Barack Obama: o primeiro negro na Presidência dos EUA:bet flamengo

O presidente Barack Obama

Crédito, Alex Wong/Getty Images

Legenda da foto, O presidente Barack Obama chegou à Presidência aos 47 anos e foi reeleito quatro aos depois

bet flamengo O ano era 2004. Os Estados Unidos travavam duas guerras no Oriente Médio que se tornavam mais difíceis e sangrentas a cada dia. A mais recente, no Iraque, havia sido iniciada pelos americanos para eliminar armasbet flamengodestruiçãobet flamengomassa que ninguém mais acreditava que existissem. Na cidadebet flamengoBoston, no fim do mêsbet flamengojulho, o Partido Democrata realizavabet flamengoconvenção para lançar oficialmente a candidaturabet flamengoJohn Kerry à Presidência.

Durante o evento, surgiu pela primeira vez para o grande público americano um jovem advogado e candidato a senador pelo Estadobet flamengoIllinois,bet flamengo42 anos - "magro e com um nome engraçado", como ele se descreveria. Em pouco maisbet flamengo15 minutos, Barack Hussein Obama, ou simplesmente Barack Obama, cativou os presentes como poucos oradores eram capazesbet flamengofazer.

"Quando nós enviamos nossos jovens homens e mulheres a situaçõesbet flamengoperigo, nós temos uma obrigação solenebet flamengonão maquiar os números ou esconder a verdade sobre por que eles estão indo", disse Obamabet flamengoseu discurso, numa clara referência à Guerra do Iraque. A oposição ao então governobet flamengoGeorge W. Bush, no entanto, não foi o que marcou a primeira falabet flamengoObamabet flamengoalcance nacional. Foibet flamengocrença na possibilidadebet flamengounião. "Não existe uma América liberal e uma América conservadora, existem os Estados Unidos da América. Não existe uma América negra e uma América branca, uma América latina e uma América asiática, existem os Estados Unidos da América."

Obama discursabet flamengo2004

Crédito, Ramin Talaie

Legenda da foto, O empolgante discursobet flamengoObama na convenção democratabet flamengo2004 o tornou conhecido nacionalmente

A resposta dos presentes foi eufórica, e ficou claro que os democratas tinham um possível novo líder para o futuro. Depois que John Kerry foi derrotado por Bush nas urnas e Obama inicioubet flamengocarreira no Senado, muitos passaram a crer que esse futuro poderia ocorrer mais cedo. Quatro anos e meio mais tarde, Obama se tornaria o 44º Presidente dos Estados Unidos, o primeiro negro no comando da maior potência do planeta.

bet flamengo Uma candidatura antecipada

Em maiobet flamengo2006, o músico canadense-americano Neil Young lançou o álbum Living With War (Vivendo Com a Guerra), repletobet flamengocríticas à guerra no Iraque e ao governo Bush. Na faixa Lookin' for a Leader, Young diz que os Estados Unidos precisambet flamengoum novo líder e lista algumas opções. "Talvez seja Obama / Mas ele pensa que ele é jovem demais", dizia um dos versos. Essa era a avaliaçãobet flamengomuitos na época: um dia o cativante e jovem senador seria um ótimo presidente, mas ainda era muito cedo. Além disso, o Partido Democrata tinha uma senadora mais experiente e influente interessada na candidatura a presidente, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton.

Públicobet flamengocomíciobet flamengoLas Vegas

Crédito, Ethan Miller

Legenda da foto, A campanhabet flamengoObama movimentou especialmente a comunidade negra e o público jovem americano

No iníciobet flamengo2006, Obama indicava que não se candidataria a presidente no pleitobet flamengo2008. Sua ascensão nas bases do Partido Democrata, no entanto, parecia difícilbet flamengoser contida. Em outubrobet flamengo2006, o senador lançava seu segundo livro, A Audácia da Esperança - Pensamentos sobre a Recuperação do Sonho Americano, o que o colocoubet flamengodestaque na mídia, com entrevistasbet flamengorevistas, jornais e canaisbet flamengotelevisão. A empolgaçãobet flamengotornobet flamengoseu nome cresciabet flamengogrande parte do país, tanto que ele passou a admitir a possibilidadebet flamengodisputar a Casa Branca. "Eu ainda não tomei uma decisãobet flamengome candidatar a um cargo superior, mas é verdade que eu pensei nisso nos últimos meses", disse Obama, cujo mandatobet flamengosenador só terminariabet flamengo2011.

Sua popularidade crescia a olhos vistos, e a possibilidade tornou-se fatobet flamengo10bet flamengofevereirobet flamengo2007. Na cidadebet flamengoSpringfield,bet flamengoIllinois, Estado que representava no Senado, Barack Obama anuncioubet flamengocandidatura a presidente. "Eu reconheço que exista uma certa presunção - uma certa audácia - neste anúncio. Eu sei que eu não passei muito tempo aprendendo como as coisas sãobet flamengoWashington. Mas eu estive lá o tempo suficiente para saber que a forma como as coisas sãobet flamengoWashington precisa mudar", afirmou embet flamengofala, repletabet flamengochamados por mudança. "Sejamos a geração que deixa futuras gerações orgulhosas do que nós fizemos aqui."

Obama discursabet flamengoIndianápolis

Crédito, Joe Raedle

Legenda da foto, Os discursosbet flamengoObamabet flamengo2008 atraíam enormes multidçoes, comobet flamengoIndianápolis

Contrabet flamengoadversária nas primárias democratas, Hillary Clinton, Obama representou a força do novo contra a política tradicional praticadabet flamengoWashington. Na chamada Super Tuesday da disputa,bet flamengofevereirobet flamengo2008, Obama discursoubet flamengoChicago apostando nessa diferença. "Neste outono, nós devemos ao povo americano uma escolhabet flamengoverdade. É mudança contra mais do mesmo. É o futuro contra o passado."

Como fazia com frequência, Obama lembrou que havia se oposto à invasão do Iraque, ao contráriobet flamengoClinton, que como senadora aprovara a operação militar. Desse discurso, saiu uma das falas mais memoráveis do futuro presidente americano. "A mudança não virá se nós esperarmos por alguma outra pessoa ou algum outro tempo. Nós somos aqueles por quem nós temos esperado. Nós somos a mudança que nós buscamos."

Depoisbet flamengouma disputa acirrada e às vezes raivosa, Obama sagrou-se vencedor. Em 7bet flamengojunho, a senadora Clinton admitiu a derrota e prometeu trabalhar pela eleição do candidato democrata. "Hoje eu me coloco ao lado do senador Obama para dizer 'Yes, we can' (Sim, nós podemos)", afirmou Clinton, repetindo o sloganbet flamengocampanha do agora ex-adversário. Estava praticamente selado o destino das eleições presidenciais americanasbet flamengo2008. Com um governo abalado pela impopular guerra no Iraque e a gigantesca crise financeira daquele ano, a vitória da oposição era quase certa. O candidato republicano, senador John McCain, não foi páreo para a plataformabet flamengomudança e o carisma do democrata. Em novembro, com uma vantagembet flamengo192 votos no Colégio Eleitoral e 52,9% dos votos totais, Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos. O filhobet flamengoum imigrante queniano com uma americana branca seria o primeiro afro-americano a ocupar a Casa Branca.

A famíia Obama na possebet flamengo2009

Crédito, MANDEL NGAN/Getty Images

Legenda da foto, Obama esteve acompanhadobet flamengosua mulher, Michelle, e suas duas filhas na cerimôniabet flamengopossebet flamengo2009

A possebet flamengoObama entrou para a história por vários motivos. Ele era o primeiro presidente americano negro, um jovem políticobet flamengo47 anos. Havia obtido a indicação do Partido Democrata enfrentando forças tradicionais dentro da agremiação e derrotou o partido que estava no poder prometendo um marbet flamengomudanças. O movimento que o levara à Presidência envolvera especialmente jovens e foi o primeiro esforço políticobet flamengogrande impacto a utilizar as armas da internet - e as então novas redes sociais. Obama era o primeiro político americano tipicamente do século 21.

Sua possebet flamengoWashington teve a presençabet flamengouma multidão avaliadabet flamengocentenasbet flamengomilharesbet flamengopessoas. Beyoncé cantou o hino americano, e Aretha Franklin interpretou America (My Country, 'Tis of Thee) - antigo hino que usa a mesma melodia do hino britânico God Save the Queen. Para os Estados Unidos, particularmente para a comunidade negra americana, foi um momento inesquecível.

bet flamengo A economia

A expectativa e a importância histórica que acompanharam a eleiçãobet flamengoBarack Obama eram tão grandes quanto a pressão sobre o novo presidente. Sua mais importante tarefa era retirar a economia do atoleirobet flamengoque estava devido à crise financeira. O PIB (Produto Interno Bruto) americano vinhabet flamengodeclínio desde o iníciobet flamengo2008, tendo desabado no último trimestre do ano. Não precisou, porém, terminar o ano para que a recessão no país fosse oficializada. Em 1ºbet flamengodezembro, o Departamento Nacionalbet flamengoPesquisa Econômica, grupo privadobet flamengoeconomistas encarregadosbet flamengoidentificar ciclos na atividade nacional, disse que os Estados Unidos estavambet flamengorecessão desde dezembrobet flamengo2007. A quedabet flamengo2008 acabou sendobet flamengo-0,14%, com uma curva ainda mais forte para baixobet flamengo2009.

Caminhonetes da Ford,bet flamengo2008

Crédito, Spencer Platt

Legenda da foto, Obama aumentou os esforços iniciados por Bush para salvar a indústria automobilística

Obama não perdeu tempo. Em dezembro o Federal Reserve (banco central americano) já reduzira a taxabet flamengojuros anual para 0,25%, a menor na história do país, então o novo governo acreditava que não havia mais o que ser feitobet flamengotermosbet flamengopolítica monetária. Era necessária uma intervenção direta, com um grande estímulo do Estado, por meiobet flamengocortesbet flamengoimpostos, auxílio desemprego, aumento na ofertabet flamengocrédito e outras medidas. Em 17bet flamengofevereirobet flamengo2009, o novo presidente assinou um pacotebet flamengoajuda para reativar a economia americana no valorbet flamengoUS$ 787 bilhões. Apesarbet flamengoastronômico, o valor poderia ter sido maior, segundo alguns argumentam.

Em 2013, a ex-chefe do Conselhobet flamengoConselheiros Econômicos no início da gestão Obama, Christina Romer, disse que o número que ela considerava necessário na época erabet flamengoUS$ 1,8 trilhão. "Uma ajuda ainda maior certamente teria sido melhor." Segundo ela, o montante ideal não era politicamente viável. Barack Obama começava então seu governo já sabendo que teria sempre que equilibrar as necessidades do país, suas intenções como presidente e o que seria possível politicamente, considerando as outras forçasbet flamengojogo - do mercado financeiro ao Congresso americano.

O governo Obama também ampliou o esforço iniciado por George W. Bush para salvar uma indústria simbólica para os americanos: o setor automotivo. As três principais fabricantesbet flamengoveículos dos país, General Motors, Chrysler e Ford, já sofriambet flamengodiferentes males antes da crise financeira. Com a recessão histórica que assolava os Estados Unidos, a sobrevivência do setor, especialmentebet flamengoGM e Chrysler, estava ameaçada. Bush forneceu então uma ajudabet flamengoUS$ 17,4 bilhões, para as duas montadoras, que foi multiplicada por Obama.

Obama ebet flamengoequipe econômica

Crédito, Pool

Legenda da foto, Nos primeiros dois anosbet flamengogoverno, a economia foi a principal preocupação domésticabet flamengoObama

No iníciobet flamengo2019, o novo presidente transformou o auxílio num verdadeiro resgate, injetando dinheiro nas empresasbet flamengotrocabet flamengosuas ações. Na prática, a GM, seu braço financeiro GMAC e Chrysler foram nacionalizadas, a um custo inicialbet flamengoUS$ 80,7 bilhões. A Ford, que não participou do resgate, recebeu posteriormente US$ 5,9 bilhõesbet flamengoempréstimos do governo.

Tirar o país da recessão foi a principal missão do primeiro anobet flamengoObama na Casa Branca. Suas ações começaram a dar resultado já no terceiro trimestrebet flamengo2009. Segundo balanço feito pelo site The Balance, com dados do Departamentobet flamengoOrçamento do Congresso, a economia americana cresceu 1,7%bet flamengojulho a setembro e 3,8% no último trimestre - aliviando o impacto da quedabet flamengo6,7% nos primeiros três meses do ano. O primeiro anobet flamengoObama na Presidência registrou uma variação negativa do PIBbet flamengo-2,54%, mas o país voltou a crescerbet flamengo2010, um aumentobet flamengo2,56%. O ciclo positivo continuoubet flamengo2011, com crescimentobet flamengo1,55%, e 2012, com 2,25%.

bet flamengo Sucesso global, Nobel precipitado

Depoisbet flamengooito anosbet flamengounilateralismo e das aventuras militaresbet flamengoGeorge W. Bush, o mundo - oubet flamengomaioria - recebeu Barack Obamabet flamengobraços abertos. Na Europa, mesmo antesbet flamengovencer a disputa presidencial, Obama já tinha statusbet flamengoastro. Em julhobet flamengo2008,bet flamengomeio abet flamengocampanha contra o republicano John McCain, o então candidato democrata esteve no Velho Continente e fez um discurso na capital da Alemanha, Berlim. Falou diantebet flamengocercabet flamengo200 mil pessoas, e defendeu uma maior aproximação entre Estados Unidos e Europa. O clima no evento, segundo o correspondente da BBC News, não lembrava a visitabet flamengoum político estrangeiro. "A apariçãobet flamengoObama no parque Tiergarten teve um arbet flamengoconcertobet flamengorock.

Obama discursa no Cairo

Crédito, SAUL LOEB/Getty Images

Legenda da foto, Em 2009, Obama fez no Egito umbet flamengoseus mais importantes discursos, ao se dirigir à população árabe

Já na Presidência, ele fez um discursobet flamengoimportância ainda maior, emborabet flamengoefeitos incertos. Em junhobet flamengo2009, Barack Obama falou no teatro da Universidade do Cairo, no Egito, para uma atenta plateia que embet flamengochegada ao palco o aplaudiubet flamengopé. Sua mensagem, porém, exposta num discursobet flamengo55 minutos, era endereçada a um público muito maior: os 1,5 bilhãobet flamengomuçulmanos no mundo todo.

"Eu vim aqui para buscar um novo começo entre os Estados Unidos e muçulmanos do mundo todo, baseado no interesse e respeito mútuos. E baseado na verdadebet flamengoque a América e o Islã não são exclusivos", afirmou o presidente, que concluiu com um chamado por uma convivência pacífica entre os povos. "O povo do mundo pode viver junto,bet flamengopaz. Nós sabemos que essa é a visãobet flamengoDeus. Agora, isso precisa ser o nosso trabalho aqui na Terra."

A reação entre a nação muçulmana foi mista. O governo iraquiano recebeu bem as palavras do presidente, e a liderança do grupo islâmico palestino Hamas disse que elas eram bem-vindas, mas precisavam ser acompanhadasbet flamengoações. A Autoridade Palestina gostou do que ouviu, mas o grupo libanês Hezbollah chamou a intervençãobet flamengo"sermãobet flamengoque o Mundo Islâmico não precisa". A Irmandade Muçulmana, movimento islamista egípcio, chamou a falabet flamengoObamabet flamengoum "exercíciobet flamengorelações públicas", e o aiatola Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse que a imagem americana não será mudada apenas com "discursos e slogans".

Thorbjoern Jagland e Barack Obama

Crédito, STR

Legenda da foto, Obama recebeu seu prematuro Nobel da Paz das mãos do presidente do comitê, Thorbjoern Jagland,bet flamengo2009

Houve quem ficasse particularmente convencido pelas palavrasbet flamengoObama, não apenas as ditas no Cairo, mas as ouvidas por todo aquele ano: o comitê do Prêmio Nobel. Em outubro, quando o presidente ainda tinha menosbet flamengonove meses no cargo, Barack Obama foi anunciado como vencedor do Nobel da Pazbet flamengo2009. O anúncio, recebido com surpresa no mundo todo, deixou o próprio presidente aparentemente constrangido. Em pronunciamento na Casa Branca no mesmo dia, disse estar "surpreso" e que não considerava merecer estar ao ladobet flamengoalgumas "figuras transformadoras" que receberam o prêmio. Em 10bet flamengodezembro, Obama recebeu o prêmio numa cerimôniabet flamengoOslo, na Noruega. Em 2015, Geir Lundestad, ex-secretário do Nobel, disse que a escolha visava fortalecer Obama, mas admitiu que o comitê fracassou nessa intenção. "Mesmo muitos dos apoiadoresbet flamengoObama acreditaram que o prêmio foi um erro."

bet flamengo Iraque, Afeganistão e bombardeios

A principal tarefa do presidente, agora Nobel da Paz, para o Oriente Médio e o mundo muçulmano era encerrar suas operações militares no Iraque e no Afeganistão, iniciadas por seu antecessor. Depoisbet flamengoum pico com 170 mil soldados no paísbet flamengo2007, os americanos começaram a reduzirbet flamengopresença no Iraque ainda no governobet flamengoGeorge W. Bush. Sob Obama,bet flamengomeio a uma redução da violência no Iraque, essa retirada se acelerou, levando ao fim das operaçõesbet flamengocombate envolvendo americanosbet flamengo2010. "A missão americanabet flamengocombate no Iraque chegou ao fim. A Operação Liberdade Iraquiana acabou, e o povo do Iraque agora tem a principal responsabilidade pela segurançabet flamengoseu país", disse Obama,bet flamengopronunciamento na televisão,bet flamengo31bet flamengoagostobet flamengo2010. Em dezembrobet flamengo2011, os últimos 500 soldados dos Estados Unidos deixariam o país.

O anobet flamengo2011 registrou outro marco importante para a biografiabet flamengoBarack Obama. Para um presidente conhecido por seu desejobet flamengoencerrar guerras e promover a paz, era importante para ele mostrar-se capazbet flamengoir atrás do inimigo. Foi o que ele fez com Osama bin Laden, o chefe da rede extremista Al-Qaeda. Em maio, o líder da Al-Qaeda foi finalmente encontrado, quase dez anos depois do 11bet flamengoSetembro. Bin Laden estava numa áreabet flamengoalto padrão na cidadebet flamengoAbbottabad, no Paquistão, a 120 quilômetros da capital, Islamabad, numa construção fortemente protegida. Sem avisar o governo paquistanês, forças especiais da Marinha dos Estados Unidos, conhecidas como SEALs, partirambet flamengohelicópteros saídos do Afeganistão. Pouco depois da 1h do dia 2bet flamengomaio, invadiram o local e mataram Bin Laden a tiros.

Tropas dos EUA no Afeganistão

Crédito, BAY ISMOYO/Getty Images

Legenda da foto, A mortebet flamengoBin Laden foi uma vitóriabet flamengoObama, cujo anúncio da notícia foi visto por tropas no Afeganistão

A mortebet flamengoOsama bin Laden foi anunciada pelo presidente Barack Obama horas depois. Ainda na noite do dia 1º, pelo horáriobet flamengoWashington, Obama falou à nação: "Nesta noite, eu posso informar o povo americano e o mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al-Qaeda". Foi um momentobet flamengoglória para o presidente. Como disse uma análise publicada no diário The Washington Post, o anúncio da mortebet flamengoBin Laden "representa uma enorme vitóriabet flamengosegurança nacional para os Estados Unidos e um marco histórico para este governo". Também mostrou que Washington podia ter perdido o entusiasmo por guerras e invasões, mas era capazbet flamengoagir pontualmente com extrema eficiência para alcançar um objetivo.

A eliminaçãobet flamengoBin Laden foi uma grande vitóriabet flamengoObama, mas a guerra iniciada por causa dele continuava. Em dezembrobet flamengo2009, enquanto se preparava para buscar o Nobel da Paz na Noruega, Obama anunciou o enviobet flamengomais 30 mil soldados ao Afeganistão, mantendo o progressivo aumentobet flamengoforças registrado naquele ano. O Taliban, dizia ele, havia avançado no país e precisava ser contido. Em maiobet flamengo2010, já havia 94 mil soldados americanos no Afeganistão, 2 mil a mais que no Iraque. A guerra americanabet flamengosolo afegão continuou por vários anos, ao contrário do que prometera Obama, e a saída americana foi sendo constantemente adiada.

Clinton e Obama prestam condolências pela morte do embaixador

Crédito, Handout

Legenda da foto, O ataque na Líbia, com a morte do embaixador americano, desgastou Obama ebet flamengosecretária Hillary Clinton

Além do Afeganistão, um tema que parecia resolvido voltaria a assombrar o presidente: o Iraque. Em janeirobet flamengo2011, o Oriente Médio foi tomado pela chamada Primavera Árabe - uma sériebet flamengolevantes populares contra regimes autocráticos na região. Os ditadoresbet flamengoTunísia e Egito foram derrubados, e o Ocidente - a aliança militar Otan, sob a liderançabet flamengoReino Unido e França - usou bombardeios aéreos para ajudar a revolução na Líbia.

A situação na Líbia mostrou-se muito mais complexa e difícil do que Washington, Londres ou Paris imaginavam. Não se tratava apenasbet flamengoderrubar um ditador - no caso, o coronel Muammar Gaddafi - e substituí-lo por um regime democrático. Entre os que ajudaram vencer o regime estavam grupos radicais islamistas. Em 2012, no dia 11bet flamengosetembro - aniversário dos ataquesbet flamengoNova York e Washington,bet flamengo2001 -, a embaixada dos Estados Unidos na cidade líbiabet flamengoBenghazi foi atacada. Quatro pessoas, incluindo o embaixador americano, foram mortas. O grupo Ansar al-Sharia foi acusadobet flamengoorganizar o ataque, mas inicialmente o governo americano disse que o incidente havia sido espontâneo. Hillary Clinton, que ocupava o postobet flamengoSecretáriabet flamengoEstado, desgastou-se com o episódio.

Na Síria, a Primavera Árabe teve outra consequência ainda mais grave: uma sangrenta e duradoura guerra civil, que permitiu o avanço do temido grupo jihadista Estado Islâmico no Iraque e na Síria, ou Isis. Com o caos na Síria,bet flamengo2014 o Isis dominou parte do território sírio e do Iraque e declarou um califado - um "Estado Islâmico", ou EI - , que ameaçava a própria existência dos dois países. Essa reviravolta tornou Obama alvobet flamengocríticas.

Tropas chegam ao Texas

Crédito, Joe Raedle

Legenda da foto, A volta para casa das tropas que estavam no Iraque cumpriu uma promessabet flamengocampanha, mas também gerou críticas

A retirada das tropas americanas do Iraque, elogiada e desejada anos atrás, passou a ser vista por alguns como precipitada. Segundo os críticos do presidente, a saída abriu terreno para o avanço do chamado Estado Islâmico. Em 2016, um novo nome da política americana foi além, dando o tombet flamengocomo a política americana evoluiria nos anos seguintes. Já indicado pelo Partido Republicano para disputar a Presidência, Donald Trump chamou o presidente Obamabet flamengo"fundador do Isis". "Ele foi o fundador. A forma como ele saiu do Iraque foi a fundação do Isis", afirmou Trump.

Desde 2014, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França já bombardeavam posições do EI, na Síria e no Iraque - o que a Rússia também faziabet flamengoterritório sírio. Com o tempo o chamado Estado Islâmico foi perdendo terreno, ebet flamengo2017 o governo iraquiano conseguiria expulsar o grupo das principais cidades que havia tomado - como Falluja e Mosul. Na Síria, tambémbet flamengo2017 o EI perderia o controle do terreno que tinha e seria derrotado. Um ano antes disso, porém, o legadobet flamengoObama estariabet flamengojogo nas urnas, na tentativabet flamengosua colegabet flamengopartido Hillary Clintonbet flamengose tornarbet flamengosucessora. No caminho, estava a reação conservadora contra o presidente.

bet flamengo A reação conservadora

Barack Obama foi reeleito, para mais quatro anos na Casa Branca,bet flamengo6bet flamengonovembrobet flamengo2012. Seu adversário, o ex-governadorbet flamengoMassachusetts Mitt Romney, representava mais o enfraquecimentobet flamengoseu partido como força eleitoral do que uma reação ao fenômeno Obama. O presidente venceu a disputa com 51,5% do voto popular e uma diferençabet flamengo126 votos no Colégio Eleitoral. A boa fasebet flamengoObama e dos democratas nas urnas, entretanto, parou ali.

Obama, Biden e esposas comemoram a vitóriabet flamengo2012

Crédito, JEWEL SAMAD

Legenda da foto, Em 2012, Obama e Biden foram reeleitos para mais quatro anos, mas os EUA continuavam divididos

Em 2014, a reação conservadora que era latentebet flamengopartes do país transformou-se numa enorme demonstraçãobet flamengoforça. Os republicanos, que já haviam tomado o controle da Câmara dos Representantesbet flamengo2012, conquistaram também o Senado. Apesar da recuperação econômica e da constante queda do desemprego, a popularidadebet flamengoObamabet flamengo2014 estava baixa - segundo o Instituto Gallup, apenas 40% aprovavam seu governo, contra 54% que o reprovavam.

Além da economia, o combate ao grupo Estado Islâmico não era bem avaliado pelos americanos. A opinião pública também não estava convencida dos benefícios do chamado "Obamacare", a legislação que previa a expansão da coberturabet flamengoplanosbet flamengosaúde para a população. Segundo uma pesquisa do Washington Post e da rede ABC, 47% dos ouvidos diziam que a nova lei havia feito seus custos com saúde aumentarem, contra apenas 7% que diziam que haviam baixado - para 41%, eles continuavam no mesmo nível.

O resultado das urnasbet flamengo2014 tornou difíceis os últimos dois anosbet flamengoObama na Presidência e indicou um desafio grande na batalha porbet flamengosucessão. Para surpresa geral, Donald Trump, empresário e apresentadorbet flamengoum programabet flamengo"reality TV", conseguiu a indicação do Partido Republicano e apresentou-se como um "anti-Obama", atacando o presidentebet flamengotodas as formas. Desde 2010, Trump alimentava a preconceituosa e mentirosa tesebet flamengoque o presidente Obama, natural do Estado americano do Hawaii, não havia nascido nos Estados Unidos. Posições como essa ajudaram Trump a se consolidar como uma voz representativa da extrema-direita, que já ganhava forçabet flamengoseu partido dentro do movimento Tea Party.

Trumpbet flamengocomício

Crédito, Jeff Swensen

Legenda da foto, Donald Trump surpreendeu ao se tornar o candidato republicano, mostrando a força da reação conservadora a Obama

Na campanha eleitoral, Trump usou como pôde seu argumentobet flamengoque Obama havia abandonado o Iraque e, com isso, permitido o avanço do chamado Estado Islâmico. Do outro lado da disputa estava Hillary Clinton, quebet flamengo2012 havia ficado desgastada pelo episódiobet flamengoBenghazi, na Líbia. Embet flamengosegunda tentativabet flamengochegar à Presidência, a ex-primeira-dama, ex-senadora e ex-secretáriabet flamengoEstado tinha agora Barack Obama do seu lado, mas a reação conservadora mostrou-se mais forte onde interessava: o Colégio Eleitoral. Clinton recebeu quase 3 milhõesbet flamengovotos a mais que Trump, mas ficou com 77 votos a menos no Colégio Eleitoral. Depoisbet flamengofazer históriabet flamengo2008, Barack Obama não conseguiu garantir um sucessor do seu partido. O público americano optou por mudança.

bet flamengo Finalmente, um sucessor

Em novembrobet flamengo2020, Obama lançou o primeiro volumebet flamengosuas aguardadas memórias, A Promised Land (Uma Terra Prometida). De acordo com informações divulgadas antes do lançamento, no livro o ex-presidente escreveu sobre a reação conservadora contra seu governo representada por Donald Trump. Para Obama, esse movimento teve cunho racial. Trump, escreveu ele, "prometeu um elixir para a ansiedade racial"bet flamengo"milhõesbet flamengoamericanos assustados com um negro na Casa Branca", antecipou o jornal britânico The Guardian. "Foi como se a minha própria presença na Casa Branca tivesse disparado um pânico profundamente arraigadobet flamengoque a ordem natural havia sido desfeita."

Obama e Bidenbet flamengocampanhabet flamengo2020

Crédito, Drew Angerer

Legenda da foto, Obama foi figura importante na vencedora campanhabet flamengoJoe Biden, que impediu um segundo mandatobet flamengoTrump

Dias antes do lançamento do livrobet flamengoObama, o eleitorado dos Estados Unidos repetiu a escolhabet flamengoquatro anos antes: votou novamente por mudança. Rejeitou a retórica e a políticabet flamengoDonald Trump, que buscava a reeleição, e colocoubet flamengoseu lugar o senador Joe Biden, que por oito anos fora vice-presidentebet flamengoBarack Obama. Numa disputa apertada, que contou com a recusabet flamengoTrumpbet flamengoreconhecer o resultado, Biden, aos 77 anosbet flamengoidade, obteve quase 80 milhõesbet flamengovotos - um recorde histórico e 5 milhões a mais que o presidente. No Colégio Eleitoral, chegou a 306 votos, recuperando Estados como Michigan e Pennsylvania para os democratas e conquistando os tradicionais redutos republicanos do Arizona e da Geórgia.

Barack Obama foi figura presente na campanhabet flamengoBiden, aparecendo a seu ladobet flamengovárias ocasiões. Com quatro anosbet flamengoatraso, ele finalmente conseguiu eleger um sucessor, na figurabet flamengoseu ex-companheirobet flamengogoverno. A chegadabet flamengoJoe Biden à Casa Branca representou a recuperação da ideiabet flamengounião nacionalbet flamengoObama, contra a retórica agressiva e divisionistabet flamengoTrump. Em suas falas, Biden recuperou o argumento apresentado por Obamabet flamengo2004, dizendo que "não existem Estados vermelhos (republicanos) ou azuis (democratas), existem os Estados Unidos". O discursobet flamengoBarack Obama voltou a vencer.

Este artigo é parte da série "21 Histórias que Marcaram o Século 21", da BBC News Brasil.

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