A incrível história do pênismelhor grupo de apostas esportivasNapoleão Bonaparte:melhor grupo de apostas esportivas

Se a subtração do membro realmente ocorreu, provavelmente foi à frentemelhor grupo de apostas esportivastestemunhas. Relatos indicam que havia 29 pessoas próximas ao corpomelhor grupo de apostas esportivasBonaparte da morte à preparação para o sepultamento, entre elas oito médicos, duas criadas, um padre e um serviçal.

A amputação peniana teria sido feita pelo médico François Carlo Antommarchi (1780-1838). Alguns acreditam que tenha sido por vingança porque ele teria sido encarregado meio a contragostomelhor grupo de apostas esportivaspassar uma temporada na ilha para cuidar da saúde já debilitadamelhor grupo de apostas esportivasBonaparte — ele padeciamelhor grupo de apostas esportivasúlcera no estômago e, provavelmente, morreumelhor grupo de apostas esportivascâncer.

Para piorar, conta-se que o médico costumava ser destratado pelo seu paciente ilustre, que não raras vezes o recebia com cusparadas e xingamentos.

O caminhomelhor grupo de apostas esportivasum órgão sexual

Segundo pesquisasmelhor grupo de apostas esportivasPerrottet, Antommarchi teria vendido a relíquia íntima ao padre italiano Ange Paulo Vignali, encarregadomelhor grupo de apostas esportivasdar a extrema-unçãomelhor grupo de apostas esportivasBonaparte. Este a levou para a Córsega — terra natalmelhor grupo de apostas esportivasambos.

O historiador Vítor Soares, que mantém o podcast Históriamelhor grupo de apostas esportivasMeia Hora, diz que as discrepâncias já começam aí, porque outras teorias acusam o próprio padremelhor grupo de apostas esportivaster subtraído o nobre membro, outras trabalham com a possibilidademelhor grupo de apostas esportivasque tudo havia sido combinado entre os médicos presentes — já que a retirada e preservaçãomelhor grupo de apostas esportivaspartes do corpomelhor grupo de apostas esportivaspersonalidades não é algo incomum na história.

Em 1916, o antiquário britânico Maggs Bros comprou o item, que estava guardado pela família do padre da Córsega. Nas cinco décadas seguintes, o órgão sexual atribuído ao ex-imperador francês se tornou objetomelhor grupo de apostas esportivascuriosidade pelo mundo.

O pênis mudariamelhor grupo de apostas esportivasmãos alguns anos mais tarde. Considerado "o terror da salamelhor grupo de apostas esportivasleilões", pormelhor grupo de apostas esportivasparticipação sempre financeiramente agressiva nos leilões promovidos pela Sotheby's,melhor grupo de apostas esportivasLondres, o colecionador e livreiro americano Abraham Simon Wolf Rosenbach (1876-1952) arrematou um lotemelhor grupo de apostas esportivaspreciosidadesmelhor grupo de apostas esportivas1924. O conjunto incluía a preciosidade napoleônica.

É a partir daí, quando a peça é levada aos Estados Unidos, que começa a existir uma documentação — precária, evidentemente — para tentar comprovarmelhor grupo de apostas esportivasautenticidade. A própria empresamelhor grupo de apostas esportivasRosenbach publicou um catálogo nos anos 1920 enfatizando que "a notável relíquia foi recentemente confirmada pela publicação na Revue des Deux Mondesmelhor grupo de apostas esportivastrechomelhor grupo de apostas esportivasmemórias póstumasmelhor grupo de apostas esportivasSt. Denis, na qual ele diz expressamente que ele e Vignali levaram pequenos pedaços do corpomelhor grupo de apostas esportivasNapoleão durante o trabalhomelhor grupo de apostas esportivasautópsia".

Curiosamente, o catálogo usa um eufemismo para nomear o órgão. Diz o texto que se tratamelhor grupo de apostas esportivas"um tendão mumificado retirado do corpomelhor grupo de apostas esportivasNapoleão durante a autópsia". St. Denis, citado no texto, era Louis Etienne Saint-Denis (1788-1856), criado pessoal do ex-imperador.

Foi Rosenbach quem acondicionou o pênis da forma como ele se encontra hoje,melhor grupo de apostas esportivasuma caixinhamelhor grupo de apostas esportivascouromelhor grupo de apostas esportivasMarrocos azul, aveludada. De acordo com texto oficial da hoje organização Rosenbach, que mantém um museu e uma biblioteca decorrentes do acervomelhor grupo de apostas esportivasseu fundador, o colecionador "deleitava-se" quando falava "sobre as notórias relíquiasmelhor grupo de apostas esportivasNapoleão".

Em 1927, a peça foi exibida publicamente no Museumelhor grupo de apostas esportivasArte Francesamelhor grupo de apostas esportivasNova York. Conforme relatos da imprensa da época, a exposição provocou "suspirosmelhor grupo de apostas esportivassentimentais" e "risadinhas nas mulheres". O pênismelhor grupo de apostas esportivasNapoleão chegou a ser comparado a "uma enguia enrugada".

Rosenbach vendeu a relíquia a ummelhor grupo de apostas esportivasseus melhores clientes, o bibliófilo Donald Frizell Hyde (1909-1966), que foi presidente da Sociedade Bibliográfica da América. Quando ele morreu,melhor grupo de apostas esportivasviúva retornou a posse do objeto aos sucessoresmelhor grupo de apostas esportivasRosenbach.

Pouco tempo depois, o pênis famoso foi comprado pelo colecionador Bruce Gilmeson. Ele tentou leiloar o membro na casamelhor grupo de apostas esportivasleilões Christie's,melhor grupo de apostas esportivasLondres,melhor grupo de apostas esportivas1972. Foi um fracasso. Sem receber o lance mínimo, o órgão voltou para a coleçãomelhor grupo de apostas esportivasGilmeson.

O urologista que guardou o membro

Cinco anos mais tarde,melhor grupo de apostas esportivas1977, o objeto foi a leilão novamente e dessa vez arrematado por US$ 3 mil (cercamelhor grupo de apostas esportivasR$ 14 milmelhor grupo de apostas esportivasvalores atuais) pelo urologista americano John Kingsley Lattimer (1914-2007).

Lattimer era um notório professor da Universidademelhor grupo de apostas esportivasColúmbia e afeito a colecionar objetos históricos.

Contratado pela família para analisar as evidências do assassinatomelhor grupo de apostas esportivasJohn Fitzgerald Kennedy (1917-1963), ele guardava, por exemplo, um pedaço do estofado da limusine presidencial onde estava o então presidente quando foi alvejado.

A partirmelhor grupo de apostas esportivasentão, o pênismelhor grupo de apostas esportivasNapoleão voltou a ganhar privacidade. Lattimer não exibia o membro famoso, reservando-o apenas a círculos mais íntimos — calcula-se que menosmelhor grupo de apostas esportivas10 pessoas o tenham visto desde então.

Foi o urologista que propagou a versãomelhor grupo de apostas esportivasque a extirpação do órgão sexual tenha ocorrido por vingança do médico, como formamelhor grupo de apostas esportivasretaliação por conta da maneira pouco educada com que o ex-estadista francês o tratava.

Quando Lattimer morreu, a posse do órgão sexual ficou commelhor grupo de apostas esportivasfilha. Que segue à risca o solicitado pelo pai: não mostrar o pênis a nenhum curioso.

Isso, é claro, só aumenta ainda mais o mistério sobre o objeto.

"Embora por muito tempo as pessoas tivessem a certezamelhor grupo de apostas esportivasque o pênis eramelhor grupo de apostas esportivasNapoleão, há a possibilidademelhor grupo de apostas esportivasque não seja. Nunca foi comprovado que realmente seja", ressalta Soares, do podcast Históriamelhor grupo de apostas esportivasMeia Hora.

Pesquisador da Universidade Estadual Paulista e professor no Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré, o historiador Victor Missiato tem opinião semelhante. "É difícil comprovar que,melhor grupo de apostas esportivasfato, esse pênis pertença a Napoleão Bonaparte, porque não há nenhum estudo relacionando o material genético desse pênis com o dos restos mortaismelhor grupo de apostas esportivasNapoleão, sepultado na França", argumenta ele,melhor grupo de apostas esportivasconversa com a reportagem. "Hojemelhor grupo de apostas esportivasdia, com as tecnologias disponíveis, seria possível, valeria a pena."

"O que há é uma trajetória [do órgão sexual atribuído ao estadista]. É factível que seja dele porque já na época havia uma importância histórica, um significado acercamelhor grupo de apostas esportivasNapoleão", explica Missiato.

Outras partes

Soares lembra que o órgão sexual não foi o único pedaço do corpomelhor grupo de apostas esportivasNapoleão Bonaparte que teria sido retirado no momento da autópsia. Nas memórias do criado Denis, por exemplo, ele afirma que teria se aproveitadomelhor grupo de apostas esportivasum momentomelhor grupo de apostas esportivasdistração dos médicos para subtrair, ele próprio, alguns pedaços da costela do defunto.

Conta-se que o próprio ex-imperador havia manifestado o desejomelhor grupo de apostas esportivasque, commelhor grupo de apostas esportivasmorte, o seu coração fosse retirado e enviado como presente paramelhor grupo de apostas esportivasesposa — mas esta vontade não foi realizada.

A ideiamelhor grupo de apostas esportivaspreservar órgãos e tecidosmelhor grupo de apostas esportivaspersonalidades mortas não é incomum ao longo da história. Por aqui, é famoso o caso do coraçãomelhor grupo de apostas esportivasDom Pedro 1º (1798-1834), trazido ao país nesta semana para tomar parte das celebrações do bicentenário da Independência — proclamada por ele, que se tornaria o primeiro imperador do Brasil.

No Pátio do Colégio, centro históricomelhor grupo de apostas esportivasSão Paulo, há um fêmur humano atribuído ao religioso Josémelhor grupo de apostas esportivasAnchieta (1534-1597), padre jesuíta que foi um dos fundadores da cidade e hoje é considerado santo pela Igreja Católica. Na basílica dedicada a Santo Antônio (1195-1231)melhor grupo de apostas esportivasPádua, na Itália, é possível ver a língua que teria sido do frade com famamelhor grupo de apostas esportivasmilagreiro.

"Essa prática está ligada à tradição cristã", aponta Missiato. "A ideia do corpo enquanto sacrifício vemmelhor grupo de apostas esportivasantes do cristianismo, mas depois acaba ganhando proporção maior." Conforme suas explicações, esse imaginário originalmente religioso ganha contornos patrióticos quando os estados nacionais começam a ser criados.

"Há uma conexão clara dos nacionalismos, que se apropriam dos valores cristãos e produzem novos símbolos, novos heróis e novas histórias, com esse tipomelhor grupo de apostas esportivasadoração", contextualiza ele.

"Assim, grandes líderes nacionais são construídos como heróis. Nesse sentido, a ideiamelhor grupo de apostas esportivaster acesso a esses materiais, essas relíquias, é uma formamelhor grupo de apostas esportivasse apropriar do poder dessas figuras", acrescenta. "Isso move o imaginário nacional. Nos projetosmelhor grupo de apostas esportivasnação, é comum essa apropriaçãomelhor grupo de apostas esportivasuma simbologia originalmente cristã. E esses heróis do passado passam a ser visto como também do presente, como eternos."

- Este texto foi publicado originalmente em http://roberthost1.accountsupport.com/geral-62657371

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