Raio-x da pandemia: o Brasil que Queiroga recebeblaze 50 deposit bonusPazuello:blaze 50 deposit bonus

Mandetta foi substituído pelo também médico Nelson Teich, que comandou o ministério por menosblaze 50 deposit bonusum mês, até renunciarblaze 50 deposit bonus15blaze 50 deposit bonusmaioblaze 50 deposit bonus2020.

Bolsonaro decidiu, então, nomear como interino o general Eduardo Pazuello, sem experiência na área da saúde, mas que era na ocasião secretário-executivo da pasta. Em setembro, ele foi confirmado oficialmente no posto.

Agora, Queiroga assume o órgão. Mas como está a situação do Brasil?

1) Númeroblaze 50 deposit bonuscasos e mortesblaze 50 deposit bonusalta

Na segunda-feira, o Brasil quebrou um novo recorde: o país liderou o número acumuladoblaze 50 deposit bonuscasos e mortes no mundo nos sete dias anteriores, ultrapassando os Estados Unidos, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Foram 494.153 novos casos da doença causada pelo novo coronavírus e 12.335 mortes no período no Brasil, contra 461.190 e 9.381, respectivamente, nos Estados Unidos.

Na data, o Brasil também superou os EUA tantoblaze 50 deposit bonusnúmeroblaze 50 deposit bonuscasos quantoblaze 50 deposit bonusmortes.

Foram 85.663 casos e 2.216 mortes no Brasil contra 62.840 e 1.388 nos EUA, respectivamente.

De acordo com a OMS, o Brasil é o segundo paísblaze 50 deposit bonusnúmero totalblaze 50 deposit bonuscasos confirmados e mortes, atrás apenas dos EUA.

Desde o início da pandemiablaze 50 deposit bonuscovid-19, foram 11.519.609 casosblaze 50 deposit bonusinfecção e 279.286 mortes, contra 29.495.906 e 535.661 nos EUA, respectivamente.

A Índia, que havia superado o Brasilblaze 50 deposit bonusnúmeroblaze 50 deposit bonuscasos, voltou a ser ultrapassada e tem o terceiro maior númeroblaze 50 deposit bonusinfecções confirmadas no mundo (11.409.831). Já o México ocupa a terceira posiçãoblaze 50 deposit bonusnúmeroblaze 50 deposit bonusmortes (194.944).

Especialistas consideram que o Brasil passa pelo pior momento da pandemia. Nos últimos dias, o país vem registrando seguidos recordesblaze 50 deposit bonusmortes diárias.

Na semana passada, por exemplo, o Brasil teve mais mortesblaze 50 deposit bonusum períodoblaze 50 deposit bonus24h do que todo o continente asiático, cuja população é maisblaze 50 deposit bonus20 vezes superior à brasileira.

Nos EUA, por outro lado, a pandemia dá sinaisblaze 50 deposit bonusarrefecimento. O país tem o maior númeroblaze 50 deposit bonusdoses administradasblaze 50 deposit bonusvacinas contra covid-19 no mundo: maisblaze 50 deposit bonus107 milhões. O presidente americano, Joe Biden, prometeu imunizar toda a população até julho.

O Brasil também tem a curvablaze 50 deposit bonusmortes mais acelerada entre as nações com mais óbitos por covid-19 no mundo.

Segundo dados da plataforma Our World in Data, da Universidadeblaze 50 deposit bonusOxford (Reino Unido), a média móvelblaze 50 deposit bonusmortesblaze 50 deposit bonussete dias do Brasil vem acelerando desde 21blaze 50 deposit bonusfevereiro, quando atingiu 4,88 óbitos por 1 milhãoblaze 50 deposit bonuspessoas. Nesta terça-feira (2/3), a taxa foiblaze 50 deposit bonus8,62 óbitos por 1 milhãoblaze 50 deposit bonuspessoas, altablaze 50 deposit bonus76,6%.

O país segue, assim, na contramão dos países com mais mortos por covid-19, como Estados Unidos, México, Índia e Reino Unido. Todos apresentam curvablaze 50 deposit bonusóbitos descendente no mesmo período — e também nos últimos dias.

Outro indicador que mostra que a pandemia no Brasil está forablaze 50 deposit bonuscontrole é a taxablaze 50 deposit bonusreprodução do vírus, também conhecida como Rt.

O Rt indica quantas pessoasblaze 50 deposit bonusmédia são infectadas por alguém que já está contaminado pelo novo coronavírus, o Sars-CoV-2. Ou seja, a partir dele, podemos saber se a pandemia está desacelerando ou acelerando.

Quanto esse índice está acimablaze 50 deposit bonus1, isso significa que a pandemia está forablaze 50 deposit bonuscontrole.

Esse é caso do Brasil, com uma taxablaze 50 deposit bonus1,13, segundo dados compilados pela universidade Imperial College,blaze 50 deposit bonusLondres (Reino Unido).

2) Baixa taxablaze 50 deposit bonusvacinação

Apesarblaze 50 deposit bonuster administrado maisblaze 50 deposit bonus12 milhõesblaze 50 deposit bonusdosesblaze 50 deposit bonusvacinas contra a covid-19, o Brasil tem uma taxablaze 50 deposit bonusvacinação baixa: 5,6 doses para cada 100 pessoas, segundo dados da plataforma Our World in Data, da Universidadeblaze 50 deposit bonusOxford (Reino Unido).

Essa taxa é inferior àblaze 50 deposit bonusIsrael (109,66), o país que mais vacinou até agora, dos Estados Unidos (32,62), do Reino Unido (38,39) e inclusive àblaze 50 deposit bonusvizinhos sul-americanos, como Chile (36,59) e Uruguai (6,11).

A maior parte dos países da União Europeia, que vem sendo criticada quanto ao ritmoblaze 50 deposit bonusvacinaçãoblaze 50 deposit bonussua população, também têm taxas maiores do que a do Brasil, casoblaze 50 deposit bonusPortugal (11,46), Espanha (12,07), Itália (11,33) e França (10,85).

Um estudo recente da UFJF (Universidade Federalblaze 50 deposit bonusJuizblaze 50 deposit bonusFora) apontou que que Brasil precisa vacinar 2 milhões por dia para controlar pandemiablaze 50 deposit bonusaté um ano. A taxa atual varia entre 100 mil a 300 mil por dia.

Segundo a pesquisa, num ritmo médioblaze 50 deposit bonus100 mil pessoas imunizadas por dia, levaria maisblaze 50 deposit bonus2 anos para que 70% da população fosse vacinada com uma vacina 50% eficaz, caso da CoronaVac.

As simulações feitas pelos pesquisadores indicam que caso se mantenha uma taxablaze 50 deposit bonusimunização entre 1 a 2 milhõesblaze 50 deposit bonuspessoas por dia, cercablaze 50 deposit bonus200 mil vidas brasileiras seriam salvasblaze 50 deposit bonusum ano. Atualmente, a taxablaze 50 deposit bonusvacinação no Brasil estáblaze 50 deposit bonustornoblaze 50 deposit bonus330 mil pessoas por dia.

3) UTIs lotadas

Na semana passada, um levantamento da Fiocruz mostrou que 20 Estados estavam com UTIsblaze 50 deposit bonus"alerta crítico" e,blaze 50 deposit bonus13, a ocupação superava 90%.

Caso emblemático é o do Rio Grande do Sul que completou nesta segunda-feira (15) duas semanasblaze 50 deposit bonusocupaçãoblaze 50 deposit bonusleitosblaze 50 deposit bonusUTI acima do limite operacional (lotaçãoblaze 50 deposit bonus109%).

O cenário é ainda mais grave na rede privada, com 133% das vagas ocupadas. No Sistema Únicoblaze 50 deposit bonusSaúde (SUS), a taxa éblaze 50 deposit bonus100%.

Frente a essa situação, na última sexta-feira, o Ministério da Saúde publicou uma portaria que libera um totalblaze 50 deposit bonusR$ 188,2 milhões para o financiamentoblaze 50 deposit bonus3.965 novos leitosblaze 50 deposit bonusUTIblaze 50 deposit bonusmunicípiosblaze 50 deposit bonus21 Estados — os leitos temporários serão custeados por 90 dias, com possibilidadeblaze 50 deposit bonusrenovação posterior.

O númeroblaze 50 deposit bonusleitosblaze 50 deposit bonusUTI financiados caiu neste ano, pior momento da pandemia,blaze 50 deposit bonusrelação ao ano passado. Eram 11.565 leitos financiados/habilitados pelo governo federalblaze 50 deposit bonusjulho do ano passado, ante 3.372 até o dia 9blaze 50 deposit bonusmarço, segundo dados do Conass (Conselho Nacional dos Secretáriosblaze 50 deposit bonusSaúde).

Os Estados contemplados são: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rioblaze 50 deposit bonusJaneiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

4) Baixo isolamento social

Embora esteja passando pelo pior momento da pandemia, o Brasil tem um índiceblaze 50 deposit bonusisolamento social baixo: 34,8% segundo dados mais recentes da empresa Inloco, colhidos a partirblaze 50 deposit bonusdados GPS e internetblaze 50 deposit bonuscelulares.

A títuloblaze 50 deposit bonuscomparação, no fimblaze 50 deposit bonusmarço do ano passado, quando os casos confirmados e os óbitos não eram tão altos, essa taxa erablaze 50 deposit bonus62,2%.

Especialistas dizem que sem medidas durasblaze 50 deposit bonusrestrição à circulaçãoblaze 50 deposit bonuspessoas, o Brasil dificilmente vencerá a pandemia, e o país pode ver o surgimentoblaze 50 deposit bonusnovas variantes do coronavírus, e mais resistentes, o que pode dificultar ainda mais o trabalho dos profissionaisblaze 50 deposit bonussaúde e aumentar o riscoblaze 50 deposit bonuscontágio da população.

Eles defendem um lockdownblaze 50 deposit bonusnível nacional para reduzir o númeroblaze 50 deposit bonuscasos e, por consequência oblaze 50 deposit bonusmortes, evitando o colapso do sistemablaze 50 deposit bonussaúde.

"O Brasil tem que decretar um lockdown mais rígido e correr com a vacinação", disse Atila Iamarino, biólogo e divulgador científico,blaze 50 deposit bonusentrevista recente à BBC News Brasil.

Infectologista e atual vice-presidente do Sabin Vaccine Institute,blaze 50 deposit bonusWashington, nos Estados Unidos, Denise Garrett concorda. Ela trabalhou por maisblaze 50 deposit bonus20 anos no CDC (Centroblaze 50 deposit bonusControle e Prevençãoblaze 50 deposit bonusDoenças), órgão ligado ao Departamentoblaze 50 deposit bonusSaúde dos Estados Unidos,

"O Brasil precisablaze 50 deposit bonusum lockdown estrito a nível nacional. Passou da horablaze 50 deposit bonusum lockdown a nível municipal ou estadual. E quando eu faloblaze 50 deposit bonuslockdown, eu me refiro a não sairblaze 50 deposit bonuscasa, sóblaze 50 deposit bonuscasoblaze 50 deposit bonusurgência. De esvaziar as ruas, mesmo. Só funcionar serviços essenciais", diz ela à BBC News Brasil.

No entanto,blaze 50 deposit bonusentrevista à emissora CNN Brasil, o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, descartou o lockdown como "políticablaze 50 deposit bonusgoverno" contra a covid-19. Segundo ele, confinamentos só deveriam ser usadosblaze 50 deposit bonus"situações extremas".

"Esse termoblaze 50 deposit bonuslockdown decorreblaze 50 deposit bonussituações extremas. São situações extremasblaze 50 deposit bonusque se aplica. Não pode ser políticablaze 50 deposit bonusgoverno fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados", disse.

5) Nova variante

Especialistas creditam a alta recente no númeroblaze 50 deposit bonuscasos da covid-19 principalmente à variante P.1, inicialmente detectadablaze 50 deposit bonusManaus.

Estudos apontam que se tratablaze 50 deposit bonusuma cepa mais transmissível e que "dribla" o sistema imunológico, reinfectando quem já se curou.

Segundo os especialistas, a nova variante surgiu uma vez que o Brasil deixou o vírus "circular livremente".

"Vírus estão sempre mutando. As mutações que forem favoráveis a ele, quando não há restrição à transmissão, serão selecionadas e vão predominar", explica Garrett.

O maior temor é que num ambiente onde a taxablaze 50 deposit bonusvacinação é baixa e a taxablaze 50 deposit bonustransmissão é alta, como no Brasil, "podemos ter variantes que possam comprometer a eficácia das vacinas".

"Eventualmente, e isso ainda não aconteceu, uma vez que as novas cepas estão respondendo às vacinas que protegem contra a forma mais grave da doença, podemos ter variantes que possam comprometer a eficácia das vacinas".

"Claro que num ambiente onde a taxablaze 50 deposit bonusvacinação é baixa e a taxablaze 50 deposit bonustransmissão é alta, como no Brasil, esse risco é muito mais elevado".

"Ninguém está seguro até que todos estejam seguros. Nenhum país vai se sentir seguro enquanto houver um país como o Brasil, onde não há nenhum tipoblaze 50 deposit bonuscontrole", conclui ela, para quem o Brasil virou uma "ameaça global".

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