Vilões americanos e diretores sequestrados: 10 fatos sobre o cinema norte-coreano:gol pix casa de aposta

Foto: Lianain Films
Legenda da foto, O Exército norte-coreano dirige centrogol pix casa de apostaproduçãogol pix casa de apostafilmesgol pix casa de apostaguerra e fornece figurantes

O talentogol pix casa de apostaShin como diretor fez com que a qualidade das produções melhorasse na Coreia do Norte.

"Shin conseguiu usar as fórmulas ultrapassadas da propaganda norte-coreana e transformá-lasgol pix casa de apostaótimos filmes", disse Johannes Schonherr, autor do livro North Korean Cinema: A History ("Cinema Norte-Coreano: Uma História",gol pix casa de apostatradução livre).

"Ele mudou a qualidade do cinema norte-coreano. Outros filmes do país também ficaram melhores devido àgol pix casa de apostainfluência."

Entre os filmes mais popularesgol pix casa de apostaShin estão Fugitivo, um longagol pix casa de apostaação que acabagol pix casa de apostaum trem que explode, e Pulgasari, um filme norte-coreano sobre um monstro, inspiradogol pix casa de apostaGodzilla.

Mas,gol pix casa de aposta1986, durante uma viagemgol pix casa de apostanegócios a Viena, na Áustria, Shin e a atriz Choi Eun-hee conseguiram escapar das autoridades norte-coreanas.

O diretor continuougol pix casa de apostacarreira nos Estados Unidos e na Coreia do Sul atégol pix casa de apostamorte,gol pix casa de aposta2006.

2- Os piores atores eram americanos

Muitos atores norte-coreanos passaram pela Universidadegol pix casa de apostaArtes Dramáticas e Cinematográficasgol pix casa de apostaPyongyang.

Mas, como eram ferramentasgol pix casa de apostapropaganda, os filmes do país também precisavamgol pix casa de apostapersonagens estrangeiros, especialmente americanos, para se passar por vilões.

"Se (a Coreia do Norte) precisassegol pix casa de apostaestrangeiros para seus filmes, eles pediriam (a estrangeiros) que já vivessem lá", afirmou Schonherr.

"Quase todo mundo - estudantes estrangeiros, professores e esportistas - poderiam receber uma proposta. E as pessoas geralmente não rejeitavam."

Charles Jenkings (Arquivo/Getty)
Legenda da foto, Charles Jenkins disse que foi obrigado a atuar nos longas norte-coreanos

Mas, estes estrangeiros não se envolviam com o assunto do filme e "eram péssimos atores emgol pix casa de apostamaioria", acrescenta o especialista.

Alguns dos atores americanos mais conhecidos a atuaremgol pix casa de apostaproduções norte-coreanas foram Charles Jenkins, Larry Abshier, Jerry Parish e James Dresnok, que desertaram para a Coreia do Norte na décadagol pix casa de aposta1960.

Os quatro fizeram papéisgol pix casa de apostacapitalistas malvadosgol pix casa de apostauma sériegol pix casa de apostafilmesgol pix casa de apostapropaganda, Heróis sem Nome,gol pix casa de aposta1978.

Charles Jenkins disse depois que foi obrigado a atuar nos filmes e que ir para a Coreia do Norte foi a "coisa mais estúpida" que ele fez.

James Dresnok, ainda está no país e seria famoso entre os norte-coreanos.

3- O filme irá até você

O cinema é popular no país provavelmente devido às opções limitadasgol pix casa de apostadiversão noturna.

"Assistir a filmes é, ou pelo menos costumava ser, um dos passatempos prediletos (no país)", disse Schonherr.

Desertores norte-coreanos entrevistados pelo escritor descreveram memórias agradáveisgol pix casa de apostasessõesgol pix casa de apostacinema nos anos 1980 e 1990. "O cinema era o local onde eles se encontravam com os amigos", acrescentou o especialista.

No entanto, os filmes norte-coreanos também eram mostradosgol pix casa de apostafábricas, fazendas coletivas e unidades do Exército, segundo Mark Morris, professor palestrante da Faculdadegol pix casa de apostaEstudos da Ásia e Oriente Médio da Universidadegol pix casa de apostaCambridge.

"Não é uma questãogol pix casa de apostacomprar o ingresso para ver seu filme favorito - você receberia a programação e, geralmente, era uma boa ideia aparecer na sessão", disse.

Frequentemente um comissário estaria na sessão e perguntaria aos presentes qual era a avaliação do filme, segundo Morris.

Assim, as "pessoas teriam o cuidadogol pix casa de apostaentender a mensagem política dos filmes".

4- Uma mensagem: promover os Grandes Líderes

Os filmes da Coreia do Norte se encaixamgol pix casa de apostavários gêneros diferentes, mas todos têm a mesma mensagem.

"Tudo se volta para a promoçãogol pix casa de apostaKim Il-sung, Kim Jong-il ou do partido", afima Simon Fowler, um críticogol pix casa de apostacinema e autorgol pix casa de apostaum blog sobre os filmes norte-coreanos.

Os longas que se passam antes da era Kim mostram "um contraste entre a vida no pasado e a vida muito melhor (sob o domínio dos Kim)", disse.

Por exemplo: A Florista mostra a Coreia do Norte sob a ocupação japonesa, com os personagens sofrendo com a opressão dos proprietáriosgol pix casa de apostaterras, apoiados pelos japoneses.

A situação muda quando membros do Exército Revolucionário Coreano chegam para acabar com o poder dos proprietários, comogol pix casa de apostauma previsãogol pix casa de apostaum futuro melhor na Coreia do Norte "liberada" pelo Exércitogol pix casa de apostaKim Il-sung.

Foto: Lianain Films
Legenda da foto, Os líderes norte-coreanos são sempre assunto nos filmes, mas nunca aparecem

Outro exemplo são os filmesgol pix casa de apostaartes marciais, nos quais os vilões são sempre japoneses ou americanos,gol pix casa de apostaacordo com Johannes Schonherr.

Mas, apesar das tensões com a Coreia do Sul, os sul-coreanos não são mostradosgol pix casa de apostauma forma tão ruim.

"Se eles são sul-coreanos, sempre há esperança, e eles geralmente são educados ou convencidos no final do filme", disse Schonherr.

5- ... Mas não mostrá-los na tela

Raramente os líderes Kim Il-sung e Kim Jong-il serão vistos nos filmes do país.

Eles são mostradosgol pix casa de apostaforma indireta.

"Por exemplo,gol pix casa de apostaum filmegol pix casa de apostaguerra, alguém vai atender um telefonemagol pix casa de apostaKim Il-sung dando uma grande sugestão militar", dise Morris.

"Todos vão arrumar as próprias roupas quando o telefone tocar e o general vai pegar o telefone como se fosse um objeto vivo e brilhante."

Simon Fowler descreve uma cena do longa Maratonista, no qual a protagonista é mostrada correndogol pix casa de apostauma colina para tentar ver o comboiogol pix casa de apostaKim Jong-il.

Ela não consegue ver o comboio, mas toca os rastros dos pneus.

"Ela chora, emocionada, por ter tocado os rastros do pneu (do comboio)", disse Fowler.

6- O Exército também atua

Os laços da Coreia do Norte com os vizinhos e a história com o Japão, que colonizou o pais entre 1910 e 1945, fazem com que filmes épicosgol pix casa de apostaguerra sejam parte central da estratégiagol pix casa de apostapropaganda.

"Estruturalmente, a ocupação japonesa é absolutamente crucial para os filmes norte-coreanos", disse Morris.

O Exército norte-coreano dirige um centrogol pix casa de apostaprodução específico para filmesgol pix casa de apostaguerra, segundo Morris.

"Eles fornecem soldados como figurantes,gol pix casa de apostagraça, além dos equipamentos necessários."

Lynn Lee mostrou a indústria cinematográfica da Coreia do Nortegol pix casa de apostaseu documentário The Great North Korean Picture Show.

Ela teve acesso ao setgol pix casa de apostafilmagensgol pix casa de apostaum longagol pix casa de apostaguerra "que tinha um elencogol pix casa de apostacentenasgol pix casa de apostasoldados", dirigidos pelo cineasta norte-coreano Pyo Hang.

O documentário mostra o diretor repreendendo os soldados pelo fatogol pix casa de apostaeles não se mostrarem tristes o bastantegol pix casa de apostauma cenagol pix casa de apostaque são obrigados a entregar as armas para os japoneses. Para fazer os soldados chorarem a solução foi usar colírio.

7- Filmes mostram mulheres fortes e homens comuns

A Coreia do Norte sempre foi liderada por homens, masgol pix casa de apostapropaganda mostra personagens femininos fortes.

Atletas, militares, espiãs e até uma controladoragol pix casa de apostatrânsito já foram personagensgol pix casa de apostafilmes.

Heróis masculinos são mostradosgol pix casa de apostafilmes mais antigos, especialmente osgol pix casa de apostaartes marciais, mas há "muitos homens fracos" nos filmes recentes, segundo Mark Morris.

"Normalmente, as mulheres precisam ensinar os homens a serem bons seguidores".

Cartazgol pix casa de apostafilme (Foto: Lianain Films)
Legenda da foto, Longas mostram mulheres fortes e homens comuns, mas as mulheres têm como único destino o casamento

Morris acredita que isto se encaixa na narrativagol pix casa de apostapropagandagol pix casa de apostaPyongyang.

"As figuras abrangentes na Coreia do Norte são homens da família Kim. Eles não querem adversários, então você não tem um herói masculino", afirmou.

As personagens femininas podem ser fortes, mas elas sempre sabem que lugar devem ocupar no final.

"Mulheres fortes (nos filmes) geralmente acabam tendo que se casar - as vidas delas não são consideradas completas antes disso", afirmou Morris.

8- Mr. Bean chegou à Coreia do Norte

A imprensa e a internet são controladas, mas alguns filmes estrangeiros conseguem chegar ao país.

Estes filmes são mostrados no Festival Internacionalgol pix casa de apostaCinemagol pix casa de apostaPyongyang, que ocorre a cada dois anos.

Entre os filmes exibidos estavam os longas do Mr. Bean e Elizabeth - A Eragol pix casa de apostaOuro. O musical Evita provavelmente foi o único filme americano a ser mostrado na Coreia do Norte.

Fora do festival é raro para um norte-coreano assistir a filmes estrangeiros. No entanto, a comédiagol pix casa de apostafutebol britânica Driblando o Destino se transformou no primeiro a ser exibido na televisão norte-coreanagol pix casa de aposta2010, como parte dos esforços da Grã-Bretanha para se aproximar do país.

O filme foi considerado apropriado devido ao amor dos norte-coreanos pelo futebol.

9- Bicicletas estão proibidas

Alguns cineastas estrangeiros que tiveram permissão para entrar na Coreia do Norte contaram como os censores do país pensam.

Quando os diretores Lynn Lee e James Leong fizeram seus documentários sobre o cinema no país, eles tiveram que obedecer restrições severas, incluindo permitir que as imagens feitas fossem mostradas para os censores no finalgol pix casa de apostacada diagol pix casa de apostafilmagem.

Como eles eram acompanhados durante a visita, as chancesgol pix casa de apostagravar algo inapropriado eram relativamente limitadas. Mas, mesmo assim, alguns censores fizeram restrições surpreendentes.

Bicicletas e cabos elétricos (arquivo/AP)
Legenda da foto, Censores não gostamgol pix casa de apostaimagensgol pix casa de apostabicicletas ou cabosgol pix casa de apostaeletricidade

"Os censorers não gostaram (de imagens de) pessoasgol pix casa de apostabicicletas ou pessoas com botões (das roupas) abertos", disse Lee.

Imagensgol pix casa de apostacabos elétricos nas ruas também foram proibidas.

"Acho... que eles queriam que a cidade e as pessoas parecessem arrumadas. Estou apenas imaginando isto, pois nunca nos encontramos como os censores", disse Lee.

10- Enquadre os Kimgol pix casa de apostaforma apropriada

Outro ponto complicado para Lee foi como as imagensgol pix casa de apostaKim Il-sung e Kim Jong-il eram enquadradas.

"Os censores não gostavamgol pix casa de apostaimagens que enquadravam os líderesgol pix casa de apostaforma incompleta. Eles tinham que ser totalmente enquadrados. Se você cortasse uma partegol pix casa de apostauma imagem ou estátua, as cenas seriam rejeitadas", disse Lee.

"Isto gerava alguns problemas, pois fizemos muitas imagens e, algumas vezes, você nem percebia que (a imagem ou estátua dos líderes) estava lá quando a câmera estava focadagol pix casa de apostaalguémgol pix casa de apostafrente a eles."

Uma parte inteira do documentáriogol pix casa de apostaLee teve que ser refeita pois se passava no Museugol pix casa de apostaCinema da Coreia do Norte e as imagens da família Kim não tinham sido enquadradasgol pix casa de apostaacordo com o gosto dos censores.