Gripe espanhola: por que a epidemia que matou milhões foi tão letal?:1xslot

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O custo humano da pandemia1xslot1918 foi tão grande que muitos médicos continuam a descrevê-la como o "maior holocausto médico da história". Mas o que fez dela tão mortífera? E esse conhecimento poderia nos ajudar a nos preparar para uma pandemia semelhante no futuro?
Entender essas pandemias seria impossível sem os enormes avanços da medicina ao longo do século 20. Os médicos1xslot1918 tinham acabado1xslotdescobrir a existência dos vírus.
"E eles não sabiam que um vírus causava essas doenças", diz Wendy Barclay, da Universidade Imperial College London, uma das mais importantes do Reino Unido. Tampouco existiam medicamentos e vacinas antivirais que agora podem ajudar a conter1xslotpropagação e promover uma recuperação mais rápida dos doentes.
Muitas mortes por gripe também são causadas por infecções bacterianas secundárias que se instalam no paciente enfraquecido, causando complicações como a pneumonia. Antibióticos como a penicilina - descoberta1xslot1928 - permitem agora que médicos reduzam esse risco, mas1xslot1918 esse tratamento não existia.
Defesas mais robustas
"Nossa infraestrutura1xslotsaúde e ferramentas1xslotdiagnóstico e terapêuticas são muito mais avançadas hoje", diz Jessica Belser, que trabalha na divisão1xslotinfluenza do Centro1xslotControle e Prevenção1xslotDoenças (CDC) dos EUA.
Além da falta1xslotferramentas médicas básicas1xslot1918, as mortes também teriam sido um resultado direto das terríveis condições1xslotvida naquele momento trágico da história da humanidade. As trincheiras se tornaram o ambiente perfeito para infecções entre soldados da Primeira Guerra Mundial.
"O vírus surgiu quando as populações, que anteriormente tinham pouco contato umas com as outras, se encontraram no campo1xslotbatalha", diz Patrick Saunders-Hastings, da Universidade Carleton,1xslotOttawa, no Canadá. "E,1xslotmuitos casos, eles estavam subnutridos e se recuperando1xslotoutros ferimentos". As deficiências1xslotvitamina B,1xslotparticular, aumentaram as taxas1xslotmortalidade1xslotpandemias posteriores, diz ele.
Mesmo aqueles que não lutaram na guerra viviam1xslotambientes fechados e populosos, que acabaram potencializando a exposição ao vírus. Isso não apenas acelerou a transmissão, elevando as chances1xslotque as pessoas fossem infectadas, mas também aumentou a gravidade dos sintomas.
"Sabemos que quanto maior a carga viral, mais doente você fica, porque o vírus é capaz1xslotsobrecarregar o sistema imunológico e se manter mais potente1xslotseu corpo", explica Barclay.
"Também sabemos que uma melhoria nas condições1xslotsaneamento e higiene, associada à industrialização e à diminuição generalizada da pobreza, contribuíram significativamente para a queda da mortalidade por doenças infecciosas no século 20", diz Kyra Grantz, da Universidade da Flórida.
Analisando documentos arquivados1xslotChicago durante a pandemia1xslot1918 , Grantz mostrou que fatores como densidade populacional e desemprego influenciavam diretamente a chance1xslotalguém contrair a doença.

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Curiosamente, os dados também parecem mostrar uma forte ligação entre o risco1xslotmortalidade e as taxas1xslotanalfabetismo1xslotdiferentes regiões da cidade.
Isso porque o analfabetismo é um indicador1xslotpobreza. Mas é possível que a falta1xsloteducação formal1xslotuma pessoa também tenha desempenhado um papel direto na progressão da doença.
"Houve enormes esforços feitos por autoridades1xslotsaúde pública para deter o surto1xslotChicago, incluindo uma quarentena1xslottoda a cidade, o fechamento1xslotescolas e a proibição1xslotaglomerações sociais", diz Grantz. "Mas essas medidas só são eficazes se as pessoas entendem por que estão sendo tomadas e aderirem a elas"
Caso extremo
Apesar1xslottais fatores, muitos cientistas acreditam que o vírus1xslotsi também foi particularmente violento - embora tenha sido necessário mais1xslotum século para entender exatamente o motivo.
No momento1xslotque as técnicas para capturar, armazenar, cultivar e analisar vírus haviam sido inventadas, a cepa original já tinha desaparecido. Mas os recentes avanços na tecnologia genômica permitiram aos cientistas ressuscitar um vírus ativo a partir1xslotamostras históricas inertes. Eles, então, o usaram para infectar animais1xslotlaboratório, como macacos, e estudar seus efeitos.
Além1xslotse replicar muito rapidamente, a cepa1xslot1918 parece desencadear uma resposta particularmente intensa do sistema imunológico, incluindo uma rápida liberação1xslotcélulas brancas e moléculas inflamatórias.
Embora uma resposta imunológica robusta deva nos ajudar a combater a infecção, uma reação exagerada desse tipo pode sobrecarregar o organismo, levando a uma inflamação grave e a um acúmulo1xslotlíquido nos pulmões que pode aumentar a chance1xslotinfecções secundárias.
Essa "tempestade imunológica" pode ajudar a explicar por que os adultos jovens e saudáveis - que normalmente se recuperam1xslotuma gripe mais rápido - foram os mais afetados, já que seus sistemas1xslotdefesa são mais fortes.
Origens
Mas para entender por que a cepa1xslot1918 teria esse efeito, precisamos retornar às suas origens.
Acredita-se que a gripe1xslot1918 evoluiu1xslotuma cepa que infecta normalmente aves - passando por mutações que lhe permitiram infectar as vias aéreas superiores. Isso fez com que ela passasse a ser transmitida pelo ar com mais facilidade - por meio1xslottosses e espirros.
Esse aspecto é importante por duas razões. Sem exposição prévia ao vírus, o sistema imunológico do corpo não teria sido capaz1xslotproduzir uma resposta eficiente.

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Igualmente importante é o fato1xslotque o vírus1xslotsi ainda não tinha se adaptado totalmente à vida1xslotum corpo humano. Ao contrário do que muitos pensam, não é do interesse1xslotum vírus matar seu hospedeiro.
"Não é bom para o vírus matar o hospedeiro assim que ele é infectado, porque esse hospedeiro tem menos chance1xslottransmitir o vírus para outras pessoas", diz Barclay. Em vez disso, só precisa "pegar uma carona" por tempo suficiente para se espalhar pela tosse e pelo espirro. Como resultado, a maioria dos vírus evolui para se tornar menos patogênico ao longo do tempo - mas isso não aconteceu com o1xslot1918.
As pandemias posteriores, por outro lado, já tinham incorporado algumas dessas adaptações antes1xslotse espalharem pelo mundo - e, como resultado, acabaram sendo menos mortíferas.
A pandemia1xslot1957, por exemplo, surgiu quando uma cepa humana existente do vírus adquiriu alguns genes1xslotuma espécie1xslotaves. O resultado foi uma versão altamente contagiosa, mas os componentes humanos existentes significavam que ela ainda era menos letal que um vírus puramente1xslotorigem aviária.
Da mesma forma,1xslot1968, a chamada gripe1xslotHong Kong veio1xslotoutra versão "remontada" dos vírus existentes que já carregavam adaptações menos virulentas.
A pandemia1xslot2009, por1xslotvez, foi uma gripe suína originada1xslotporcos - que, embora não idênticos aos humanos, têm características mais semelhantes às nossas do que as das aves, ou seja, já acumulou algumas adaptações que atenuaram1xslotvirulência.
Estudar esses processos não apenas nos ajuda a entender tragédias do passado, identificando as características genéticas que foram responsáveis pelos efeitos devastadores da pandemia1xslot1918, mas também nos preparar para evitar tragédias semelhantes no futuro.
"Do meu ponto1xslotvista, ter mais informações sobre os vírus pandêmicos do passado pode ajudar a orientar nossa tomada1xslotdecisão e conhecimento, assim como nos orientar sobre como lidar melhor com futuras ameaças", conclui Belser.
- 1xslot Leia a versão original desta matéria (em inglês) 1xslot no site da BBC Future
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