Por que Evo Morales renunciou à Presidência da Bolívia? 5 pontos-chave que explicam a decisão:bet kat

Crédito, Reuters
Na noite da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu a transmissão da contagem dos votos com 83% das urnas apuradas, quando o resultado indicava segundo turno entre Morales e seu adversário, Carlos Mesa.
No dia seguinte, o sistemabet katcontagembet katvotos, chamado Transmissãobet katResultados Eleitorais Preliminares (TREP), foi subitamente reativado com 95% das urnas apuradas, indicando uma vitória apertadabet katMorales no primeiro turno.

Crédito, AFP
As suspeitas suscitadas pela interrupção da contagem dos votos por maisbet kat24 horas e a súbita guinada na tendência do resultado levaram a oposição a denunciar uma "fraude escandalosa".
Até as missõesbet katobservação eleitoral da OEA e da União Europeia pediram um segundo turno das eleições presidenciais.
Mas Morales insistiu que havia vencido as eleições e,bet katresposta às manifestações da oposição, convocou seus seguidores a "defender a democracia" nas ruas e impedir um "golpebet katEstado".
Também aceitou que a OEA fizesse uma auditoria do processo eleitoral.
1. A auditoria
No mesmo dia da votação e com a oposição já falandobet katfraude, a própria missãobet katobservação eleitoral da OEA apontou a interrupção da contagem dos votos como uma das "falhas substanciais" que minavam a "credibilidade e transparência necessárias" do processo eleitoral.
O governo solicitou à OEA uma auditoria para esclarecer quaisquer dúvidas. E vale lembrar que o candidato da oposição, Mesa, que denunciou a "fraude escandalosa", sempre rejeitou as condiçõesbet katque a organização internacional iria revisar a contagem dos votos.
Mesa ficoubet katsegundo lugar nas eleiçõesbet kat20bet katoutubro e, desde o primeiro momento, afirmou que Morales não tinha alcançado a diferença necessáriabet katvotos para derrotá-lo no primeiro turno.

Crédito, AFP
A auditoria acabou sendo devastadora para o governo. A OEA determinou que era estatisticamente improvável que Morales tivesse alcançado a vantagembet katdez pontos percentuais que precisava para evitar um segundo turno das eleições.
A OEA também afirma ter encontrado cédulasbet katvotação alteradas e com assinaturas falsificadas.
O relatóriobet kat13 páginas da auditoria destaca ainda que,bet katmuitos casos, os trâmitesbet katsegurança para o processamento dos votos não foram respeitados e houve manipulaçãobet katdados.
Morales respondeu no domingo com um comunicado à imprensa no qual, sem mencionar a OEA ou indicar uma data, convocou novas eleições.
No entanto, algumas horas depois, e com a pressão das Forças Armadas, decidiu renunciar.
2. O Exército e a polícia contra
O pronunciamento do general Williams Kaliman,bet katnome do alto comando das Forças Armadas da Bolívia, também parece ter sido decisivo para a renúncia.
"Sugerimos que o presidente do Estado renuncie ao mandato presidencial, permitindo a pacificação e manutenção da estabilidade para o bem da nossa Bolívia", afirmou Kalimanbet katcomunicado.
O pedido a Morales, dizia a nota, foi feito levandobet katconsideração "a escalada dos conflitos que atravessam o país, zelando pela vida e segurança da população, para garantir o império da condição política do Estado".

Crédito, Reuters
Além do posicionamento dos militaresbet katfavor da renúncia do presidente, deve-se acrescentar que desde a sexta-feira, quando a ondabet katviolência nas ruas estava prestes a completar três semanas, um "motim policial" começou a se espalhar por todo o país.
Policiaisbet katvárias unidades, primeirobet katCochabamba (centro) e depoisbet kattodas as capitaisbet katDepartamentos (Estados), começaram a se rebelar e se juntaram aos protestos contra o governo.
E embora Morales continue desfrutandobet katum enorme poderbet katmobilização embet katbase, diferentementebet katoutros governos "problemáticos" da região, sem os policiais nas ruas e sem o apoio militar, o presidente ficoubet katuma situaçãobet katevidente fragilidade.

Crédito, Getty Images

Crédito, Reuters
3. Pressão nas ruas
A oposição a Morales apostou desde o primeiro momento na mobilização nas ruas para pressionar o presidente.
Com greves e paralisaçõesbet kattodo o país, a Bolívia se transformoubet katum grande campobet katbatalha entre apoiadores do presidente e seus opositores.

Crédito, Getty Images
Mas, diferentemente das crises políticas que o país viveu ao longo dos mandatosbet katMorales, os protestos se tornaram mais fortes desta vez na cidadebet katLa Paz, que já foi um dos redutosbet katMorales.
Universitários e integrantes da classe média saíram noite após noite para enfrentar a polícia, os poderosos sindicatos e "movimentos sociais" (entre eles, obet katmineradores e plantadoresbet katcoca), que se posicionavam na sede do governo para defender o presidente.
Centenasbet katpessoas ficaram feridas — e três mortes teriam sido registradas, o que pode ser considerado um número baixo, dada a intensidade da violência dos embates e ao fatobet katque os mineradores usam dinamite nos protestos.
Foi assim que um presidente que estava no poder há quase 14 anos se viu cercado por membros da oposição, que deixarambet katreivindicar um segundo turno das eleições presidenciais e passaram a exigirbet katrenúncia.
4. A radicalização da oposição
Faz tempo que a oposição deixou para trás a exigênciabet katum segundo turno entre Morales e Mesa e vinha pedindo a renúncia do presidente.
O endurecimento da postura da oposição se deu pelo crescente protagonismo do presidente do Comitê Cívicobet katSanta Cruz, Luis Fernando Camacho.

Crédito, Reuters
Sob a liderançabet katCamacho, os opositores já não se conformavam nem sequer com a renúnciabet katMorales — sobretudo após a divulgação do resultado da auditoria.
Camacho passou a exigir a demissão do presidente ebet kattodo o seu governo, assim comobet katsenadores e deputados, além dos magistrados do Supremo Tribunalbet katJustiça e do Tribunal Constitucional.
A ideia dele era deixar o país nas mãosbet katum conselho que possa designar um novo TSE para realizar novas eleições dentrobet kat60 dias.
"A OEA nos mostrou que a fraude era tão óbvia que, devido à resistência do povo boliviano, não podia ocultá-la. O presidente Evo Morales cometeu crimes", afirmou Camacho no domingo.
5. A re-re-reeleição
Se as denúnciasbet katfraude e os protestos eclodiram com a apuração dos votos, a crise política que atinge a Bolívia vai mais além e passa pelo simples fatobet kato presidente ser candidato à reeleição — outra vez.
No poder desde 22bet katjaneirobet kat2006, Morales foi o presidente boliviano que esteve no cargo por mais tempo na história do país.
Uma mudança constitucional aprovadabet kat2009, que estabeleceu a possibilidadebet katreeleição presidencial para dois mandatos consecutivosbet katcinco anos cada, permitiu que ele disputasse a reeleiçãobet kat2010 e 2014.

Crédito, Getty Images
Nas eleiçõesbet katoutubro deste ano, Morales tentava garantir um quarto mandato que permitiria a ele governar até 2025.
Para alcançar esse objetivo, ele conseguiubet kat2017 a liberação do Tribunal Constitucional para disputar a reeleição indefinidamente.
A decisão da Corte foi tomada um ano depois do referendo que rejeitou a possibilidadebet katMorales se candidatar a um novo mandato.
A oposição acusou o tribunalbet katpassar por cima do resultado das urnas.
E foi assim que, graças ao Tribunal Constitucional e ao respaldo do TSE, ambos acusadosbet katserem alinhados com o governo, Morales conseguiu concorrer ao seu quarto mandato consecutivo.
Os protestos começaram há três semanas, mas já erabet katse esperar que essa nova tentativabet katreeleição seria a mais difícil que o presidente enfrentaria desdebet katprimeira vitória presidencial, há 14 anos.
O que poucos previam era um desfecho como o que presenciamos agora: a quedabet katMorales.

Crédito, Getty Images
bet kat Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube bet kat ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbet katautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabet katusobet katcookies e os termosbet katprivacidade do Google YouTube antesbet katconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebet kat"aceitar e continuar".
Finalbet katYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbet katautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabet katusobet katcookies e os termosbet katprivacidade do Google YouTube antesbet katconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebet kat"aceitar e continuar".
Finalbet katYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbet katautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabet katusobet katcookies e os termosbet katprivacidade do Google YouTube antesbet katconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebet kat"aceitar e continuar".
Finalbet katYouTube post, 3









