Como a baunilha se tornou produtobetmotion predictionluxo, mais caro que a prata, e mudou a vidabetmotion predictionuma comunidade:betmotion prediction
- Nancy Kacungira
- Da BBC News

Crédito, Fellipe Abreu
betmotion prediction Um fazendeiro betmotion prediction descalço segue caminho pela floresta betmotion prediction . Ele também segura um facão enferrujado, mas não é para cortar cipós ou galhos com os quais se deparar na mata: é uma defesa contra ladrões betmotion prediction que vagam por ali.
Muitos outros homens - agricultores como ele - estão patrulhando a área. Há três meses, eles deixam suas casas todas as noites e fazem uma longa jornada nas plantações para proteger a colheita.
Não se tratabetmotion predictionuma plantação ilegalbetmotion predictioncoca ou algo parecido. Estamosbetmotion predictionuma plantaçãobetmotion predictionbaunilha na ilhabetmotion predictionMadagascar, na África, um dos lugares mais pobres do mundo e também o maior produtor mundial deste fruto, cujo preço disparou nos últimos anos e chegou a valer mais do que a prata.

Crédito, Fellipe Abreu
É fácil ver na região pequenos pontos marcando a casca verde e lisa das favasbetmotion predictionbaunilha, também chamadasbetmotion predictionvagens, que nascembetmotion predictionorquídeas trepadeiras depois das floradas. Dentro delas, estão polpas recheadasbetmotion predictionsementes minúsculasbetmotion predictiononde saem o sabor e o cheiro característicos da baunilha.
Os pontos gravados nas cascas identificam o dono da plantação. Os que vemos pertencem a Leon Charles, um homem apelidadobetmotion prediction"Baba". Ele e a mulher, Oristin, cultivam café e baunilha na aldeiabetmotion predictionAmbanizana, localizada na margem do Parque Nacional Masoala, no lado nordestebetmotion predictionMadagascar.
É um lugarbetmotion predictiondifícil acesso, sem estradas. Para chegar a partir da capital da ilha, Antananarivo, é preciso encarar dois voos, duas horasbetmotion predictionlancha e 30 minutosbetmotion predictioncanoa.

A aldeia onde Leon planta é cheiabetmotion predictionmúsica. Melodias animadas, dançantes, ecoam através da cortina rosa que cobre a entradabetmotion predictionsua casa, uma estrutura retangularbetmotion predictionmadeira com um teto pontudo.
Aqui, a floresta encontra o mar, e condições como alta umidade, sombra e temperaturas moderadas a tornam perfeita para o cultivobetmotion predictionbaunilha.
Cada pé que Leon poda possui favas que acabarão vendidas por maisbetmotion predictionUS$ 150 (R$ 615) o quilo, uma vez que estiverem secas e prontas para uso.
betmotion prediction Violência e justiça com as próprias mãos por causa da baunilha
Para impedir seu roubo, os agricultores das redondezas gravam seus nomes ou númerosbetmotion predictionsérie nas cascas enquanto as favas ainda estão no pé. Mesmo quando estão secas, as marcações podem ser feitas.

Leon foi roubado antes da colheita do ano passado - e isso foi devastador parabetmotion predictionfamília. "Estava trabalhando no meu campobetmotion predictionarroz quando aproveitaram para roubar", diz ele.
"Fiquei triste demais, até chorei, perdemos tudo. Fiquei sem dinheiro para mandar as crianças para a escola, e temos passado dificuldades o ano inteiro." Mas poderia ter sido ainda pior.
A vigilância dos agricultores contra os ladrões tem que ser feita 24 horas por dia. Os roubos são frequentemente violentos. Houve dezenasbetmotion predictionassassinatosbetmotion predictionMadagascar relacionados à baunilha.
Várias comunidades tentaram e não conseguiram obter proteção da polícia. Em resposta, aldeões dizem quebetmotion predictionum vilarejo próximo, uma multidão armadabetmotion predictionfacões surpreendeu cinco supostos bandidos, golpeando o grupo até a morte. Os assassinatos ainda não foram solucionados pela polícia.
Moradores dizem que não há vontade ou capacidade nas forças policiais para investigar os roubosbetmotion predictionbaunilha ou os casosbetmotion predictionjustiça com as próprias mãos que às vezes se seguem a eles.
O líder da aldeiabetmotion predictionLeon, Oreis, teme que a mesma coisa ocorra no lugar onde vivem. De aparência jovem, usando shorts e sandálias com uma camisa roxa brilhante, ele para na casabetmotion predictionLeon para dizer oi. Sua expressão fica séria quando ele fala sobre os roubos.
"Nós temos que fazer o nosso melhor para garantir que os ladrões não consigam nos roubar. Porque, se o sustentobetmotion predictionalguém é tirado, as pessoas são capazesbetmotion predictionfazer qualquer coisa, até matar."
Um sabor cada vez mais caro - e artificial

A milharesbetmotion predictionquilômetrosbetmotion predictiondistância,betmotion predictionLondres, a sorveteria Oddono's ficabetmotion predictionuma rua movimentadabetmotion predictionSouth Kensington, bairro nobre da cidade.
O estabelecimento tem uma infinidadebetmotion predictionprêmios pendurados na parede. Os proprietários se vangloriambetmotion predictionter os melhores ingredientes naturaisbetmotion predictionseu autêntico gelato italiano.
A lista inclui chocolate Valrhona da França, pistaches da Sicília e avelãs do Piemonte. No ano passado, porém, outra variedadebetmotion predictionsorvete estavabetmotion predictionfalta.
"Quando eu disse aos clientes que não tínhamos sorvetebetmotion predictionbaunilha, muitos ficaram chocados", diz Christian Oddono, que administra a loja.
"Eu tive que explicar que não queríamos oferecer a eles produtosbetmotion predictionmá qualidade, e que também nunca usamos produtos químicos. Aí entenderam."
O preço da safrabetmotion predictionbaunilhabetmotion predictionMadagascar disparou no passado, mas a qualidade caiu tanto que Christian decidiu tirar o sabor do cardápio.
"As vagens tinham muita umidade e algumas vinham até com cheirobetmotion predictionmofo, um sinalbetmotion predictionque o processobetmotion predictioncura (a secagem e maturação antesbetmotion predictionestarem prontas para uso) não foi feito adequadamente", diz ele.
"Neste ano, encontrei um fornecedor melhorbetmotion predictionMadagascar. Os preços ainda estão altos, então, também tivemos que aumentar os nossos, mas os clientes não reclamaram. Vemos uma tendência geralbetmotion predictioncrescimento na demanda por alimentos naturais, e os clientes evitando os que são artificiais ou contêm químicos."
Estamos acostumados a ver baunilha por todos lados -betmotion predictionessênciasbetmotion predictionvelas,betmotion predictioncupcakes e sobremesas. Mas esse cheiro e sabor são, provavelmente, artificiais: menosbetmotion prediction1% do saborbetmotion predictionbaunilha no mundo saembetmotion predictionfavasbetmotion predictionverdade.
Cientistas vêm fabricando vanilina sintética, o composto que dá aroma à baunilha, desde o século 19. Ela tem sido extraída do carvão, do alcatrão, do farelobetmotion predictionarroz,betmotion predictionpolpabetmotion predictionmadeira e atébetmotion predictionestercobetmotion predictionvaca.
Hoje, porém, ébetmotion predictionpetroquímicos que sai a maior parcela. A versão sintética pode ser 20 vezes mais barata que a real.
Ao mesmo tempo, o crescente interesse por comida feitabetmotion predictionmaneira artesanal, usando métodos tradicionais, explica um pouco da demanda pela baunilha natural. E muito do preço nas alturas pode ser explicado por regras alimentares dos dois lados do Atlântico.
Na Europa e nos Estados Unidos, o sorvete "de baunilha" deve conter extrato naturalbetmotion predictionvanilina das vagensbetmotion predictionbaunilha. Se o sabor tem origem total ou parcialmentebetmotion predictionfontes artificiais, a embalagem deve dizer "saborbetmotion predictionbaunilha" ou "baunilha artificial".
A baunilha extraída das vagensbetmotion predictionbaunilha tem sabor e intensidade únicos, característicos da área onde é cultivada, assim como acontece com produtos como o vinho.
A que é cultivadabetmotion predictionMadagascar tem um gosto peculiar, que lembra o rum, e o aroma adocicado, razões pelas quais é a preferidabetmotion predictionfabricantesbetmotion predictionsorvete.

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E há cada vez mais pressão sobre as empresasbetmotion predictionalimentos para que troquem a baunilha artificial pela que é extraída das vagens.
Grandes corporações, como a Hershey e a Nestlé, começaram a comprar grandes quantidadesbetmotion predictionextrato naturalbetmotion predictionbaunilha para seus produtos, o que injeta mais demanda na cadeiabetmotion predictionsuprimentos limitada e aumenta ainda mais os preços.
betmotion prediction Preços passaram por altos e baixos na última década
Na última década, os preços da baunilha passaram por dramáticos altos e baixos.
Os 80 mil produtoresbetmotion predictionMadagascar produzem mais baunilha do que qualquer outro país, por isso, o que acontece na ilha afeta a indústria mundial.
Em marçobetmotion prediction2017, o ciclone Enawo atingiu a região e destruiu grande parte da safra daquele ano. Duas das maiores áreas produtoras foram diretamente atingidas.
Pequenos produtores têm enfrentado dificuldades desde então para atender à demanda, já que são necessários três a quatro anos para uma nova planta produzir as vagens. E, com isso, os preços dispararam.
Cinco anos atrás, o quilo da baunilha saía por US$ 20 (R$ 82). Jábetmotion prediction2018 ele ficou ligeiramente mais caro que o da prata, atingindo um picobetmotion predictionUS$ 600 (R$ 2463), antesbetmotion predictionsofrer uma leve redução, para US$ 515 (R$ 2114),betmotion predictionjunho.

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A orquídea baunilha é nativa do México, mas o país produz pouco - foi ultrapassado por Madagascar ainda na décadabetmotion prediction1960. O segundo lugar no rankingbetmotion predictionmaiores produtores é da Indonésia.
Colonizadores franceses levaram baunilha pela primeira vez para a ilha Reunião, vizinhabetmotion predictionMadagascar, no início do século 19. A planta cresce como uma vinha trepadeira, atingindo até 90 metrosbetmotion predictioncomprimento.
As vinhas crescem bem fora do México, mas nenhuma fruta, sob a formabetmotion predictionfavasbetmotion predictionbaunilha, foi produzida. E os horticultores acabaram descobrindo o que estava faltando.
O pólenbetmotion predictionuma florbetmotion predictionorquídea baunilha é inacessível para a maioria dos insetos, incluindo abelhas típicas. A pequena abelha Melipona, que vive apenas no México, foi a única capazbetmotion predictionalcançar esse pólen e fertilizar as flores.
Entretanto, depender das abelhas para a polinização pode ou não funcionar, já que as orquídeas brancas pálidas florescem apenas um dia por ano e a flor é fértil por apenas oito ou doze horas após desabrochar.
Cultivo da baunilha exige delicadeza e muito trabalho
Mas foi lá,betmotion predictionReunião, que um menino escravo chamado Edmond Albius inventou, aos 12 anosbetmotion predictionidade, uma forma meticulosabetmotion predictionpolinizar à mão.

Uma vara fina e afiada é usada para levantar a frágil membrana que existe entre as partes masculina e feminina da flor, que são então empurradas umabetmotion predictiondireção à outra para que a polinização ocorra.
O processo tem que ser repetidobetmotion predictioncada uma das flores,betmotion predictiontodas as videiras, para que a fruta seja produzida - ou seja, a vagem da baunilha cheiabetmotion predictionmilharesbetmotion predictionminúsculas sementes pretas que eventualmente veremosbetmotion predictionum sorvetebetmotion predictionbaunilhabetmotion predictionalta qualidade.
Os agricultoresbetmotion predictionMadagascar precisam checar suas plantas todas as manhãs. Perder a janelabetmotion predictionfertilizaçãobetmotion predictionuma flor, ou danificar a planta, significa perder vagens preciosas - para se ter ideia, são necessárias 600 flores polinizadas à mão para produzir apenas 1 quilobetmotion predictionfavasbetmotion predictionbaunilha curadas.
Após a polinização, leva-se nove meses para as vagens amadurecerem, e, então, serem colhidas.

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As favas ainda verdes começam a fermentar rápido, por isso os compradores têmbetmotion predictionser encontrados depressa.
Os pequenos agricultores normalmente vendem o produto para intermediários que coletam grandes quantidades para vender aos exportadores locais.
Nessa altura da cadeia produtiva, as vagens não têm o cheiro ou o sabor característicos da baunilha. A dura jornada que enfrentam - da polinização à cura e secagem, e depois à preparação para exportação - demora cercabetmotion predictionum ano.
O produto acabado é uma favabetmotion predictionbaunilha escura-amarronzada e fortemente enrugada que é mole, flexível e tem a textura semelhante ao couro, com um forte aroma.
Alta demanda cria 'mercado paralelo' do fruto
Em uma rua empoeirada no meio da cidade comercialbetmotion predictionMaroantsetra,betmotion predictionMadagascar, os vendedores no "mercado paralelo" negociam a baunilha antes mesmo do períodobetmotion predictioncolheita.
A BBC conversou com um "comissário" (ou atravessador). Ele é um intermediário. Tinha apenas 300 gramas disponíveis e admitiu: "Não ébetmotion predictionboa qualidade".

"São 2kg", diz o negociante com tom orgulhoso, "por 3,3 milhõesbetmotion predictionariari (a moedabetmotion predictionMadagascar)", ou R$ 4,1 mil.
Eu digo a ele que não posso comprar. Ele encolhe os ombros e sorri, mas não fica desapontado - haverá outros compradores dispostos a pagar o montante.
As vagens são embaladas a vácuo, uma prática que o governo está proibindo, porque reduz a qualidade do produto pela qual Madagascar é tão conhecida. E o processo pode ser usado por especuladores para conservar vagens que foram colhidas antes do tempo, que ficam armazenadas para serem vendidas depois a preços mais altos.
Mas, imaturas ou curadasbetmotion predictionforma inadequada, elas têm um teor mais baixobetmotion predictionvanilina e, muitas vezes, gostobetmotion predictionmofo.

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Muitos produtores optam por antecipar a colheita para evitar perdê-la para os ladrões. O governo tentou impedir isso estabelecendo datasbetmotion predictioncolheita fixas para cada aldeia. Para reforçar a ideia e pressionar para que os produtores respeitem o calendário, as autoridades recentemente queimarambetmotion predictionpúblico 500 quilosbetmotion predictionvagens colhidas prematuramente.
Mas há atravessadores menores sob imensa pressão para pegar as favas mais cedo - e por um preço menor. Eles obtêm adiantamentosbetmotion predictiondinheirobetmotion predictiongrandes exportadores e precisam entregar o produto.
No entanto, esperar até o período da colheita, quando a demanda excede a oferta - empurrando os preços para cima - pode ser arriscado.
Arman Ramarokootonirina tem trabalhado como atravessador, comprando baunilhabetmotion predictionfazendeirosbetmotion predictionMaroantsetra, há maisbetmotion predictionsete anos. Há muitos novos operadores inescrupulosos na indústria, diz ele. O setor está atualmente cheiobetmotion predictiondinheiro.

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"É a ganância dos grandes patrões que está causando o problema. As pessoas obtêm grandes adiantamentos, embora ainda nem tenham feito o plantio. Depois, precisam roubar a baunilha das plantações dos outros para atender as encomendas."
A baunilha movimenta a economia da ilha
Mas, para os produtores que conseguem proteger suas colheitas, uma boa safrabetmotion predictionum anobetmotion predictionpreços altos podem mudar a vidabetmotion predictionum agricultor.
Um quilobetmotion predictionfava curada vale entre US$ 400 (R$ 1,6 mil) e US$ 500 (R$ 2 mil)- uma quantia considerávelbetmotion predictionum país onde a renda per capita média anual ébetmotion predictionUS$ 1500 (R$ 6,2 mil).

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Na aldeiabetmotion predictionAmbanizana, é possível ver o dinheiro da baunilha na prática. É com ele que os pais conseguem pagar a mensalidadebetmotion predictionescolas melhores para seus filhos, fora da aldeia.
Casasbetmotion predictiontijolos modernas também estão surgindo onde antes existiam apenas moradias tradicionaisbetmotion predictionmadeira.
Há um grande canteirobetmotion predictionobras às margens da aldeia. O encarregado da obra revela que a construção ébetmotion predictionuma discoteca e restaurante, a primeira do tipobetmotion predictionAmbanizana.
O dono do projeto é um "baunilhionário", alguém quem fez dinheiro tanto como produtor quanto como atravessador do produto.
Os agricultores podem estar ganhando mais do que antes, mas seus pequenos lotesbetmotion predictionterra produzem quantidades limitadas. Quem realmente está fazendo fortuna a partir da cultura são os atravessadores e exportadores.
A dificuldadebetmotion predictionacesso às regiões produtoras significa que elas são uma parte essencial da cadeiabetmotion predictionsuprimentos.
Os homens que fazem a intermediação das vendas viajam pelas aldeias, comprando grandes quantidadesbetmotion predictionvagensbetmotion predictionbaunilha para vender a empresas exportadoras que as curam e enviam para o mundo todo.

O maior edifíciobetmotion predictionMaroantsetra é a sedebetmotion predictionuma dessas exportadoras. Pintadobetmotion predictionbranco puro com revestimento verde escuro, o prédio contrasta fortemente com as casasbetmotion predictionmadeira dos dois lados.
Até quatro toneladasbetmotion predictionbaunilha são exportadas pela empresa todos os anos. Câmerasbetmotion predictionsegurança traçam o caminho até o grande armazém na partebetmotion predictiontrás do complexo. Grandes cadeados trancam os portões e barrasbetmotion predictionferro cruzam as janelas.
Sylvan Chen administra o lugar. Eles revistam os funcionários no finalbetmotion predictioncada dia para garantir que nenhuma baunilha esteja sendo levada escondidabetmotion predictionbolsas, sapatos ou roupas íntimas.
Ainda não está na época da baunilha, então, as mulheres que trabalham no andarbetmotion predictionbaixo do armazém estão atualmente peneirando cravo - outra especiaria exportadabetmotion predictionMadagascar, mas nembetmotion predictionlonge lucrativa como a baunilha.
O andar superior é onde a baunilha fica armazenada enquanto está secando. O espaço está cheio até o tetobetmotion predictioncolchões baratosbetmotion predictionespuma.
Sylvan vendeu 2 mil deles no ano passado a agricultores, que preferem dormir assim do quebetmotion predictiontradicionais tapetesbetmotion predictiontecido. O valor que pagam por isso, no entanto, representa muitas vezes o que ganham pelo trabalho com a baunilha - e que dessa maneira acaba retornando à empresa.
Qualidade e reputação da baunilha e Madagascar estão ameaçados
O momento está bom para a indústria, agora que o preço da baunilha está nas alturas, reconhece Sylvan. Mas há o temorbetmotion predictionque ganhosbetmotion predictioncurto prazo provoquem danos a longo prazo à qualidade e reputação da baunilhabetmotion predictionMadagascar.
"A baunilha daqui é muito cara, e as pessoas podem recorrer a outros países que são dotadosbetmotion predictionpadrõesbetmotion predictionqualidade. O setorbetmotion predictionbaunilha aqui pode não ter mais futuro se a qualidade não melhorar."

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Em uma lancha que cruza a costa às margens do Parque Nacionalbetmotion predictionMasoala, vejo trechosbetmotion predictionterra nua cortando a floresta verdejante.
O guarda florestal Armand Marozafy e o ativista ambiental Clovis Razafimalala dizem que esse é o impacto no parque do aumento dos preços da baunilha.
Eles mostram outras partes da faixa costeira da floresta que foram queimadas para que plantações, principalmentebetmotion predictionbaunilha, sejam cultivadas. Dentro da floresta, as árvores que foram cortadas tinham maisbetmotion predictioncem anosbetmotion predictionidade.
Quando esse tipobetmotion predictiondano ocorre, um ecossistema frágil é afetado. Plantas, insetos e animais começam a desaparecer.
As pessoasbetmotion predictionMadagascar estão preocupadas com a perda da reputaçãobetmotion predictionsua baunilha, mas, no parque nacional, um ecossistema delicado está sendo seriamente prejudicado para atender à demanda global.

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À medida que as árvores começam a desaparecer, as condições únicas que tornam este local perfeito para cultivar baunilha também começam a sumir. As florestas fornecem a quantidade certabetmotion predictionchuva, umidade e solo para cultivar a cobiçada baunilhabetmotion predictionMadagascar.
Derrubar a floresta para plantar mais baunilha acabará por dificultar o cultivo do frutobetmotion predictionqualidade na ilha. A indústria terábetmotion predictionencontrar meiosbetmotion predictiongarantir qualidade consistente, a fimbetmotion predictionevitar que os compradores procurem o produtobetmotion predictionoutro lugar.
François Ravelonjara, produtorbetmotion predictionMaroansetra, assume um arbetmotion predictionresignação enquanto marca um númerobetmotion predictionsérie na vagembetmotion predictionbaunilha embetmotion predictionpequena fazenda.
O número corresponde aobetmotion predictionseu "cartãobetmotion predictionprodutor", registro que o governo distribui aos produtores para provar a posse e coibir o roubo. As marcações, entretanto, não impediram os ladrõesbetmotion predictioninvadirem seu terreno duas vezes.
"Seria melhor se os preços caíssembetmotion predictionnovo", diz ele. "Não ganharíamos muito, mas pelo menos não vivemos com medo. "
Muitos produtores e comerciantesbetmotion predictionlongo prazo ecoam esse sentimento. Como o florescimento da flor da orquídeabetmotion predictionbaunilha, eles sabem que o boom atual não durará muito tempo. Mas os efeitos dele, sim.