Por que preço dos combustíveis é tão crucial para popularidade do governo:baixar vbet

Com isso, o aumento na gasolina serábaixar vbetR$ 0,34.

Vale ressaltar que esses são os preços praticados na venda às distribuidorasbaixar vbetcombustíveis. O impacto final na bomba pode variar pelo país, a depender dos custosbaixar vbetprodução e da margembaixar vbetlucro das distribuidoras.

Além disso, o governo vai adotar uma novo imposto sobre exportaçãobaixar vbetóleo cru para compensar a perdabaixar vbetarrecadação com a volta apenas parcial dos tributos.

"Essa reoneração prevê, desde o dia 12baixar vbetjaneiro, suprir as metas fiscais estabelecidas voluntariamente pelo Ministério da Fazenda. Digo isso porque o Orçamento prevê um déficitbaixar vbetR$ 231 bilhões e nós nos comprometemos a reduzir esse déficit neste ano para menosbaixar vbet1% do Produto Interno Bruto", disse o ministro

"Nós começamos a fazer gestão no sentidobaixar vbetrecompor as receitas que foram prejudicadas com as decisões tomadas por ocasião do processo eleitoral por um governo que visava reverter um quadro desfavorável [nas pesquisasbaixar vbetintençãobaixar vbetvoto].

O ministro da Fazenda ainda disse que Lula decidiu prorrogar a desoneração porque "havia rumoresbaixar vbetBrasíliabaixar vbetuma tentativabaixar vbetgolpebaixar vbetEstado".

O governo, para compensar a reoneração parcial, decidiu taxar as exportaçõesbaixar vbetpetróleo crubaixar vbet9,2% com o objetivobaixar vbetarrecadar R$ 6,7 bilhões.

Para isso, o governo vai criar por meiobaixar vbetuma medida provisória um novo imposto sobre exportaçãobaixar vbetpetróleo, com previsão inicialbaixar vbetduraçãobaixar vbetquatro meses.

A projeção da Fazenda é que, no caso da Petrobras, por exemplo, esse impostos deve representar certabaixar vbet1% do lucro da empresa.

Segundo Haddad, o Congresso vai decidir, ao analisar a medida provisória, se adota esse novo impostobaixar vbetforma permanente, mantendo as alíquotas menores sobre gasolina e etanol.

A disputa no governo

O anúncio representou uma vitória para Fernando Haddad, que sofreu pressãobaixar vbetlideranças do PT contra a volta dos impostos.

O receio da ala política do governo é que o encarecimento dos combustíveis afete a popularidade do governo já no seu início.

Haddad defendia um retorno imediato desses impostos no primeiro dia da gestão Lula, devido à necessidadebaixar vbetreforçar o caixa da União para cobrir a ampliação dos gastos sociais e reduzir o rombo nas contas públicas, projetado para fechar o anobaixar vbetmaisbaixar vbetR$ 200 bilhões.

No entanto, a pressão da ala política do governo já havia levado à prorrogação da desoneração do diesel e do gásbaixar vbetcozinha até o final do ano e da gasolina e do etanol até fevereiro.

"Cobra-se do Presidente da República, com razão, responsabilidade social, que ele está tendo, e responsabilidade fiscal, que ele está tendo. E ele é campeãobaixar vbetunir essas duas agendas durante seus oito anosbaixar vbetgoverno", disse Haddad, ao anunciar as novas medidas.

"Eu penso que o presidente Lula vai buscar uma linha fina entre uma coisa e outra. E, na minha opinião, ele encontrou um meio termo muito adequadobaixar vbetfazer com que o peso da decisão recaísse sobre vários atores, exportadoras, Petrobras", acrescentou o ministro.

O Ministério da Fazenda afirma que o novo modelo vai garantir a arrecadaçãobaixar vbetR$ 28,8 bilhões que estava prevista para este ano com volta integral dos impostos sobre os dois combustíveis a partirbaixar vbetmarço.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou o Twitter na última sexta-feira para defender a prorrogação do cortebaixar vbetimpostos, até que o novo Conselhobaixar vbetAdministração da Petrobras, que assumebaixar vbetabril, possa discutir uma nova políticabaixar vbetpreçosbaixar vbetcombustíveis.

Essa política hoje segue a oscilação do petróleo no mercado internacional, o que tem resultadobaixar vbetpreços mais altos.

O novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e Hoffmann defendem que os preços sigam os custosbaixar vbetprodução nacional,baixar vbetvez da cotação internacional, enquanto críticos dessa opção dizem que isso traria prejuízos à estatal, afetandobaixar vbetcapacidadebaixar vbetinvestimentos.

"Não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromissobaixar vbetcampanha", argumentou Hoffmann.

Como os combustíveis impactam a popularidade?

Os itens mais sensíveis para a vida da população e que, portanto, podem afetar mais a popularidade do governo são diesel e gásbaixar vbetcozinha – não à toa, estão com desoneração prorrogada até o fim do ano.

O encarecimento do gásbaixar vbetcozinha, essencial para alimentação, tem impacto direto para a população mais pobre.

Já o diesel abastece os caminhões que rodam o país transportando os mais diversos produtos, inclusive alimentos. Por isso, uma subidabaixar vbetpreço tende a impactar também o custobaixar vbetoutros produtos, que ficariam mais caros para o consumidor final.

Além disso, o governo monitora o riscobaixar vbetprotestosbaixar vbetcaminhoneiros que poderiam ocorrer com o aumento do preço do diesel.

Em 2018, durante o governobaixar vbetMichel Temer, um movimento desse tipo paralisou muitas rodovias no país, provocando retração econômica.

No caso da gasolina, críticos dessa desoneração argumentam que o preço desse combustível não afeta tanto a população mais pobre, quebaixar vbetgeral não utiliza automóvel próprio.

Por outro lado, o item impacta trabalhadoresbaixar vbetbaixa renda, como entregadores e motoristasbaixar vbetaplicativo, alémbaixar vbetpesar sobre a classe média e setores mais ricos.

Como nota o cientista político da consultoria Tendências, Rafael Cortez, são segmentos que historicamente têm mais capacidadebaixar vbetpressionar o governo e que têm sido mais críticos ao PT.

Pesquisasbaixar vbetintenção e voto durante a eleição mostravam que Bolsonaro tinha apoio superior a Lula entre todos os segmentos com renda familiar acimabaixar vbetdois salários mínimos, enquanto o petista vencia entre os mais pobres.

Ele lembra ainda que o debate sobre o encarecimento dos combustíveis ocorrembaixar vbetum momentobaixar vbetque a sociedade como um todo já acumulou um desgaste com a inflação mais alta nos últimos anos.

"Isso afetou não só as classesbaixar vbetrenda mais baixa, mas também essa classe média baixa quebaixar vbetalguma maneira emergiu, entrou no mercadobaixar vbetconsumo, mas também sofreu bastante por conta dos últimos anos com a inflação andando muito, muito alta", afirma.

"E como o Bolsonaro soube muito bem dar vazão a esse grupo, a expressar demandas dessa natureza, a complexidade política se tornou ainda maior na hora do governo tomar essas decisões (de rever a desoneração)", analisa ainda.

Para Cortez, também está no radar do governo a possibilidade uma eventual perdabaixar vbetpopularidade abrir espaço para o fortalecimento do bolsonarismo, inclusivebaixar vbetalas mais extremistas que atuaram na invasão das sedes dos Três Poderesbaixar vbetBrasília, no dia 8baixar vbetjaneiro.

O próprio ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, manifestou essa preocupaçãobaixar vbetentrevista recente ao jornal O Estadobaixar vbetS. Paulo.

"A pergunta é: o governo Lula vai melhorar a vida do povo brasileiro? Se a resposta for sim, o golpismo tende a ser uma força declinante. Se o governo enfrentar dificuldades no resultado, aí abre espaço para a emergência do golpismo", argumentou Dino.

Subsídio pode ter efeito inverso na inflaçãobaixar vbetlongo prazo?

A equipe econômica, por outro lado, argumentava que manter o subsídio aos combustíveis para evitar uma inflação mais alta agora teria um impacto inverso no longo prazo.

Segundo essa visão, o rombo elevado nas contas públicas teria o efeitobaixar vbetreduzir a confiançabaixar vbetagentes do mercado na economia brasileira, contribuindo para uma desvalorização do real frente a dólar, o que encareceria os produtos importados e pressionaria a inflação.

Para o analista chefebaixar vbetPetróleo e Gás Natural do UBS BB, Luiz Carvalho, esse efeito deveria desencorajar o subsídio amplobaixar vbetqualquer combustível, até mesmo do diesel, considerado mais sensível.

"Se você subsidiar o preço do diesel, isso vai levar a uma depreciação do câmbio, que vai fazer com que todos os outros produtos que são contadosbaixar vbetdólar fiquem mais carosbaixar vbetreais."

"Uma depreciação do câmbio vai levar o preço do trigo, da soja, do milho, do açúcar, do minério, do próprio petróleo o estarem mais carosbaixar vbetreais do que, eventualmente, o próprio benefício que você teria na inflação (com o cortebaixar vbetimpostos)", acrescentou.

Segundo Carvalho, o mais adequado seria o governo avaliar subsídios para grupos específicos.

"Você poderia fazer algo mais direcionado para os taxistas, os motoristasbaixar vbetUber, eventualmente até os caminhoneiros autônomos, por exemplo. Porque grande parte dos outros caminhoneiros, eles são CLT (trabalhadores com carteira assinada) que trabalham para grandes transportadoras que são ultra capitalizadas", ressalta.

Para consultora econômica Zeina Latif, ex-secretáriabaixar vbetDesenvolvimento Econômico do Estadobaixar vbetSão Paulo, a desoneração da gasolina é totalmente "inadequada" do pontobaixar vbetvista ambiental, fiscal e social, tendobaixar vbetvista o grupo socialbaixar vbetmaior renda que ela atende.

Nabaixar vbetavaliação, a manutenção do subsídio sobre o diesel também é discutível devido ao impacto nas contas públicas, mas é mais compreensível.

"O país tem ainda uma matrizbaixar vbettransporte que depende muito do diesel e existe a preocupação com paralisaçãobaixar vbetcaminhoneiros, categoria que tem uma relação mais próxima com o bolsonarismo", reconhece.

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