A bibliotecanovibet mobilemeio bilhãonovibet mobiledólares que cuidará do legadonovibet mobileObama:novibet mobile

Crédito, AFP
Tecnologianovibet mobileponta
Previsto para ser um espaço com tecnologianovibet mobileponta para entreter os visitantes, o prédio será erguido na região sulnovibet mobileChicago a um custo estimado pela imprensa americananovibet mobilepelo menos US$ 500 milhões (R$ 1,6 bilhão), com alguns falandonovibet mobileaté US$ 1 bilhão (R$ 3,2 bilhões).
Mas Obama não vai começar a campanhanovibet mobilearrecadação do zero. Discreta, a articulação para tocar o projeto da biblioteca presidencial começou ainda no inícionovibet mobileseu segundo mandato.
Em janeironovibet mobile2014 o presidente criou a Fundação Barack Obama, que passou a arrecadar fundosnovibet mobileseguida.
Masnovibet mobileseus dois primeiros anosnovibet mobileexistência, a fundação conseguiu levantar tímidos US$ 7,5 milhões - os valores doadosnovibet mobile2016 ainda não foram revelados. A expectativa é, no entanto, que essa quantia dispare no momentonovibet mobileque ele deixar a Presidência.
Martin Nesbitt, diretor da fundação e amigonovibet mobileObama, explicounovibet mobilejulho passado que, enquanto o democrata estivesse no cargo, as doações teriam valores limitados e ficariam reduzidas a um "pequeno gruponovibet mobileamigos e apoiadoresnovibet mobilelonga data do presidente".
A partirnovibet mobileagora, a fundação poderá aceitar doaçõesnovibet mobileempresas e pessoas físicas e jurídicas estrageiras. Entre os principais doadores da biblioteca devem estar os mesmos entusiastas das duas campanhasnovibet mobilevitoriosasnovibet mobileObama.
Conflitosnovibet mobileinteresse
Embora ainda esteja no início da arrecadação, a Fundação Obama não tem escapado das críticasnovibet mobileorganizações que pedem mais transparência na política americana.
Jantares e encontros que Obama e a esposa, Michelle, promoveram com potenciais doadores despertaram questionamentos sobre um possível conflitonovibet mobileinteresses e trouxeram à tona o debate sobre a lei que permite com que as fundações presidenciais não revelem o nomenovibet mobileseus doadores nem as quantias doadas.

Crédito, Timmy Wakefield/Governo dos EUA
Levantamento divulgado no ano passado pela organização MapLight, que pesquisa a influência do dinheiro na política americana, revelou que, dos 39 doadores divulgados pela Fundação Obama até aquele mês, 15 participaramnovibet mobileencontros reservados com o presidente na residência oficial.
"Um dos problemasnovibet mobilequando uma fundação começa a levantar recursos quando o presidente ainda está no cargo é que não se sabe quem está doando e nem quanto está sendo doado", afirma Daniel Shuman, diretor da organização Demand Progress, à BBC Brasil.
"E tem havido escândalos associados a presidentes anteriores e o levantamentonovibet mobilerecursos para suas bibliotecas."
O ativista lembra que,novibet mobile2008, o jornal Sunday Times denunciou a ação do lobista Stephen Payne, ligado ao então presidente George W. Bush, que oferecera acesso ao governonovibet mobiletrocanovibet mobileuma doaçãonovibet mobile"centenasnovibet mobilemilharesnovibet mobiledólares" à então futura biblioteca do repulicano.
Schuman cita ainda o caso do perdão concedido por Bill Clinton ao financiador Marc Rich, condenado por evasãonovibet mobiledivisas e por relações comerciais com o Irã enquanto o país estava sob embargo, após uma doaçãonovibet mobileUS$ 450 mil da ex-mulher dele à Fundação Clinton.
Durante a última campanha presidencial, a então candidata Hillary Clinton foi questionada sobre doações estrangeiras à fundação da família enquanto ela era secretárianovibet mobileEstado.

Crédito, Fundação Obama
Embora os ex-presidentes não sejam obrigados a construir uma biblioteca para guardar registros do períodonovibet mobileque ocuparam a Casa Branca, os mandatários veem nas fundações uma oportunidadenovibet mobiledar publicidade a seu legado enovibet mobilemanternovibet mobileinfluência na esfera política.
Nos EUA, há 13 delas. A primeira foi aberta por Franklin D. Roosevelt nos anos 1940.
"Além da chancenovibet mobileesses doadores poderem influenciar figuras políticas, essa situação acaba criando oportunidades reaisnovibet mobilecorrupção. Isso precisa mudar", opina Schuman, lembrando que há um projetonovibet mobilelei tramitando no Congresso americano há quase dois anos para obrigar fundações presidenciais a declararem doações acimanovibet mobileUS$ 200.
Fundo para manutenção
Para Anthony Clark, pesquisador e autornovibet mobileThe Last Campaign (A Última Campanha; 2015), sobre bibliotecas presidenciais nos Estados Unidos, ex-presidentes americanos também usam os centros que levam seus nomes como uma "plataforma para o período pós-presidência".
Para Clark, o atual conceito das bibliotecas desvirtua a ideia inicialnovibet mobileRoosevelt: ter um espaço para preservar documentos durante um períodonovibet mobileguerra.
De fato, ao longo dos anos, as bibliotecas foram se tornando mais monumentais, complexas e onerosas. O Obama Presidential Center contará, por exemplo, com uma biblioteca digital, instalações modernas e equipamentosnovibet mobileponta.
Já na Biblioteca e Museu Ronald Reagan, uma das atrações é exposição do Air Force One, o avião usado pelo ex-presidente durante seu mandato.
Outro problema apontado por Clark é o custonovibet mobilemanutenção dos centros. Atualmente, o governo americano gasta cercanovibet mobileUS$ 70 milhões por ano com as bibliotecas presidenciais, que, após construídas, precisam ser doadas ao governo.
A fimnovibet mobilegarantir recursos para manter esses centros no futuro, a lei prevê que as fundações devem repassar 60% - eram 20% até George W. Bush -novibet mobiletodas as doações para um fundonovibet mobilereserva. Mas, segundo o especialista, há maneirasnovibet mobiledriblar a legislação e entregar valores bastante inferiores ao estipulado no papel.
Ele explica que, embora as bibliotecas também arrecadem recursos por meionovibet mobilebilhetesnovibet mobileentrada e promoçãonovibet mobileatividades,novibet mobilealgumas, especialmente asnovibet mobileex-presidentes mais antigos ou pouco populares, o númeronovibet mobilevisitantes cai ano a ano.

Crédito, Tom Rossiter/The University of Chicago
E, se a tendêncianovibet mobileespaços high-tech, como o futuro Obama Center, com alto custonovibet mobilemanutenção, se estabelecer, isso pode ser um problema para os cofres públicos no futuro, diz Clark.
"Quando ninguém mais se lembrar direito quem foram esses presidentesnovibet mobileagora, daqui a 40 ou 50 anos, o que acontecerá com essas biblotecas?"
Polêmica também no Brasil
Repassesnovibet mobileempresas a institutosnovibet mobileex-presidentes também não precisam ser divulgadas - e logo, geram suspeitas - no Brasil.
Um dos alvos da operação Lava Jato são doações no valornovibet mobileR$ 30,7 milhões ao Instituto Lula, que coordena atividades relacionadas ao legado do ex-presidente, e à LILS, empresa que cuidanovibet mobilesuas palestras.
Em dezembro, o juiz federal Sergio Moro aceitou uma denúncia contra Lulanovibet mobileque ele é acusado sob a suspeita dos crimesnovibet mobilecorrupção passiva e lavagemnovibet mobiledinheironovibet mobilecontratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht.
De acordo com a investigação, parte do dinheiro doado teria sido usado para comprar um terreno na zona sul da cidadenovibet mobileSão Paulo onde seria construída a sede do instituto (R$ 12,4 milhões), que nunca chegou a ser erguida no local, e um apartamentonovibet mobilefrente ao que o ex-presidente moranovibet mobileSão Bernardo do Campo (R$ 504 mil).
Segundo o Ministério Público Federal, há indíciosnovibet mobileque esse dinheiro possa ter sido desviado da Petrobras, já que boa parte dele foi repassado por empreiteiras envolvidas no escândalonovibet mobilecorrupção flagrado pelas investigações.
Entre essas empresas está a Odebrecht, que entre 2011 e 2012 também repassou R$ 975 mil ao Instituto Fernando Henrique Cardoso, conforme descobriu a Polícia Federal. Os dois institutos negam qualquer irregularidade.
José Sarney, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso são os únicos com espaços destinados a exibir seus acervos. Onovibet mobileSarney está na Fundação da Memória Republicana Brasileira, que funcionanovibet mobileum prédio históriconovibet mobileSão Luís, no Maranhão.
Emnovibet mobileprimeira versão, ainda sob o nomenovibet mobileFundação José Sarney, ela foi alvonovibet mobileuma investigação por indíciosnovibet mobiledesviosnovibet mobileverba pública repassada à instituição pela Petrobras e fechou suas portasnovibet mobile2009. A nova fundação foi criada dois anos depois, e seu patrimônio, doado ao Estado.
O acervonovibet mobileItamar, no Memorial da República Presidente Itamar Franco, junto à Universidade Federalnovibet mobileJuiznovibet mobileFora,novibet mobileMinas Gerais. Ambos são mantidos com dinheiro público. Já o Instituto Fernando Henrique Cardoso recebe dinheiro privado.
De acordo com o Instituto Lula, o projetonovibet mobileconstrução do Memorial da Democracia, que incluiria uma biblioteca presidencialnovibet mobilesuas instalações, foi embargado pelo Ministério Públiconovibet mobileSão Paulo - por isso, afirma a assessorianovibet mobileimprensa, o acervo do petista não está exposto.
Apesarnovibet mobilea lei brasileira prever ajuda financeira a ex-presidentes que queiram disponibilizar seu acervo ao público, o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) explica que, nos últimos anos, devido à políticanovibet mobilecortenovibet mobilegastos do governo, o auxílio limitou-se ao financiamentonovibet mobilealguns projetos.
Os governos federal ou estadual só assumem custosnovibet mobilepreservação dos acervos quando eles são doados ao poder público, como no casonovibet mobileItamar Franco e Sarney.
Crítico ao usonovibet mobiledinheiro público para bancar acervos presidenciais, José-Matias Pereira, professornovibet mobileAdministração e Finanças Públicas da Universidadenovibet mobileBrasília, acredita que eles acabam sendo usados para "enaltecer" o ex-ocupante do Palácio do Planalto e defende mais transparência na prestaçãonovibet mobilecontas.
"É legítimo que alguém que passe pelo poder deixe algum tiponovibet mobilememória. O que não pode é fazer que o contribuinte pague por isso, seja tirando dinheiro do orçamento para manter os institutos ou por meionovibet mobileacertos espúrios com empresas doadoras", afirma Pereira.








