Por que o gol olímpico é tão raroapostas esportivas investigaçãoCopa do Mundo:apostas esportivas investigação

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Mas por que o gol olímpico é tão raro não sóapostas esportivas investigaçãograndes torneios, mas no futebolapostas esportivas investigaçãogeral?
A resposta envolve ciência, habilidade e um poucoapostas esportivas investigaçãosorte, contam à BBC News Brasil dois físicos especializadosapostas esportivas investigaçãoesporte e um ex-jogadorapostas esportivas investigaçãofutebol conhecido por fazer gols olímpicos:
O efeito Magnus
O gol olímpico é uma aparente impossibilidade - mas, graças à física, deixaapostas esportivas investigaçãoser impossível para ser tornar apenas improvável.
O jogador está na mesma linha das traves ao bater um escanteio e não pode simplesmente chutar direto para o gol. Ele precisa tentar acertar um alvo que não consegue ver.
A saída é apurar a mira e acertar a bolaapostas esportivas investigaçãoum jeito que a faça girar lateralmente. É o chamado chuteapostas esportivas investigaçãotrivela.

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O jogador não pode, portanto, acertar o centro da bola, senão ela irá apenas para frente. Ele deve acertar um dos cantos inferiores. No direito, a bola sai girandoapostas esportivas investigaçãosentido anti-horário e no sentido horário se for no esquerdo.
"O giro faz com que a bola faça uma curva no ar e váapostas esportivas investigaçãodireção ao gol. É o chamado efeito Magnus", explica John Eric Goff, professorapostas esportivas investigaçãoFísica da Universidadeapostas esportivas investigaçãoLynchburg, nos Estados Unidos, e autorapostas esportivas investigaçãoFísica da Medalhaapostas esportivas investigaçãoOuro: a ciência dos esportes (John Hopkins University Press, 2009).
O fenômeno ganhou esse nome do físico alemão Heinrich Gustav Magnusapostas esportivas investigação1852. Ele investigava o comportamentoapostas esportivas investigaçãotirosapostas esportivas investigaçãocanhão quando foi o primeiro a descrever como a rotaçãoapostas esportivas investigaçãoum objeto alteraapostas esportivas investigaçãotrajetóriaapostas esportivas investigaçãoum fluido. Neste caso, uma bolaapostas esportivas investigaçãofutebol que cruza o ar enquanto giraapostas esportivas investigaçãotorno no próprio eixo.
Essa rotação movimenta o arapostas esportivas investigaçãotorno da bola e cria uma zonaapostas esportivas investigaçãomaior pressãoapostas esportivas investigaçãoum lado, explica o físico Marcos Duarte, coautorapostas esportivas investigaçãoFísica do Futebol: mecânica (Oficinaapostas esportivas investigaçãoTextos, 2016).
A maior pressãoapostas esportivas investigaçãouma das laterais exerce uma força sobre a bola e faz com que ela mudeapostas esportivas investigaçãodireção e realize uma curva rumo ao gol.

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"Como não dá para deslocar o gol, você desloca a bola para criar uma áreaapostas esportivas investigaçãoque é possível fazer um gol. Essa área antes era nula", diz Duarte.
O mesmo fenômeno está por trásapostas esportivas investigaçãouma das cobrançasapostas esportivas investigaçãofalta mais famosas na história da seleção brasileira, do lateral Roberto Carlosapostas esportivas investigaçãoum amistoso do Brasil contra a França,apostas esportivas investigação1997.
Mais recentemente, foi graças a esse efeito na bola que Cristiano Ronaldo fez um golapostas esportivas investigaçãobola parada e empatou o jogo contra a Espanha, evitando a derrotaapostas esportivas investigaçãoPortugal emapostas esportivas investigaçãoestreia no Mundial da Rússia.
Nos dois lances, a bola faz uma curvaapostas esportivas investigaçãopleno ar, contorna a barreira e termina dentro da rede adversária. Parece mágica, mas é "só" ciência.
Força do chute e design da bola
Não basta apenas acertar a bola no ponto e do jeito corretos. É preciso também dosar a força do chute para que a bola faça uma curva ideal.
"A trajetória é determinada pela relação entre as forças que empurram a bola para frente e para o lado. Se você chutar uma bola muito forte, a força para frente vai ser muito maior do que para a lateral, e a mudançaapostas esportivas investigaçãodireção vai ser pequena", diz Duarte.
O físico explica que um chute muito forte é capazapostas esportivas investigaçãofazer a bola viajar a maisapostas esportivas investigação100 km/h, ou 30 m/s.
A distância entre o canto do campo e a trave éapostas esportivas investigaçãocercaapostas esportivas investigação30 metros, então, a essa velocidade, a bola chegará láapostas esportivas investigaçãoum segundo, um tempo curto demais para o giro da bola criar uma curvaapostas esportivas investigaçãogol olímpico.
Duarte recomenda um chute médio, para a bola alcançar 70 km/h, ou 20 m/s. "Também não pode ser fraco demais, senão aumenta a chanceapostas esportivas investigaçãoo goleiro pegar."
Existe ainda outro elemento que influencia a probabilidadeapostas esportivas investigaçãoum gol olímpico: o design da bola.

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"Quanto mais ranhuras e reentrâncias ela tiver, menor a resistência do ar que a bola enfrenta emapostas esportivas investigaçãotrajetória", explica Goff.
Em outras palavras, quanto mais lisa for a bola, mais ela se comportaapostas esportivas investigaçãoforma imprevisível.
Era a principal queixa sobre a bola oficial da Copaapostas esportivas investigação2010, a jabulani. A falha foi corrigida no Mundial no Brasil, com a bola brazuca, mais rugosa.
Talento e sorte
Mesmo se todos esses fatores confluírem, até o melhor jogador do mundo precisa ter o acaso a seu favor para conseguir um gol olímpico.
"Não é difícil fazer a bola girar, mas é difícil que a bola percorra todo o caminho do gol sem que nenhum dos jogadores na área toque nela", diz Goff.
"Muitas vezes, o jogador não busca marcar diretoapostas esportivas investigaçãoum escanteio, mas lançar para que alguém chute para o gol. Tudo isso contribui para que o gol olímpico seja um acontecimento raro."
Mas não é tão raro assim para o ex-jogador sérvio Dejan Petković, o Pet. Ele tem um conselho ou dois para ajudar quem tenta um gol assim.
Petković passou por alguns dos principais clubes brasileiros emapostas esportivas investigaçãocarreira e ficou conhecido por aqui por seu talento para bater faltas e cobrar escanteios - e fazer gols olímpicos.
Diz ter na conta oitoapostas esportivas investigaçãojogos oficiais e vários outrosapostas esportivas investigaçãonão oficiais. Ele reconhece que a sorte é importante, mas não basta.
"Houve vezesapostas esportivas investigaçãoque quis fazer e fiz, mas teve muitas que foi por acidente. Desses oito, ao menos três foram assim", conta Pet.
"Mas precisa também treinar bastante e ter competência. Você precisa dar um efeito firme e forte na bola, mas ela não pode viajar muito, senão não tem como surpreender o goleiro, fica mais fácil para ele pegar."
Petković diz ainda que, ao contrário do se pensa, o gol olímpico não é um feito individual, mas coletivo.
"Se fosse só eu contra o goleiro, seria quase impossível, mas, com muita gente dentro da área mudandoapostas esportivas investigaçãoposicionamento, isso cria uma distração e faz ele não prestar atenção sóapostas esportivas investigaçãomim."
E por que não tem um gol olímpico na Copa há 56 anos, Pet? "Porque eu não joguei uma Copa", diz ele, rindo.
"Agora, sério. Um jogador precisa ter confiança e ser ousado para tentar issoapostas esportivas investigaçãoum Mundial. São jogos muito importantes, você faz a jogada que foi mais praticada."
Mas não dá para dizer por enquanto que esse tabu não será quebrado na Copa da Rússia. Ainda há muitos jogos pela frente.
Quem se habilita?









