Quem é Naomi Wadler, que aos 11 anos luta por vítimas 'que não aparecem no jornal':1win jogo

Originalmente organizada por alunos da escola Marjory Stoneman Douglas, da Flórida, a "Marcha pelas nossas vidas" atraiu sobreviventes1win jogooutros tiroteios e parentes1win jogovítimas1win jogotodo o país. Durante todo o sábado, o evento extrapolou a capital americana e se repetiu1win jogopelo menos 800 cidades nos EUA e1win jogooutros países, incluindo São Paulo, Londres, Edinburgo, Sidnei e Tóquio.

"Estou aqui hoje para reconhecer e representar as garotas afroamericanas cujas histórias não são capa1win jogotodos os jornais nacionais", disse Wadler, interrompida por aplausos1win jogoum dos principais momentos do discurso.
"Eu represento as mulheres afro-americanas que são vítimas da violência armada, que são simplesmente estatísticas,1win jogovez1win jogomeninas bonitas vibrantes cheias1win jogopotencial."
A eloquência e a firmeza da garota impressionaram a audiência repleta1win jogomulheres negras e adolescentes,1win jogouma das principais avenidas1win jogoWashington. A maioria ali a via e escutava pela primeira vez na vida.
"As pessoas disseram que sou jovem demais para ter esses pensamentos por conta própria. Disseram que eu sou uma ferramenta para algum adulto sem nome. Não é verdade", afirmou.
"Meus amigos e eu podemos ainda ter 11 anos e estar1win jogouma escola primária, mas sabemos que a vida não é igual para todos, e sabemos o que é certo e errado."

Fim da violência
O principal pedido era o fim da violência armada no país, com a aprovação1win jogoregras mais rígidas para a compra1win jogoarmas.
Entre as principais propostas estava a proibição da venda1win jogoarmas automáticas e carregadores1win jogomunição para fuzis, e regras mais rígidas para a checagem1win jogoantecedentes1win jogoquem quer ter armas1win jogofogo1win jogocasa.
Cerca1win jogo69% dos americanos acreditam que as leis sobre armas devem ser reforçadas,1win jogoacordo com uma pesquisa divulgada1win jogofevereiro pela Associated Press e pelo Centro1win jogoPesquisas NORC. Em outubro1win jogo2016, 61% dos americanos apoiavam a pauta.
O principal alvo dos manifestantes neste sábado era a NRA (Associação Nacional dos Rifles, na sigla1win jogoinglês), fundada1win jogo1871 para "promover e incentivar o uso1win jogoarmas1win jogofogo com base científica".
O grupo se tornou um dos mais poderosos dos Estados Unidos, com um orçamento capaz1win jogofinanciar e influenciar membros do Congresso sobre a política1win jogoarmas do país.
Depois do último tiroteio, o estado da Flórida aprovou uma lei1win jogocontrole1win jogoarmas que permite o armamento1win jogofuncionários da escola e aumenta a idade legal para a compra1win jogorifles.
A NRA processou o estado, alegando que a lei era inconstitucional.
Para os apoiadores, a associação é um grupo que defende e orienta as pessoas sobre o bom uso das armas. "Eles são um alvo fácil", disse à BBC Brasil um defensor do armamento, também presente no protesto1win jogoWashington.

Homenagens
A fala1win jogoWadler ganhou rapidamente as redes sociais e rendeu agradecimentos como o do prefeito1win jogoBirmingham, no Alabama.
"Obrigado a Naomi Wadler pela lembrança1win jogoCourtlin Arrington na Marcha por nossas vidas,1win jogoWashington", escreveu Randall Woodfin no Twitter.
Ele se referia a menção feita por Wadler a morte1win jogouma jovem negra1win jogo17 anos no último dia 9, atingida no coração por uma bala que atravessou seu corpo, disparada por um colega, dentro da sala1win jogoaula.
O caso foi inicialmente tratado pela Justiça local como um acidente, mas, depois da mobilização1win jogocolegas e1win jogovídeos mostrarem o momento do disparo, evoluiu para uma acusação1win jogohomicídio.
A atriz Kirsty Alley, também pela rede social, prometeu "testemunhar o importante trabalho" da jovem "pelo resto da vida".
O nome da estudante foi transformado na hashtag #naomiwadler, associada ao drama vivido por meninas e mulheres negras americanas.
Nas últimas duas décadas, segundo levantamento do jornal Washington Post, aproximadamente 200 pessoas morreram por disparos dentro1win jogoescolas americanas.
A contagem se inicia no massacre1win jogoColumbine, no Colorado, que deixou 13 mortos,1win jogo1999. Desde então, segundo o jornal, mais1win jogo187 mil estudantes1win jogopelo menos 193 escolas primárias e secundárias viveram tiroteios dentro1win jogoseus colégios.

Crédito, EPA
Eleições no fim do ano
Wadler também lembrou1win jogoTaiyania Thompson, uma jovem1win jogo16 anos morta a tiros, dentro1win jogocasa - a poucos quilômetros do local do protesto, na capital americana.
O namorado1win jogoThompson foi preso pela polícia local e é acusado pelo homicídio.
"Peço que todos aqui ouçam minha voz e se unam a mim para contar as histórias que não são contadas. Para homenagear as meninas e as mulheres negras que foram assassinadas1win jogoforma desproporcional nesta nação", disse a jovem1win jogoWashington.
"Peço a cada um1win jogovocês que me ajude a escrever a narrativa para este mundo e entenda para que essas meninas e mulheres nunca sejam esquecidas."
Durante a fala, Wadler fez coro com outros estudantes presentes na marcha e ressaltou a proximidade das eleições para o congresso americano, que acontecem1win jogonovembro deste ano.
Ela lembrou aos presentes que ela própria, "daqui a curtos sete anos", também terá o direito1win jogovotar.
O recado foi repetido por muitos manifestantes, que traziam cartazes ressaltando a importância das eleições que se aproximam.

Também no palco, montado1win jogofrente ao Capitólio - sede do Congresso Nacional americano -, o estudante Cameron Kasky, da escola que foi palco do ataque1win jogofevereiro, na Flórida, pressionou políticos a tomarem medidas concretas para limitar o acesso a armas no país.
"Ou vocês representam as pessoas, ou adeus", disse. "Lutem por nós ou fiquem atentos. Os eleitores estão vindo."
A professora1win jogofísica J. Blake saiu1win jogoBaltimore e trouxe as duas filhas para o protesto. À reportagem, ela se disse otimista com o tamanho da manifestação e defendeu uma mobilização semelhante nas urnas.
"Eu espero que elas também saiam1win jogocasa para votar1win jogopessoas com uma visão razoável sobre leis1win jogoarmas. Como pais, é nosso dever proteger nossos filhos e a melhor forma1win jogofazermos isso é votando", afirmou.
Sua filha Olivia,1win jogo15 anos, comemorava o protagonismo das crianças e adolescentes na campanha.
"Nós somos o futuro e seremos as pessoas que tomarão decisões. Começar a falar alto agora e dizer que queremos nossas vidas protegidas é um primeiro passo."








