Desemprego no Brasil da pandemia: Doutorbet oixengenharia espacial vende doces:bet oix

Jovem com beca e chapéubet oixformatura olha para um notebook com ar frustrado

Crédito, Getty Images/Steve Prezant

Legenda da foto, Númerobet oixsubutilizados com ensino superior cresceu 43% entre 2019 e 2020

Maycol é um dos milhõesbet oixprofissionais brasileiros qualificados e subutilizadosbet oixmeio à pandemia do coronavírus.

Entre o quarto trimestrebet oix2019 e igual períodobet oix2020, o númerobet oixtrabalhadores com ensino superior subutilizados passoubet oix2,5 milhões para 3,5 milhões, um aumentobet oix43%.

Na populaçãobet oixgeral, considerando todos os níveisbet oixqualificação, os subutilizados passarambet oix26,1 milhões a 32 milhões nesse mesmo intervalo, crescimentobet oix23%.

Quem são os subutilizados

A subutilização da forçabet oixtrabalho é um indicador mais amplo do que a desocupação.

Além dos desempregados, a subutilização também inclui aqueles que estão trabalhando menos horas do que gostariam; que desistirambet oixprocurar emprego (os chamados desalentados); ou que gostariambet oixtrabalhar, mas por algum motivo - como ter que cuidar dos filhos que estão fora da escola oubet oixidosos, por exemplo - não estavam disponíveis.

"A taxabet oixdesemprego é uma medida super importante, mas ela deixabet oixfora todas essas pessoas que também estão numa situaçãobet oixinsatisfação com a situaçãobet oixtrabalho delas", explica Ana Tereza Pires, pesquisadora da consultoria IDados e autora do levantamento, elaborado a partirbet oixdados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostrabet oixDomicílios) Contínua do IBGE (Instituto Brasileirobet oixGeografia e Estatística).

"A subutilização é um retrato mais amplo do mercadobet oixtrabalho e dessa ineficiênciabet oixalocar todo mundo que tem potencialbet oixtrabalhar dentro da forçabet oixtrabalho", acrescenta a economista.

"Especialmente nessa épocabet oixpandemia, essa é uma medida muito importante, porque muita gente desistiubet oixprocurar trabalho ou estava procurando emprego, mas ficou indisponível para trabalhar, como no caso das mães. Então esse indicador dá contabet oixum contingente maiorbet oixbrasileiros num momentobet oixcrise."

Homem engravatado segura uma caixa com seus materiaisbet oixescritório após ser demitido

Crédito, RUNSTUDIO/Getty Images

Legenda da foto, Taxabet oixdesocupação dos trabalhadores com ensino superior passoubet oix5,6% para 6,9% entre o quarto trimestrebet oix2019 e igual períodobet oix2020

O desemprego para quem tem ensino superior

A taxabet oixdesocupação entre os trabalhadores com ensino superior é historicamente mais baixa do que a dos trabalhadoresbet oixgeral. Entre o quarto trimestrebet oix2019 e igual períodobet oix2020, ela passoubet oix5,6% para 6,9%, aumentobet oix1,3 ponto percentual.

Nesse mesmo intervalo, a taxabet oixdesemprego para a populaçãobet oixgeral subiubet oix11% para 13,9%, um aumentobet oix2,9 ponto percentual.

A diferença histórica no nívelbet oixdesocupação entre os mais e os menos qualificado se explica pela parcela ainda relativamente pequenabet oixpessoas com ensino superior no país. Segundo o IBGE, no quarto trimestrebet oix2020, apenas 16,5% da população brasileirabet oixidadebet oixtrabalhar havia concluído o nível superior.

Como esse profissionais mais qualificados são relativamente escassos no país,bet oixgeral, eles têm mais facilidadebet oixencontrar uma vaga no mercadobet oixtrabalho.

"Olhando a taxabet oixdesemprego entre o finalbet oix2019 e o finalbet oix2020, ela cresceu muito no mercadobet oixtrabalho como um todo. Para quem tem ensino superior, houve um crescimento, mas não muito elevado", observa a pesquisadora do IDados.

"Isso poderia levar a crer que os trabalhadores com ensino superior não foram muito afetados pela crise decorrente da pandemia. Mas, quando olhamos para a subutilização, fica claro que as pessoas com ensino superior estão bastante representadas."

Ilustração mostra três jovens vestidos com becas e chapéusbet oixformatura, segurando currículos e usando máscaras contra a covid-19, enquanto pequenos coronavírus na cor vermelha flutuam à volta deles

Crédito, Piscine/Getty Images

Legenda da foto, Recém-formados são parte importante do contingentebet oixtrabalhadores subutilizados com ensino superior

Por que a subutilização aumentou entre os mais qualificados

A economista avalia que os mais instruídos foram menos afetados pelo desemprego na pandemia devido à maior possibilidade desses trabalhadoresbet oixfazerem home office.

Segundo dados da pesquisa Pnad Covid-19 referentes a novembrobet oix2020 (o último dado disponível, posto que a pesquisa foi descontinuada pelo IBGE), dos 7,3 milhõesbet oixpessoas que estavam trabalhandobet oixforma remota naquele mês, 76% tinham ensino superior completou ou pós-graduação.

"Muitos dos trabalhadores com ensino superior que saíram da forçabet oixtrabalho não foram para o desemprego, foram direto para a inatividade. Não foram procurar emprego, seja por terem uma situação econômica melhor e poderem esperar uma melhora do mercado, ou por terem que cuidar da casa e dos filhos, no caso das mulheres."

O IBGE só considera como "desempregado" quem efetivamente procurou emprego no período recente.

Das três categoriasbet oixsubutilização dos trabalhadores com ensino superior analisadas pela pesquisadora, o númerobet oixtrabalhadores subocupados por insuficiênciabet oixhoras trabalhadas cresceu 13%; o númerobet oixdesocupados aumentou 33%; e o contingentebet oixpessoas na chamada forçabet oixtrabalho potencial (que inclui os desalentados e os indisponíveis) mais do que dobrou, com um avançobet oix138% entre o fimbet oix2019 e obet oix2020.

Marianna Rodrigues Martelo vestindo touca e roupasbet oixproteção durante um estágiobet oixodontologia na faculdade

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Marianna Rodrigues Martelo,bet oix27 anos, se formoubet oixodontologiabet oixdezembrobet oix2020, mas ainda não conseguiu emprego na área

O drama dos recém-formados

Um grupo importante desses trabalhadores subutilizados com ensino superior são os recém-formados.

Historicamente no Brasil, o desemprego sempre foi maior para a população mais jovem,bet oixtodos os níveisbet oixinstrução. Isso porque o mercado costuma exigir uma experiência que esses trabalhadores não têm.

"Muitos dos que acabarambet oixse formar podem ter optado por não sair para procurar emprego agora, porque sabem que a dificuldade é muito grande. Então eles acabam entrando nessa forçabet oixtrabalho potencial", explica Pires.

Marianna Rodrigues Martelo,bet oix27 anos, tem vivido na pele essa realidade. A moradorabet oixGuarulhos (SP) se formou na faculdadebet oixodontologiabet oixdezembrobet oix2020, mas ainda não conseguiu encontrar um emprego na área.

"Já devo ter mandado pelo menos 100 currículos, só hoje mandei uns 20", conta Marianna.

"A maioria das vagas pede experiência e que se tenha pelo menos um ou dois anosbet oixformado. Isso complica, porque eu sou recém-formada", afirma. "A pandemia também pode estar dificultando, porque diminuiu a ofertabet oixvagas, já que a economia não está girando corretamente."

Renata Dornelles da Cruz e suas sócias Priscilla e Cassiana Alves da Silva

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Renata Dornelles da Cruz (centro) e suas sócias Priscilla e Cassiana Alves da Silva, donas do salãobet oixbeleza Africaníssimas,bet oixSão Leopoldo (RS): na pandemia, Renata tem dedicado apenas duas manhãs por semana ao negócio

Os empregadores que estão trabalhando menos do que gostariam

Um outro grupo relevantebet oixpessoas qualificadas e subutilizadas na pandemia são os empregadores que estão trabalhando menos do que gostariam, devido às restrições ao funcionamentobet oixempresas, particularmente no setorbet oixserviços.

"Há um número muito alto entre os subutilizados qualificados na pandemiabet oixpessoas que são chefesbet oixfamília e homens e mulheres brancos, que geralmente não ficam fora da forçabet oixtrabalho e agora passaram a ficar", observa Pires, do iDados.

"Então isso pode estar relacionado a esses pequenos empresários que acabaram fechando ou dando um tempo nos seus negócios até a coisa melhorar ou cujas empresas não estão produzindo tanto quanto poderiam."

Conforme o levantamento, 41% dos trabalhadores qualificados e subutilizados eram chefesbet oixfamília no quarto trimestrebet oix2020 e 58% eram brancos.

A empresária Renata Dornelles da Cruz,bet oix38 anos e moradorabet oixSão Leopoldo (RS), não é branca, mas é um exemplo desses pequenos empresários que estão trabalhando menos do que gostariam na pandemia. São os chamados subutilizados por insuficiênciabet oixhoras trabalhadas.

Formadabet oixturismo e jornalismo, com especializaçãobet oixModa, Criatividade e Inovação pelo Senac, Renata é proprietária, ao ladobet oixduas sócias, do salãobet oixbeleza especializadobet oixcabelo afro Africaníssimas.

Com a quedabet oixmovimento devido às restrições impostas pelo coronavírus e sem conseguir renegociar o aluguel,bet oixmarço deste ano, as sócias tiverambet oixdevolver o espaço que ocupavam numa galeria na região centralbet oixSão Leopoldo e instalaram o salão num imóvel próprio no bairro mais afastadobet oixCohab Feitoria.

"Antes eu ia ao salão todo dia. No ano passado, passei a ir no máximo duas vezes por semana e ficar só meio turno, para deixar mais espaço para as clientes e porque moro com meus pais que são grupobet oixrisco", conta Renata, que cuida do marketing, das redes sociais e da gestão financeira da empresa.

"Esse ano, com a mudançabet oixendereço, estou totalmentebet oixmodo remoto. Como não tem mais tantos clientes, não tenho mais tanto conteúdo para produzir. Antes eu trabalhava com as tarefas do salão todos os dias,bet oixsegunda a sábado, quando não domingo. Agora, resolvo tudobet oixduas manhãs", relata, quanto à redução das suas horasbet oixtrabalho.

Mulher negra descalça varrendo o chãobet oixuma cozinha

Crédito, FG Trade/Getty Images

Legenda da foto, Subutilização dos mais qualificados afeta, por exemplo, a demanda por trabalho doméstico

Os efeitos para a economia como um todo

Apesarbet oixas históriasbet oixdesemprego e subutilização entre os mais qualificados serem menos dramáticas do que entre os menos qualificados, quebet oixgeral são a populaçãobet oixbaixa renda, a perdabet oixrendimentos entre os mais escolarizados tem efeito sobre a economia como um todo.

Isso porque são esses trabalhadores que recebem a maior parcela da massabet oixrendimentos do país - a massabet oixrendimentos é a somabet oixtodos os salários. Com isso, eles também são responsáveis pela maior parte do consumo, movimentando a economia.

"Quem tem ensino superior no Brasil não é a maioria, mas sem dúvida é quem concentra a maior quantidadebet oixrenda e quem mais acaba demandando produtos e serviços", explica a pesquisadora do IDados.

"Por exemplo, o serviçobet oixempregada doméstica e serviços não essenciais como salãobet oixbeleza e restaurantes, são muito mais demandados por pessoas com ensino superior e maior nívelbet oixrenda. Então esses serviços acabam sendo afetados", diz Pires.

Segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindicalbet oixEstatística e Estudos Socioeconômicos) publicado ao fimbet oixabril, entre o quarto trimestrebet oix2019 e igual períodobet oix2020, o contingentebet oixtrabalhadores domésticos do Brasil diminuiubet oix6,4 milhões para 4,9 milhões, o que representa 1,5 milhãobet oixpessoas a menos prestando esse tipobet oixserviço.

"Todo o cenário econômico nesse momento está condicionado ao combate à pandemia e à estratégiabet oixvacinação", avalia a economista.

"Se tivermos uma campanhabet oixvacinação efetiva, os mais qualificados vão voltar a trabalhar como antes, já que eles no geral são mais demandados. Mas é difícil traçar um cenário quando as estratégiasbet oixvacinação estão tão incipientes", conclui.

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