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O que detonou o 'Chernobyl mexicano', o maior incidente nuclear das Américas:bez depozita bonusi
Crédito, BBC/CNSNS
Embora não tenha comparação com a explosãobez depozita bonusium reator nuclear, o episódio passou a ser chamadobez depozita bonusi"Chernobyl Mexicano". A contaminação que causou no México provoca comparações com o acidente na União Soviética.
E o que aconteceu foi que milharesbez depozita bonusitoneladasbez depozita bonusihastebez depozita bonusiconstrução foram contaminadas com cobalto-60 e esse material foi comercializadobez depozita bonusi17 dos 32 estados do México.
O outro grande incidentebez depozita bonusiradiação na América Latina foibez depozita bonusi1987,bez depozita bonusiGoiânia, no Brasil, com césio-137, uma substância altamente radioativa. Foram pelo menos quatro mortes e várias pessoas com doenças crônicas.
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No caso do México, cercabez depozita bonusi4 mil pessoas tiveram algum graubez depozita bonusiexposição.
Apesar do número elevado, até o momento não há certezabez depozita bonusiquantas vítimas com doençasbez depozita bonusilonga duração o incidentebez depozita bonusi1984 deixou. Também não houve acompanhamento pelas autoridadesbez depozita bonusisaúde das pessoas mais expostas.
"(Houve) uma grande aberração no manuseiobez depozita bonusimaterial radioativo", diz Gerardo Espinosa, físico da Universidade Nacional Autônoma do México, que participou da investigação acadêmica do caso.
Como mostra a documentação do caso, vários foram os erros que geraram a crisebez depozita bonusicontaminação dessa magnitude.
Compra inutilizada e não relatada
Uma investigação pela Comissão Nacionalbez depozita bonusiSegurança Nuclear e Salvaguardas (CNSNS) publicadabez depozita bonusi1985 descreve como a situação começou.
Em 25bez depozita bonusinovembrobez depozita bonusi1977, o Centro Médico Especializadobez depozita bonusiCiudad Juárez adquiriu uma unidadebez depozita bonusitratamento com cobalto-60 fabricada nos Estados Unidos.
Emborabez depozita bonusiimportação exigisse licença, o CNSNS afirma que o material "nunca foi notificado" às autoridades e, portanto, não era autorizado.
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Ao mesmo tempo, o hospital nunca teve uma equipe treinada para utilizá-lo, por isso o armazenou indefinidamentebez depozita bonusium espaço da clínica onde "os requisitos mínimos"bez depozita bonusisegurança não eram cumpridos, segundo a CNSNS.
"O cobalto é um material radioativo produzidobez depozita bonusireatores e é usado para aplicaçõesbez depozita bonusifísica médica, para radioterapia. Hoje os hospitais continuam a usar cobalto-60 para pacientes com câncer", explica Espinosa.
Extraído do hospital como 'sucata'
Seis anos se passaram até que,bez depozita bonusidezembrobez depozita bonusi1983, o técnicobez depozita bonusimanutenção Vicente Sotelo Alardín inadvertidamente iniciou o incidente na clínica.
O operário "desmontou a cabeça da unidade e extraiubez depozita bonusilá um cilindro cujo interior continha cobalto-60. A operação foi feita sem nenhuma ajuda", relata a investigação.
"O objetivo era vender as peças como sucata."
Crédito, CNSNS
Como o cilindro com a fonte radioativa pesava cercabez depozita bonusi100 kg, Sotelo Alardín pediu ajuda a um amigo, Ricardo Hernández, para transportar o materialbez depozita bonusiuma caminhonete.
Eles viajaram para uma lojabez depozita bonusisucata chamada Yonke Fénix, no sulbez depozita bonusiCiudad Juárez, onde venderam o material.
No entanto, a maneira como o dispositivo foi perfurado e transportado fez com que o incidente tivesse consequências ainda mais graves.
"A verdade é que nunca nos disseram que aquela máquina estava contaminada. Muitas coisas ficaram para trás: aparelhosbez depozita bonusiventilação, berços e tudo mais e, na verdade, não havia nenhuma placa com uma caveira ou coisa parecida", disse Sotelo Alardín à revista Procesobez depozita bonusi1984.
Segundo o hospital, o trabalhador pegou o dispositivo sem autorização, mas Sotelo Alardín afirmou que o chefebez depozita bonusimanutenção do hospital lhe disse que poderia levá-lo consigo.
Trilhabez depozita bonusiradiação por Ciudad Juárez
O trabalhador perfurou o cilindro que continha 6 mil grânulosbez depozita bonusicobalto-60 e uma quantidade indefinida deles estava espalhada na caminhonete usada, no pátio da Yonke Fénix, nas gruas e demais veículos comerciais e atébez depozita bonusiruasbez depozita bonusiCiudad Juárez.
Mas os dois grandes focosbez depozita bonusiradioatividade foram a caminhonete e o ferro-velho.
Crédito, CNSNS
"Conseguiu-se estabelecer que, até 14bez depozita bonusidezembrobez depozita bonusi1983, a sucata contaminada com cobalto-60 já havia sido utilizada pelas fábricasbez depozita bonusiprodutos siderúrgicos, nas fundições", diz a investigação, que indica que a empresa Acerosbez depozita bonusiChihuahua SA (Achisa) como principal compradorabez depozita bonusiferro.
Descoberta por acaso
Em 16bez depozita bonusijaneirobez depozita bonusi1984, ocorreu a detecção do caminhãobez depozita bonusicarga que passava próximo ao Laboratório Nacionalbez depozita bonusiLos Alamos, no Novo México (Estados Unidos).
Quando as autoridades norte-americanas verificaram as câmeras e viram que era o veículo usado pela Achisa, notificaram o governo do México.
A partir daí, os especialistas foram puxando o fio até encontrar a origem do problema e o riscobez depozita bonusicontaminação que se gerava: "foi comprovada a existênciabez depozita bonusiampla dispersãobez depozita bonusimaterial radioativo".
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Espinosa explica que esse material radioativo "tem meia-vidabez depozita bonusi5 anos" e a partir daí a fonte vai perdendo a intensidade progressivamente.
"Se você tem 100 átomos radioativos,bez depozita bonusi5 anos você terá 50,bez depozita bonusioutros 5 anos nada mais que 25. Eles são considerados como tendo 7 meias-vidas, ou seja, uma vida ativabez depozita bonusiquase 35 anos", entãobez depozita bonusi1984 o cobalto-60 do incidente já havia perdido metadebez depozita bonusiseu poder.
A caminhonete estacionada
A investigação constatou inicialmente que havia contaminação não só nas instalações da Yonke Fénix e Achisa, mas também na áreabez depozita bonusimanutenção e na central telefônica do hospitalbez depozita bonusiorigem, na caminhonete do hospital a cargobez depozita bonusiSotelo Alardín e na rua onde fora estacionada, bem comobez depozita bonusiuma maquiladorabez depozita bonusiprodutos siderúrgicos chamada Falcónbez depozita bonusiJuárez.
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Alémbez depozita bonusiestabelecer "blindagem" ao redor dos locais investigados e proteger as hastes e produtos contaminados, foi essencial rastrear a presença dos grânulosbez depozita bonusicobalto-60 soltos, com auxíliobez depozita bonusiequipamentos especializados, inclusive um helicóptero com detector que varreu as ruasbez depozita bonusiCiudad Juárez.
A pequena caminhonete Datsun, estacionada durante semanas (devido a uma pane)bez depozita bonusium bairro residencial próximo à fronteira com os Estados Unidos, onde morava Sotelo Alardín, também era uma fontebez depozita bonusicontaminação preocupante: as leituras do nívelbez depozita bonusiradiação chegavam a 1.000 R/h.
"Isso é considerado alto e,bez depozita bonusiuma exposiçãobez depozita bonusiuma hora ao corpo inteiro, a pessoa pode morrer. Mas se o motorista e o passageiro estivessem na cabine durante o transporte da fonte, devem ter recebido uma exposiçãobez depozita bonusiaproximadamente 4,7 R/h que pode ter causado vômitos horas depois e vermelhidão na pele durante a semana", diz Epifanio Cruz, da UNAM, à BBC News Mundo.
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"Por se tratarbez depozita bonusiuma área densamente povoada, considerou-se urgente levar a caminhonete contaminada para um local que apresentasse as característicasbez depozita bonusinão ser povoado oubez depozita bonusiser muito distante", diz o relatório da CNSNS.
A manobra foi cuidadosamente planejada e executadabez depozita bonusi10 minutos. O veículo foi levado ao parque El Chamizal, ao lado da fronteira com os Estados Unidos.
"Fomos fazer mediçõesbez depozita bonusiradiação. Uma mulher sentava-se ao lado do caminhão todos os dias. Ninguém descobriu que havia uma fonte radioativa. E esse foi o problema", lembra Espinosa sobre o trabalho feito pela UNAM.
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"Ninguém sabia que havia material radioativo, nem no hospital, nem no traslado, nem na caminhonete", acrescenta.
O material retiradobez depozita bonusiCiudad Juárez
A degradação natural do cobalto-60 fez com que a fontebez depozita bonusiradiação passassebez depozita bonusi3.000 curies (Ci)bez depozita bonusi1977 para 450 Cibez depozita bonusifevereirobez depozita bonusi1984.
"Com menosbez depozita bonusi500 pode haver efeito, mas não muito. Depende do tempobez depozita bonusiexposição. Por isso os danos à população foram muito baixos", explica Espinosa.
Alémbez depozita bonusiYonke Fénix e Achisa, a investigação da CNSNS detectou que três empresas que comercializaram materiais ferrosos nas cidadesbez depozita bonusiMonterrey, Gómez Palacio e San Luis Potosí registravam contaminação.
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Até mesmobez depozita bonusiuma rodovia que liga Ciudad Juárez a Chihuahua, havia vestígiosbez depozita bonusimaterial radioativo. Tudo isso exigia uma tarefa cuidadosabez depozita bonusidetecção e proteçãobez depozita bonusigrânulos e objetos contaminados.
No total, 6.600 toneladasbez depozita bonusihastes e 3.000 bases metálicas para mesas estavam contaminadas.
A haste foi comercializadabez depozita bonusi17 dos 32 Estados do México. De 17.600 prédios inspecionados, 814 tiveram que ser demolidos,bez depozita bonusiacordo com o relatório.
"Pediram à UNAM que medisse as hastesbez depozita bonusipilares dos edifícios. O seu nível já não era importante, mas por lei esse material tinhabez depozita bonusiser detectado. E houve um escândalo governamental porque foi pedida a demolição", lembra Espinosa.
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O especialista explica que, embora o nívelbez depozita bonusiexposição não fosse mais arriscado, as normas internacionais exigem que 90% do material contaminado seja protegido e descartado.
4 mil pessoas expostas
A investigação indica que cercabez depozita bonusi4 mil pessoas foram "expostas à radiação", das quais 80% receberam doses abaixobez depozita bonusi500 rems. Isso é equivalente ao que uma pessoa pode receber se estiver pertobez depozita bonusium paciente que recebeu tratamentobez depozita bonusiradiação.
Outros 18% receberam entre 0,5 e 25 rems, enquanto 2% (ou cercabez depozita bonusi80 pessoas) foram expostas a maisbez depozita bonusi25 rems. Ao todo, cinco pessoas foram expostas a doses entre 300 e 700 remsbez depozita bonusium períodobez depozita bonusidois meses, segundo a CNSNS.
"Para as cinco pessoas expostas a doses entre 300 e 700 rem, foi mais do que suficiente para afetar gônadas, glândulas tireoide e ossos superficiais, por exemplo nas mãos e pés, encurtando a qualidadebez depozita bonusivida", explica o Cruz.
"O efeito dessas doses pode levar a danos ao material genético hereditário por pelo menos duas gerações, causar esterilidade e faltabez depozita bonusiespermatozoides na pessoa exposta, que podem ser recuperados depoisbez depozita bonusipelo menos cinco anos", acrescenta.
Pesquisa publicadabez depozita bonusi1985 apresenta relatório médico, mas pouco se descreve sobre os problemasbez depozita bonusisaúde detectadosbez depozita bonusipessoas expostas.
Nada se informa sobre Vicente Sotelo Aldarín, mas ele mesmo disse à revista Proceso, meses depois, que tinha desconfortos que depois desapareceram: "pensaram que era diabetes".
Após o incidente, pouco se ouviu do trabalhador. Espinosa diz que "o homem estava perdido".
Os trabalhadores da Yonke Fénix "disseram não ter passado por episódiosbez depozita bonusivômitos, cansaço ou náuseas e não tinham marcas visíveis nos pés ou nas mãos", com exceçãobez depozita bonusialguma pigmentação e algum desconforto temporário, segundo a CNSNS.
Quatro trabalhadores, o filhobez depozita bonusium deles e um cliente tiveram leucopenia, que é uma diminuição da concentraçãobez depozita bonusileucócitos no sangue.
Mas depoisbez depozita bonusialguns meses os funcionários da Achisa "reclamarambez depozita bonusifortes doresbez depozita bonusicabeça, vômitos e diarreia", relatou a Proceso na época.
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Ricardo Hernández, que ajudou a mover a unidade, teve "uma queimadura atribuível à radiaçãobez depozita bonusiprocessobez depozita bonusicicatrização, sem quaisquer outros sintomas".
"Em nenhum dos casos foram detectados sintomas agudos", segundo a pesquisa da época. Não houve relatosbez depozita bonusimortes conhecidas.
A BBC Mundo pediu à CNSNS uma atualização sobre as consequências médicas ocorridas, mas a instituição disse que o que estava contido no relatóriobez depozita bonusi1985 é o único material disponível: "não temos mais registros daquela época".
Como indicam vários relatos da época, não havia acompanhamentobez depozita bonusisaúde das vítimas, por isso não se sabe ao certo se as pessoas expostas tiveram mais doenças ou câncer, que é uma das consequências da exposição à radiação.
O 'cemitério' radioativo
Encontrar um local para colocar o material radioativo era o problema seguinte a ser resolvido: deveria ser num local longe da população, com pouca chuva, sem contato com fontesbez depozita bonusiágua e com o menor riscobez depozita bonusicontaminação ao meio ambiente.
"Levaram o material radioativobez depozita bonusium lugar para outro por quase um anobez depozita bonusicaminhões para ver onde o enterrariam. Foi uma desordem total", lembra Espinosa.
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Depoisbez depozita bonusivárias tentativas sem sucessobez depozita bonusiconseguir um terreno, devido à oposiçãobez depozita bonusimoradores e autoridades locais, o governo mexicano realizou uma escavaçãobez depozita bonusiuma área deserta no sulbez depozita bonusiCiudad Juárez chamada "La Pedrera".
Lá foram levadas as hastes e outros materiais feitos com ferro contaminado, como a caminhonetebez depozita bonusiSotelo Aldarín. Tudo foi enterrado com concreto para neutralizar seus efeitos nocivos.
No entanto, reportagens da imprensa local e nacional mostram que aquele "cemitério"bez depozita bonusilixo radioativo que deveria ser protegido foi abandonado.
A CNSNS disse à BBC News Mundo que "atualmente calcula-se que a concentraçãobez depozita bonusiatividade apresenta níveis praticamente inócuos, próximos dos níveisbez depozita bonusidispensação".
"Portanto, pode-se afirmar que a existência do aterro La Piedrera não representa nenhum risco radiológico para a população ou para o meio ambiente", acrescenta.
Crédito, CNSNS
A mídia local tem denunciado que o local carecebez depozita bonusivigilância e que houve até incursõesbez depozita bonusipessoasbez depozita bonusibuscabez depozita bonusiobjetos para comercializar.
Para o físico Guillermo Espinosa, é verdade que a meia-vida já ultrapassada ajudou a evitar que fosse um risco hoje: "mas acho que (o local) foi muito mal administrado", pondera.
"A radioatividade é como o fogo: se você manuseia bem, você cozinha bifes excelentes. Se você não manuseia bem, há queimaduras", continua ele.
"A lição a ser aprendida é que qualquer fontebez depozita bonusiradiação deve ser controlada, certificada e sempre deve haver um responsável. O que não aconteceu lá."
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