Ao menos metade dos edifíciosestrela beta evoGaza foram danificados ou destruídos, aponta análise da BBC:estrela beta evo

Cercaestrela beta evo1,7 milhãoestrela beta evopessoas – maisestrela beta evo80% da populaçãoestrela beta evoGaza – estão deslocadas, com quase metade amontoadas no extremo sul da faixa, segundo as Nações Unidas.

Uma análise mais aprofundada, realizada pela BBC Verify, revela a escala da destruiçãoestrela beta evoterras agrícolas, identificando múltiplas áreasestrela beta evodanos extensos.

Questionadas quanto à escala dos danos, as Forçasestrela beta evoDefesaestrela beta evoIsrael (IDF, na siglaestrela beta evoinglês) dizem ter como alvo tanto os combatentes do Hamas quanto a "infraestrutura terrorista".

Agora, a análiseestrela beta evoimagensestrela beta evosatélite obtida pela BBC mostra a verdadeira extensão da destruição.

Esta avaliação indica que entre 144 mil e 175 mil edifíciosestrela beta evotoda a Faixaestrela beta evoGaza foram danificados ou destruídos. Isso representa entre 50% e 61% das edificaçõesestrela beta evoGaza.

A análise, realizada por Corey Scher, da Universidade da Cidadeestrela beta evoNew York (Cuny, na siglaestrela beta evoinglês), e Jamon Van Den Hoek, da Universidade do Estado do Oregon, nos EUA, compara imagens para revelar mudanças repentinas na altura ou estrutura dos edifícios, o que indica danos.

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A devastação avançaestrela beta evodireção ao sul

A cidadeestrela beta evoKhan Younis, no sul do território, foi particularmente atingida nas últimas semanas, com maisestrela beta evo38 mil (ou maisestrela beta evo46%) edifícios destruídos ou danificados,estrela beta evoacordo com a análise.

Em duas semanas, maisestrela beta evo1.500 edifícios foram destruídos ou danificados.

A Torre Al-Farra — um bloco residencialestrela beta evo16 andares no centro da cidade, o edifício mais alto da região — foi demolidaestrela beta evo9estrela beta evojaneiro, como pode ser visto nas imagensestrela beta evoantes e depois do horizonte da cidade.

Grande parte do bairro onde a torre estava localizada foi arrasada por ataques israelenses desde o finalestrela beta evodezembro.

"As forças israelenses atacaram complexos residenciais, especialmente na área centralestrela beta evoKhan Younis", diz Rawan Qaddah, uma moradoraestrela beta evo20 anos, que foi deslocada e perdeu contato comestrela beta evofamília.

Ela cita escolas entre os muitos edifícios que foram danificados. Alguns estavam sendo usados para alojar temporariamente pessoas deslocadas.

É possível ver claramente o nívelestrela beta evodano à altura da rua. Avenidas comerciais outrora movimentadas ficaram abandonadas ou destruídas.

Estas imagens mostram a frente do restaurante Shawarma Sanabel antes da invasãoestrela beta evoIsrael, e como ficou o mesmo entroncamento numa imagemestrela beta evojaneiro, após intenso bombardeio da área.

As Forçasestrela beta evoDefesaestrela beta evoIsrael justificam repetidamente suas ações destacando que o Hamas se esconde deliberadamenteestrela beta evoáreas civis e explicam a destruiçãoestrela beta evoedifícios pelo fatoestrela beta evoterem como alvo os combatentes.

Mas foram feitos questionamentos sobre a destruiçãoestrela beta evoedifícios aparentemente sob controle das IDF.

Um exemplo foi a Universidadeestrela beta evoIsraa, no norteestrela beta evoGaza – inicialmente danificada, e depois completamente destruída no que parece ser uma enorme explosão controlada.

O vídeo foi amplamente compartilhado nas redes sociais e as IDF afirmam que o processoestrela beta evoaprovação da explosão está sendo investigado.

Muitos dos locais históricosestrela beta evoGaza sofreram grandes danos, incluindo a Mesquita al-Omari, originalmente construída no século 7.

Corey Scher, um dos pesquisadores que trabalhou na avaliação dos danosestrela beta evoGaza, diz que esta zonaestrela beta evoguerra se destacaestrela beta evocomparação com outras que analisou.

"Fizemos trabalhos na Ucrânia, também analisamos Alepo [na Síria] e outras cidades, mas a extensão e o ritmo dos danos [em Gaza] se destacam. Nunca vi tantos danos aparecerem tão rapidamente."

Destruição das terras agrícolasestrela beta evoGaza

Uma análise mais aprofundada, realizada pela BBC Verify, mostra que grandes áreasestrela beta evoterras antes cultivadasestrela beta evoGaza foram amplamente danificadas.

Como se pode ver na imagemestrela beta evosatélite abaixo, várias partesestrela beta evoGaza mostram os efeitos das incursões e bombardeios israelenses.

Embora Gaza dependesse amplamenteestrela beta evoimportações antes do início da guerra, muitos dos seus alimentos vinham da agricultura e da produçãoestrela beta evoalimentos dentro da faixa. As agências humanitárias dizem que metade da populaçãoestrela beta evoGaza enfrenta agora a fome.

A BBC Arabic, serviço árabe da BBC, conversou com um agricultor, Saeed, que fugiuestrela beta evoBeit Lahia para o sul, no norteestrela beta evoGaza,estrela beta evomeadosestrela beta evonovembro.

O homemestrela beta evo33 anos cultivava goiaba, figo, limão, laranja, hortelã e manjericão e ganhava cercaestrela beta evoUS$ 6 mil (R$ 30 mil) com essas colheitas todos os anos – a única fonteestrela beta evorenda para ele, seu pai eestrela beta evoirmã. Ele cuidava da fazenda, herdada dos avós, há 15 anos.

Mas dias depoisestrela beta evofugir, ele conta que um familiar lhe disse que a fazenda havia sido destruída pelas IDF, juntamente com cinco casas vizinhas que pertenciam aos seus familiares.

No norte e no centroestrela beta evoGaza, onde a maior parte da produção agrícola era realizada antes da guerra, grandes áreasestrela beta evoterra parecem devastadas.

Em muitos locais, os danos correspondem aos locaisestrela beta evoconstruçãoestrela beta evodefesas israelenses temporárias, como bancosestrela beta evoterra para proteger veículos blindados e a limpezaestrela beta evoterrenos ao redor destes locais.

Alguns agricultores perderamestrela beta evoprodução, embora suas terras não tenham sido diretamente atingidas, apurou a BBC.

Mohamed al-Messaddar, um agricultorestrela beta evoDeir al-Balah, no centroestrela beta evoGaza, só pôde ir àestrela beta evofazenda uma vez desde o início da guerra.

Ao chegar no local durante a tréguaestrela beta evonovembro, as laranjas estavam espalhadas, apodrecendo no chão. "A épocaestrela beta evocolheita das laranjas coincidiu com o início da guerra. Ninguém ousaria ir lá."

Ele diz que perdeu maisestrela beta evo90%estrela beta evosua safraestrela beta evolaranjas.

Alémestrela beta evoterrenos afetados pela demoliçãoestrela beta evoestradas e construçãoestrela beta evodefesas, há acusaçõesestrela beta evodestruição deliberada pelas IDF.

Num vídeo publicado onlineestrela beta evo4estrela beta evonovembro, o coronel Yogev Bar-Shesht, vice-chefe da Administração Civilestrela beta evoGaza, disse: "Quem voltar para cá, se voltar um dia, encontrará terra arrasada. Não há casas, nem agricultura, não há nada. Eles não têm futuro".

As IDF dizem que encontraram entradasestrela beta evotúneis do Hamas e locaisestrela beta evolançamentoestrela beta evofoguetesestrela beta evovárias áreas agrícolas, acrescentando que "necessidades operacionais exigem que estes locais sejam destruídos ou atacados".

"Danos ambientais podem ser causadosestrela beta evodecorrênciaestrela beta evocombates e trocasestrela beta evotiros", afirmam as forças israelenses.

Especialistasestrela beta evoajuda humanitária temem que os danos à agriculturaestrela beta evoGaza sejam duradouros.

Conflitos anteriores, como os da Síria e da Ucrânia, mostraram que a reabilitaçãoestrela beta evoterras agrícolas pode ser extremamente difícil.

Armamentos não detonados tornam perigoso o regresso dos agricultores ao trabalho. Há também o desafioestrela beta evolimpar terras contaminadas e reconstruir infraestruturas como sistemasestrela beta evoágua, energia e transporte.

Surge uma 'cidadeestrela beta evobarracas'

A última mudança perceptívelestrela beta evoGaza que pode ser observada a partir do alto é a proliferaçãoestrela beta evobarracas e outras estruturas temporárias para alojar pessoas deslocadas no sul.

As áreasestrela beta evonovas tendas que surgiram entre o inícioestrela beta evodezembro e meadosestrela beta evojaneiro perto da fronteira egípcia cobriam cercaestrela beta evo3,5 quilômetros quadrados, o equivalente a quase 500 camposestrela beta evofutebol profissional.

As imagensestrela beta evosatélite, captadasestrela beta evo3estrela beta evodezembro e 14estrela beta evojaneiro, mostram uma mudança dramática – agora quase todos os terrenos acessíveis e não urbanizados numa área a noroesteestrela beta evoRafah foram transformados num refúgio para pessoas deslocadas.

Quando lançou aestrela beta evocampanha contra o Hamas, Israel disse aos palestinos que viviam no norte e no centroestrela beta evoGaza que se deslocassem ao sul paraestrela beta evoprópria segurança. Muitos acabaramestrela beta evoRafah e enfrentam um futuro incerto.

Reportagem adicionalestrela beta evoJake Horton, Benedict Garman, Tural Ahmedzade, Kate Gaynor e Lamees Altalebi.