcookies e os termoscasino freebetprivacidade do Google YouTube antescasino freebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecasino freebet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocasino freebetterceiros pode conter publicidade

Finalcasino freebetYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscasino freebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacasino freebetusocasino freebetcookies e os termoscasino freebetprivacidade do Google YouTube antescasino freebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecasino freebet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocasino freebetterceiros pode conter publicidade

Finalcasino freebetYouTube post, 3