A mulher que ganha a vida matando traficantes:estrela bet bônus de cadastro

Crédito, Carlo Gabuco
Questionada sobre quem lhe deu a ordem para acabar com essas vidas, ela responde: "Nosso chefe na polícia".

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A controversa guerra do Estado filipino contra as drogas é uma oportunidadeestrela bet bônus de cadastrotrabalho, mas também traz riscos.
Na mesma tarde do encontro com a reportagem, ela e seu marido disseram aos seus superiores que a casa onde moram havia sido exposta e que precisavam se mudar o quanto antes.
Ela conta ter começado a matar quando um policial encarregou seu maridoestrela bet bônus de cadastroassassinar um narcotraficante endividado. E a atividade acabou se tornando algo rotineiro para ele. Até que a própria Maria foi acionada.
"Certa vez, precisaramestrela bet bônus de cadastrouma mulher, e meu marido me escolheu. Quando vi o homem que tinhaestrela bet bônus de cadastromatar, me aproximei e atirei", conta.

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María e o marido vêmestrela bet bônus de cadastroum bairro pobreestrela bet bônus de cadastroManila. Não tinham renda fixa, o que mudou quando aceitaram virar matadoresestrela bet bônus de cadastroaluguel.
Agora, ganham até US$ 430 por assassinato (R$ 1380), uma fortuna nas Filipinas, e dividem o valor entre três ou quatro profissionais do tipo. No entanto, María quer deixar essa vida. Só não sabe como fazer isso.
Vidas 'sem importância'
Esse tipoestrela bet bônus de cadastroatividade não é uma novidade nas Filipinas, mas nunca houve tanda demanda por esquadrões da morte quanto agora.
A mensagem passada pelo presidente Duterte é inequívoca. Antesestrela bet bônus de cadastrosua eleição, prometeu acabar com a vidaestrela bet bônus de cadastro100 mil criminosos nos primeiros seis meses no cargo. E fez uma advertência aos narcotraficantes: "Não destruam meu país, porque os matarei".

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No fimestrela bet bônus de cadastrosemana passado, Duterte repetiu a fala, enquanto defendia os assassinatos extrajudiciaisestrela bet bônus de cadastrocriminosos: "As vidas desses dez criminosos realmente importam? As vidasestrela bet bônus de cadastrocem idiotas assim significam alguma coisa?".
O pontoestrela bet bônus de cadastropartida para essa campanha impiedosa foi a proliferaçãoestrela bet bônus de cadastrometanfetaminas, ou shabú, como a droga é conhecida no país. Cada grama custa cercaestrela bet bônus de cadastro1 mil pesos filipinos (US$ 22).
Barata, fácilestrela bet bônus de cadastrofabricar e muito viciante, ela pode ser fumada, injetada, inalada ou dissolvidaestrela bet bônus de cadastroágua. Tem efeitos instântaneos e serve como uma viaestrela bet bônus de cadastroescape para a sujeira e monotonia dos bairros pobres - e uma formaestrela bet bônus de cadastrosuportar trabalhos pesados.

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Duterte disse ser uma epidemia que afeta a milhõesestrela bet bônus de cadastrocidadãos. Também é um negócio muito lucrativo.
O presidente filipino afirma haver 150 altos funcionários, oficiais e juízes ligados a esse comércio. Cinco chefesestrela bet bônus de cadastropolícia são os comandantes do negócio, garantiu ele.
Os mais pobres
Os alvos dos esquadrões da morte são, no entanto, aqueles que estão nas classes sociais mais baixas.
Segundo a polícia, maisestrela bet bônus de cadastro1,9 mil pessoas foram assassinadasestrela bet bônus de cadastroepisódios relacionados às drogas desde que Muterte assumiu a Presidência,estrela bet bônus de cadastro30estrela bet bônus de cadastrojunho. Destes, 756 foram mortosestrela bet bônus de cadastrooperações da polícia.

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O restante das mortes estão, oficialmente, sendo investigadas. Na prática, a maioria segue sem explicação.
É uma guerra travada quase exclusivamente nas áreas mais pobres do país, onde corpos ensanguentados são descobertos a cada noite, com frequência juntos a cartazes advertindo as pessoas para não se envolverem com drogas.
Também é uma guerra popular. No bairroestrela bet bônus de cadastroTondo, uma zonaestrela bet bônus de cadastrofavela próxima ao portoestrela bet bônus de cadastroManila, a maioria dos moradores aplaude a dura campanha do presidente.
Culpam o shabú pelo aumento da criminalidade e por destruir vidas, ainda que alguns se preocupem que a iniciativa esteja levando inocentes à prisão e à morte.
Medo e culpa
Um dos procurados pelos esquadrões da morte é Roger*. Ele conta ter se viciadoestrela bet bônus de cadastroshabú quando era jovem, quando trabalhava como operário.
Como muitos outros, começou a traficar para manter o vício. Via também como um trabalho mais fácil do que dar expedienteestrela bet bônus de cadastrocanteirosestrela bet bônus de cadastroobras.
Diz ter trabalhado com muitos policiais corruptos, pegando droga confiscadaestrela bet bônus de cadastrooperações para vender.

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Agora, estáestrela bet bônus de cadastrofuga, mudando-seestrela bet bônus de cadastroum lugar para outroestrela bet bônus de cadastrotemposestrela bet bônus de cadastrotempos para evitar ser morto. "Não consigo me livrar do medo que carrego no peito todo dia, toda hora. É aterrador e exaustivo terestrela bet bônus de cadastrome esconder sempre", diz ele.
"O mais difícil é não saberestrela bet bônus de cadastroque confiar. Nunca sei se a pessoa que está na minha frente é um informante ou meu assassino. É difícil dormir à noite. Acordo com cada ruído. Não sei aonde ir a cada dia,estrela bet bônus de cadastrobuscaestrela bet bônus de cadastroum lugar para me esconder."

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Roger sente-se culpado: "Cometi pecados. Fiz coisas coisas terríveis. Prejudiquei muita gente, porque ficaram viciados, porque sou um dos muitos que vendem a droga".
Ele diz que nem todos que consomem o shabú são criminosos. "Também sou viciado, mas não mato, não roubo".
Ele mandou seus filhos para viver com a família da mulher no interior do país e, assim, mantê-los longe da epidemiaestrela bet bônus de cadastrodrogas. Calcula que cercaestrela bet bônus de cadastroum terçoestrela bet bônus de cadastroseus vizinhos estejam viciados.
E Roger ficou com medo quando Duterte afirmou que mataria traficantes e jogaria seus corpos na baíaestrela bet bônus de cadastroManila?
"Sim, mas pensei que (o presidente) perseguiria as grandes facções que fabricam as drogas, não pequenos traficantes como eu. Gostariaestrela bet bônus de cadastrovoltar no tempo, mas é muito tarde. Não posso me entregar, porque a policia provavelmente me mataria."

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María também se arrependeestrela bet bônus de cadastrosuas escolhas. "Sinto culpa e angústia. Não quero que as famíliasestrela bet bônus de cadastroquem matei se vinguemestrela bet bônus de cadastromim."
Ainda se preocupa com o que seus filhos pensarão, já que os mais velhos começam a perguntar como ela e seu marido ganham tanto dinheiro.
María costuma pensar que o próximo trabalho será o último, mas seu chefe já ameaçou matar quem deixar a equipe. Ela se sente presa. Pede perdão ao padre quando se confessa na igreja, mas não se atreve a contar a ele o que faz.
Mas ela e seus companheiros acreditam que a campanha do presidente é justificada? "Só falamos da missão, como executá-la. E, quando termina, nunca mais tocamos no assunto."
No entanto, ela retorce suas mãos enquanto diz isso e fecha os olhos com força, perseguida por pensamentos que não quer compartilhar.
*Os nomes dos entrevistados foram alterados para preservarestrela bet bônus de cadastroidentidade.









