Por que carne segue tão cara no Brasil mesmo com quedafreebet logoexportações:freebet logo

Crédito, Getty Images
Os consumidores brasileiros, entretanto, praticamente não sentiram essa queda no bolso.
"O boi caiu mais que no atacado, que, porfreebet logovez, caiu mais do que no varejo", resumiufreebet logoentrevista recente à BBC News Brasil Césarfreebet logoCastro Alves, da Consultoria Agro do Itaú BBA.
Essa dinâmica fica clarafreebet logoindicadoresfreebet logoinflação como o IGP-M, elaborado pela Fundação Getulio Vargas, que engloba os preços pagos tanto pelos produtores (Índicefreebet logoPreços ao Produtor, o IPA) quanto consumidores (Índicefreebet logoPreços ao Consumidor, IPC).
Conforme os dados compilados a pedido da reportagem pelo coordenador do IPC, André Braz, o item bovinos do IPA (boi vivo no pasto) tem registrado deflação desde setembro, chegando a recuar expressivos 5,92%freebet logooutubro. A carne bovina no IPA, porfreebet logovez, que reflete o preço do animal abatido, recuoufreebet logosetembro e novembro, sendo a queda mais forte neste último mês,freebet logo1,01%.

Já as carnes bovinas no IPC seguiram registrando altafreebet logosetembro e outubro. A primeira retração veiofreebet logonovembro,freebet logo1,07% — o alívio, contudo, pode durar pouco.
"A gente tem percebido que a partefreebet logocarnes está aquecendofreebet logonovo. Então pode ser que um novo ciclofreebet logoaperto comece, e isso não permita um ciclofreebet logodesacelerações muito longo. Vamos ter que observar o comportamento dos preços a partir dos próximos meses", avalia o economista.

As razões
O pesquisadorfreebet logopecuária do Cepea (Centrofreebet logoEstudos Avançadosfreebet logoEconomia Aplicada), da Esalq/USP, Thiago Bernardinofreebet logoCarvalho, identifica pelo menos duas das razões que explicam porque a queda no preço dos bois praticamente não foi sentida no bolso dos consumidores.
Uma delas foi a autorização dadafreebet logooutubro pelo Ministério da Agricultura para o armazenamento por até 60 diasfreebet logocontêineres (e não apenasfreebet logocâmaras frias, como coloca a legislação sanitária atual) do que foi produzido antes do bloqueio,freebet logo4freebet logosetembro.
Assim, a indústria pode manter o produto estocado e não precisou necessariamente disponibilizar o excedente para o mercado interno. Essa dinâmica ajudou a segurar os preços elevados no mercado doméstico.
No fimfreebet logonovembro, a China deu o primeiro sinalfreebet logoflexibilização e permitiu a exportação da carne certificada pelo menos até o dia anterior ao embargo (3freebet logosetembro), que foi, então, embarcada para a Ásia.
De lá para cá, a indústria vem reequilibrando seus estoques, enquanto o bloqueio segue mantido.
Outro fator colocado pelo pesquisador está no último elo da cadeia, o varejo. Emfreebet logoavaliação, os açougues e supermercados aproveitaram para comprar carne mais baratafreebet logooutubro para estocar para as festas — e o processofreebet logoestocagem, que envolve refrigeração, é custoso, ele pontua.
"O consumidor, se puder, não vai abrir mão da carne, do churrasco no fim do ano. Ele vai cortar outros produtos antes, e o supermercado sabe disso."
Há ainda a possibilidadefreebet logoo varejo ter aproveitado parte da reduçãofreebet logopreços pelos fornecedores para aumentar suas margensfreebet logolucro.
Essa foi a hipótese levantadafreebet logouma nota dura divulgada no fimfreebet logooutubro pelo Sindicato das Indústriasfreebet logoFrigoríficosfreebet logoMato Grosso (Sindifrigo-MT), que chamavafreebet logo"distorção" a diferençafreebet logopreços entre atacado e varejo e afirmava que ela mostrava "a ganânciafreebet logoum elo que não quer fazer partefreebet logouma corrente da cadeia".
"Os balcões dos açougues e supermercados precisam se engajar na cadeia e não se apresentarem como inimigos", concluía o comunicado.
A reportagem procurou a Associação Brasileirafreebet logoSupermercados (Abras), que não se manifestou até o fechamento deste texto.

Crédito, Agência Pará
Ciclofreebet logoalta do boi
Toda essa questão conjuntural se dáfreebet logoum momentofreebet logoque o preço da carne já está pressionado por uma questão estrutural do setor. Há meses o preço do boi bate recordes porque há uma menor disponibilidadefreebet logoanimais para o abate — reflexo do próprio ciclo da bovinocultura, que compreende os períodosfreebet logoreprodução e reposição dos animais.
Isso porque a cadeiafreebet logoproduçãofreebet logocarne bovina tem uma sériefreebet logoparticularidades. Não é possível aumentar e diminuir a quantidadefreebet logobois no pasto tempestivamente, a depender do nívelfreebet logodemanda.
O tempofreebet logogestação das vacas éfreebet logocercafreebet logo9 meses. O período para que um bezerro se torne um animal pronto para o abate, porfreebet logovez, girafreebet logotornofreebet logodois anos. Tudo isso faz com que o ciclo seja mais longo que ofreebet logooutras proteínas e dure cercafreebet logo6 ou 7 anos.
Quando o preço do boi está elevado, como atualmente, a tendência é que os pecuaristas mandem as fêmeas (chamadas no setorfreebet logo"matrizes") para o abate. Aos poucos, a ofertafreebet logoanimais aumenta e o preço do boi tende a reduzir.
Um volume menorfreebet logofêmeas, contudo, significa uma menor produçãofreebet logobezerros (chamados no setorfreebet logo"animaisfreebet logoreposição"). E é por isso que, no momento seguinte do ciclo, a tendência éfreebet logoelevação nos preços dos bezerros.
Essa alta, porfreebet logovez, estimula a retençãofreebet logofêmeas,freebet logoforma que os preços dos bezerros tendem aos poucos a recuar. Com menos fêmeas disponíveis para o abate, é o preço do boi que começa a subir, e o ciclo tem início outra vez.
O ciclo que começoufreebet logo2018, ilustra Carvalho, quando a indústria começava a se recuperar dos impactos da Operação Carne Fraca, deve se estender até 2023 ou 2024.
"O ciclo do frango, por exemplo, tem 60 dias — é muito menor."
O momento atual tem uma outra particularidade que contribui para empurrar os preços para cima. De um lado, o dólar alto e o aumento da cotação das commodities elevou o preço das rações, que utilizam muitas vezes milho e soja como matérias-primas. De outro, a seca severa que atingiu o Centro-Sul do país reduziu as áreasfreebet logopasto e obrigou muitos produtores a confinar o gado, elevando ainda mais as despesas com ração.

Preço alto e rendafreebet logoqueda
Conforme destacado por Braz, do Ibre-FGV, já há sinaisfreebet logoque o segmentofreebet logocarnes volta a aquecer. A arroba do boi gordo, por exemplo, se recompôs da queda observadafreebet logooutubro e voltou a atingir valores máximos.
Assim, a reduçãofreebet logopreços sinalizada pelas últimas divulgações nos índicesfreebet logoinflação corre o riscofreebet logoser apenas um soluço, e não uma tendência.
No IPC, as carnes bovinas acumulam 16,6%freebet logoaumento nos 12 meses até novembro, quase o dobro da variação do índice fechado, que chegou a 9,72%. Ou seja, mesmo com o alívio mostrado pelos indicadores, os preços seguemfreebet logopatamar bastante superior do que um ano atrás.
Do outro lado da equação, a renda dos brasileiros vem encolhendo, na medidafreebet logoque a pobreza aumenta e que o mercadofreebet logotrabalho gera vagas mais precárias.
Esse último aspecto aparece nas estatísticas da Pesquisa Nacional por Amostrafreebet logoDomicílios (Pnad) Contínua, que mostra que a renda médiafreebet logoquem está empregado vem diminuindo consecutivamente há 12 meses, desde outubrofreebet logo2020.
Apesarfreebet logoa taxafreebet logodesemprego estar recuando desde maio, ela seguefreebet logopatamar bastante elevado - 12,6% da forçafreebet logotrabalho, ou 13,5 milhõesfreebet logodesempregados.

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