'É como usar drogas': por que as pessoas acreditam e compartilham notícias falsas?:plataforma cbet

Ilustraçãoplataforma cbetfake news

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Psiquiatra diz que notícias falsas agem como drogas no cérebro
Rapazplataforma cbetlabirintoplataforma cbetnotícias falsas

Crédito, Ilustração Brum

Legenda da foto, Em uma analogia com futebol e religião, psiquiatra explica que política é um assunto tido como uma crença inquestionável por parte da população

Segundo Claudio Martins, essa sensaçãoplataforma cbeteuforia causada pelas notícias falsas impede o desenvolvimentoplataforma cbetum senso críticoplataforma cbetquem as recebe. É a "infantilização emocional", que faz com que poucas pessoas se preocupemplataforma cbetchecar a origem ou a veracidade da informação.

O psiquiatra explica ainda que esse movimento causa uma angústia que leva a pessoa a imaginar que é portadoraplataforma cbetuma novidade que deve ser contada com extrema urgência. O sentimento, explica ele, é o mesmo quando alguém ouve uma fofoca.

"Ela, então, transmite informações não checadas, capazesplataforma cbetgerar uma curiosidade ampliadaplataforma cbetoutras pessoas, alémplataforma cbetum alto nívelplataforma cbetidentificação e propagaçãoplataforma cbetconteúdo. O campo da política é muito propício para esse fenômeno. Uma certeza é que as fake news são um fenômeno novo que atrai pessoas com transtornosplataforma cbetpersonalidade sérios. Ele é muito simplório e vai ser cada vez mais estudado", afirmou.

Futebol, religião e política

Em uma analogia com futebol e religião, o psiquiatra explica que a política é um assunto tratado como uma crença por parte da população.

"O ser humano tem essa tendência a buscar essas crenças, mágicas. Quando ele recebe correntesplataforma cbetpensamento político, incorpora aquilo como uma verdade absoluta, amplia e divulga para reforçarplataforma cbetsatisfação. Ele usa o mecanismo para compartilhar sem pensar. Muitas vezes, acaba repassando até para grupos que nem tratam do assunto", afirma.

Assim como no futebol, o psiquiatra explica que a política funciona no cérebreoplataforma cbetparte da população como um sistemaplataforma cbetprojeçãoplataforma cbetque o indivíduo se sente como se fosse o próprio candidato. "Se o meu time marca um gol ou ganha um título é como se o gol fosse meu e o título também. É inclusive assim que comento com os amigos", compara o psiquiatra.

Pessoa usando celular

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Especialista diz que produtoresplataforma cbetnotícias falsas tem dois objetivos ao criar suas correntes: gerar medo e emergência

Claudio Martins diz que o problema dessa crença é que as pessoas que recebem informações sobre política não querem saber se são verdadeiras. "Ela age com impulsividade. Não pesquisa, não quer saber quem mandou. Só pensaplataforma cbetdar impacto àquela informação que ela recebeu, como se fosse algo exclusivo, e numa impulsão, ela repassa aquilo como se fosse algo que vai alterar a realidade do mundo."

"Crença é algo muito difícilplataforma cbetcombater, principalmente nos espaços mais radicais. A crença religiosa é tão forte quanto a política, gera uma cegueira. A religiosa não tem evidências científicas, mas para quem crê isso não interessa porque ela não busca evidências que possam comprovar um sentido. A pessoa apenas incorpora aquilo como uma necessidadeplataforma cbetter a idealizaçãoplataforma cbetalguém ou grupo político que possa suprir suas carências porque o ser humano é muito carente. Quando a pessoa está necessitada, ela deseja ter um super protetor", afirmou.

O codiretor do Instituto Tecnologia e Equidade, Thiago Rondon, diz que os produtoresplataforma cbetnotícias falsas sabem disso e têm dois objetivos como estratégia ao criar suas correntes: gerar medo e emergência. Segundo ele, essa situaçãoplataforma cbetalarde é vital para que as pessoas repassem a informação.

"É necessário tomar medidas estruturais para evitar que essa situação se agrave. Uma delas é que nosso sistema educacional discuta esse tipoplataforma cbetassunto nas escolas. É necessário fortalecer as pessoas com consciência e educação desde cedo. A gente precisa se organizar para se adequar a esse mundo digital. A solução não é bloquear o usoplataforma cbetaplicativosplataforma cbettrocaplataforma cbetmensagens, pois esses lugares são excelentes para trocaplataforma cbetideias e debates. Ações asssim são um erroplataforma cbetrelação a liberdades", afirmou.

Ele afirma também que deve haver mecanismos mais eficientes para combater notícias falsas. Um deles é dar ferramentas para que a população as identifique por conta própria.

"É necessário mudar a formaplataforma cbetse comunicar, não apenas negando e desmentndo informações porque elas dificilmente vão ter o mesmo alcance da fake news. Por exemplo, no primeiro turno deste ano um boletimplataforma cbeturna (compartilhado no WhatsApp) mostrava um dos candidatos com maisplataforma cbet9 mil votos registrados. O TSE poderia divulgar como o eleitor pode ter acesso a esses documentos, usar o aplicativo oficial e confirmar se aquela informação é real", afirmou Rondon.

Analfabetismo digital e bolhas ideológicas

O diretor da Associação Brasileiraplataforma cbetPsiquiatria diz que a crençaplataforma cbetfake news é um fenômeno sociocultural que envolve diversos fatoresplataforma cbetalta complexidade. Entre os mais relevantes, ele cita o analfabetismo digital da população brasileira, já que a popularização da internet e a chegada do WhatsApp são recursos novos para boa parte dos cidadãos.

"Isso demonstra claramente uma falha na educação digital que precisa ser corrigida com urgência. Prova que há uma ausênciaplataforma cbeteducação digital no Brasil", afirmou.

Os especialistas ouvidos pela reportagem apontam ainda que a formaçãoplataforma cbetbolhas ideológicas nas redes também facilita a propagaçãoplataforma cbetnotícias falsas. O psiquiatra faz uma nova analogia com timesplataforma cbetfutebol para explicar o fenômeno.

"As pessoas procuram estar perto dos pertencentes aos grupos que se identificam. Isso é natural. Se o cara é palmeirense, ele vai tentar andar com o grupo dos palmeirenses. Isso não tem nenhum problema. O problema é quando a gente perde a capacidadeplataforma cbetsenso crítico, fica cego, e perde a habilidadeplataforma cbetsaber se os palmeirenses estão mentindo", afirmou.

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Mas como saber se uma história é fake news?

1) Pare e pense. Não acredite na notícia ou compartilhe o textoplataforma cbetimediato.

2) Ela lhe causou uma reação emocional muito grande? Desconfie. Notícias inventadas são feitas para causar,plataforma cbetalguns casos, grande surpresa ou repulsa.

3) A notícia simplesmente confirma alguma convicção sua? Também é uma técnica da notícia inventada. Não quer dizer que seja verdadeira. Desenvolva o hábitoplataforma cbetdesconfiar e pesquisar.

4) A notícia está pedindo para você acreditar nela ou, por outro lado, ela está mostrando motivos para acreditar? Quando a notícia é verdadeira, é mais provável que ela cite fontes ou dê links ou cite documentos oficiais e seja transparente quanto a seu processoplataforma cbetapuração.

5) Produzir uma reportagem assim que eventos acontecem toma tempo e exige profissionais qualificados. Desconfieplataforma cbetnotícias bombásticas no calor do momento.

Antesplataforma cbetcompartilhar:

1) Leia a notícia inteira, não apenas o título.

2) Averigue a fonte. É uma correnteplataforma cbetWhatsApp ouplataforma cbetoutra rede sem autoria alguma ou link para um site? Desconfie e,plataforma cbetpreferência, não compartilhe. Tem autoria? É uma fonte legítima, na qual você já confiou no passado? Se não for, melhor não confiar. Pesquise o nome do veículo, do autor ou da autora no Google e veja o que mais essa pessoa está produzindo e para qual veículoplataforma cbetimprensa. Além disso, preste atenção para averiguar se o site que reproduz a notícia está publicando só notíciasplataforma cbetum lado político, por exemplo, mostrando que talvez haja algum viés ideológico. Há no texto referência a um veículoplataforma cbetimprensa, como se fosse o autor da notícia? Entre no site original do veículoplataforma cbetimprensa para verificar se a história está láplataforma cbetfato.

3) Digite o título da notícia recebida no Google. Se for verdadeira, é provável que outros veículosplataforma cbetimprensa confiáveis estejam reproduzindo a mesma notícia; se for falsa, pode ser que veículosplataforma cbetchecagem já tenham averiguado o boato. Pesquise nos resultados da busca.

4) Pesquise, também, os fatos citados dentro da notícia. Ela se apoiaplataforma cbetacontecimentos verificáveis? Por exemplo, se ela afirma que alguma autoridade disse algo, há outros veículosplataforma cbetimprensa reproduzindo o que essa autoridade falou? Tente procurar isso na internet.

5) Verifique o contexto, como a dataplataforma cbetpublicação. Tirar a notícia verdadeiraplataforma cbetcontexto, divulgando-aplataforma cbetuma data diferente, por exemplo, é um tipoplataforma cbetdesinformação.

6) Pergunte para a pessoa que encaminhou a notíciaplataforma cbetquem ela recebeu, se confia na pessoa e se conseguiu checar alguma informação.

7) Recebeu uma imagem que conta uma história? É possível fazer uma busca "reversa", por meio da imagem, e não por texto, e verificarplataforma cbetque outros sites ela foi reproduzida, o que pode dar pistasplataforma cbetsua veracidade. Salve a foto no seu computador e suba ela no seu mecanismoplataforma cbetbusca ou cole a url dela nesse endereço: https://images.google.com/ Se estiver no celular, tente neste site: https://reverse.photos/

8) Recebeu um áudio ou um vídeo com informações? Tente resumir essas informações e procurá-las no Google. Exemplo: você recebe um áudio dizendo que no dia seguinte haverá greveplataforma cbetônibus. Procure no Google: "greveplataforma cbetônibus" junto com a data. Outra opção é buscar no Google: "áudio greveplataforma cbetônibus WhatsApp", por exemplo. Essa busca pode resultarplataforma cbetum desmentidoplataforma cbetuma agênciaplataforma cbetchecagensplataforma cbetnotícia, se ela não for verdadeira, ouplataforma cbetuma notícia realplataforma cbetalgum órgãoplataforma cbetimprensa, se for verdadeira.

9) Números: a notícia cita númerosplataforma cbetpesquisas ouplataforma cbetoutros dados? Tente procurá-los isoladamente para checar se fazem sentido.

Fontes: NewsLitTip, CNJ (Conselho Nacionalplataforma cbetJustiça), BBC, Factcheck.org.

Guiaplataforma cbetcomo identificar notícias falsas

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