As estratégiasdas apostascidades pelo mundo para reduzir trânsito e poluição:das apostas

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Legenda da foto, Nova York se prepara para cobrar pedágio urbanodas apostas2024

Acusaçõesdas apostaspráticadas apostas"guerra ao carro" já vinham circulando no Reino Unido 15 anos antes, quando Londres se preparava para apresentar o que era, na época, o maior programadas apostascobrançadas apostaspedágio urbano do mundo. A capital britânica passou a exigir que os motoristas pagassem uma taxa pelas viagens pelo centro da cidade.

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Fim do Matérias recomendadas

Mais recentemente, Londres expandiudas apostasZonadas apostasEmissões Ultrabaixas (Ulez, na sigladas apostasinglês). Nela, também são cobrados carros que não atendem a determinados padrõesdas apostascontroledas apostasemissões.

A medida fez com que manifestantes conhecidos como Blade Runners destruíssem câmerasdas apostasvigilância.

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Na cidadedas apostasGhent, na Bélgica, o vice-prefeito recebeu ameaçasdas apostasmorte após um plano para desestimular viagens curtasdas apostascarro,das apostas2017.

Apesar das crescentes reações negativas, cidadesdas apostastodo o mundo prosseguemdas apostasseus esforços para reduzir o tráfego e melhorar a qualidade do ar, incentivando os motoristas a substituir seus carros poluentes pelo usodas apostastransporte mais verde.

Paris, na França, tem como objetivo proibir os carros movidos a gasolina até 2030. Um dos motivos é a necessidadedas apostascombater as mudanças climáticas.

E, no finaldas apostas2024, Nova York, nos Estados Unidos, deve realizar o primeiro experimentodas apostasreduçãodas apostascarros do país: o início, após anosdas apostastentativas, da cobrançadas apostaspedágio sobre viagens abaixo da rua 60das apostasManhattan.

A decisãodas apostasNova Yorkdas apostasfinalmente dar continuidade ao seu projetodas apostaspedágio urbano surge depoisdas apostasdécadasdas apostasbloqueios estaduais e nacionais.

A iniciativa pretende reduzir o trânsito no centro da cidadedas apostas15 a 20% e levantar bilhõesdas apostasdólares para melhorar o seu estrangulado sistemadas apostasmetrô.

Mas, nos Estados Unidos, terra das autoestradas – onde os carros há muito tempo são símbolodas apostasindependência e o romance da estrada é parte da imaginação coletiva – será que os programasdas apostascombate ao uso excessivo dos automóveis podem contar com o apoio da população?

Acelerar a redução dos carros

A necessidadedas apostasmudanças nos centros urbanos americanos está no ar, literalmente.

As emissões dos escapamentos são como "incêndios florestais acontecendo nas nossas ruas", afirmou a governadoradas apostasNova York, Kathy Hochul,das apostasentrevista coletiva celebrando a aprovação federal do pedágio urbano.

Hochul destacou que as horasdas apostastrabalho perdidas no trânsito equivalem a cercadas apostasUS$ 20 bilhões por ano (cercadas apostasR$ 99 bilhões) – "um completo desperdício", segundo ela.

Além disso, as reformas realizadasdas apostasoutros lugares do mundo indicam que, apesar da resistência inicial, os planosdas apostasredução do númerodas apostascarros ganham aceitação pública cada vez maior no longo prazo.

Quando Ljubljana, na Eslovênia, fechou o centro da cidade para os pedestres,das apostas2007, a oposição foi considerável. Os moradores temiam que o acesso às suas casas ficasse restrito.

Mas, pouco maisdas apostasuma década depois, cercadas apostas90% declararam que são contra a reintrodução dos carros.

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Legenda da foto, Ljubljana, na Eslovênia, proibiu a entradadas apostascarros no centro da cidade

Qual o motivo dessa oposição inicial?

Na verdade, as pessoas têm dificuldade para ponderar potenciais ganhos e perdas. É o que sugere um conceito da psicologia comportamental conhecido como teoria da perspectiva – a aversão desproporcional às perdas incentiva o viés para a manutenção do status quo.

E este viés, pordas apostasvez, pode dificultar a implementação das mudanças, como descobriu a professoradas apostaspsicologia ambiental Birgitta Gatersleben, da Universidadedas apostasSurrey, no Reino Unido.

Ela pesquisou a cidade inglesadas apostasGuildford e descobriu "empresas locais muito contrárias ao pedestrianismo no centro da cidade".

"Elas receavam perder clientes, embora tivéssemos muitas evidênciasdas apostasque, se você fechar as ruas importantes para os pedestres, a clientela aumenta", relembra a professora.

A 'curvadas apostasGoodwin'

Demonstrar às pessoas os benefícios da redução do trânsitodas apostascarros,das apostasvezdas apostasapenas falar sobre eles, pode ter efeitos poderosos.

Na capital da Suécia, Estocolmo, o programadas apostaspedágio urbano começou a ser testadodas apostas2006. E, nesse período, a opinião pública mudou – a grande oposição existente à cobrança se transformoudas apostasapoio por uma pequena maioria.

No ano seguinte, um referendo na cidade transformou a cobrança do pedágio urbanodas apostaspermanente.

"O momento que antecede a realizaçãodas apostasalguma coisa é o instante político mais precáriodas apostastodos, devido ao alarmismo", segundo o defensor da segurança nas ruas Doug Gordon. Ele é um dos apresentadoresdas apostasum podcast com título provocador: War on Cars ("Guerra aos carros",das apostastradução livre).

"Mas, na minha experiência, os temores normalmente não se realizam, mas os benefícios, sim", afirma Gordon.

Existe até uma curva que prevê essa mudançadas apostascomportamento, segundo Leo Murray, diretordas apostasinovação da ONG climática Possible.

Ela é chamadadas apostas"curvadas apostasGoodwin",das apostasvirtude do professor eméritodas apostaspolíticadas apostastransporte do University Collegedas apostasLondres, Philip Goodwin.

A curva mapeia como o apoio do público aos sistemasdas apostaspedágio tende a começar bem, com o reconhecimento da necessidade da intervenção. Esse apoio é então reduzido, durante a publicação dos detalhes específicos antes da execução do programa – e aumenta novamente após adas apostasimplementação.

"Não conseguimos encontrar um único exemplodas apostasmedidadas apostasredução do tráfego praticada por maisdas apostasdois anos que tenha sido posteriormente eliminada por faltadas apostasapoio público", observa Murray.

Ele indica um estudodas apostasEdimburgo, no Reino Unido, que demonstrou como a oposição inicial aos limitesdas apostasvelocidade urbanos se transformoudas apostasapoio popular. E também menciona a mensagemdas apostasapoio da Espanha ao Paísdas apostasGales, que estudava alterações dos limitesdas apostasvelocidade.

"Mas o processo até chegar lá é doloroso e sempre acompanha essas curvas", acrescenta Murray. "Por isso, é preciso ter coragem política e um cronograma sensível. Você não irá querer concorrer à reeleição no início da curvadas apostasGoodwin."

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Legenda da foto, A recente expansão da Zonadas apostasEmissões Ultrabaixas (Ulez) por todos os bairrosdas apostasLondres gerou protestos na cidade

O que as cidades que estão analisando a introduçãodas apostaspolíticasdas apostasredução dos carros podem aprender com os sucessos e tropeços dos centros urbanos que já tomaram essas medidas?

Pesquisas indicam que algumas respostas podem estar na melhor compreensão do comportamento humano e do nosso processodas apostastomadadas apostasdecisões.

As intervenções urbanas para reduzir o trânsitodas apostasautomóveis aparentemente funcionam melhor com abordagens diversificadas para incentivar a mudança – por exemplo, promovendo simultaneamente a adoçãodas apostasmodosdas apostastransporte mais ativos, como caminhar e andardas apostasbicicleta.

Também pode ser fundamental manter boa comunicação e procurar aumentar a consciência das pessoas.

Em 2003, Londres criou uma estratégiadas apostascomunicação extensa e escalonada, destinada a responder às perguntas mais frequentes dos moradores da cidade: "como isso irá me afetar? como irá funcionar?"

Mas esse processo pode ser politicamente perigoso, se não for compreendido como suficientemente justo, solidário ou receptivo às preocupações.

O ambicioso projeto da prefeitadas apostasParis, Anne Hidalgo, que inclui calçadões, ciclovias, educaçãodas apostastrânsito nas ruas e restrições ao estacionamento, por exemplo, causou grandes reações negativas. Um movimento chamado #saccageparis ("saquear Paris",das apostastradução livre) expressou a fúria do público sobre a transformação das ruas da cidade.

Com isso, a declaraçãodas apostasuma nova e mais ampla zonadas apostasbaixa emissão na região metropolitanadas apostasParis está seguindo uma estratégia ponderadadas apostasmudança, segundo Tony Renucci, diretor-executivo da ONG francesa Respire, que luta contra a poluição do ar.

"Eles estão levando mais tempo e tentando desenvolver incentivos financeiros maiores para ajudar as pessoas a abandonar os carros", ele conta. Um desses incentivos é um subsídiodas apostasaté 6 mil euros (cercadas apostasR$ 32 mil) para as pessoas que trocarem seus carros altamente poluentes por modelos a hidrogênio, elétricos ou híbridos.

Da mesma forma quedas apostasParis, a popularidade inicial do pedágio urbanodas apostasLondres aumentou depois do anúnciodas apostasque o dinheiro levantado seria destinado a melhorias do transporte.

No último verão, antes da expansão da Ulez, o programadas apostasincentivo financeiro para que as pessoas troquem seus carros por modelos mais limpos foi estendido para todos os moradores da capital britânica, sem comprovaçãodas apostasrenda.

"A questão é fundamentalmentedas apostasjustiça,das apostasgarantir que quem irá pagar não são os mais vulneráveis, mas os poluidores", afirma Mark Watts, diretor-executivo da rede globaldas apostasprefeitos C40 Cities.

Watts foi conselheiro sênior do ex-prefeitodas apostasLondres Ken Livingstone, o primeiro a ser eleito diretamente na capital. Ele coordenou a introdução do pedágio e da zonadas apostasbaixas emissões da cidade.

"Você precisa oferecer às pessoas uma verdadeira opção: não só aumentar o custodas apostasdirigir, mas uma oportunidadedas apostaspassar a caminhar ou usar o transporte público", explica ele.

"Barcelona introduziu o passe livre por três anos para as pessoas que descartassem carros poluentes. Estocolmo ampliou o serviçodas apostasônibus. Londres, na Ulez, ofereceu descontos para o compartilhamentodas apostascarros, alugueldas apostasbicicletas e descartedas apostasveículos", exemplifica Watts.

Em última análise, Doug Gordon, do podcast War on Cars, afirma que pode ser simplesmente questãodas apostasdeterminação do governodas apostasenfrentar a oposição.

"Você simplesmente precisa tomar as medidas e seguirdas apostasfrente, porque sempre haverá controvérsias", afirma ele.

A jornada do pedágiodas apostasNova York

O planodas apostaspedágio urbanodas apostasNova York terá aprendido com as experiênciasdas apostasoutras partes do mundo?

O projeto nova-iorquino é fortalecido pela ideiadas apostasreinvestir a receita do pedágio (US$ 15 bilhões, cercadas apostasR$ 74 bilhões) na rededas apostastransporte público MTA. "Qualquer pessoa que tenha andado nela recentemente sabe que é preciso", segundo Watts.

O programa também irá incluir um sistemadas apostascobrança flutuante, com tarifas menores fora dos horáriosdas apostaspico. Esta medida oferece flexibilidade aos motoristas.

E uma coalizãodas apostasapoiodas apostasorganizaçõesdas apostasbase e grandes empresas chamada Congestion Pricing Now vem ajudando a difundir a conscientização sobre o sistema, com eventos públicos, reuniões com interessados e uma grande campanha publicitária. Mas ainda há resistência.

"O sistemadas apostaspedágio urbano é simplesmente mais um buraco na estradadas apostasNova York para a ruína" foi a manchetedas apostasum jornal local no ano passado.

Existem também grandes preocupações no Estado vizinhodas apostasNova Jersey, onde já existe um pedágio para entrardas apostasManhattandas apostascarro. O governador do Estado chama a nova propostadas apostasforma descaradadas apostastomar dinheiro por partedas apostasNova York.

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Legenda da foto, Nova York está por lançar um novo programadas apostaspedágio urbano para arrecadar bilhõesdas apostasdólares para projetosdas apostastransporte público

Mas Kate Slevin, da organização sem fins lucrativos Regional Plan Association, sugere que existem formasdas apostasajudar a reduzir essas preocupações.

Uma solução pode incluir pedágios reguladores, "para que, não importa por quantas pontes ou túneis você passe, os motoristas paguem mais ou menos o mesmo valor".

Ela também destaca que já existem planosdas apostasatenuação para evitar que o tráfegodas apostascaminhões seja transferido para regiões que já são menos favorecidas.

O tráfegodas apostascaminhões é um problema à parte, já que esses e outros veículos grandes têm limitaçõesdas apostasrelação aos cruzamentos para entrar e sair da cidade. Por isso, o pedágio pode incentivá-los a seguir por caminhos mais longos, atravessando bairros residenciais.

Para enfrentar esta questão, o planodas apostaspedágiodas apostasNova York inclui investimentosdas apostasUS$ 155 milhões (cercadas apostasR$ 767 milhões) para reduzir a poluição dos caminhões, ampliar parques, eletrificar ônibus e promover o tratamentodas apostasasma entre a população.

"À medida que o trânsito diminui, fica mais fácil definir zonas para pedestres, corredoresdas apostasônibus, ciclovias e formas inteligentesdas apostasgerir estacionamentos e o transportedas apostascarga", afirma Slevin.

"Mas as novas soluções para as ruas também exigem a liderança das autoridades municipais e uma visão que possa eliminar parte da política local que atrasou a construçãodas apostascorredoresdas apostasônibus e cicloviasdas apostasNova York edas apostasoutras partes do mundo."

O caminho à frente

Diversas outras cidades americanas,das apostasBoston até Oregon, estão estudando a possibilidadedas apostasadotar a mesma medida.

Boston propôs a formaçãodas apostasum comitê sobre o preço da mobilidade, para explorar opções como o pedágio urbano. E Oregon já está testando um sistema mais amplo para tarifar os veículos com base na quilometragem percorrida.

"É um momento realmente empolgante na históriadas apostasNova York – e para todo o país", afirma Slevin.

A consultoradas apostaspolíticas urbanas Diana Lind chegou a sugerir que esta inovaçãodas apostastermos nacionais nos Estados Unidos pode ajudar a marcar o iníciodas apostasuma mudança mais ampla, reduzindo o usodas apostascarros movidos a gasolina.

Para ela, "o pedágio urbano costuma influenciar outras cidades que estão tentando descobrir como promover o transporte público e opçõesdas apostasmobilidade mais sustentáveis, como caminhar e andardas apostasbicicleta".

Lind observa que, quando ficou claro que Nova York estava estudando a adoção do pedágio urbanodas apostas2019, a cidade da Filadélfia também começou a pensar nessa possibilidade. E, quando o plano chegou novamente às manchetesdas apostas2023, cidades como Los Angeles também passaram a estudar a aplicação do sistema.

"As cidades olham umas para as outrasdas apostasbusca das melhores práticas", segundo ela. "E, se o programadas apostasNova York for bem sucedido, outros prefeitos sem dúvida irão começar a pensardas apostasformasdas apostasimplementar algo similar."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.