O vídeo que abriu ferida do racismo e chocou a Espanha:ofertas betano

Legenda do vídeo, Vídeo viraliza ao mostrar menino negro hostilizado por crianças brancas na Espanha

O autor, o mecânico naval Mario Whyte Caletrio,ofertas betano26 anos, diz que o vídeo teve tanto impacto porque as pessoas se sentiram chocadas com a indiferença dos adultos que presenciaram a situação e não repreenderam as crianças.

Caletrio, que tem cidadania espanhola e inglesa, explica que gravou e publicou o vídeo porque se identificou. "Fui o primeiro menino negro da minha escola e passei por isso", lembra. Ele conta à BBC Brasil que se surpreendeu com a grande repercussão nas redes sociais e na imprensa espanhola e revela que tem recebido as mensagensofertas betanoapoioofertas betanointernautasofertas betanovários países.

Depois da repercussão, moradoresofertas betanoBilbao levaram cartazes ao parque do bairroofertas betanoSantutxu com frases como #StopRacismo e #QueremosJugarContigo (#QueremosBrincarContigo,ofertas betanoespanhol).

O autor do vídeo relata que, durante entrevista a um jornal local, conheceu o menino e seus pais, que o agradeceram pela denúncia. Mario foi convidado a dar palestraofertas betanocolégios e diz que a comunidade se organiza para formar uma associação e reivindicar junto ao governo basco políticasofertas betanoinclusão e contra o racismo nas escolas.

Polêmica

O vídeo viralizou depoisofertas betanoa ativista afrofeminista e youtuber Desirée Bela-Lobedde postá-lo no Twitter, no dia 31ofertas betanomarço. Para ela, a situação registrada é grave por envolver crianças pequenas, que aparentam ter cinco ou seis anos. Na opiniãoofertas betanoDesirée, crianças dessa idade não sabem o que significa racismo, mas reproduzem padrõesofertas betanocomportamento.

Com quase 14 milhõesofertas betanoseguidores no Twitter, a ativista diz que o vídeoofertas betanoMario evocou situação já conhecida por ela. Dias antes, ela havia mencionado comentários racistas ouvidos por filha mais velha,ofertas betano11 anos.

Mario Caletrio

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Autor do vídeo diz já ter passado por situações semelhantes à registrada quando era criança

Desirrée criticou tanto os comentários dos que não enxergaram racismo no episódio e disseram se tratarofertas betano"coisaofertas betanocriança" quanto os que sugeriram dar uma "surra" nos envolvidos. "Isso me horrorizou extremamente, como se castigo físico servisse para combater o racismo", disse.

A ativista defende que se questione a indiferença dos outros adultos, que não intervieram. Ela espera que, além da comoção e da indignação causadas, os internautas que compartilharam o vídeo tomem atitudes e se impliquem mais na luta contra o racismo. "A eliminação do racismo é tarefaofertas betanotodos."

Youssef Ouled, responsável pelo portal #EsRacismo (#ÉRacismo), do SOS Racismo Madrid, criticou a coberturaofertas betanoalguns veículosofertas betanocomunicação espanhóis que minimizaram o caso e o classificaram como bullying. "São crianças brancas que impedem o acesso a um menino negro a um espaço público. Zombam do menino eofertas betanosua mãe negra", diz.

Ele avalia que a denúncia do vídeo serve para gerar o debateofertas betanoum país que nega a existência do racismo. "Para combater o racismo, primeiro é preciso reconhecer que ele existe", diz.

Procurada, a prefeituraofertas betanoBilbao informou que não vai se manifestar sobre o vídeo.