A longa históriabone vaidebetsegregação e conflito racialbone vaidebetMinneapolis, onde George Floyd foi morto pela polícia:bone vaidebet

Protestos nos EUA

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Legenda da foto, Protestos se espalharam pelos EUA depois que um homem negro morreu ao ser detido, algemado e imobilizado por um policial branco

O episódio desencadeou protestosbone vaidebettodo o país, alguns deles violentos, e remete a vários outros casos recentesbone vaidebetnegros desarmados que foram mortos pela políciabone vaidebetdiferentes partes dos Estados Unidos.

Mas a mortebone vaidebetFloyd — e as manifestações que se seguiram — refletem não apenas o contextobone vaidebetconflitos raciais no país, mas também características específicasbone vaidebetMinneapolis, que fica localizada no Estadobone vaidebetMinnesota, no norte do país.

"É importante situar a mortebone vaidebetGeorge Floyd e outros eventos como esse no contexto histórico mais amplo", diz à BBC News Brasil o geógrafo Kevin Ehrman-Solberg, um dos fundadores do Mapping Prejudice (Mapeando o Preconceito,bone vaidebettradução livre), projeto ligado à Universidadebone vaidebetMinnesota que identifica restrições raciais impostas a moradias da cidade no século passado.

"Isso não foi algo aleatório, que simplesmente aconteceu. É o resultadobone vaidebetdécadas e décadasbone vaidebetdesigualdade estrutural."

Restrições raciais

Protestos nos EUA

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Legenda da foto, Cidade é considerada a quarta pior área metropolitana dos EUA para negros morarem

Minneapolis é hoje uma cidade com líderes progressistas e na qual autoridades admitem os problemas gerados pelo racismo estrutural e adotam medidas para tentar reduzir a segregação racial. Mas o impactobone vaidebetmedidas racistas adotadas no passado ainda são sentidos.

A cidade é considerada a quarta pior área metropolitana dos Estados Unidos para negros morarem e tem uma das maiores disparidades raciais do paísbone vaidebetvários indicadores, como taxabone vaidebetpobreza, desemprego e propriedadebone vaidebetimóveis.

Também é altamente segregada, algo que é frutobone vaidebetpolíticas adotadas a partir do início do século 20 para impedir que moradores negros se mudassem para determinadas áreas.

Durante décadas, persistiu na cidade, assim comobone vaidebetoutras partes do país, a práticabone vaidebetincluir nas escriturasbone vaidebetpropriedades uma cláusula estabelecendo que pessoas que não fossem brancas não poderiam ser proprietárias ou,bone vaidebetmuitos casos, nem mesmo ocupar o local.

O projeto da Universidadebone vaidebetMinnesota já encontrou quase 30 mil propriedades que tinham cláusulasbone vaidebetrestrição racial entre 1910 e 1955.

Segundo Ehrman-Solberg, isso contradiz a narrativa comumbone vaidebetque a segregação racial ocorria apenas no sul dos Estados Unidos.

"É verdade que (na época) Minneapolis não tinha bebedouros ou ônibus segregados, mas havia esse sistemabone vaidebetsegregação velado, que não era tão visível, mas era brutalmente eficaz", diz o fundador do Mapping Prejudice.

Ehrman-Solberg observa que,bone vaidebet1910, moradores negros representavam apenas cercabone vaidebet1% da população local. Mas a imposição das restrições foi uma ação preventiva para garantir que a cidade permanecesse "branca" no futuro, limitando os moradoresbone vaidebetoutras raças a certas áreas.

Com essas restrições, quase todas as novas construções eram reservadas aos brancos, e a população negra acabou confinadabone vaidebetzonas da cidade com casas antigas ebone vaidebetmenor valor.

Divisa

Homenagem a George Floyd

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Legenda da foto, Minneapolis tem uma das maiores disparidades raciais do paísbone vaidebetindicadores como pobreza e desemprego

Essas restrições raciais no setorbone vaidebethabitação foram proibidasbone vaidebettodo o paísbone vaidebet1968, mas seu impacto ainda está presentebone vaidebetMinneapolis ebone vaidebetoutras cidades americanas, tanto na composição racial dos diferentes bairros quantobone vaidebettermos financeiros.

Ehrman-Solberg afirma que, nos quarteirões onde as propriedades tinham as cláusulas no passado, cercabone vaidebet80% dos moradores atuais são brancos, percentual maior do que a média da cidade, que ébone vaidebet60%. O valorbone vaidebetcasas que no passado tinham essas restrições ainda hoje é cercabone vaidebet50% mais alto do que a média da cidade.

O impacto financeiro dessas disparidades, ressalta o pesquisador, resulta até hojebone vaidebetníveisbone vaidebetrenda mais baixos e taxasbone vaidebetpobreza mais alta entre os habitantes negros.

A áreabone vaidebetque Floyd foi morto, e onde as manifestações se concentraram inicialmente, no cruzamento entre a rua 38 e a avenida Chicago, marca a divisa entre uma dessas zonas com população historicamente negra e outra área predominantemente branca, onde a maioria das propriedades tinha cláusulasbone vaidebetrestrição racial.

No passado, quando essas medidas ainda estavambone vaidebetvigor, a divisão entre áreasbone vaidebetpopulação negra ebone vaidebetmoradores brancos era rígida, e muitas vezes a fronteira entre as duas zonas era alvobone vaidebetpoliciamento mais intenso e agressivo.

Ainda hoje, muitos moradoresbone vaidebetáreasbone vaidebetque a maioria da população é negra costumam reclamarbone vaidebetexcessos cometidos pelo policiamentobone vaidebetsuas comunidades, diferente do que ocorrebone vaidebetbairrosbone vaidebetmaioria branca.

Relacionamento com a polícia

Protestos nos EUA

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Legenda da foto, Em Minneapolis, o relacionamento da polícia com minorias tem um histórico conturbado

Em Minneapolis, o relacionamento da polícia com comunidades negras e outras minorias tem um histórico conturbado, com acusaçõesbone vaidebetracismo.

Ehrman-Solberg lembra que o movimento indígena americano foi fundado na cidade,bone vaidebet1968,bone vaidebetparte como resposta à "brutalidade policial contínua".

Um ano antes, Minneapolis havia sido palcobone vaidebetprotestos violentos da comunidade negra. Nos anos 1980, houve mobilização da comunidade gay da cidade contra as agressões da polícia.

O próprio chefebone vaidebetpolícia, Medaria Arradondo, primeiro negro a ocupar o cargo, processou o departamento no iníciobone vaidebetsua carreira por tolerar comportamento racista. Ele assumiu o comando da corporaçãobone vaidebet2017, com o objetivobone vaidebetmelhorar as relações da polícia com a comunidade negra.

Os negros representam apenas 20% da população, mas são maisbone vaidebet60% das vítimasbone vaidebetdisparos com envolvimento da polícia.

A cidade já foi palcobone vaidebetvários protestos anteriores contra a mortebone vaidebethomens negros pela polícia, comobone vaidebetJamar Clarkbone vaidebet2015 ebone vaidebetThurman Blevinsbone vaidebet2018.

O departamentobone vaidebetpolíciabone vaidebetMinneapolis é alvobone vaidebetinúmeras reclamaçõesbone vaidebetuso excessivobone vaidebetforça, inclusive contra Chauvin, o policial que imobilizou Floyd. Os policiais envolvidos nesses episódios raramente são disciplinados ou punidos.

Arradondo demitiu os quatro policiais envolvidos na mortebone vaidebetFloyd. Chauvin foi preso e indiciado pelo homicídio. Os outros três estão sendo investigados.

Para Ehrman-Solberg, são necessárias mudanças estruturais para impedir que esse tipobone vaidebetviolência continue ocorrendo.

"Episódiosbone vaidebetviolência policial como este são sintomasbone vaidebetuma geografia profundamente desigual. Não são um acidente. São incrivelmente tristes, mas não é surpreendente que ocorram."

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